Comunicação Pública Flashcards

1
Q

O que quer dizer a “colonização da esfera pública”, conceito criado por Habermas?

A

O espaço público, originalmente sustentado pela mídia impressa, permitiu à burguesia discutir, interagir e desenvolver uma postura crítica em relação a autoridades tradicionais como o Estado ou a Igreja.

Entretanto, a esfera pública, com o desenvolvimento capitalista, passou a ser “colonizada” pelo consumismo ou pela propaganda ideológica.

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2
Q

O que é a “ação comunicativa”, outra das teses de Habermas?

A

Meio de coordenar a ação social sustentado por um diálogo, uma comunicação em que os sujeitos não se movem por interesses egocêntricos, mas procuram estabelecer pontos de convergência e ouvir a todos, em “atos de entendimento”.

Essa é a “racionalidade comunicativa”, que se opõe frontalmente ao que Horkheimer e Adorno denominaram a “racionalidade instrumental”, guiada pelo princípio racional da pura adequação de meios a fins.

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3
Q

O conceito de comunicação PÚBLICA se relaciona mais com governo ou Estado?

A

A Comunicação Pública está mais focada em interesses COLETIVOS, menos
circunstanciais e perenes, aproximando-se mais do conceito de ESTADO.

Trata-se do interesse PÚBLICO, da coletividade, do conjunto social, que não se confunde com o interesse privado, mas também não se opõe frontalmente a ele, já que o interesse público constitui uma projeção da
negociação entre diversos interesses privados.

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4
Q

Qual o conceito de comunicação PÚBLICA de Zémor, muito usado pelos estudiosos brasileiros?

A

Zémor define a Comunicação Pública como:

  • comunicação FORMAL,
  • que visa o intercâmbio de informação de UTILIDADE PÚBLICA e o
  • estabelecimento de uma RELAÇÃO SOCIAL promovida institucionalmente.
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5
Q

Quais as 3 características necessárias à comunicação pública?

A
  • participativa
  • dialógica
  • interativa
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6
Q

Quais os 5 tipos de Comunicação Pública. de acordo com Zémor?

A
  1. Fornecimento de INFORMAÇÕES pelas instituições públicas a seus públicos. As informações devem estar disponíveis de forma
    transparente. Englobam a prestação de contas. Devem conter “direitos”, como a disponibilidade e meio de obter serviços, mas também descrever as “regras do jogo”;
  2. Estabelecimentos da RELAÇÃO dos serviços públicos com os usuários. Estabelecer um diálogo, considerando os feedbacks. A igualdade de direitos do público não é unicidade da comunicação. Deve-se CUSTOMIZAR os serviços, as informações e a comunicação.
  3. Promoção dos serviços públicos. Divulgação dos serviços. Há uma convergência, ao contrário dos itens anteriores, com princípios mais clássicos da publicidade e das relações públicas.
  4. Campanhas de informação de interesse geral. Zémor destaca as grandes “causas sociais” e a informação cívica, a informação que objetiva construir uma base necessária ao funcionamento institucional e político. Não confundir as causas cívicas com interesses governamentais ou partidários.
  5. Valorização das instituições públicas.
    Comunicação institucional, interna ou externa, que esclarece as atribuições da instituição, afirma sua imagem, presta contas do desempenho institucional e divulga sua política.
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7
Q

Por que há um “déficit cívico” nas sociedades contemporâneas?

A

(a) a não consideração do receptor como polo efetivamente ativo e participativo do processo comunicacional;
(b) a tendência a tecnologizar a administração da coisa pública; e
(c) uma opinião pública atravessada por
influências efêmeras ou tendências socioculturais dispersas, no lugar da antiga estruturação por grupos sociais mais ou menos
organizados (como os partidos políticos, associações, etc).

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8
Q

López afirma que a Comunicação Pública compreende 5 dimensões:

A
  1. a política (comunicação política),
  2. a midiática (meios de comunicação),
  3. estatal (interação entre governo e sociedade),
  4. organizacional (setor privado) e
  5. vida social (cujas ações, intencionais ou não, partem de movimentos e mobilização social).
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9
Q

Qual a relação entre “advocacy” e “lobbying”?

A

Lobbying é um tipo de advocacy, focado em interesses particulares. Advocacy é mais amplo, é ato político ou de Comunicação Pública referente à convocação social e
construção de propósitos e sentidos compartilhados relativos a temas de
interesse público.

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10
Q

De acordo com López, os níveis de comunicação, que implicam participação CRESCENTE, são:

A
  1. Informação – que se efetua com base na notícia;
  2. Consulta – que ocorre por meio de entrevistas, pesquisas, grupos focais, sondagens de opinião, etc.
  3. Deliberação – que implica a troca construtiva de argumentos e a conciliação de interesses divergentes tendo em vista uma decisão
    que se deve tomar. Ocorre em ambientes como fóruns, painéis locais de debate público, discussões em grupo, etc;
  4. Consenso – que é o acordo quanto a uma decisão depois da discussão e harmonização de interesses;
  5. Corresponsabilidade – que implica assumir responsabilidades pelas decisões de modo compartilhado.

Note como os níveis de Deliberação, Consenso e Corresponsabilidade exigem postura ativa do cidadão no processo comunicacional. Já o nível da informação inclina-se para um modelo de
transmissão comunicacional.

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11
Q

O italiano Paolo Mancini define Comunicação Pública a partir de 3 dimensões entrelaçadas. Quais são e qual a mais importante para ele?

A
  1. PROMOTORES ou emissores da Comunicação Pública: podem ser organizações públicas, privadas ou semipúblicas. Não se trata da natureza jurídica da organização, mas de seu campo de atuação.
  2. FINALIDADE*: para Mancini, é o que mais define a Comunicação Pública, que NÃO se orienta para a obtenção de vantagens econômicas.
  3. OBJETO: são os interesses gerais, que dizem respeito à sociedade como um todo, e produzem efeitos sobre a interação social e as esferas privadas envolvidas.
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12
Q

A Comunicação Pública envolve debates, negociações e harmonização de interesses, mobilização?

A

Sim, pois almeja a conciliação e o consenso! Busca construir a agenda pública e mobilizar a população para a execução de políticas públicas.

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13
Q

Os tipos de informação veiculados nos processos de Comunicação
Pública são bem variados, conforme Duarte (2007):

A

-institucionais (caracterização e estruturação das instituições públicas),
-de gestão (sobre a administração),
-de utilidade pública (interesse geral das pessoas: imposto de renda, vacinação, etc),
-de prestação de contas (do governo e das instituições),
-de interesse privado (informações que
dizem respeito ao cidadão, como cadastros), -mercadológicos (produtos e serviços que participam de concorrência, resultados
de concorrências, etc), e
- dados públicos (que dizem respeito ao conjunto da sociedade, como estatísticas, legislação, documentos históricos, etc);

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14
Q

Comunicar bem implica deixar claro o papel de emissor. A Comunicação Institucional é anterior às outras formas de comunicação e compreende pelo menos 3 fases:

A
  1. Fase Estratégica: Diz respeito às situações de mercado estabelecedoras do valor de uma empresa em seu setor, como taxa de lucro, competitividade, crescimento, e outros.
  2. Fase Estrutural: A comunicação é importante na escolha da estrutura organizacional e na mobilização dos funcionários para atuar nessa estrutura.
  3. Fase Identitária: mobiliza uma identidade institucional necessária para viabilizar e missão e a estrutura organizacional.
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15
Q

Zémor (1995) argumenta que o campo de intervenção da Comunicação Institucional pode ser representado por círculos concêntricos:

A

1o- interno: com os empregados da empresa.
2o-operacional e microambiente: comunicação com clientes, fornecedores e usuários de produtos e serviços.
3o círculo- ambiente setorial (mesoambiente): ramo da indústria (competidores e parceiros) ou, no caso institucional, os representantes dos atores sociais, a imprensa, etc. É um
campo privilegiado para a exposição e justificação institucional.
4o círculo- ambiente geral (macroambiente): Abrange os aspectos econômicos, legais,
sociais, etc. No plano institucional, comporta a difusão das regras do Estado, as alterações nas tendências e comportamentos sociais, e as mediações entre o poder público e os cidadãos, que são realizadas por profissionais
da comunicação, jornalistas e mídia.

Alguns resumem em micro e macroambiente.

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16
Q

Qual a diferença entre identidade e imagem institucional?

A

Identidade: cultura organizacional, é uma condição de existência e gera um sentimento de permanência no tempo; diferencia a org.

Imagem: percepção que se tem da identidade. “A Imagem é a sombra da identidade”. A divulgação da imagem institucional demanda uma estratégia (uma das funções da Comunicação Organizacional).

17
Q

Qual o objetivo do bom planejamento estratégico de comunicação de uma instituição pública?

A

A convergência entre identidade e imagem! Ou seja, a transparência e a coerência entre imagem e identidade.

18
Q

Na história da comunicação governamental brasileira, duas grandes políticas articuladas conservadoras se destacam:

A

A primeira foi, no início dos anos 30, a configuração de políticas de controle de informação que culminaram, no contexto do Estado Novo, entre 1937 e 1945, no
Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) e em uma rede nacional que pautava e censurava a imprensa.

A segunda foi, comandada pela ditadura militar dos anos 60 e 70, a criação de um Sistema de Comunicação Social que visava a propaganda e a censura.

19
Q

Cite características do jornal Última Hora de Samuel Wainer.

A

Foi criado por ingerência de Getúlio Vargas, para se tornar um jornal popular que apoiasse o
populismo varguista em meio à imprensa que lhe fazia oposição.
Foi um jornal inovador, utilizando uma seção de carta dos leitores, enfatizando os problemas locais e se destacando por possuir colaboradores como Nelson Rodrigues, Paulo Francis e Chacrinha. Sofreu oposição cerrada de Carlos Lacerda e resistiu até o golpe militar de 1964.

20
Q

Cite características do jornal Pasquim.

A

Criado por iniciativa do cartunista Jaguar e outros no final da década de 60, tinha como foco o humor e, à medida que a ditadura
endurecia, a oposição política ao governo. Notabilizou-se por textos curtos, cartuns memoráveis e a participação de Henfil, Ivan Lessa e Millôr Fernandes. Diz-se que a entrevista com Leila Diniz publicada no
jornal foi o estopim da censura prévia. Sofreu uma brutal perseguição política, que envolveu atentados terroristas em pontos de venda. Em
1991, houve sua última edição.

21
Q

Quando surgiu a imprensa no Brasil?

A

No início do século XIX a corte portuguesa chegou ao Brasil, ocasionado uma série de avanços em diversas áreas, entre elas a
imprensa brasileira.
O Correio Braziliense e a Gazeta do Rio de Janeiro foram criados nessa época.

22
Q

*CESPE: Se a visão e a liderança de uma empresa forem apropriadas (adequadas), a imagem e a identidade dessa empresa serão coincidentes.

A

“Os gerentes sabem que precisam transformar-se em líderes que tenham visão, determinam uma missão e estabelecem valores fortes que façam todos caminharem na mesma direção. […] A comunicação organizacional já não se concentra apenas em transmitir informações, mas também em mudar o comportamento dos empregados para que realizem um melhor trabalho, impulsionando a organização em direção às suas metas.”

23
Q

Quais características são importantes para a identidade das instituições públicas?

A
  • Transparência e a Coerência (convergência entre identidade e imagem)
  • Autenticidade: deve se manter firme com suas competências legais. Muitas vezes violada por políticos tentados à autopromoção, que extrapolam limites legais.
  • Estabilidade e coerência institucionais podem ser comprometidas pela grande diversidade de funções em um só órgão, que dificulta a estabilização de uma imagem institucional.
24
Q

Considera-se frequentemente que a imagem institucional é formada por 2 fatores principais, conforme Pimenta (2002):

A

a) a imagem do produto (qualidade, preço, durabilidade, benefícios, etc); e
b) O relacionamento com o consumidor (atendimento, assistência técnica, promoções, etc).