Teorias da Comunicação Flashcards

1
Q

1º momento das Teorias da Comunicação

Como é a Teoria Matemática da Informação de Shannon e Weaver?

A

Veem a comunicação como transmissao de informacao, a tradicional forma linear: fonte>canal>receptor. Apenas se preocupa com os ruídos que atrapalham a recepçao da mensagem e incentivam a redundancia para garantir a propagacao da informacao. O conteudo/ significado da mensagem é ignorado. Não tem dimensão social.

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2
Q

2º momento das teorias da comunicação

Do que se trata a Teoria Cibernética da comunicacao de Weiner?

A

Trata de entropia e do seu oposto, a organizacao, que é a soma da informação. Logo uma forma de combater a desordem da entropia é incentivar o fluxo de informação, através de feedback, que é um mecanismo homeostático, pois garante o equilibrio no sistema. Barreiras à comunicaçao favorecem entropia. A teoria cibernética rompe com a linearidade da Teoria matemática, é circular.

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3
Q

3º momento das teorias da comunicação - teorias de Massa

No que consiste a Teoria Hipodérmica (dos Efeitos Ilimitados) ou Teoria da Bala Mágica ou Correia de Transmissão?

A

Uma mensagem lançada pela mídia é imediatamente aceita e espalhada entre todos os receptores, em igual proporção.
Analisa a mídia a partir de premissas behavioristas. Seu modelo comunicativo é baseado no conceito “estímulo/resposta”: quando há um estímulo (uma mensagem da mídia), esta adentraria o indivíduo sem encontrar resistências.
Segundo os estudiosos desta corrente, a “massa” seria um conjunto de indivíduos isolados de suas referências sociais, agindo egoisticamente em nome de sua própria satisfação. Uma vez perdido na massa, a única referência que um indivíduo possui da realidade são as mensagens dos meios de comunicação. Dessa forma, a mensagem não encontra resistências por parte do indivíduo, que as assimila e se deixa manipular de forma passiva.

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4
Q

Quais os EFEITOS da Teoria Hipodérmica (dos Efeitos Ilimitados) sobre os indivíduos?
Lembrar comunicação/ propaganda oficial durante guerras.

A
  • imediatos
  • inevitáveis
  • amplos (atinge toda a massa (homogênea), indiscriminadamente)
  • diretos (mecânicos)
  • Origens no “estímulo-resposta” da teoria behaviorista.
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5
Q

4º momento teorias da comunicação

No que consiste o Modelo de Lasswell?

A

Primeiro passo rumo à superação da Teoria Hipodérmica. Simplifica o processo comunicativo que 5 perguntas:
“Quem? Diz o que? Em que canal? Para quem? Com que efeito?”
Formalizou os diferentes elementos da comunicação, gerando linhas de pesquisa para cada elemento. *Foca nos EFEITOS dos meios de comunicação de massa (‘com q efeito?’)

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6
Q

O que diz a Teoria da Persuasão?

A

Diferente da abordagem hipodérmica, a Teoria da Persuasão afirma que a mensagem da mídia não é prontamente assimilada pelo indivíduo, sendo submetida a vários filtros psicológicos individuais. Portanto, os efeitos da mídia não seriam de manipulação, mas de persuasão. Foca na comunicação de campanhas eleitorais, publicitárias, informativas.

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7
Q

Do que trata a “Teoria do Agendamento” (Agenda Setting) ou teoria dos efeitos a longo prazo?

A

Agenda setting defende que a mídia pauta a opinião pública ao destacar certos temas e obscurecer outros. Mas os efeitos não são instantâneos, são cumulativos no tempo. Não determina o que pensar ou falar mas sim sobre o que discutir. A Teoria do Agendamento estuda o poder de influenciar a agenda política dos meios de comunicação, ou seja, a capacidade que estes possuem para evidenciar um determinado assunto. Para isso, investiga a importância da mídia como mediadora entre o indivíduo e uma realidade da qual este se encontra distante.

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8
Q

Quanto à teoria da Persuasão, quais fatores da mensagem influem nos seus efeitos, de acordo com a abordagem da mensagem?

A
  1. credibilidade do comunicador
  2. ordem da argumentação
    - Efeito primacy: foco no que é transmitido primeiro, funciona melhor com novatos no assunto.
    - Efeito recency: foco na lembrança mais recente, funciona melhor com que já conhece do assunto.
  3. Integralidade dos argumentos: omitir argumento relevante é prejudicial; pessoas mais instruídas gostam de saber os dois lados da questão, mas quem já tem opinião formada nem sempre
  4. Explicitação das conclusões
    - explícito: quanto menor for o envolvimento do receptor
    - implícito: quanto maior for o envolvimento do receptor
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9
Q

Quanto à teoria da Persuasão, quais as 4 categorias de características do destinatário que influem nos efeitos da mensagem, de acordo com a abordagem da audiência?

A
  1. Interesse em obter informação
  2. Exposição seletiva: o indivíduo ficará mais interessado pelos assuntos aos quais estiver mais exposto, com os quais esteja de acordo. Devido ao nível de instrução, etc.
  3. Percepção seletiva: as mensagens não são entendidas da mesma forma por todas as pessoas. O indivíduo distorce o conteúdo, de forma a adequá-lo à sua forma de entender.
    - recepção seletiva: interferências da recepção
    - exposição defensiva: seleção de informações que estejam de acordo com pontos de vista assumidos anteriormente
    - decodificação aberrante
    - dissonância cognitiva: desconforto em situações ambíguas ou em que houve mudança de entendimento, devido ao desejo de uma autopercepção de racionalidade.
    - efeito assimilação: adequa a msg a sua opinião.
    - efeito contraste: não adequa e não aceita a msg.
  4. Memorização seletiva
    - efeito bartlett: indivíduo só lembra o q concorda e entende.
    - efeito latente: msg persuasiva não tem efeito imediato mas depois começa a fazer sentido.
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10
Q

No que consiste a Teoria Empírica de Campo (Teoria dos Efeitos Limitados)?
Teóricos: Paul Lazarsfeld (fluxo 2 níveis e formador de opinião), Kurt Lewin (criou termo gatekeeper)

A

Abandona a relação direta de causa e efeito entre a mensagem e o comportamento do indivíduo. Os filtros individuais nas mensagens seriam de origem mais social do que psicológica. Descobre a figura do “gatekeeper”, que controla o fluxo de informação e é formador de opinião informal. Isso gera o ‘fluxo de comunicação em 2 níveis’ ou ‘modelo de influência interpessoal’:
Mídia&raquo_space; líderes de opinião&raquo_space; outros indivíduos do grupo, ou seja, a opinião dos indivíduos é influenciada pela condição psicológica e pelos vínculos interpessoais.

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11
Q

Do que trata a Teoria estrutural-Funcionalista?

A

A Teoria Funcionalista estuda as funções exercidas pela mídia na sociedade, e não os seus efeitos. Em lugar de pesquisar o mero comportamento do indivíduo, estuda-se a sua ação social enquanto consumidor de valores e modelos que se adquire comunitariamente.
Seus métodos focam em situações corriqueiras e cotidianas, distanciando-se dos métodos da teoria Hipodérmica, Empírico-Experimental e de Efeitos Limitados por não estudar a mídia em casos excepcionais, como campanhas políticas.

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12
Q

Segundo Lasswell, quais as 3 funções que os processos comunicativos cumprem? Qual função surgiu depois?

A
  1. Vigilância
  2. Integração
  3. Educação
    Isso nos anos 20-30. Após surgiu a função de DIVERSÃO, possivelmente alienadora, q pode levar à ‘disfunção narcotizante’, que gera apatia política.
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13
Q

O que é o ‘excesso de informação’ para a teoria funcionalista?

A

Uma disfunção do processo comunicativo, que pode levar a ataques de pânico, isolamento, inação (couch potato).

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14
Q

Quais as 3 formas que a relação entre COMUNICAÇÃO e ORGANIZAÇÃO pode ser vista?

(PUTNAM, PHILLIPS e CHAPMAN, 2004)

A

i) a forma de contenção ou CONTÊINER, que vê a comunicação ocorrendo dentro da organização que possui uma estrutura material, concreta, reificada;
ii) a relação de PRODUÇÃO: que estabelece que “a comunicação e a organização podem produzir-se uma a outra”.
iii) a relação de EQUIVALÊNCIA:
considerada a mais radical, que estabelece que comunicação e organização são processos isomórficos, entendidos como “uma só entidade, um só fenômeno, expressos de modos diferentes”

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15
Q

No que consiste as 7 linhas metafóricas que guiam as pesquisas em comunicação?

A

a) Metáfora do Conduíte: perspectiva do contêiner (comunicação dentro da organização); vê a comunicação como um conduíte – canal pelo qual algo é transportado – e a comunicação é entendida como um sistema de transmissão de mensagens por toda a estrutura organizacional.
b) Metáfora da lente: organização como contêiner; trata a comunicação como um processo de filtragem: busca, recuperação e encaminhamento da informação. Tem como pressuposto básico que a informação é sempre incompleta, de modo que “ao transmitir a mensagem, diferentes repertórios e metas de emissores e receptores aumentam a probabilidade de que a informação seja convertida, simplificada, reduzida ou sumarizada”
c) Metáfora do linkage: sentido produtivo; comunicação é vista como um conector que liga indivíduos e unidades. Considera as organizações como “redes múltiplas que se sobrepõem com fronteiras permeáveis”. A comunicação é essencial, uma vez que é através dela que ocorre a conexão entre indivíduos, grupos e níveis interorganizacionais.
d) Metáfora da performance: a organização e a comunicação são co-produtoras; a interação social é o foco na análise organizacional. A organização é um conjunto de ações coordenadas.
e) Metáfora do símbolo: os indivíduos atuam simbolicamente criando símbolos que dão sentido ao seu mundo e a comunicação é entendida como sendo a interpretação desses símbolos. Tais símbolos podem ser narrativas, metáforas, ritos e rituais e “são mais do que manifestações de uma cultura organizacional; são os meios pelos quais o ato de organizar é realizado com sucesso”

f) Metáfora da voz: o pressuposto desta metáfora é o de que nem todos os
membros da organização têm voz igual ou cantam a mesma melodia. A
comunicação é vista como expressão ou supressão das vozes dos membros da organização. A organização, por sua vez, constitui-se de diversos tipos de
vozes – distorcidas, de dominação, diferentes – e pelo acesso à voz.

g) Metáfora do discurso: trata a comunicação como conversão e a organização como textos que contém diálogos e gêneros. Refere-se à linguagem, às gramáticas e aos atos discursivos. A comunicação é uma conversação que focaliza o processo e a estrutura, o diálogo entre parceiros, as configurações do contexto.

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16
Q

O que são as metáforas que guiam as pesquisas em comunicação organizacional?

Putnam, Phillips e Chapman (2004)

A

Baseados nestas três formas de compreensão da comunicação organizacional (contêiner, produção e equivalência), os autores fazem uma revisão da literatura sobre comunicação e elencam sete metáforas que revelam as diversas representações da comunicação e da organização e exploram o relacionamento comunicação-organização imerso em cada metáfora. “Essas metáforas servem como molduras alternativas para examinar a literatura de comunicação organizacional e a relação entre comunicação e organização”:

a) Metáfora do Conduíte
b) Metáfora da lente
c) Metáfora do linkage
d) Metáfora da performance
e) Metáfora do símbolo
f) Metáfora da voz
g) Metáfora do discurso

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17
Q

O que diz a Teoria Culturológica (Escola francesa)?

A

Parte de uma análise à Teoria Crítica e desenvolve assim um pressuposto diferente das demais teorias. No lugar de pesquisar os efeitos ou as funções da mídia, procura definir a natureza da cultura das sociedades contemporâneas. Conclui que a cultura de massa não é autônoma, como pretende as demais teorias, mas parte integrante da cultura nacional, religiosa ou humanística. Ou seja, a cultura de massa não impõe a padronização dos símbolos, mas utiliza a padronização desenvolvida espontaneamente pelo imaginário popular.

A cultura de massa atende a demanda dupla entre produção-consumo: cumpre a padronização industrial exigida pela produção artística, por outro, corresponde à exigência por individualização por parte do espectador. É o que se define como sincretismo. Os produtos da mídia transitam entre o real e o imaginário, criando fantasias a partir de fatos reais e transmitindo fatos reais com formato de fantasia.

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18
Q

Quais as 2 linhas de abordagem da Teoria da Persuasão?

A
  1. Relacionada à audiência: características dos destinatários condicionam os efeitos da mensagem.
  2. Relacionada à mensagem: estruturação ótima das mensagens aprimora os efeitos persuasivos.
  3. à audiência, o indivíduo ficará interessado pelos assuntos aos quais estiver mais exposto; além disso, tenderá a consumir as informações com as quais esteja de acordo. Em algumas ocasiões, o indivíduo até mesmo distorcerá o conteúdo das mensagens recebidas, de forma a adequa-las à sua forma de entender a questão.

Em relação à mensagem, o indivíduo a consumirá de acordo com o grau de prestígio e de confiança que depositar naquele que a transmite (o comunicador). Conta também a maneira como os argumentos são distribuídos; se todos ou apenas parte dos argumentos estão presentes; a exposição implícita ou explícita das intenções da mensagem; e o grau de envolvimento do indivíduo com o assunto.

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19
Q

O que diz a Teoria Crítica (Escola de Frankfurt)?

Marcuse e Horkheimer

A

Parte do pressuposto das teorias marxistas e investiga a produção midiática como típico produto da era capitalista. Desvendam assim a natureza industrial das informações contidas em obras como filmes e músicas: temas, símbolos e formatos são obtidos a partir de mecanismos de repetição e produção em massa, que tornam a arte adequada para produção e consumo em larga escala.

Assim, a mídia padroniza a arte como faria a um produto industrial qualquer. É o que foi denominado indústria cultural. Nesta, o aspecto artístico da obra é perdido. O imaginário popular é reduzido a clichês. O indivíduo consome os produtos de mídia passivamente. O esforço de refletir e pensar sobre a obra é dispensado: a obra “pensaria” pelo indivíduo.

20
Q

No que consiste o paradigma mecanicista na comunicação?

A

Pressupõe:
I - comportamento padronizado; (dos repectores, do público)
II - eficácia organizacional; (visa apenas à resolver problemas, foca na finalidade)
III - prática voltada a resultados; (visa apenas a passar a mensagem da org)
VII - visão funcionalista. (comunicação como meio para transmitir opiniões org)

Exemplos de uma visão mais dinâmica da comunicação seria a criação de relacionamentos mais duradouros com o público, se adaptar às peculiariedades de públicos diferentes, criar um “diálogo” e formas de feedback com clientes, etc.

21
Q

Quais os 2 objetivos do processo de comunicação?

A
  1. CONSUMATÓRIA – tem como fim exclusivo a troca com o outro. Pode ser “falar por falar”, ou a necessidade de comunicar ao outro seu universo pessoal. *É sempre espontânea, mas tem objetivo!
  2. INSTRUMENTAL – sempre utilitária e com segundas intenções.
    - A troca com o outro é procurada, preparada e estabelecida para fins de manipulação, mais ou menos confiscável. Exemplo: mensagens publicitárias, “slogans” de propaganda política.
    - O outro é percebido como um objeto a explorar, a seduzir ou enganar, com o objetivo de assegurar certos ganhos e satisfazer alguns interesses. Há um objetivo a ser explorado.
22
Q

Com a teoria dos Efeitos Limitados, surge a figura do líder de opinião, devido à influência do contexto social e relações interpessoais na opinião das pessoas.
Quais os 2 tipos de líderes de opinião?

A
  • LOCAL: conhece grande número de pessoas, influencia com base no senso comum; polimorfo, pois exerce infuência em diversos temas diferentes.
  • COSMOPOLITA: monomórfico, pois é especialista, influencia no seu tema estudado.
23
Q

Quais os 3 núcleos da teoria Pragmática (Escola de Chicago)?

A

(1)antifundacionalismo: rejeição a qualquer espécie de entidade metafísica, de existência estipulada e não passível de verificação empírica, ou categoria apriorística, implicando uma crítica constante e reavaliação da realidade;
(2)consequencialismo ou instrumentalismo: julgamento de proposições com base em um teste consequencialista e a uma reavaliação da verdade; daí vem majoritariamente o termo pragmatismo;
(3) o contextualismo: valorização da experiência, da prática e dos fatos, insistindo em uma investigação compartilhada para gerar significados e ideias convergentes, investigação esta que
depende essencialmente do contexto e da situação em pauta.

Essas características pressupõem um afastamento da metafísica, a rejeição do nominalismo e uma proximidade com o realismo.

24
Q

O que a teoria Pragmática defende?

A

Defende-se que o valor de verdade é um valor prático das ações humanas. A função do pensamento é produzir hábitos de ação, que
dariam sentido às coisas. Os conceitos de ação e comunicação, já presentes no pragmatismo, foram fundamentais para um posterior
desenvolvimento da teoria social.

25
Q

Na teoria Pragmática, Cooley criou a analogia do “looking-glass self” e o conceito de “grupo primário”. Do que se tratam?

A

Looking-glass Self: perceber o posicionamento das pessoas com as quais interagimos nos ajuda a nos situar no mundo e compreendê-lo.

Grupo Primário: reforça as interações sociais
BÁSICAS (mais próximas e íntimas) na formação dos indivíduos, abstraídas em muitos estudos que privilegiam a uniformização e os efeitos dos grandes grupos e das instituições sobre os indivíduos.

26
Q

O Interacionismo Simbólico funda-se em 3 princípios básicos descritos por Blumer (1969):

A
  1. A ação dos homens em relação ao mundo fundamenta-se nos significados que este lhes oferece.
  2. Esses significados derivam da interação social.
  3. Tais significados são manipulados e compreendidos por um processo interpretativo.

O princípio básico do Interacionismo
Simbólico, na procura do entendimento da relação entre o indivíduo e a sociedade, é que
“a ação e interação humanas só são compreensíveis como troca comunicacional ou simbólica.”

27
Q

Quais os 7 axiomas da Escola de Palo Alto ou Colégio Invisível?

(Formado por psiquiatras, estuda relação entre comunicação e problemas mentais.)

A
  1. Não se comunicar é impossível; nos comunicamos a todo momento por meio de olhares, posturas corporais, atitudes, etc;
  2. Comunicar é comunicar algo (relato) de certa forma (relação); toda comunicação admite um nível de metacomunicação;
  3. Comunicação é processual, sequencial e pontuada; a pontuação contribui para o nível da relação (da metacomunicação);
  4. O conteúdo, o relato é mais afim à linguagem digital (verbal); já a relação, a metacomunicação, é mais afim à linguagem analógica (posturas, olhares);
  5. Os conteúdos comunicacionais são ambíguos com base na inter-relação entre o relato e a relação (entre comunicação e metacomunicação);
  6. As interações comunicacionais são simétricas ou complementares, ao se basearem na igualdade ou diferença;
  7. A estabilização e determinação dos processos comunicacionais atendem a certas regras, muitas delas sociais, aceitas pelos participantes da comunicação.
28
Q

No Interacionismo Simbólico (ramo da teoria Pragmática), com é formado o self? Quais as 3 fases do processo de socialização de Mead?

Precursor: George Herbert Mead

A

Para Mead, o self, o indivíduo se forma nos processos de interação social, colocando-se no lugar do outro, numa atitude reflexiva. O processo reflexivo subtende um deslocar de posição em relação aos outros, colocando a si mesmo como “objeto”.

A linguagem edifica, ou seja, a comunicação é parte da pragmática da ação humana e é capaz de constituir e organizar a intersubjetividade de sujeitos dialógicos (forma significados comuns entre pessoas).

O processo de socialização tem 3 fases:
1a-Brincadeira (play): a espontaneidade é dominante e não tem regras fixas. Ex: girar;
2a-Jogo (game): as regras da interação definem claramente quem é quem e que papéis se devem cumprir. Ex: policia e ladrao;
3a-Outro Generalizado: o indivíduo tem acesso a todos os papéis de sua comunidade, sendo capaz de ver-se neles. Compreende o comportamento dos outros e a eles responde, adequadamente, durante a interação social.

29
Q

Quais os 3 pressupostos das hipóteses do Agenda Setting?

A
  1. Fluxo CONTÍNUO da informação: foca o efeito contínuo e cumulativo do conjunto dos conteúdos disseminados pelas mídias de massa, que gera “efeito de enciclopédia”.
  2. A influência ocorre a MÉDIO e LONGO PRAZO, não a curto prazo. Enquanto a ênfase das teorias da comunicação de massa (com a relativa exceção das teorias baseadas na sociologia estrutural-funcionalista) era no efeito imediato, apurável em pesquisas de opiniões, questionários ou entrevistas.
  3. Influi SOBRE O QUE DISCUTIR e valoriza CERTOS TEMAS. Ao contrário da teoria hipodérmica, que diz o quê pensar sobre um tema.
    Desse modo, a agenda da mídia é refletida em uma agenda individual e social.
30
Q

Como funciona a teoria Espiral do Silêncio de Elizabeth Noelle-Neumann?

A
  1. Os indivíduos temem o isolamento social como resultado de manifestações de posições não integradas (uma opinião radical em uma questão polêmica, por exemplo);
  2. O medo ao isolamento faz com que o indivíduo tente se situar continuamente no meio social, avaliando as tendências, a opinião geral, o clima de opinião;
  3. Os resultados dessa avaliação constante influenciam no comportamento do indivíduo em público, particularmente em evitar uma expressão de opiniões que possam contradizer o clima de opinião percebido;
  4. Assim, à medida que um tema é tematizado de certo modo pela mídia, apresentado centralmente e em consonância, tende-se a produzir certo clima de opinião;
  5. Em seu próprio processo de percepção, o clima de opinião é continuamente reforçado, pois mais e mais pessoas tendem a se calar quando se percebe uma inclinação geral em relação ao
    tema divergente da opinião dessas pessoas;
  6. Assim, um clima de opinião paulatinamente torna-se uma suposta opinião geral e tem poucos opositores.
31
Q

Qual o significados dos conceitos:

a) Acumulação
b) Consonância
c) Onipresença
d) Relevância
e) Frame temporal
f) Time Lag
g) Centralidade
h) Tematização
i) Saliência
j) Focalização

A

a) Acumulação: Capacidade da mídia de colocar um tema em relevância no tempo (por repetição e ressonância entre as diversas mídias).
b) Consonância: Traços em comum das mídias, não obstante suas diversidades, no modo pelo qual transformam acontecimentos dentro de um amplo espectro em notícias.
c) Onipresença: Quando um acontecimento ultrapassa o espaço a que é normalmente destinado e repercute em várias áreas –
econômica, social, política, etc.
d) Relevância: Definida pela consonância de um tema nas diversas mídias, ou seja, se é noticiado boa parte delas ou por poucas.
e) Frame temporal: Intervalo de tempo no qual a pesquisa levanta as agendas da mídia e as agendas do público e contextualiza os acontecimentos (nesse intervalo espera-se ser possível a observação e compreensão dos efeitos).
f) Time Lag: conceito relacionado ao anterior, medido pelo tempo transcorrido entre o levantamento da agenda da mídia e a agenda
do público na pesquisa.
g) Centralidade: Capacidade que a mídia tem de tornar determinado acontecimento importante, atribuindo-lhe relevância e significado, e colocando-o em uma escala hierárquica. Algumas vezes o conceito é utilizado como a centralidade que o espectador atribui a determinado acontecimento com base em sua experiência pessoal com o tema.
h) Tematização: Capacidade que a mídia tem de destacar um assunto pelo modo de expô-lo. Conceito relacionado é a suíte de uma matéria, os desdobramentos que o tema vai assumindo na
continuidade da cobertura, de modo a atrair e manter a atenção do espectador.
i) Saliência: Valorização individual atribuída por um espectador a um tema, traduzida na percepção do espectador em relação à
opinião pública.
j) Focalização: Modo da mídia abordar um tema, incluindo linguagem, contextualização, editoração, chamadas especiais, etc.

32
Q

No que consiste a Teoria Estudos culturais (Escola inglesa)

A

CONTEXTO + CULTURA
Cultura compreendida em sentido vasto como inter-relações que resultam em significados e valores compartilhados e são por eles influenciada. O processo social atribui sentido à realidade, cria um campo comum de
significação.

Os Estudos Culturais britânicos combinaram:

  • esforço teórico e projeto político (valorização das expressões populares),
  • multidisciplinaridade e
  • multiplicidade de objetos de investigação.

Enfatiza a comunicação de massa nas suas articulações com a cultura e com as estruturas sociais (CONTEXTO histórico e social). A mídia de massa cria novas formas de cultura.

33
Q

No que consiste o modelo codificação-decodificação de Stuart Hall, um dos teóricos da Teria Estudos culturais.

A

A mensagem midiática pode ser interpretada:

(1) pela posição DOMINANTE ou preferencial, de acordo com a concepção do criador da mensagem;
(2) pela posição NEGOCIADA, quando há negociação do sentido da mensagem, dadas as condições dos consumidores; e
(3) pela posição de OPOSIÇÃO, quando a mensagem é compreendida, mas interpretada por meio de uma referência alternativa.

34
Q

Qual o foco do Paradigma Midiológico e Tecnológico (Escola Canadense), do qual McLuhan fazia parte?

A

A partir dos anos 50, superando o enfoque nos conteúdos das mensagens midiáticas e seus efeitos, começam a aparecer preocupações
com os efeitos das tecnologias de informação e comunicação (TIC) nas formações sociais. Antes disso, a maioria dos estudiosos ignorava o meio e focava apenas no conteúdo.

35
Q

Para McLuhan, há diferença entre meio e canal. O que dizem suas ideias a respeito?

A
  1. A concepção de meios tecnológicos em um sentido mais extenso que canal.
    - mensagem +canal =mensagem.
    - mensagem + meio =mensagem modificada.
  2. Meios de comunicação geram alterações antropológicas e sociais. A tecnologia induz mudanças na sociedade. Ex: internet.
  3. Meios de comunicação criam vínculos entre as pessoas. São meios de comunicação para McLuhan: a linguagem, o dinheiro, vestuário, transportes, e outros.
36
Q

McLuhan disse q “o meio é a mensagem”, o que ele quis dizer?

A

A compreensão do conteúdo central da mensagem depende do meio, que pode potencializar ou distorcer o que o emissor queria dizer.

37
Q

McLuhan dividiu os meios em dois grupos, o que são os meios frios e os meios quentes?

A

Nos QUENTES há saturação de dados, não exigem muita a participação do público. Exs: rádio (está esfriando), cinema, meios escritos ou impressos, a valsa, uma conferência.

Os FRIOS dirigem-se a mais de um sentido, não saturando os significados o que permite participação e q a imaginação possa atuar. Exs: telefone, televisão (telespectador pode mudar canal), conversação, o jazz.

38
Q

Como funciona o Paradigma Semiótico/ Semiológico – Linguística Estrutural e Semiótica?

A

A semiótica tem como preocupação central a mensagem. Concebe o SIGNO de modo BILATERAL: o significado (o que se representa) e o significante (como se representa).

O raciocínio é um encadeamento de signos. Esse processo, uma série de interpretações sucessivas, o verdadeiro objeto de estudo da semiótica, é a SEMIOSE. É a criação coletiva de sentido, pois a geração e o atrito de signos produz significados comuns.

As relações entre os signos definem 3 grandes divisões da semiótica:

  1. Sintaxe: estudo das relações formais dos signos entre si.
  2. Semântica: estudo dos signos em suas relações de significado com o objeto ou referente.
  3. Pragmática: estudo dos signos em suas relações com os intérpretes e usuários.
39
Q

Como funciona o Paradigma Conflitual Dialético – O Imperialismo Cultural?
(Escola Latinoamericana)

A

O Imperialismo Cultural tem influências da Teoria Crítica. A Indústria Cultural é concebida como uma estratégia dos países desenvolvidos para manipular e estabelecer domínios nos países subdesenvolvidos. Na década de 60 havia uma preocupação intensa com o desigual fluxo mundial de comunicação.

O Imperialismo Cultural seria uma estratégia mutante que se conforma a diversas fases de expansão política e econômica e diferentes
realidades e contextos nacionais. Substitui a divisão do trabalho como meio de penetração imperialista. “soft power”

40
Q

Como funciona o Paradigma Conflitual Dialético no Brasil: Folkcomunicação, criada por Luiz Beltrão e considerada uma teoria genuinamente brasileira?

A

Folkcomunicação é um processo HORIZONTAL e ARTESANAL, um intercâmbio de informações, opiniões, ideias e atitudes da massa por meio de agentes ligados direta ou indiretamente ao folclore. Beltrão classifica como a ‘comunicação dos marginalizados’.

Houve gradualmente uma extensão de seu escopo, as manifestações culturais populares ou folclóricos se expandem e socializam, convivendo com a comunicação de massas, da qual sofrem influências e modificações. Observam-se estratégias da cultura popular de expressar mensagens veiculadas pela indústria cultural, adaptando-as. Trata-se de interação entre formas sociais diferentes.
A teoria pesquisa como a comunicação de massa apropria-se da cultura folk, divulgando-a, transformando-a, estilizando-a e finalmente comercializando-a.
Desse modo, como instância mediadora entre a cultura popular e a cultura de massa, a teoria pode sinalizar uma estratégia contrahegemônica das classes inferiorizadas, que mesmo que indiretamente influem no geral.

41
Q

O que é a ética teleológica?

A

Telos = finalidade. Estuda o fim de um ato comunicativo, seus efeitos e consequências. Tem um aspecto utilitarista, a utilidade (benefícios) resultante dos atos deve ser avaliada para se julgar eticamente a ação.

> Isso é complicado pois um bom resultado pode advir de meios ruins.

42
Q

O que é a ética deontológica?

A

Deontologia foca na moral, nos princípios que regem o ato comunicativo. Ao contrário da teleologia, foca no meio, no porquê de um ato, sem se preocupar muito com seus resultados.

Inspira-se no imperativo categórico kantiano. A conduta deve ser universal, isto é, ter validade para o agente e as outras pessoas. Não importam as consequências, o que vale é o princípio universal que guia a ação.

> mas princípios são contingentes e históricos. Ao mudar vão criar impasses éticos nos atos que eles sustentavam.

43
Q

O que é ontologia?

A

onto = ente e logia = ciência, logo “ciência do ser”. É a parte da metafísica que trata da natureza, realidade e existência dos entes. O “ser enquanto ser”.

44
Q

Termo muito empregado nas teorias de comunicação, do que trata o “enquadramento” ou “frames”?

A

Pressupostos e princípios individuais que geram um “frame” de interpretação por meio do qual os indivíduos organizam informação. Princípios compartilhados socialmente e que persistem no tempo, trabalhando simbolicamente para estruturar sentido ao mundo real. Tipo “mapas mentais”, estruturas mentais que cada um tem e que ajudam a dar sentido à realidade.

45
Q

Do que trata a “influência seletiva”?

A

É uma teoria que foca na audiência e nos fatores que originam a seletividade na comunicação. Procura entender por que certos fatos são ressaltados e outros esquecidos. Há interesses divergentes em obter informação, as atitudes do indivíduo influenciam a exposição à informação e a própria interpretação e memorização da mensagem são seletivas.

46
Q

Na Teoria Semiótica, quais os significados de: a) signo

b) semiose
c) sistema
d) polifonia
e) cultura

A

a) signo: combina uma ideia (conteúdo, o significado) com uma imagem acústica (meio, língua, gesto, o significante).
b) semiose: processo que relaciona o signo, o significado e o significante. A cadeia semiótica gera significados compartilhados pois é dinâmica, baseada na criação e circulação de signos. Pressupõe interação entre locutor e locutário, e esse atrito entre signos produz uma significação comum.
c) sistema: enfatiza a integração de mensagens distintas.
d) polifonia: diversidade de vozes.
e) cultura: coabitação e ligação de diversos sentidos (teia de significados), mais abrangente que semiose, pois inclui valores, práticas, etc.

47
Q

Quais os pontos comuns das teorias de Palo Alto (colégio invisível)?

A

Repudiam o modelo linear da comunicação.

  1. A comunicação baseia-se principalmente em processos relacionais e interacionais – e não tanto nos elementos do sistema;
  2. A comunicação ocorre em vários níveis e adota vários meios – assim, por exemplo, a fala é acompanhada de sinais corporais que
    podem reafirmar ou contradizer o discurso;
  3. O comportamento humano tem valor comunicativo – as relações humanas são concebidas como uma ampla rede de comunicação;
  4. Uma “lógica da comunicação” pode ser deduzida das sequências de mensagens (abordagem horizontal) e da relação entre os
    elementos e os sistemas (abordagem vertical) – ideia especialmente de Watzlawick, que estudava doenças psíquicas (o “sistema”) e seus sintomas (as “mensagens” sequenciais).