Síndromes Febris - Protozooses Flashcards
Qual o perfil epidemiológico da Malária?
Paciente morador ou com história de viagem para região Norte, uma vez que essa condição é endêmica da região Amazônica.
Qual o agente causador da Malária?
Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum e Plasmodium malariae.
Qual o agente etiológico mais comum na Malária?
Plasmodium vivax.
Qual o agente etiológico que gera quadro mais grave na Malária?
Plasmodium falciparum.
Qual o agente etiológico mais raro na Malária?
Plasmodium malariae.
Qual o vetor do Plasmodium?
Anopheles darlingi.
Como ocorre a transmissão da Malária?
Picada da fêmea do mosquito Anopheles darlingi infectada pelo Plasmodium.
Descreva o ciclo evolutivo do Plasmodium.
- Fêmea Anopheles darlinge infectada pelo Plasmodium pica paciente;
- Plasmodium invade o organismo humano na forma de esporozoitas:
- Plasmodium chega ao fígado e amadurece em merozoítas / esquizonte tecidual, sendo que o vivax deixa no órgão uma forma latente, os Hiponozoítas (espera as condições melhorarem para voltar a se replicar);
- Merozoítas chegam a circulação e infectam hemácias, onde adquirem forma de esquizonte eritrocitário e ficam se proliferando desenfreadamente até o rompimento cessas células -> grande quantidade de Plasmodium liberada na corrente sanguínea (tempestade antigênica -> resposta imune -> inflamação -> febre alta);
- Plasmodium é ingerido pelo Anopheles darlinge é o ciclo reinicia.
Qual o período de incubação da Malária?
Varia de acordo com o agente: 7-30d.
Qual o quadro clínico da Malária?
Febre alta paroxística com calafrios, se em área não endêmica terçã (vivax e falciparum) ou quartã (malariae) + cefaléia, mialgia, náuseas, vômito, desidratação + anemia hemolítica (icterícia com aumento de BI) +/- hepatomegalia.
Possível complicação: Malária cerebral.
Pq o tipo de febre da Malária varia de acordo com o agente e de acordo com a região?
Pois em região endêmica o Anopheles darlingi é multi-infectado, sendo o quadro clínico gerado por vários tipos de Plasmodium, enquanto em região não endêmica ele é mono-infectado, sendo o quadro clínico marcado pela febre quartã ou terçã a depender do agente causador.
Como é realizado o diagnóstico da Malária?
Suspeita clínica + Análise epidemiológica + Achados laboratoriais + Exame parasitológico do sangue por meio de punção digital e análise de gota espessa (permite a diferenciação do agente e é o exame de escolha) / TR se em regiões não endêmicas (diferencia falciparum de não falciparum).
Cite 5 diagnósticos diferenciais da Malária.
- Leptospirose
- Febre amarela
- Dengue
- Febre tifoide
- Doença de Chagas
Cite um importante diferencial entre Malária e Dengue e Febre Amarela e Malria e Febre tifoide.
Dengue e Febre amarela: apresentam hiperbilirrubinemia as custas de BD, e não BI.
Febre tifoide: apresenta sinal de Faget.
Qual o objetivo do tratamento da Malária?
Matar esquizontes teciduais, eritrocitários e, em caso de infecção por Plasmodium vivax, os Hipinozoítas.
Qual o tratamento da Malária?
Depende do Plasmodium causador da infecção.
Qual o tratamento da Malária causada pelo Plasmodium malariae?
Cloroquina
Qual o tratamento da Malária causada pelo Plasmodium vivax?
- Cloroquina + primaquina: droga que mata hipnoizoíta e é muito parecida com a cloroquina “mas não é irmã, é prima”).
- Se gestação: cloroquina durante toda gestação (assim todo hipnoizoita que se transformar em esquizonte será morto) e após associar cloroquina para matar hipnozoíta).
Cite 2 contraindicações do uso da Primaquina no tratamento da Malária.
Gestação e < 6 meses, pelo risco de hemólise.
Qual o tratamento da Malária causada pelo Plasmodium falciparum?
- Artemeter + Lumefantrina OU artesuntato + dose única de primaquina
- Se gestantes no primeiro tri ou < 6 meses: clindamicina + quinina
Cite 2 contraindicações do uso de Artemeter + Lumefantrina no tratamento da Malária.
Gestantes no primeiro tri ou < 6 meses.
Qual tratamento dos casos graves de Malária?
Artesuntato + Clindamicina.
Dica: tratamento tem ser ser no ATO + droga associada, qual associar, mincina?.
Cite 8 condições que predispõem à quadros graves de Malária.
- Infecção por Plasmodium falciparum
- Hiperparasitemia
- Primoinfectados
- Crianças
- Imunodeprimidos
- Crianças
- Gestantes
- Doenças de base
Cite 5 medidas preventivas contra a Malária.
- Controle vetorial
- Telas em portas e janelas
- Evitar locais de transmissão à noite, principalmente em áreas ribeirinhas
- Uso de repelentes
- Uso de roupas que protejam pernas e braços
Qual o perfil epidemiológico da Leshmaniose visceral?
Antigamente era típica das regiões rurais, especialmente no Ceará. Atualmente, com a urbanização, está presente em todo Brasil, mas ainda é mais comum no Ceará (alto índice de suspeição), Bahia e norte de Minas.
Qual o agente etiológico causador da Leshmaniose visceral?
Leshmania chagasi, um protozoário.
Qual o reservatório do Leshmania chagasi?
Anteriormente raposas, com a urbanização, cães.
Qual o vetor do Leshmania chagasi?
Lutzomyia longipalpis.
Como ocorre a transmissão da Leshmaniose Visceral?
Picada de mosquito Lutzomyia longipalpis infectado pela Leshmania chagasi (após picar cachorro infectado).
Qual a fisiopatologia e os achados clínico-laboratoriais da Leshmaniose Visceral?
- Se paciente tem código genético que propicia resposta imune celular ruim (“febre com bação por um tempão e pancitopenia”)
1. Mosquito Lutzomyia longipalpis infectado pela Leshmania chagasi pica paciente.
2. Leshmania chagasi chaga à circulação sanguínea e infeta os macrófagos (célula alvo), onde se prolifera lentamente, gerando inflamação do sistema reticuloendotelial (fígado, fígado e medi-la óssea: principais locais em que os macrófagos residem) -> febre arrastada (replicação lenta) + hepatoesplenonmegalia de grande monta + pancitopenia. Além disso, a reposta imune humoral também é ativada e tenta, sem sucesso, combater a infecção -> hipergamaglobulinemia policlonal, o que + diminuição da albumina (pela febre arrastada -> denutrição) -> inversão albumina/ globulina.
Obs: O baço é o órgão do SRE que tem > resposta inflamatória à presença da Leshmania chagasi -> aumenta muito. - Se paciente tem código genético que propicia boa resposta imune celular (a melhor para combater a Leshmania chagasi) -> ao chegar na corrente sanguínea a infecção é rapidamente combatida pelo sistema imune (agente tem baixa patogenicidade) -> quadro assintomático.
Como deve ser realizado o diagnóstico de Leshmaniose visceral?
Suspeita clínica + Análise epidemiológica (apesar de hoje estar presente em todo Brasil) + Achados laboratoriais inespecíficos + Exames Específicos para confirmação:
- Parasitológico: deve ser preconizado; visa encontrar formas amanteigaras nos macrófagos do SRE, ou seja fígado, baço, e medula óssea, sendo o aspirado de MO o exame preferencial, pois, apenas de ter sensibilidade menor que a punção esplênica (70%x90%), é o mais seguro, uma vez que esse último tem risco inaceitável de hemorragia (punção em baço aumentado e inflamado).
- Sorológico: deve ser realizado em situações em que, por qualquer que seja a razão, não há possibilidade de realizar teste parasitológico (geralmente em área não endêmica, em que não há profissional capacitado para fazer o exame e ler a lâmina); visa encontrar Ac contra Ags do agente por meio de TR, havendo a IFI (imunofluorescência indireta), que é o padrão ouro e aparte de titulação 1:80; e o ELISA anti rK39 (Ag recombinante, artificial do K39, Ag da Leshmania chagasi).
Como avaliar resposta ao tratamento de paciente com Leshmania além de achados clínico-laboratoriais?
Por meio da reação de Leshmania / Intradermo reação de Montenegro.
Como deve ser realizada, qual o objetivo e possíveis achados da Reação de Leshmania?
- Injeta-se partículas de Leshmania chagasi na derme do paciente e observa-se se surge uma resposta.
- Avaliar se paciente já teve contato com a Leshmania chagasi e se produziu resposta imune celular e, além de avaliar o tratamento.
- Se assintomático -> positivo, se sintomático -> negativo. Se boa resposta ao tratamento -> positivação.
Qual o objetivo do tratamento da Leshmaniose Visceral?
Diminuir a carga parasitária -> melhora o estado imune do paciente -> aprende a combatê-lo pela imunidade celular.
Qual o tratamento da Leshmaniose Visceral?
- Escolha: Glucantina (Antimonial pentavalente), é droga de escolha por ser mais barata, mas é menos potente que a Anfotericina B e tem como efeito colateral alargamento do intervalo QT -> predispõem à taquicardia ventricular polimórfica, Torsades pontes -> contraindicado em cardiopata e fazer ECG semanal.
- Padrão ouro: Anfotericina B lipossomal, apensar de mais potente, é mais cara, devendo seu uso ser restrito no SUS aos seguintes casos: “Gs” -> gestantes e casos graves; I’s -> Insuficiências, idade (< 1a e > 50a), imunodeprimidos, intolerantes.