Trauma Craniano Flashcards
Ao passarmos um caso de trauma craniano para um neurocirurgião, quais informações devemos fornecê-lo?
- Idade do paciente
- Mecanismo de tempo de lesão
- Presença e tipo de lesões associadas
- Estado cardiovascular e respiratório do paciente (PA e Sat de O2)
- Exame neurológico: Glasgow, Tamanho das pupilas e reação à luz
- Presença de um déficit neurológico focal
- Presença de suspeita de um estado neuromuscular anormal
- Resultado de estudo diagnósticos , principalmente TC (Se disponível)
- Uso de anticoagulantes
- Tratamento para hipotensão e hipóxia
Qual a origem do sangramento é mais frequente em um hematoma epidural? e em um subdural?
- No epidural, são as artérias menígeas médias (localizada na fossa temporal).
- No subdural, são as veias penetrantes que viajam da superfície de cérebro até os seios venosos.
Qual o principal objetivo do tratamento em paciente com suspeita de trauma encefálico?
Prevenir lesão secundária por meio de oxigenação adequada e manutenção de uma pressão sanguínea adequada para a perfusão cerebral.
Qual região anatômica localiza-se o Sistema Reticular Ativador Ascendente (SARA), o qual é responsável por manter o nosso estado de alerta?
No mesencéfalo e metade superior da ponte.
Como a presença de sangue no fluido cerebroespinal pode causar aumento da pressão intracraniana?
O sangue é capaz de comprometer absorção do líquor o que eleva a pressão intracraniana.
Paciente vítima de trauma dá entrada no PS com anisocoria e hemiparesia contralateral ao lado da midríase. Explique a causa desse achado.
Provavelmente o paciente cursou com aumento da pressão intracraniana e herniação de parte do encéfalo da porção supra para a infratentorial (provavelmente a parte medial do lobo temporal, o uncus). Assim, houve compressão do nervo oculomotor que passa próximo à tenda e compressão das suas fibras superficiais parassimpáticas (que fariam a contração pupilar - sem elas o simpático prevalece). O uncus herniado também deve ter comprimido o trato corticoespinal (piramidal) antes do seu cruzamento à nível de forame magno, o que explica a hemiparesia contralateral.
Qual o valor normal da pressão intracraniana e quando ela está associada a piores desfechos?
O valor normal é de 10mmHg
Quando a PIC está acima de 22mmHg, particularmente se sustentada e refratária ao tratamento, está associada a piores desfechos.
O que pode alterar a Pressão de Perfusão cerebral?
Diretamente:
- Pressão arterial média
- Pressão intracraniana
Indiretamente:
- Vasoconstrição ou dilatação diante da exposição a PaO2 ou PaCO2, respectivamente.
Obs.: Por isso, hipotensão, hipóxia, hipercapnia e hipocapnia iatrogênica podem causar lesão secundária.
Uma pressão de perfusão cerebral adequada garante um adequado fluxo sanguíneo cerebral?
Não.
Como classificamos um trauma craniano quanto a sua severidade (baixa, moderada, severa/coma)? Explique como fazer a avaliação.
Glasgow 13-15: Leve
Glasgow 9-12: Moderado
Glasgow 1-8: Grave
Conferir Escala de Glasgow na internet.
Indique como é a clínica e a TC dos pacientes com as seguintes lesões: Concussão, Lesão difusa severa (por hipóxia/isquemia) e Lesão Axonal Difusa (LAD).
Concussão:
- Clínica: Distúrbio neurológico transiente e não focal que frequentemente inclui perda transitória da consciência.
- TC: Normal
Lesão difusa severa
- Clínica: Paciente geralmente vítima de choque ou apneia prolongados.
- TC: Pode inicialmente aparecer normal ou o cérebro aparecer difusamente edemaciado.
LAD:
- Clínica: Síndrome clínica muito variável que frequentemente não tem um bom desfecho.
- TC: Hemorragias puntiforme na região de transição da substância branca com cinzenta. (geralmente é decorrente de traumas com desaceleração.
Uma das classificações de uma injúria cerebral traumática é quanto à sua morfologia. Esta ocorre da seguinte forma (complete): Fratura de crânio: - De abóboda: classificações 1, 2 e 3. - Basilar: classificações 4 e 5. Lesões intracranianas: - Focal: classificações 6, 7 e 8. - Difusa: classificações 9, 10, 11 e 12.
1: Linear ou estrelar
2: Com ou sem afundamento
3: Aberta ou fechada
4: Com ou sem vazamento de fluido cerebroespinal
5: Com ou sem paralisia do sétimo nervo
6: Epidural
7: Subdural
8: Intracerebral
9: Concussão
10: Múltiplas contusões
11: Hipóxica/ Isquêmica
12: Injúria axonal
A lesão de base do crânio geralmente necessita de uma TC com janela óssea para ser identificada. Mas tem alguns sinais clínicos que sugerem esse acometimento. Quais são eles?
Sinal do guaxinim (equimose periorbital), Sinal de Batle (equimose retroauricular), Rino ou otorreia (CSF saindo pelo nariz ou ouvido) e disfunção dos nervos VII ou VIII (paralisia facial ou perda auditiva), podendo ocorrer imediatamente ou após alguns dias da injúria.
Na presença de contusão cerebral e injúria aos vasos sanguíneos maiores na base do encéfalo, devemos ficar atentos para que condição que geralmente os acompanha?
Hemorragia subaracnoidea.
Paciente vítima de trauma craniano dá entrada na sala de emergência com Glasgow de 14. Quais os critérios para que esse paciente fique admitido (não tenha alta) da parte neurológica? Caso não preencha os critérios, quais condutas devemos tomar antes de liberá-lo?
Critérios de admissão:
- TC não disponível (caso possua indicação para tal)
- TC anormal
- Fratura de Crânio
- Liberação de Fluido Cerebroespinal (rinorréia e otorréia)
- Déficit neurológico focal
- Não retorno ao Glasgow 15 em até 2 horas
Condutas antes de liberá-lo
- Determinar mecanismo, tempo da injúria, Glasgow inicial, confusão, intervalo de amnésia, Crise epiléptica, severidade da dor de cabeça.
- Avaliação secundária focada no exame neurológico.
- Screening toxicológico de sangue e urina (EtOH) - (Caso +, deve ser admitido)
- Exame seriados até que o Glasgow esteja em 15 e o paciente não tenha mais déficit de memória
- Caso realmente não seja admitido, deve ser liberado com uma companhia que possa observá-lo por, no mínimo, 24 horas e deve receber papel com orientações para o cuidado.