Teoria Geral da Prova Flashcards
Quem são os destinatários da prova?
São todos aqueles que devem formar sua convicção. De modo geral, o órgão jurisdicional.
Qual a finalidade da prova?
A finalidade da prova é a reconstrução dos fatos investigados na fase extraprocessual, buscando a maior coincidência possível com a realidade histórica e, assim, formando a convicção do órgão julgador. Busca-se a verdade processual, não a verdade real.
O que é a prova emprestada? Qual seu valor probatório se comparada a prova originariamente produzida?
Consiste na utilização em um processo de prova que foi produzida em outro, sendo que esse transporte da prova é feito por meio de certidão extraída daquele. Ela tem o mesmo valor probatório da prova originariamente produzida.
A prova emprestada pode ser a única utilizada para formar o convencimento do julgador?
A jurisprudência entende que ela não deve ser o único elemento de convicção a respaldar o convencimento do julgador.
Explique o posicionamento da doutrina e da jurisprudência quanto a necessidade que a prova emprestada advenha de um processo as mesmas partes.
De acordo com a doutrina majoritária, a utilização de prova emprestada só é possível se aquele contra quem ela for utilizada tiver participado do processo onde essa prova foi produzida, observando-se, assim, os princípios do contraditório e da ampla defesa. A jurisprudência, principalmente do STJ, tem entendimento diferente, defendendo que pode usar a prova desde que se garanta o contraditório sobre ela neste outro processo.
É possível pegar uma prova emprestada do inquérito policial? Explique
Não se pode fazer prova emprestada de elemento informativo produzidos no curso do inquérito policial, pois eles não são produzidos sob o crivo do contraditório.
É possível a prova emprestada de provas não repetíveis? Explique.
É possível a prova emprestada de provas não repetíveis, uma vez que estas têm contraditório diferido.
O que são as provas cautelares?
Em que momento elas podem ser produzidas? Precisa de autorização judicial?
São aquelas em que há um risco de desaparecimento do objeto da prova em razão do decurso do tempo, em relação às quais o contraditório será diferido.
Podem ser produzidas no curso da fase investigatória ou durante a fase judicial, sendo que, em regra, dependem de autorização judicial.
O que são as provas não repetíveis?
Em que momento elas podem ser produzidas? Precisa de autorização judicial?
É aquela que, uma vez produzida, não tem como ser novamente coletada ou produzida, em virtude do desaparecimento, destruição ou perecimento da fonte probatória. Tem contraditório diferido
Podem ser produzidas na fase investigatória ou em juízo, sendo que, em regra, não dependem de autorização judicial. Podem, inclusive, ser determinadas pela própria autoridade policial.
O que são as provas antecipadas?
Em que momento elas podem ser produzidas? Precisa de autorização judicial?
São aquelas produzidas com a observância do contraditório real, perante a autoridade judicial, em momento processual distinto daquele legalmente previsto, ou até mesmo antes do início do processo, em virtude de situação de urgência e relevância.
Pode ser feita na fase investigatória ou em juízo, sendo indispensável a prévia autorização judicial.
Quais fatos devem ser objeto de prova no curso do processo?
Imputação constante na peça acusatória, costumes, regulamentos e portarias, direitos estrangeiro, estadual ou municipal e os fatos não contestados ou incontroversos.
Quais fatos não devem ser objeto de prova no curso do processo?
Fatos notórios, intuitivos, inúteis ou irrelevantes e as presunções legais.
Em relação ao ônus da prova, segundo o posicionamento majoritário, o que incumbe a acusação provar? E a defesa?
Incumbe a acusação provar: a existência do fato típico, a autoria ou participação, a relação de causalidade e o elemento subjetivo do agente (dolo ou culpa). À defesa, por sua vez, compete o ônus da prova quanto às excludentes da ilicitude, da culpabilidade ou acerca da presença de causa extintiva da punibilidade.
Qual o nível de certeza que as provas produzidas por acusação e defesa devem gerar no magistrado?
Para a acusação, exige-se que produza prova suficiente para gerar um juízo de certeza no magistrado, uma prova além de qualquer dúvida razoável. Para a defesa, basta criar um estado de dúvida, devido a regra probatória do princípio da presunção de inocência.
É possível a inversão do ônus da prova no processo penal? Explique.
Nenhuma lei poderá inverter o ônus da prova com relação à condenação penal, sob pena de ser considerada inconstitucional.
Explique o sistema de avaliação da prova da íntima convicção do magistrado.
Ele é o adotado no ordenamento pátrio?
Neste, o juiz é livre para valorar as provas, inclusive aquelas que não se encontram nos autos, não sendo obrigado a fundamentar o seu convencimento. Este, em regra, não foi adotado no ordenamento, mas tem certa adoção em relação às decisões dos jurados no tribunal do júri, as quais não precisam ser motivadas.
Explique o sistema de avaliação da prova da prova tarifada.
Ele é o adotado no ordenamento pátrio?
É próprio do sistema inquisitivo. Segundo este, determinados meios de prova têm valor probatório fixado em abstrato pelo legislador, cabendo ao magistrado tão somente apreciar o conjunto probatório e lhe atribuir o valor conforme estabelecido pela lei. Não foi adotado pelo Código de Processo Penal, mas existem certos resquícios de sua aplicação