sindrome nefrotia e nefritica Flashcards

1
Q

o que é sindrome nefritica

A

Doença decorrente de dano glomerular, que
acarreta perdas/alterações variáveis na
seletividade da filtração e também no ritmo de
filtração glomerular (clearence).
Inicia com um quadro hipertensivo
(diferente da síndrome nefrótica, na
qual a hipertensão acontece
posteriormente junto com o edema).
Conceito: evidências de inflamação
glomerular resultando na maioria das
vezes em diminuição do TFG por
ruptura dos vasos, proteinúria não
nefrótica com edema e hipertensão de
início recente, bem como hematúria e
cilindros hemáticos;
Ou seja, temos edema + hipertensão
de início recente + hematúria → em
alguns casos podemos ter proteinúria
não nefrótica (casos de síndrome
nefrítica-nefrótica).

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2
Q

sistema complemento falar todas as vias

A
  • Via clássica: imunoglobulina se liga ao
    patógeno ou indiretamente a
    anticorpos e ativa a cascata (C1q);
  • Via alternativa: amplificação de todas
    as vias, com ativação do c3q
    (fragmento do complexo);
  • Via da lecitina: proteínas da família das
    lecitinas se ligam às imunoglobulinas.
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3
Q

GNDA pós estreptocócica (GNPE)
o que é

A

É um processo de origem imunológica que
acomete todos os glomérulos devido a
estreptococcia da pele ou de vias aéreas,
causada pelo estreptococo B-hemolítico do
grupo A.

  • Normalmente crianças que apresentam
    impetigo ou amigdalite;
  • Na hora que essas infecções entram
    em remissão ocorre o processo autoimune no rim, com os antígenos se ligando aos anticorpos.
    Características:
  • Pode ocorrer na forma epidêmica ou
    em casos isolados;
  • Ocorre mais em crianças e acomete
    mais o sexo masculino;
  • Pico – entre 5 e 12 anos;
  • Raramente ocorre em menores 3 anos;
  • Adultos < 10% dos casos → em geral,
    os adultos acometidos são portadores
    de comorbidades, como diabetes
    melito e alcoolismo.
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4
Q

tratamento, sinais de mau prognostico GNDA pós streptocócica (GNPE)

A

Tratamento: não há tratamento especifico,
realizamos medidas gerais das glomérulo
nefrites. Lembrar que acomete e faixa etária
de crianças predominantemente e não
podemos usar IECA.
* Controle do edema: uso de diuréticos e
restrição de sal;
* Controle da PA;
* Antibioticoterapia: apenas se a
infecção ainda estiver presente, não
usamos de forma profilática;
* Corticoides: somente em casos de
agravamento (glomérulo nefrite
rapidamente progressiva).

Sinais de mau prognostico: hipocomplementenemia
persistente, HAS persistente e proteinúria > que 12 meses

Diagnósticos diferenciais:
* Glomerulonefrite do C3;
* Nefrite lúpica;
* GNDA pós-estreptococica com
crescente e/ou necrose tubular aguda
associada;
* GNM com crescentes;
* Glomerulonefrite crescêntica.

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5
Q

achados clínicos(laboratoriais) GNDA pós streptocócica (GNPE)

A
  • Urina: hematúria dismórfica, cilindros
    hemáticos, leucocitúria e proteinúria
    variável;
  • Complementos:
    o C3 e CH 50*: diminuídos, com
    retorno ao normal de 4 a 8
    semanas.
    Temos 7 dias da doença de base → inicia-se a glomérulo
    nefrite (demora uns 10 dias para retornar ao normal) →após
    4 a 8 semanas apenas o complemento retorna ao normal.

o C4: pode estar normal;

o ASLO: evidência sorológica de
estreptococo;
* Creatinina elevada (em casos de
insuficiência renal);
* Aumento de IgG e IgM em 70% dos
casos;
* Crioglobulinemia em 60% dos
pacientes;
* Anemia e plaquetopenia às vezes.

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6
Q

hisória natural da doença GNDA pós streptococica (GNPE)
( SINTOMAS, INICIO )

A

Tempo entre infecção e início dos
sintomas: 7 até 21 dias (após a
infecção);
* As principais síndromes clínicas
apresentadas são síndrome nefrítica
aguda, síndrome nefrítica rapidamente
progressiva e glomerulonefrite
assintomática subclínica;
* Sintomas: início abrupto de oligúria,
ganho de peso, edema generalizado e
hipertensão arterial. Pode ocorrer
hematúria macroscópica e dor lombar;
* Casos mais raros podem evoluir com
hipervolemia, crise hipertensiva,
edema agudo de pulmão ou
encefalopatia hipertensiva com
convulsões;
* Alguns pacientes podem evoluir com
insuficiência renal aguda grave, oligúria
ou até mesmo anúria, necessitando de
diálise

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7
Q

Gromulonefrite por LES (LUPUS )
manifestaçãoes renais e o que é

A

Lúpus: doença auto-imune inflamatória
multissistêmica crônica de causa
desconhecida.
Manifestações renais do LES:
* Síndromes nefríticas ou nefróticas ou
nefríticas-nefróticas (pode cursar com
todas características de ambas:
edema, hematúria, proteinúria,
hipertensão arterial, oligúria, perda de
função renal);
* Associam-se à presença de anti-dsDNA → anticorpos associados a nefrite
lúpica;
* Formas de apresentação:
o Formas mesangiais: mais
brandas;
o Formas proliferativas: mais
agressivas, tendo pior
prognóstico em termos de IRC
dialítica.
▪ Proliferativa focal, difusa
ou membranosa.

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8
Q

fisíopatologia da LUPUS

A

Ocorre o acúmulo de imunocomplexos,
formados por autoanticorpos (DNAds)
e/ou antígeno Sm e C1q (anticorpos
que também atuam como antígeno no
lúpus), os quais se ligam diretamente
dos anticorpos na membrana basal →
ocorre hipertensão glomerular e
ativação da cascata de coagulação
(quando anticorpos antifosfolípides =
versão mais grave).

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9
Q

fisíopatologia da GNPE

A

O antígeno (estreptococo ou outro) se
liga ao anticorpo, formando
imunocomplexos circulantes no sangue
→ eles se depositam na região
subendotelial do capilar (membra de
filtração) → ativa o sistema
complemento e gera alterações
glomerulares.

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10
Q

nefropatia por IGA
oque é (generico)
causas secundarias

A

Glomerulonefrite proliferativa mesangial que
se caracteriza por deposição mesangial difusa
de IgA.
* Padrão idêntico ao encontrado na
Púrpura de Henoch-Schonlein;
* Na maioria dos casos, a nefropatia por
IgA é primária;

Causas secundárias: cirrose
alcóolica, doença de crohn,
hanseníase, colite ulcerativa,
psoríase, micose, HIV, entre
outras;

o Das nefropatias primárias, ela é
a mais comum.

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11
Q

nefropatia por IGA caracteristicas

A

Acomete adultos jovens e é precipitado
por episódios infecciosos em até 50%
dos casos, além de estresse e esportes
→ o paciente percebe hematúria
macroscópica após alguma infecção;
* Sintomas: mal estar geral, dor muscular
discreta e com ou sem disúria;
* Quase sempre ocorre repetição do
quadro de hematúria macroscópica
após infecções
* Incomum em pacientes com idade
inferior a 10 anos e superior a 50 anos
e em negros.

Manifestações clínicas:
* Hematúria macroscópica (2-3 dias) em
30 a 50% dos casos;
* Hematúria microscópica e proteinúria
assintomáticas: 30 a 40%;
* IRA < 5% em todos os casos, mas com
aumento na idade acima de 65 anos;
* IRC em 20% pacientes.
* O comprometimento da função renal é
muito variável, representando uma
nefropatia de evolução lenta que, na
maioria dos casos, pode ser
considerada de bom prognóstico

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12
Q

nefropatia por IGA diagnostico

A

Diagnosticada pelo encontro de
depósitos granulares mesangiais de
IgA pela imunofluorescência → pode
estar isolada ou, mais frequentemente,
associada a depósitos de IgG, IgM e
C3;

  • Microscopia óptica: proliferação de
    células mesangiais com expansão da
    matriz, focal ou difusa;

o Casos mais avançados podem
ter esclerose glomerular.

  • Microscopia eletrônica: depósitos
    eletrodensos, principalmente no
    mesângio e na região paramesangial
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13
Q

tratamento da nefropatia por IGA

A

Tratamento da IgA:
tratamento de suporte.
* Inibidores de IECA ou BRA;
* Corticoides ou imunossupressores em
casos de síndrome nefrótica ou IR por
6 meses (se raxa de filtração
glomerular maior que 50%);
* Alvo pressórico: 130/80.

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14
Q

glomeronefrite rapidamente progressiva ( o que é e caracteristicas)(GNRP):

A

Qualquer glomerulonefrite pode se tornar
rapidamente progressiva
As principais causas são as vasculites.
Perda de mais de 50% da função renal dentro
de três meses: proliferação extra-capilar
(crescêntica), com compressão das alças e
esclerose do glomérulo.
Condição que pressupõe aumento
progressivo da creatinina plasmática, em
associação a proteinúria, e sedimento urinário
rico: hematúria e/ou leucocitúria.
* Hematúria macro ou microscópica,
com dimorfismo negativo e que pode
ocorrer a formação de cilindros.

  • Caracterizada pela presença de
    crescentes, uma lesão proliferativa que preenche o espaço de Bowman emforma de meia-lua → lesão de células
    epiteliais e infiltração de células mononucleares;
  • Inicialmente as crescentes são
    celulares, mas com a progressão se
    tornam fibrocelulares e, ao fim, fibrosas;
  • Tipo 1 e 3: necrose fibrinoide do tufo
    glomerular com ruptura de alça capilar
    e capsula de Bowman e inflamação periflomerular;
  • Tipo 2: hipercelularidade
    mesangioendotelial com exsudato
    polimorfonuclear.
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15
Q

fisiopatologia da glomulonefrita rapidamente progressiva (GNRP):

A

Fisiopatologia:
* Agressão e ruptura da membrana basal
glomerular → passagem de fibrinogênio para o espaço de Bowman.

→ forma fibrina → estimula proliferação
de células epiteliais da capsula e a
infiltração de células sanguíneas → aumento da camada de células
extracapilares (crescente) → fibroblastos das crescentes sintetizam colágeno → crescente fibrosa.

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16
Q

glomulonefrite rapidamente progressiva ( GNRP) caracteristicas( sintomas )

A

Características:
* Urgência médica, com acometimento
de pessoas de 50 a 60 anos e mais
prevalente em homens;
* A instalação do quadro é de forma
aguda ou subaguda;
* Pode se manifestar de forma
assintomática ou com edema e
hematúria (macro ou microscópica);
* Sintomas (90% dos casos): febre,
astenia, perda de peso, dor muscular
discreta e dor articular, além de
acometimento de outros órgãos e
sistemas (alterações pulmonares e
cutâneas);
* O acometimento renal pode estar
associado a quadro sistêmicos (uma
doença de base sistêmica acomete os
rins).

17
Q

tratamento da Glomulonefrite rapidamente progressiva ( GNRP)

A

Tratamento:
* Imunossupressão de urgência com
doses de indução → pulsoterapia (por 3 dias);
o Ex: metilprednisolona 1 g EV e ciclosfofamida até mesmo antes da biópsia renal.
o Cuidado: verificar se o paciente
não está em infecção.

  • No tipo 1 associar a plasmaferese de
    acordo com a dosagem do anticorpo
    AMB (limitado);
  • Hemodiálise de urgência se grave IR;
  • Pacientes com creatinina superior a 4
    no diagnóstico tem pior prognóstico.

Geralmente o acometimento renal está
associado a um quadro sistêmico:

  • Tipo 1: anticorpos anti-membrana
    basal glomerular → acometimento
    pulmonar grave;
  • Tipo 2: depósitos por imunocomplexos
    (LES, PHS,crioglobulenemia);
  • Tipo 3: ANCA relacionados a
    vasculites-granulomatosa com
    poliangeíte e a poliangeíte
    microscópica.
18
Q

achados iniciais obrigatorios para sindrome nefrotica

A
  • Urina espumosa e densa, gerada pela
    albumina ou proteínas excretadas pelo
    paciente;
  • Proteinúria*:
    o No adulto: maciça (> 3,5g);
    o Criança: > 50 mg (kg/dia).
  • Hipoalbuminemia*;
  • Edema*;
  • Hiperlipidemia*.
19
Q

explicar underfiling e overfiling

A

Inicialmente temos a formação da
patologia por conta da perda de
proteínas (proteinúria maciça de 3,5g
em 24hrs);
* Com isso, ocorre a hipoalbuminemia, a
qual gera uma redução da pressão
oncótica do sangue → gera perda de
líquido dos vasos para o 3° espaço;
* Pela saída do liquido do interior dos
vasos, temos uma maior tendencia a
hipovolemia → ativa o SRAA (retém
sódio e água) → edema osmótico.

Observou-se que alguns pacientes não
apresentavam um quadro de edema
tão marcante como os demais, no
entanto, eles possuiam uma PA
levemente maior do que o padrão
encontrado nos outros paicentes
nefróticos;

  • A partir disso, sabe-se que a própria
    perda de proteínas é capaz de causar
    uma retenção primária de sódio;
  • Essa retenção gera uma tendência a
    hipervolêmia e, consequentemente, de
    aumento da PA → formação do edema
    pressórico.
20
Q

tratamento geral da sindrome nefrotica

A

Dosagem de albumina sérica,
proteinúria de 24 horas e de lipídios;

  • Controle ótimo da PA (125/75):
    paciente já pode chegar com PA
    alterada e devemos reduzi-la com o
    intuito de diminuir a proteinúria;
  • Dieta hipossódica, normoproteica* e
    hipolipídica**;

*Apesar do paciente estar perdendo proteína, se
administrarmos uma dieta hiperproteica a proteína
continuará a ser perdida e causará mais lesão renal.

**Esses pacientes tem tendencia a ter colesterol e
triglicérides elevados.

  • Uso de anti-hipertensivo, de
    preferência IECA ou BRA: são antiproteinúricos (não podem ser usados em crianças);
  • Uso de diuréticos de alça associado
    (furosemida): usamos para o paciente
    perder peso (líquido), porém temos que
    ter cautela nessa redução, para que
    não ocorra hipovolemia

Controle do edema:
o DIU de alça (furosemida
preferencialmente) EV +
hidroclorotiazida (se necessário,
para melhor eficácia) → quando
o paciente está com a albumina
muito reduzida e com edema
muito expressivo, podemos
administrar albumina EV por 3
dias (permite que o líquido entre
no vaso novamente e os
diuréticos façam seu efeito);

  • ISGLT-2: inibidores do
    cotransportador sódio glicose no
    TCP → diminui a proteinúria
    (podemos usar em casos de
    glomérulopatias primárias);
  • Uso de antilipemiantes: as estatinas
    são benéficas, pela diminuição do
    risco de DCV;
  • Não há indicação do uso profilático
    de anticoagulantes (mesmo em
    paciente com risco de TVP, pois os
    riscos > benefícios) → indicar que o
    paciente se movimente
    (caminhada/andar), para evitar a
    chance de trombose;
  • Vacinação: influenza, pneumococo,
    covid e herpes zoster.
21
Q

fale as indicações para biopsia renal

A
  • Síndrome nefrótica em adultos;
  • Síndrome nefrítica, com exceção
    daquelas associadas a infecções;
  • Proteinúria assintomática, com ou sem
    alteração da função renal;
  • Glomerulonefrite rapidamente
    progressiva;
  • Disfunção renal com proteinúria em
    paciente não diabético;
  • Proteinúria nefrótica em paciente
    diabético e sem retinopatia diabética;
  • Proteinúria significativa em paciente
    lúpico;
  • Hematúria dismórfica + proteinúria,
    hipertensão ou disfunção renal;
  • IRA sem causa definida > 30 dias ou
    evidencia de doença sistêmica
    associada.

Principais riscos associados a biopsia:
sangramentos locais e regionais → deve-se
suspender previamente medicamentos que
interfiram na hemostasia e realizar
coagulograma antes do procedimento.

  • Antes do diagnóstico morfológico, não
    se indica iniciar imunossupressão,
    priorizando o tratamento inespecífico

→ exceção: crianças com síndrome nefrítica e glomerulonefrite
rapidamente progressiva → após suspeita clínica e exclusão de
infecções ativas sem tratamento, devese iniciar o tratamento com corticoide assim que possível e, posteriormente,
encaminhar o paciente para a biopsia.

22
Q

glomeronefrite lesão minima microscopio

A

No caso da GLM, não temos alteração na
microscopia óptica e o diagnóstico não é feito
pela imunofluorescência → precisamos
realizar a eletrônica.

Na microscopia eletrônica observamos
lesão/retração podocitária (células do
epitélio), com retração dos pedicelos → gera
um glomérulo retraído com aumento do
espaço da capsula de Bowman.

23
Q

glomeronefrite de lesão minima caracteristicas( boa resposta, n biopsia, associada e sintomas

A

Características:
* Ocorre em crianças e adolescentes de
1 a 6 anos, sendo 70% no sexo
masculino;

  • Apresenta um quadro clássico de
    síndrome nefrótica pura (sem
    hipertensão ou hematúria, com função
    renal preservada);
  • 10% apresentam HAS e hematúria
    microscópica já no início do quadro
    nefrótico (síndrome nefrótica-nefrítica =
    piora o prognóstico);
  • Perda seletiva de albumina → quando
    há hipoalbuminemia prolongada,
    podem ser encontradas nas unhas
    linhas horizontais opacas e
    brancacentas, com alterações do
    relevo em sua superfície, denominadas
    linhas de Muehrcke
  • Pode estar associada a linfoma de
    Hodgkin, HIV e sífilis → devemos
    investiga-las;
  • Essa doença tem muitas recidivas ao
    longo da sua infância, até atingir a
    idade adulta;
  • Boa resposta a corticoides, mas ainda
    está associada a recidivas frequentes;
  • Não realizamos biópsia renal em
    crianças com síndrome nefrótica inicialmente, somente se não houver resposta até a 4° semana de
    tratamento → não fazemos, pois, pela
    faixa etária de acometimento iniciamos
    as condutas diretamente para o
    controle da GLM e, apenas no caso
    descrito acima, realizaremos a biópsia
    posteriormente.
24
Q

fisiopatologia da glomeronefrite de lesão minima

A

Fisiopatologia:
* Nessa patologia temos grande perda
de albumina, uma proteína de carga
negativa;
* Sabendo que toda a barreira de
filtração também é composta por
cargas negativas, quando a albumina
chega nos rins para ser filtrada, ela é
repelida e os rins não a filtram (em
pacientes normais);
* Na GLM, no entanto, temos uma
depleção das cargas negativas do
glomérulo, permitindo a passagem da
albumina → por isso ocorre uma perda
seletiva e em maior quantidade (mas
não unicamente) dessa proteína

25
Q

glomeronefrite de lesão minima achados laboratoriais

A

Avaliação laboratorial:
* Proteinúria nefrótica e seletiva;

  • Albumina plasmática reduzida;
  • Hiperlipidemia (acompanha o quadro
    ou pode persistir por períodos mais
    longos);
  • Sedimento urinário normal, podendo
    encontrar cilindros gordurosos;
  • Hematúria microscópica (20%) e, se
    macroscópica, excluí a chance de ser
    de lesão mínima;
  • Complemento em níveis normais
26
Q

tratamento glomeronefrite de lesão minima

A

ratamento:

  • Corticoide de 4 a 6 semanas, em dose
    máxima e, após esse tempo, retirar
    progressivamente até 3 meses;
    o Prednisona 1mg/Kg/dia nos
    algutos e 60mg/m2 em crianças
    (por 4 semanas);
  • Usar anti-helmínticos antes do
    corticoide (impedir o agravamento de
    uma possível verminose presente);
  • Imunização contra haemophilus e S.
    peumoniae + penicilina oral de forma
    preventiva nas recidivas.
27
Q

glomeronefrite segmentar e focal caracteristicas e sintomas

A

Glomerulosclerose segmentar e focal (GESF).

Síndrome caracterizada por proteinúria
(geralmente nefrótica), retração de processos
podocitários e lesões escleróticas
acometendo segmentos de parte dos
glomérulos.

Características:
* Acomete adultos jovens,
predominantemente no sexo masculino
e negros;

  • Glomerulonefrite mais frequente no
    adulto;
  • Geralmente ocorre uma mutação nas
    proteínas estruturais do podócito
    (podocina e alfa actinina 4);
  • Normalmente é primária (95%), sem
    uma doença causadora e sendo de
    origem autoimune, mas pode ser
    secundária a uma doença de base
    (5%);
  • Assintomática na maioria dos casos de
    etiologia primária (60%) → fazer
    dosagem anual de creatinina e urina
    tipo 1 nos adultos;
  • Diagnóstico é feito por biópsia renal;
  • Em geral progride para DRC;
  • Sinais de mau prognóstico:
    hipertensão, hematúria e fibrose
    intersticial à biópsia.

Nos pacientes com HIV (forma secundária) e
parvovirose* ela pode se apresentar de uma
forma especifica, chamada de GESF
colapsante.

  • Rapidamente progride para DRC, por
    conta do colapso dos glomérulos.
28
Q

achados na biopsia da glomeronefrita segmentar e focal

A

Achados na biópsia:

  • Na microscopia óptica observa-se
    lesões segmentares e focais → ou seja,
    não atinge todos os glomérulos (temos
    glomérulos normais e outros afetados)
    e nem o glomérulo por inteiro;

Ocorre aumento da matriz mesangial, hipercelularidade, colapso de alça capilar, depósitos de proteínas e aderências à cápsula de Bowman;

o Essas lesões segmentares são
mais comumente observadas na
periferia dos glomérulos, junto
ao túbulo contornado proximal,
podendo ocorrer também no polo vascular.

  • Na imunofluorescência vemos o
    depósito de IgM e C3;
  • Microscopia eletrônica: alterações
    podocitárias
29
Q

tratamento da glomeronefrite segmentar e focal

A

Tratamento:
* Não sofre remissão espontânea;
* Tratamento com medidas gerais +
farmacológico;
* Corticóides por 8 semanas 1mg/Kg/dia
ou 2mg/Kg em dia alternados até 6 a 8
meses com dose regressiva;
* Ciclosporina ou ciclofosfamida (de 6 a
12 meses) caso não haja resposta ao
corticoide;
* Somente 60% dos pacientes
respondem ao tratamento;

  • Existem fatores relacionados ao mau
    prognóstico (evoluem mais rapidamente e podem pão responder ao tratamento): proteinúria maciça, creatinina elevada, raça negra e fibrose;
  • Efeitos colaterais do tratamento:
    síndrome de cushing, infecções e
    nefrotoxicidade (causa insipiência renal
    → não está relacionada a doença em
    si, mas sim a ciclosporina).
30
Q

glomeropatia membranosa microscopia

A
  • Microscopia óptica: afeta todo o
    glomérulo, não se observa as alças
    capilares e ocorre espessamento da
    parede dos capilares;
  • Imunofluorescência: depósito de IgG
    na região subepitelial;
31
Q

glomeropatia membranosa caracteristicas e sintomas

A

Características:
* 2ª causa de síndrome nefrótica em
adultos (1° é a GESF);
* Mais comuns em homens brancos,
acima de 50 anos;
* Doença de instalação insidiosa;
* 80 % dos casos apresentam-se com
proteinúria nefrótica;
* 70% pacientes tem o antígeno HLA
classe II DR3 (PLA2R);

  • Pode haver hematúria microscópica e
    HAS → síndrome nefrótica e nefrítica
    juntas, gerando pior prognóstico;
  • Complicação mais comum: trombose
    venosa renal → a perda de proteínas
    não é seletiva e pode gerar perda de
    qualquer proteína plasmática → nesses
    casos o paciente perde o rim;
  • Pacientes acima de 60 anos devemos
    obrigatoriamente investigar causas
    sistêmicas e/ou neoplásicas (é uma
    doença paraneoplásica, que antecede
    ou acompanha o início de uma
    neoplasia);

o Investigar principalmente
neoplasias de trato digestivo,
mama (mulheres) e próstata
(homens).
*Na prática todos os pacientes diagnosticados com
glomerulopatia membranosa são investigados para
neoplasias.

  • 1/3 dos pacientes apresenta remissão
    espontânea, outros 1/3 ficam com
    proteinúria persistente apesar do
    tratamento e outros 1/3 evolui para
    DRC terminal em 5-10 anos (também
    apesar do tratamento);
  • Pior prognóstico: idade avançada,
    homens, síndrome nefrótica
    persistente (proteinúria persistente),
    HAS, queda de TFG e lesão
    tubulointersticial à biopsia renal.
32
Q

glomeropatia membranosa fisiolopatia

A

Fisiopatologia:

  • 70% dos pacientes apresentam o
    receptor de fosfolipase (PLA2R) → ocorre ativação do complemento com formação de complexos imunes de
    ataque no lado epitelial com os anticorpos circulantes;

o Apenas a identificação do
anticorpo contra esse antígeno
já basta para o diagnóstico, sem
necessitar de biópsia

o É muito útil em casos que não
podemos fazer a biópsia ou para
acompanhamento do paciente.

  • Formação in situ de imunocomplexos
    → não é circulante a formação desses
    complexos.

o É importante saber se há algum
fator circulante ou não, pois,
quando temos fatores
circulantes e a pessoa evolui
para DRC, necessitando de
transplante, a mesma doença
pode ocorrer novamente no rim
transportado.

33
Q

glomeropatia membranosa tratamento

A

Tratamento:
* Pacientes elegíveis ao tratamento:
o Proteinúria entre 4 e 6g
persistente;
o Síndrome nefrótica refratária;
o Piora da função renal;
o Títulos altos de anti-PLA2R.

  • Aguardar 6 meses: esperar para ver
    se o paciente entra em remissão.
    o Pacientes com proteinúria
    decrescente;
    o Função renal estável;
    o Sem sintomas da síndrome.
  • Todos pacientes devem ser triados
    para neoplasias.

Tratamento:
* Formas graves: corticóides e
imunossupressores → não iniciar com
corticoide isolado;
* Esquema de Ponticelli: pulsos
bimestrais de corticoide EV, seguido de corticoide oral 0,5 mg/kg/dia alternando com ciclofosfamida → basicamente é
um tratamento EV alternado com oral;

Transplantes:
* A recidiva varia em torno de 20 a 50%;
* Apresentação clínica: presença de
síndrome nefrótica que se manifesta 10
meses em média após o transplante;

Glomerulonefrite de novo:
o Incidência de 1 a 2%;
o Presença de proteinúria, que se
manifesta em média 16 meses após o transplante e mais de
70% dos casos cursam com síndrome nefrótica;

o A perda do enxerto ocorre em
torno de 30 a 40% dos casos, 3
a 4 anos após o diagnóstico.