AIDS Flashcards

1
Q

Qual a etiologia da AIDS?

A

Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV).

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2
Q

Quais os sorotipos de HIV?

A

• HIV tipo 1: predomina no Brasil, EUA e Europa, sendo responsável pela pandemia da década de 80 até os dias atuais.
• HIV tipo 2: responsável pela epidemia de HIV na África.

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3
Q

Quais as principais estruturas do vírus HIV?

A

1) Cédula de identidade: RNA fita simples.
2) Enzimas virais: transcriptase reversa, integrase e proteases.
3) Envelope: envoltório lipoproteico com a mesma constituição das membranas celulares das nossas células.

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4
Q

Como ocorre a transmissão do HIV?

A

Via sexual (principal), via sanguínea e vertical.

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5
Q

Qual a célula alvo do HIV?

A

Linfócito LTCD4.

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6
Q

Quais os santuários celulares do HIV?

A
  • LTCD4 de memória, neutrófilos, eosinófilos, monócito, macrófago;
  • Células dendríticas foliculares, células endoteliais (SRE);
  • Micróglia, astrócitos;
  • Vilosidades coriônicas, espermatozoides;
  • Hepatócitos e células renais.
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7
Q

Quais são os santuários teciduais do HIV?

A

Órgãos linfoides (linfonodos), tecido linfoide (mucosas), SVC e LCR e órgãos reprodutivos.

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8
Q

Diferencie infecção pelo HIV x AIDS.

A

Na AIDS, a infecção pelo HIV gera imunossupressão que faz com o paciente evolua com infecções e neoplasias oportunistas.

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9
Q

Descreva como ocorre o ciclo viral do HIV.

A
  1. Infecção de LTCD4
  2. Multiplicação viral no interior do LTCD4
  3. Saída de múltiplas partículas virais do LTCD4, cada uma carregando um pedaço da membrana do mesmo -> morte do LTCD4.
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10
Q

Descreva como ocorre a infecção do HIV nos LTCD4.

A

HIV encontra o LTCD4 e encosta seu envoltório lipoproteico na membrana da célula: receptores CD4 interagem com correceptores no HIV (CCR5, CXCR4 e CCR2), formando uma passagem -> vírus é puxado para dentro, onde ele libera sua cédula de identidade e suas enzimas replicativas.

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11
Q

Descreva como ocorre a replicação viral, do HIV no interior dos LTCD4.

A
  1. Transcriptase reversa converte RNA viral em DNA viral
  2. DNA viral formado é enxertado no núcleo do LTCD4 por meio da integrase
  3. DNA viral é lido e traduzido em proteínas virais
  4. Integrase monta as proteínas virais em partículas virais
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12
Q

Descreva e explique a relação entre dosagem no sangue de carga viral x LTCD4.

A

Uma vez que o HIV infecta o LTCD4, se multiplica em seu interior e, ao sair, o mata, quanto maior a carga viral, menor a contagem de LTCD4.

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13
Q

Quais as fases da história natural da infecção pelo HIV?

A
  1. Fase aguda
  2. Fase assintomática/fase de latência
  3. Fase de “abertura da guarda imune” antes da fase AIDS
  4. Fase AIDS
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14
Q

Quais as características da fase aguda da infecção pelo HIV?

A
  1. Carga viral cresce exponencialmente e contagem de CD4 cai de cerca de 1000/ml para cerca de 300 ml/ml (HIV se replica em grande velocidade, quase sem restrição, uma vez que, por ser o primeiro contato com o vírus, não há resposta imune montada contra esse patógeno).
  2. Mononucleose like: quadro totalmente indiferenciável da Mononucleose infecciosa (manifestação clínica decorrente da guerra imunológica que se trava entre o vírus e as nossas células de defesa).
  3. Em cerca de 30 dias após a infecção, ocorre a soroconversão -> resposta imune começa a freiar parcialmente a replicação viral -> LTCD4 aumenta (mas não atinge valor basal) e carga viral cai (não zera), até que se estabelece um equilíbrio entre eles.
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15
Q

Quais os sintomas da Mononucleose?

A

Febre, suores noturnos, fadiga, mialgia, artralgia, rash, linfadenopatia generalizada, faringite, náuseas, vômitos.

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16
Q

Cite 3 fatores contribuem para o prognóstico da infecção pelo HIV.

A
  1. Estado do sistema imune do paciente pré infecção
  2. Set point viral
  3. Tratamento adequado
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17
Q

Em que consiste o set point viral e por que ele é tão importante?

A
  • Carga viral que surge durante o equilíbrio.
  • Define o prognóstico, pois, quanto maior ele for, mais rápida a evolução para a fase AIDS (geralmente ocorre cerca de 10 anos pós infecção).
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18
Q

Em que consiste os “controladores de elite” no contexto da infecção pelo HIV?

A

Pessoas que nascem com a habilidade de ímpar de deter a replicação por esse vírus, e mantém uma carga viral indetectável, mesmo sem o tratamento.

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19
Q

Quais as características da fase assintomática/fase de latência da infecção pelo HIV?

A
  • Fase em que ocorre um equilíbrio entre a carga viral e os níveis de CD4, ambos mantendo praticamente constantes, com uma queda de cerca de 50 LTCD4/ano.
  • Como os níveis de CD4 se mantém relativamente altos, enquanto eles ficam acima de 400/ml, praticamente não há clínica, sendo geralmente o único achado que eventualmente pode ocorrer a linfadenopatia generalizada (linfadenomegalia (> 1cm) em 2 ou + cadeias extrainguinais por > 3 meses). Plaquetopemia isolada é comum (investigar HIV como diagnóstico diferencial de PTI) e alguns pacientes ainda cursam com anemia normocítica e normocrômica e/ou discreta leucopenia.
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20
Q

Qual a fisiopatogenia da linfadenopatia generalizada na infecção pelo HIV?

A

Intensa hiperplasia folicular nos linfonodos em resposta ao HIV.

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21
Q

Cite os diagnósticos diferenciais de linfadenopatia generalizada sem causa aparente.

A

Infecção pelo HIV e linfoma.

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22
Q

Cite as características da fase de “abertura da guarda imune” antes da fase AIDS.

A

Com o passar dos anos, LTCD4 se aproxima de 400 e o paciente passa a apresentar manifestações que evidenciam a imunodeficiência progressiva, mas que ainda não definem fase AIDS, sendo elas:

  • CD4 > 350: predominam infecções bacterianas e micobacterianas do trato respiratório (sinusite, pneumonia, TB pulmonar cavitária apical).
  • CD4 entre 300-200: essas mesmas infecções começam a se apresentar de forma atípica (ex.: TB pulmonar não cavitária; pneumonia bacteriana de resolução lenta, isto é, com resposta “tardia” (> 72h) aos antimicrobianos), infecções de “reativação” (ex.: herpes simples ou herpes-zóster) também aumentam e candidíase oral é considerada um indicativo de que “a aids está próxima”, além de diarreia crônica e leucoplasia pilosa oral.
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23
Q

Cite 13 sinais de alerta para infecção pelo HIV.

A

Febre de dia há 1 mês, períodos prolongados de suores e calafrios, fadiga crônica interminável, dor crônica de músculos e articulações, dor de garganta persistente, diarreia > 1 mês, anorexia, perda de peso superior a 10%, linfadenopatia generalizada, infecções e alterações de pele e psiquiátricas.

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24
Q

Cite as características da fase AIDS.

A
  • Ocorre cerca de 10 anos após a infecção pelo HIV e cerca de 11 anos e 4m após seu início, o paciente vem a óbito.
  • Definição: diagnóstico de infecção pelo HIV + contagem de CD4 < 200 células / ml OU uma doença que defina a fase AIDS da infecção pelo HIV.
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25
Q

Cite as doenças definidoras da fase AIDS da infecção pelo HIV.

A

1) Fungos: Cândida em esôfago/via aérea, PCP, histoplasmose disseminada.
2) Mycobacteria: TB extra-pulmonar.
3) Vírus: CMV (exceto fígado, baço e linfonodo) (ex.: pulmonar, esofagiana, etc), JC (gerando LEMP)
4) Parasitos: neurotoxoplasmose, Chagas agudo.
5) Neoplasia: CA cervical invasivo, Kaposi (neoplasia vascular que cheira manchas violáceas na pele), linfoma não Hodgkin.

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26
Q

Qual a consequência da ativação imune crônica que ocorre na infecção pelo HIV?

A

Inflamação crônica -> causa envelhecimento precoce -> aterosclerose e neoplasias.

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27
Q

Quando suspeitar de Infecções pelo HIV?

A

Plaquetopenia isolada (podendo haver anemia micro hipo e leucopenia) e/ou sinais de alerta e/ou infecções oportunistas.

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28
Q

Como é realizado o diagnóstico da infecção pelo HIV?

A

</= 18m: Avaliar o vírus e não sorologia, pois não há como saber se o Ac passou pela placenta ou não -> 2 cargas virais (HIV) positivas = infecção confirmada.
>/= 18m: Como carga viral é um exame caro, começar a investigação com exame imunológico, avaliando Ac -> 2 imunoensaios positivos (IE: tradicional) ou 2 testes rápidos positivos (TR: situações especiais) -> HIV RNA positivo = infecção pelo HIV / Se 2IE - ou 2TR - + não suspeito = não reagente / se Se 2IE - ou 2TR - + suspeito -> repetir em 30d / se testes discordantes -> Western Blot ou Imunoblot.

Obs: Se menos de 30 dias de infecção, a única forma de diagnóstico é a carga viral, pois ainda não ocorreu soroconversão!

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29
Q

Quais os principais pontos na conduta pós diagnóstico de infecção pelo HIV?

A
  1. Exames prévios ao tratamento: CD4 e CV; exames bioquímicos gerais (glicose, função renal, hepática, lipidograma); marcadores sorológicos (sífilis, HB e C e toxoplasmose) e PPD (geralmente é não reator).
  2. Encaminhar para vacinas.
  3. Avaliar início da terapia
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30
Q

Qual o objetivo da TARV?

A

Gerar carga viral indetectável em 6 meses, se não conseguir nesse período, talvez a pessoa tenha o vírus indetectável à terapia oferecida.

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31
Q

Qual a indicação de tratamento na infecção pelo HIV?
Justifique.

A

Toda pessoa vivendo com HIV, inclusive em pacientes com CD4 de 800, com o sistema imune funcionando bem, pois, apesar de não oferecer nesses casos benefício para a pessoa individualmente (oficialmente TARV só oferece benefício em paciente com CD4 < 500), ela zera a transmissão sexual (em pacientes em TARV por pelo menos 6 meses com carga viral indetectável).

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32
Q

Quais são as recomendações para início da TARV?

A

Assintomático com CD4 > 500 cel/mm3 -> oferecer TARV.
Assintomático com CD4 </= 500 cel/mm3 ou grávidas ou + TB -> iniciar TARV.
Assintomático com CD4 </= 350 cel/mm3 -> iniciar TARV + profilaxia para BK pós 6 meses.
Assintomático com CD4 </= 200 cel/mm3 -> iniciar TARV + profilaxia para infecções oportunistas.
Sintomáticos (TB, PCP, neurotoxoplasmose) -> tratar infecção + iniciar TARV.

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33
Q

Cite as infecções oportunistas de acordo com o nível de CD4.

A

CD4 100-200: Pneumocistose.
CD4 50-100: + Neurotoxoplasmose
CD4: < 50: micobacterioses atípicas

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34
Q

Quais as orientações devem ser realizadas antes de iniciar a TARV?

A

Com exceção de casos de exposição aguda, TARV não é uma emergência, e, para começar o paciente deve estar suficiente motivado e ciente de que se trata de um tratamento para o resto da vida, que no início podem aparecer alguns efeitos colaterais que depois desaparecem e que a terapia não pode ser interrompida uma vez iniciada.

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35
Q

Quais as drogas existência na TARV?

A

Inibidores da transcriptase reversa: Lamivudina (3TC), Tenofovir (TDF), Abacavir (ABV), Zidovudina (AZT), Efavirenz (EFV), Entricitabina (FTC).
Inibidores da integrase (GRAVIR): Dolutegravir (DTG), Raltegravir (RAL).
Inibidores da protease (NAVIR): Atazanavir/Ritonavir (ATV/r: inibidor da protease que potencializa o efeito dos demais).

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36
Q

Qual o esquema de escolha na TARV?

A

População geral: 3TC + TDF + DTG

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37
Q

Quias os efeitos colaterais da 3TC?

A

Não são comuns:
Náuseas vômitos, dor na porção superior do abdome, diarreia, exantema, fadiga, mal-estar, febre. Neutropenia, anemia, trombocitopenia e elevações transitórias das enzimas hepáticas.

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38
Q

Quais os efeitos colaterais, contraindicações e possíveis drogas substitutas do TDF?

A

Efeitos colaterais: Nefrotoxicidade e diminuição da absorção de cálcio -> lesão renal e perda de massa óssea -> Contraindicado se: nefropata e/ou osteopenia/osteoporose.
Trocar por: 1º ABC, 2º AZT.

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39
Q

Quais os efeitos colaterais do ABC?

A

Hipersensibilidade importante: náuseas, vômitos, diarreia, febre, letargia, exantema. Teste do alelo -?

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40
Q

Quais os efeitos colaterais do AZT?

A

Toxicidade medular, anemia micro/hipo logo no início -> quase não é mais usado.

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41
Q

Quais as contraindicações e possíveis drogas substitutas do DTG?

A

Contraindicações: DM em uso de > 1g de Metformina, paciente em uso de anticonvulsivante, paciente me uso de rifampicina, TB, gestantes.
Trocar por: 1º EFV, 2º RAL, sendo que em gestantes RAL é 1º opção. Não é contrinadicação, mas se cefaleia intensa (intolerância ao DTG) na PEP (se o paciente estiver de “atazanando”) -> trocar por Atazanavir.

42
Q

Quais os efeitos colaterais do EFV?

A

Efeito neuropsiquiátrico (“efavironha”): depressão, ansiedade, sonhos loucos, sensação de acordar “chapado”.
Rash (fazer anti-histamínico), hipersensibilidade.

43
Q

Quais os efeitos colaterais do RAL?

A

Hipersensibilidade, rash cutâneo, exantema, sintomas GI.

44
Q

Qual o esquema de escolha e suas variações de acordo com as contraindicações dos fármacos?

A

Sempre devemos ter 3 fármacos com mecanismo de ação diferentes:
População geral: 3TC + TDF + DTG
3TC quase não tem efeito colateral
Se contraindicação ao TDF: 3TC + TDF + 1ºABC/ 2º AZT
Se contraindicação ao DTG: 3TC + TDF + 1º EFV / 2º ou gestantes RAL. Pariu / cura de TB -> DTG.

45
Q

Qual a conduta diante de um caso de exposição de risco par infecção pelo HIV?

A
  1. Avaliar o acidente
  2. Avaliar a fonte e o exposto (teste rápido)
  3. Se indicado, iniciar profilaxia pós exposição (PEP) ou TARV e exames para IST’s.
46
Q

O que avaliar em um acidente em caso de exposição ao HIV?

A
  • Tempo: Até 72 horas (ideal em até 2hrs) realizar PEP, mais do que isso provavelmente será necessário iniciar TARV.
  • Material infectante: fluido genital, sangue, líquidos (serosa, liquor x fezes, urina e saliva não transmitem). Ex.: violência sexual ou relação desprotegida com parceiro sorodivergente ou desconhecido, acidentes biológicos.
  • Acidentes de risco: mucosos, percutâneos, em pele não integra.
47
Q

Quais são as indicações da profilaxia pós exposição (PEP)?

A

Exposto (-) e fonte (+) ou desconhecida.
Sendo que se exposto (+) -> iniciar tratamento.

48
Q

Como deve ser realizada a PEP?

A

Em até 72 hrs (ideal até 2), com os mesmos esquemas da TARV, mas por 28 dias e sendo que se intolerância ao DTG, pode -> Atazanavir.
Se RN de mãe HIV (+): AZT por 6s, acompanhar CV.

49
Q

Cite 4 indicações da profilaxia pré exposição (PREP).

A

Homens que fazem sexo com homens
Transexuais
Profissionais do sexo
Casais sorodiscordantes (mesmo se em TARV >/= 6m + CV i).

50
Q

Por que homens que fazem sexo com homens consistem em uma indicação para a PREP?

A

Pois a mucosa abale retal possui mais receptores para HIV, é o sexo anal promove mais trauma.

51
Q

Como deve ser realizada a PREP?

A

1 comprimido ao dia do esquema de TDF + FTC, enquanto houver exposição sexual de risco, devendo esperar 7 dias para relação anal e 20d para relação vaginal.

52
Q

Qual a principal manifestação pulmonar da AIDS?

A

Pneumocitose.

53
Q

Qual o agente causador da Pneumocitose?

A

Um fungo chamado Pneumocystis jirovecii (-> inflamação da membrana alvéolo capilar -> dificulta trocas gasosas).

54
Q

Qual a conduta diante de suspeita de caso de PCP?

A

Solicitar: TR para HIV (caso não se trate de paciente sabidamente soropositivo), CD4, gasometria, LDH e RX -> escarro ?
+ Sorologias para outras IST’s.

55
Q

Qual o quadro clínico do paciente com PCP?

A

Achados de abertura da guarda imune: CD4 < 200, candidíase oral.
Quadro clínico específico: tese seca, dispneia aos esforços arrastada, ausculta normal, perda de peso (síndrome consumptiva).

56
Q

Quais os achados laboratoriais indicativos de PCP?

A

TR para HIV (+) + CD4 < 200 + Gasometria com hipoxemia e alcalose respiratória (dispneia -> hiperventilação -> aumento da eliminação de CO2) + LDH aumentado.

57
Q

Quais os achados esperados em uma Radiografia de tórax em caso de PCP?

A

Infiltrado intersticial bilateral em asa de borboleta (peri-hilar -> bases), pode gerar pneumatocele (surge muito com Stafilo tb), sem adenopatia hilar ou derrame pleural.

58
Q

Como é feito o diagnóstico de PCP?

A

Isolamento Com teste de escarro (prata metenamina/Grocott), mas não prática é feito (tosse mais seca pode fazer nebulização com salina hipertônica) só com achados clínico-laboratoriais e de imagem + TR (+) -> tratamento empírico combinação PCP e se muito grave + TB e germe típico.

59
Q

Qual o tratamento da PCP?

A

Bactrim (SMX/TMP) em doses altas por 21 dias, se graves IV, se leves: VO, se PaO2 < 70 + corticoide (reduzir a inflamação pulmonar).

60
Q

Quais as indicações de profilaxia primária para PCP?

A

Paciente HIV (+) + CD4 < 200 ou candidíase oral ou febre > 2 sem (sem explicação).

61
Q

Como deve ser realizada a profilaxia primária para a PCP?

A

Com Bactrim (SMX/TMP) em doses habituais até obter CD4 > 200 em 2 medidas.

62
Q

Qual o principal diagnóstico diferencial de PCP?

A

TB.

63
Q

Como diferenciar PCP de TB?

A

TB: qualquer CD4, sendo que se CD4 >/= 350 -> cavitação apical (BK gosta de O2), e se CD4 < 350 -> padrão miliar. Além disso, pode haver adenopatia hilar ou derrame pleural.

64
Q

Qual a conduta ao diagnosticar infecção pelo HIV + TB?

A

Iniciar RIPE e associar TARV 2 semanas depois, sendo que se TB no SNC -> aguardar 8 sem. Além disso, dobrar dose do DTG até 15 d pós RIPE (Rifampicima interage: ativa sistema enzimático do fígado e reduz a concentração sérica do DTG -> ao invés de 59 / d 50 12/12 h).

65
Q

Quais as principais manifestações neurológicas do HIV?

A

1.Meningite: neurocroptococose
2.Lesão focal: por neurotoxoplasmose, linfoma primário do SNC ou Lencoencefalopatia Multifocal Progressiva (LEMP)
3.Lesão difusa: encefalopatia pelo HIV ou complexo demencial da AIDS.

66
Q

Qual o principal agente causador da Meningite em paciente com AIDS?

A

Cryptococcus neoformans

67
Q

Qual a clínica do paciente com Neurocriptococose?

A

Aparecimento subagudo de:
1. Cefaleia intensa
2. Febre baixa ou ausente
3. Raros sinais meníngeos
4. Paralisia do IX par

68
Q

Qual a causa da paralisia do IX par na Neurocriptococose?

A

HIC -> compressão do IX par craniano (possui trajeto longo e passa perto da calota craniana) contra a calota craniana.

69
Q

Como é realizado o diagnóstico de Neurocriptococose?

A

Clínica + Punção lombar

70
Q

Quais os achados esperados da Punção lombar de paciente com Neurocriptococose?

A

Achados gerais: pressão liquórica (>25, em alguns casos de 70-100), celularidade (mononucleares), e proteínas, aumentas e glicose diminuída (glicorraquia).
Achados específicos: tinta Nanquim marcando apenas a cápsula do agente e dosagem do Ag Criptocócico, que pode ser feita inclusive no sangue.

71
Q

Justifique os achados gerais encontrados na punção lombar de paciente com Neurocriptococose.

A
  • Pressão liquórica aumentada
  • Aumento de células mononucleares -> aumento de Ac -> aumento de proteína
  • Consumo de glicose pelo agente + alteração da permeabilidade das meninges à glicose pelo processo inflamatório -> Glicorraquia
72
Q

Justifique os achados específicos da punção lombar de paciente com Neurocriptococose e como ele são encontrados.

A
  • Visualização da cápsula do agente ao microscópio: pingar 2 gotas de tinta Nanquim na lâmina com amostra de líquor e colocar no microscópio, como o Criptococcus Neoformans é um fungo encapsulado, o que é visualizado é apenas o corante marcando sua cápsula. Caso ele esteja presente no líquor em quantidade muito pequena, pode não ser visualizado, podendo-se tentar cultivar o líquor para fungo para aumentar a concentração.
  • Dosagem do Ag criptocócico (pode ser feito no sangue tb).
73
Q

Qual o tratamemto na Criptococose?

A

Anfotericina B +/- se pressão de abertura > 25 -> punção de alívio diária com retirada de 20-30ml até normalizar (para melhorar sintomas de cefaléia e paralisia do IX par).

74
Q

Quais as principais causas de Lesão Neurológica Focal em paciente com AIDS?

A

1º Neurotoxoplasmose
2º Linfoma primário do SNC
3º Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva (LEMP)
4º AVC

75
Q

Qual o agente causador da principal causa de Lesão neurológica focal em pacientes com AIDS?

A

Toxoplasma gondii. Paciente geralmente já tem infecção latente e, com a abertura da guarda imune, desenvolve reativação.

76
Q

Qual a clínica da Neurotoxoplasmose?

A

Sinal focal (hemiparesia) + convulsão + cefaléia

77
Q

Como é realizado o diagnóstico de Neurotoxoplasmose?

A

Clínica + CD4 < 100 + Exame de imagem (TC)

78
Q

Justifique os sintomas da Neurotoxoplasmose.

A

Proliferação e consequente inflamação de determinada região do encéfalo -> lesão de grupo específico de neurônios e aumento da PIC e -> + convulsão + cefaléia + sinal focal (hemiparesia).

79
Q

Quais os achados sugestivos de Neurotoxoplasmose na TC de crânio?

A

Lesões hipodensas com realce anelar pelo contraste e edema perilesional. Em paciente HIV(+) na fase AIDS, esses achados autorizam iniciar tratamento.

80
Q

Justifique os achados sugestivos de Neurotoxoplasmose na TC de crânio.

A

Lesões com centro mais hipodenso com necrose e bordas com processo, e, como inflamação aumenta o fluxo sanguíneo, o contraste vai mais para as bordas, que ficam mais claras -> lesões hipotensão com realce anelar pelo contraste +
Como qualquer lesão que exerça efeito de massa no SNC -> edema perilesional.

81
Q

Como é o tratamento da Neurotoxoplasmose?

A

Sulfadiazina + Pirimetamina + Ácido Folínico

82
Q

Por que o Ácido folínico deve ser usado junto ao tratamento da Neurotoxoplasmose?

A

Pois a Sulfadiazina e, em menor grau, a Pirimetamina, atrapalham o metabolismo do Ácido fólico, e, por, isso, temos que repor o Ácido fólico em sua forma ativa (suas enzimas são inibidas por esses medicamentos).

83
Q

Quais são as indicações de profilaxia primária para Neurotoxoplasmose?

A

CD4 < 100 + IgG (+) para Toxoplasmose (tem que dosar!)

84
Q

Qual diagnóstico diferencial dos achados na TC de crânio sugestivos de Neurotoxoplasmose?

A

Linfoma.

85
Q

Como é realizada a profilaxia primária para Neurotoxoplasmose?

A

Bactrim (SMX/TMP)

86
Q

Qual a clínica do Linfoma primário do SNC?

A

Semelhante a Neurotoxoplasmose, porém não melhora em 14 dias de tratamento.

87
Q

Como é realizado o diagnóstico do Linfoma Primário do SNC?

A

Clínica + ausência de melhora com 14 de Bactrim + CD4 < 50 + RM com lesão hipodensa (podendo ter realce anelar pelo contraste) única + PCR (+) para EBV no líquor (altamente sugestivo, substanica o diagnóstico antes da Bx) + biópsia (só com histopatológico confirmado podemos iniciar tratamento paliativo).

88
Q

Qual o tratamento do linfoma primário do SNC?

A

Radioterapia.

89
Q

Em que consiste e qual o agente da Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva (LEMP)

A

Doença da substância branca do SNC, causada por infeção pelo vírus JC, que aparece em vários focos ao mesmo tempo e não para mais.

90
Q

Qual a clínica da Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva (LEMP)?

A

Múltiplos “AVCs”: déficits focais que vão se somando ao longo dos meses (ex.: hemiplegia -> + alteração visual -> afasia…).

91
Q

Como é realizado o diagnóstico de LEMP?

A

Clínica + exame de imagem

92
Q

Quais os achados sugestivos de LEMP (?) de crânio?

A

Intensidade em T2 (líquor branco) + lesões multifocais que coalescem progressivamente.

93
Q

Qual o tratamento da LEMP?

A

TARV

94
Q

Qual o objetivo do tratamento da LEMP?

A

Fortalecer o sistema imune para freiar a evolução da LEMP, mas a lesão que já se instaurou não regenera.

95
Q

Qual a principal causa de lesão neurológica difusa em paciente com AIDS?

A

Encefalopatia pelo HIV ou complexo demencial da AIDS.

96
Q

Qual a clínica da Encefalopatia pelo HIV / Complexo demencial da AIDS?

A

Tríade: alteração cognitiva (demencial), comportamental e motora.

97
Q

Quais os achados sugestivos de Encefalopatia pelo HIV / Complexo demencial da AIDS em de (?) crânio?

A

Sulcos profundos, encéfalo atrofiado (encéfalo de idoso em jovens).

98
Q

Qual o tratamento da Encefalopatia pelo HIV / Complexo demencial da AIDS?

A

TARV.

99
Q

Qual o melhor TARV para evitar a Encefalopatia pelo HIV / Complexo demencial da AIDS? Justifique.

A

Dolutegravir, pois penetra melhora no SNC.

100
Q

Qual o objetivo do tratamento da Encefalopatia pelo HIV / Complexo demencial da AIDS?

A

Freiar a evolução, pois o dano já causado é irreversível.