TRM

Question 1

O que é TRM?

Answer 1

Lesão da medula espinhal com ou sem fratura.

Question 2

Até qual vértebral vai a medula espinhal? Como se chama o canal após a medula?

Answer 2

Até T10 existe apenas medula, de T10-L1 existe medula e cauda equina e a partir de L1 existe apenas cauda equina. Chama-se de canal raquídeo.

Question 3

Qual a principal causa de lesão 2ária da medula espinhal?

Answer 3

O atendimento inadequado em casos de lesão instável da coluna vertebral (imobilização inadequada).

Question 4

O que coloca a vida da pessoa em risco no TRM?

Answer 4

A instabilidade respiratória (o suporte ventilatório é o que realmente é importante).

Question 5

Quais são os sinais de TRM?

Answer 5

Perda ou diminuição da força muscular e da sensibilidade tátil e dolorosa abaixo de um nível medular e aboliçaõ dos reflexos tendinosos e sacrais.

Question 6

Quais são os reflexos sacrais e por que sua verificação é importante?

Answer 6

Flexão do hálux, tônus retal, reflexo cutâneo-anal, reflexo bulbocavernoso, função vesical e retal. A presença de função sacral indica que a lesão medular foi incompleta e é um prognóstico mais favorável.

Question 7

Qual a importância de uma lesão vertebral?

Answer 7

20% dos casos vai haver OUTRA lesão vertebral, sendo obrigatória a solicitação de exames de imagem para o resto da coluna.

Question 8

Quais os tipos de fraturas vertebrais? Qual a diferença?

Answer 8

Instáveis e estáveis. Nas instáveis, há risco de deslocamento dos fragmentos provocando lesão medular ou agravando uma lesão pré-existente (importância do 1° atendimento ser correto). Por isso, as instáveis necessitam de fixação interna, enquanto que as estáveis necessitam apenas de fixação externa.

Question 9

Imagem anatomia da coluna vertebral e ligamentos.

Answer 9

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Question 10

Imagem anatomia da coluna vertebral e ligamentos.

Answer 10

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Question 11

Imagem anatomia da coluna vertebral e ligamentos.

Answer 11

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Question 12

Quais os mecanismos de fratura cervical?

Answer 12

Traumas axiais, hiperflexão, hiperextensão, rotação ou inclinação lateral do pescoço.

Question 13

Qual a localização das fraturas cervicais baixas? Qual a frequência entre todas as fraturas cervicais?

Answer 13

C5-C7, correspondendo a 85% das fraturas cervicais.

Question 14

Qual o local mais comum de fratura cervical baixa?

Answer 14

C5-C6.

Question 15

Quais as causas de fratura cervical baixa?

Answer 15

Acidentes automobilísticos, esportes (principalmente os de alto impacto) e mergulho em águas rasas.

Question 16

Qual a importância prognóstica das fraturas em C1-C2 ou C2-C3? Justifique.

Answer 16

São geralmente fatais, pois há secção medular antes da origem das raízes nervosas do n. frênico, havendo parada respiratória imediata.

Question 17

Qual a importância prognóstica das fraturas em C3-C4 e C4-C5? Justifique.

Answer 17

Promovem instabilidade respiratória, não com parada imediata, mas com hipoventilação progressiva dentro das próximas horas. Isso ocorre pois o n. frênico se origina em C3-C5, havendo comprometimento de algumas, mas não todas, as raízes nervosas desse nervo.

Question 18

Qual a abordagem inicial ao paciente com suspeita de TRM?

Answer 18

Neurológico inicial (como ele estava no local do trauma?), mecanismo do trauma, a paralisia foi imadeiata ou gradual?, trauma acima da clavícula? (todo trauam acima da clavícula deve sempre levantar a suspeita de TRM), insconsciência após o TCE?

Question 19

O que fazer após a abordagem inicial?

Answer 19

Avaliação geral: neurológico detalhado, ABCDE, exame em posição neutra (do jeito que o pcte chega), Rx para avaliação, imobilização total.

Question 20

Quais achados são sugestivos de lesão cervical?

Answer 20

Arreflexia flácida, respiração diafragmática (lesão dos nn. da musculatura intercostal - lesão cervical alta), consegue fletir o antebraço mas não extender, hipotensão com bradicardia, priapismo.

Question 21

Qual o QC do pcte com TRM?

Answer 21

DOR, torcicolo (luxação da faceta sem déficit neurológico, podendo chegar ao hosp. andando mas com torcicolo, que é a faceta luxada), déficits neurológicos (depende da síndrome).

Question 22

Quais as possíveis síndromes no TRM?

Answer 22

Sd da secção medular, Sd da hemissecção medular (Brown-Sequard), Sd de compressão radicular, Sd seringomiélica e Sd medular anterior.

Question 23

Explique a Sd da secção medular.

Answer 23

É a secção medular completa, sendo dividida em 2 fases: aguda (CHOQUE MEDULAR) e tardia (após 2s).
Essa Sd possui, classicamente, TODOS os SS do choque medular: perda de força muscular (FM - tetraplegia), (a)hipotonia, (a)hiporreflexia, perda de sensibilidade, pele quente e edemaciada e bexiga neurogênica (perda da função neurológica sacral). Na fase tardia, os achados são: perda da FM, HIPERtonia, HIPERreflexia (sinais de liberação piramidal -> associados a sinais primitivos e Babinski), perda da sens., pele fria e pálida e bexiga neurogênica.

Question 24

Explique as alterações de pele nas fases aguda e tardia da Sd de secção medular.

Answer 24

A pele quente e úmida na fase de choque medular ocorre por perda do tônus simpático (choque neurogênico). Já a pele fria e pálida ocorre por disautonomia na fase tardia.

Question 25

O que é e por que ocorre o choque neurogênico?

Answer 25

O choque neurogênico ocorre por uma perda da função simpática (pois as raízes nervosas desse SN se originam da coluna lateral da medula torácica, sendo comprometido na secção medular cervical). É um choque distributivo, havendo vasodilatação, hipotensão e bradicardia (ou FC normal).

Question 26

Por que ocorre e qual a relevância prognóstica do choque medular?

Answer 26

Ocorre por uma súbita despolarização axonal, tendo importância prognóstica pois pode se reverter após 24-48h. Após esse tempo, é necessário reavaliação neurológica, pois pode haver recuperação funcional, mas se houver persistência de disfunção medular após esse período, dificilmente às recuperará.

Question 27

Explique a Sd da hemissecção medular.

Answer 27

Também chamada de Sd de Brown-Sequard, apresenta-se, CARACTERISTICAMENTE, com perda motora ipsilateral à lesão, perda da sensibilidade profunda ipsilateral e perda da sensibilidade superficial contralateral. Ocorre principalmente por FAB e FAF.

Question 28

Explique a localização das perdas sensitivas na Sd de Brown-Sequard. Quais as sensibilidades de cada tipo?

Answer 28

A sensibilidade superficial é contralateral pois é conduzida pelo trato espinotalâmico, que cruza a medula quando entra. Já a sensbilidade profunda é ipsilateral pois é conduzida pelo fascículo grácil e cuneiforme, só cruzando no tronco cerebral.
Superficial: álgica, térmica e tato protopático.
Profunda: propriocepção, tato epicrítico e vibração.

Question 29

Devo testar todas as sensibilidades profundas e todas as superficiais?

Answer 29

Não, apenas a mais fácil, pois são conduzidas pelas mesmas fibras, portanto se estiver lesada, haverá perda de todas as sensibilidades daquela modalidade (profunda ou superficial).

Question 30

Explique a Sd da compressão radicular.

Answer 30

Não há lesão medular, apenas compressão de alguma raíz.

Question 31

Explique a Sd seringomiélica.

Answer 31

É uma Sd rara, sendo uma forma pós-traumática de perda da sensibilidade superficial com manutenção da profunda (patognomônico). Ocorre por dilatação do canal central da medula, comprimindo os feixes mais centrais (sensibilidade superficial). Há distribuição em “capa” da perda: começa nas extremidades e vai para os ombros (distal para proximal).

Question 32

Explique a Sd medular anterior.

Answer 32

Ocorre geralmente por retropulsão do disco ou fragmentos do corpo vertebral: tetraplegia e perda da sensibilidade superficial sem perda da profunda.

Question 33

Quais os exames de imagem no TRM?

Answer 33

O raio X em progeção letaral + AP é um excelente exame de triagem, porém a TC é mais acurada para dx de fraturas e luxações cervicais. A RNM é o melhor exame para avaliar disco intervertebral, ligamentos e medula espinhal.

Question 34

Qual o obj do tto cirúrgico?

Answer 34

Redução de luxações, remoção de fragmentos ósseos e corpos estranhos, alinhar e estabilizar a coluna e manter as relações anatômicas entre nervos, canal e medula.