TOXOPLASMOSE Flashcards
Agente etiológico? Qual é o hospedeiro definitivo? E os hospedeiros intermediários? Qual desses ocorre o ciclo reprodutivo? Qual são as formas do parasita? Como é o ciclo reprodutivo? Quais são as formas de contaminação? é transmitido pelo leite?
- Toxoplasma gondii: parasita intracelular obrigatório de duplo hospedeiro.
- Hospedeiro definitivo: gato. Aqui ocorre o ciclo reprodutivo.
- Hospedeiro intermediário: mamífero e aves. Aqui ocorre o ciclo proliferativo.
- Esporozoíto: resulta do ciclo reprodutivo. Eliminado nas fezes dos gatos.
- Taquizoíto: dentro do hospedeiro, é a forma de multiplicação rápida, é a lesão rápida na fase aguda da infecção (intestino, SNC, olho, coração, músculo, placenta e feto).
- Bradizoíto: presente nos cistos teciduais, com crescimento lento, resultado da infecção crônica.
Ciclo reprodutivo:
- Parasita se reproduz no intestino do gato. Nas fezes saem esporozoítos.
- Alimentos, água contaminados pelas fezes dos gatos infectam os hospedeiros intermediários: porco, cordeiro, rato, aves. Esses ingerem e ficam com bradizoitos nos tecidos.
- Ser humano ingere ou a carne ou algo contaminado com as fezes do gato. Se rompem dentro do corpo e ficam na forma de taquizoitos no intestino delgado. Se disseminam para SNC, olho, coração, músculo, placenta e feto: linfadenopatia, coriorretinite, miocardite, miosite, encefalite
Formas de contaminação:
- Ingestão de via oral
- Contaminado pelas fezes dos felinos: alimento, água, terra ou lixo.
- Contaminado nos hospedeiros intermediários: carnes cruas ou malpassadas de hospedeiros intermediários com bradizoitos. - Transmissão vertical: via transplacentária. Parasita infecta placenta, multiplica-se e causa lesões placentária focais, acessa a circulação fetal, então pode ser transmitida ao feto.
- Transmissão acidental: órgão transplantado ou acidente laboratorial.
OBS: Não é transmitido pelo leite! aleitamento liberado.
Pq é diagnosticado na gravidez?
A infecção pode ser facilmente diagnosticada e tratada durante a gravidez, evitando dessa forma graves sequelas neonatais.
SINAIS E SINTOMAS MATERNOS
Maioria assintomático. Apenas 10 a 20% apresentam sintomas, mas que geralmente são inespecíficos: - Rash cutâneo - Febre - Mialgia - Adenomegalia
Obs: se a paciente for sintomática, ter como diagnóstico diferencial mononucleose, rubéola, sífilis, citomegalovírus, tuberculose e parvovirose.
DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO MATERNA
TESTE SOROLÓGICO: solicitado na 1º consulta de pré-natal.
IgG: imunidade permanente a doença.
- Surgimento: 2 semanas após infecção.
- Pico máx: 6 a 8 semanas
- Declínio: 2 anos seguintes, mas fica detectável por toda a vida.
IgM:
- Surgimento: 1º semana de infecção.
- Declínio: em alguns meses, mas eventualmente também persiste por anos após a infecção inicial.
OBS: já que ele pode persistir, sua presença SUGERE MAS NÃO CONFIRMA INFECÇÃO AGUDA. São necessárias outras técnicas.
IgM - IgG - = paciente susceptível.
IgM - IgG + = paciente imune.
IgM + IgG - = infecção aguda ou falso-positivo
IgM + IgG + = infecção aguda ou antiga
TRATAMENTO E PREVENÇÃO
IgM - IgG - = paciente susceptível.
Tratamento é prevenção da contaminação através de medidas higiênicas e dietéticas.
- Evitar carnes cruas ou malpassadas, assim como ovos crus e mal cozidos.
- Beber água filtrada e evitar ingestão ou contato com água de lagoas.
- Usar luva ao manipular alimentos e carnes cruas e não utilizar a mesma faca para cortar carnes, vegetais e frutas.
- Lavar bem frutas, verduras e legumes.
- Evitar contato com gatos e suas fezes.
- Alimentar animais com rações comerciais.
- Fazer limpeza diária do recipiente das fezes do gato com água fervente, por outra pessoa que não seja a gestante.
- Usar luvas ao manusear terra ou jardim.
Repetir sorologia mensalmente ou bimensalmente a depender do protocolo do serviço até o final da gestação.
IgM - IgG + = paciente imune.
Paciente não tem risco de reativação da doença, exceto em casos de imunossupressão.
Se paciente imunocomprometida:
- Rastrear reativação solicitando sorologia a cada trimestre.
- Se suspeita de reinfecção: PCR do líquido amniótico, visto que não pode haver aumento de IgG e IgM.
Se paciente imunocompetente:
- Rastreio concluído.
- Não repetir sorologia.
IgM + IgG - = infecção aguda ou falso-positivo
- Para diferenciar um caso do outro, sugere-se solicitação de IgA. IgA +: confirma infecção aguda há menos de 4 meses. IgA -: confirma falso-positivo.
- Se não tem IgA: inicia tratamento de profilaxia de infecção fetal + repete sorologia em 3 semanas (detecta aparecimento de IgG, que confirmará infecção aguda).
Profilaxia de infecção fetal: Espiramicina 1g (comprimidos de 500) VO de 8/8h.
- Se o IgG não positivar: suspende profilaxia, confirma falso-positivo. Repetir sorologia a cada trimestre.
IgM + IgG + = infecção aguda ou antiga
Para diferenciar: Teste de avidez ao IgG. Esse avalia a força de ligação antígeno-anticorpo. Quanto maior o tempo de atividade imunológica, maior a avidez dos anticorpos IgG. ((Outros estudos sugerem repetir sorologia em 3 semanas. Resultado positivo se houver elevação de 4x nos títulos.))
- baixa avidez (<30%): sugere infecção recente, há menos de 4 meses. Alta Antiga. Baixa Bem recente.
- alta avidez (>60%): sugestiva de infecção antiga, há mais de 4 meses. Alta Antiga. Pode suspender o tratamento.
Profilaxia de infecção fetal (Espiramicina 1g (comprimidos de 500) VO de 8/8h) se:
- Paciente >16 semanas: pois o teste de avidez não garantirá que a infecção ocorreu antes da gestação.
- Pacientes <16 semanas + teste de avidez baixa.
- Valores intermediários de avidez: são inconclusivos, por isso são considerados infecção recente.
- Soroconversão em paciente previamente susceptível.
Se confirmada infecção crônica: gestante apresenta risco desprezível de transmissão vertical diante de reinfecção, com rara a excessão de gestante imunocomprometidas.
Se confirmada infecção aguda:
- Orientar sobre riscos de infecção para o feto/RN.
- Encaminhar para serviço de medicina fetal para investigação de infecção fetal.
Se negativada infecção fetal:
- Manter Espiramicina até o fim da gestação.
Se confirmada infecção fetal// não tiver serviço de medicina fetal// acima de 32 semana (não pode fazer procedimento invasivo):
- Esquema tríplice (iniciado após 15 semanas):
- 1) Sulfadiazina 500mg, 2cp VO a cada 8h
- 2) Pirimetamina 25mg, 1cp VO a cada 12h
- 3) Ac Folínico 15mg, 1 cp VO ao dia
+
Hemograma a cada 2 semanas: risco de mielotoxicidade pela pirimetamina
SINAIS E SINTOMAS FETAIS
A transmissão para o feto ocorrerá na fase aguda da doença.
- Início da gestação: risco de transmissão é menor, porém mais grave.
- Fim da gestação: risco de transmissão é maior, porém menos grave.
No início da gestação:
- Abortamento
- Óbito fetal
- Acometimento do SNC do feto
Tríade clássica de toxoplasmose congênita:
- Coriorretinite: 26%
- Calcificações intracranianas: 13%
- Hidrocefalia: 2,4%
DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO FETAL
- Amniocentese entre 17 a 32 sem: PCR do líquido para detecção do DNA do parasita
ou - Cordocentese: pesquisa de IgM na circulação fetal. Mas tem maiores riscos.
- USG: mensal em pacientes com toxoplasmose aguda em busca de complicações fetais. Em casos mais graves recomendado quinzenalmente.
Achados do USG:
- Focos hiperecogênicos intracranianos
- Ventriculomegalia/ hidrocefalia
- Intestino hiperecogênico
- Hepatoesplenomegalia
- Calcificações intra-hepaticas
- Restrições de crescimento fetal
- Ascite
- Derrame pericárdico ou pleural
- Hidropsia
- óbito fetal
- aumento da densidade ou diâmetro placentário.