Síndrome Edemigênica Flashcards

1
Q

Paciente vem ao PS com queixas de cansaço e falta de ar há 6 meses. Alega que acorda de noite sem conseguir respirar. Ao exame, presença de edema em membros inferiores, creptações pulmonares e presença de B3 à ausculta cardíaca. Qual o diagnóstico?

A

Insuficiência cardíaca.

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2
Q

O que é insuficiência cardíaca?

A

Desordem funcional ou estrutural que diminui a capacidade do ventrículo de se encher de sangue ou de ejetá-lo.

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3
Q

Como ocorre a insuficiência cardíaca?

A
  • Ativação de mecanismos compensatórios frente a uma lesão cardíaca (ex.: HAS, infarto, valvulopatia, etc).
  • Remodelamento cardíaco a longo prazo devido à sobrecarga de volume (excêntrico) ou pressão (concêntrico).
  • Redução do débito cardíaco e síndrome congestiva.

OBS.: a principal causa é isquêmica.

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4
Q

Quais os mecanismos envolvidos na insuficiência cardíaca?

A
  • Angiotensina II.
  • Aldosterona.
  • Noradrenalina.

OBS.: ADH, TNF-alfa e interleucina-1 também participam.

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5
Q

Qual o quadro clínico da insuficiência cardíaca de ventrículo esquerdo?

A
  • Cansaço e dispnéia aos esforços.
  • Ortopnéia.
  • Estertores pulmonares.
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6
Q

Qual o quadro clínico da insuficiência cardíaca de ventrículo direito?

A
  • Cansaço aos esforços.
  • Edema de membros inferiores.
  • Turgência jugular.
  • Refluxo hepatojugular.
  • Hepatomegalia.
  • Ascite.

OBS.: se presença de sintomas das duas insuficiências ventriculares = ICC!

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7
Q

Quais os achados clínicos mais específicos da insuficiência cardíaca?

A
  • Presença de B3.
  • Ortopnéia.
  • Dispnéia paroxística noturna.
  • Turgência e refluxo hepatojugular.
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8
Q

Quais as características das bulhas B3 e B4 na insuficiência cardíaca?

A
  • B3: sangue se choca com um ventrículo cheio de sangue (sobrecarga de volume → remodelamento excêntrico).
  • B4: sangue se choca com um ventrículo endurecido (sobrecarga de pressão → remodelamento concêntrico).
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9
Q

Qual a principal causa de insuficiência cardíaca do ventrículo direito?

A

Insuficiência ventricular esquerda (é a mais comum).

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10
Q

Qual a classificação da insuficiência cardíaca pela fração de ejeção?

A
  • Fração de ejeção reduzida (FE < 40): B3, ictus globoso e dilatação ventricular (cardiomegalia) ao raio x.
  • Fração de ejeção preservada (FE > 50): B4, ictus propulsivo e hiperteofia ventricular no ECG.

OBS.: a IC com FE reduzida também é chamada de sistólica, enquanto a de FE preservada é chamada de diastólica.

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11
Q

Quais as principais causas de insuficiência cardíaca com FE reduzida?

A
  • HAS (fase tardia).
  • Doença coronariana isquêmica.
  • Miocardiopatia dilatada.
  • Etilismo.
  • Doença de Chagas.
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12
Q

Quais as principais causas de insuficiência cardíaca com FE preservada?

A
  • HAS (fase precoce).
  • Miocardiopatia hipertrófica.
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13
Q

O que é insuficiência cardíaca de alto débito?

A

Insuficiência cardíaca devido a estados hipercinéticos e aumento da demanda tecidual (ex.: tireotoxicose, anemia, beribéri, obesidade, etc).

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14
Q

Quais os exames auxiliam no diagnóstico da insuficiência cardíaca?

A
  • ECG: sobrecargas ventriculares.
  • Raio x: aumento do índice cardíaco e congestão pulmonar (inversão do padrão vascular e linhas B de Kerley)
  • BNP e NT-proBNP (alto VPN → se < 100, descartam IC).
  • Ecocardiograma transtorácico.

OBS.: o diagnóstico é eminentemente clínico!

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15
Q

Quais as características da sobrecarga atrial no ECG?

A
  • Átrio direito: aumento da amplitude da onda P (> 2,5mm).
  • Átrio esquerdo: aumento da duração da onda P (> 2,5mm).

OBS.: em V1, a sobrecarga atrial esquerda aumenta a fase negativa da onda P (índice de Morris).

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16
Q

Quais as características da sobrecarga ventricular esquerda no ECG?

A
  • Aumento da onda S em V1 e V2.
  • Aumento da onda R em V5 e V6.

OBS.: o aumento é configurado quando a soma da maior onda S de V1 ou V2 com a maior onda R de V5 ou V6 é > 35 (índice de Sokolow).

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17
Q

Quais as características da sobrecarca ventricular direita no ECG?

A
  • Aumento de onda R ampla V1 e V2.
  • Aumento de onda S ampla em V5 e V6.
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18
Q

Como não confundi os critérios de so recarga esquerda e direita no ECG?

A
  • V1 e V2 avaliam melhor a despolarização do VD, representado pela onda R (enquanto o VE é representado pela onda S).
  • V5 e V6 avaliam melhor a despolarização do VE, representado pela onda R (enquanto o VD é representado pela onda S).
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19
Q

Qual o estadiamento do paciente com insuficiência cardíaca?

A
  • A: pacientes com fatores de risco.
  • B: pacientes com alteração estrutural, mas assintomáticos.
  • C: pacientes sintomáticos.
  • D: pacientes com sintomas refratários à terapia otimizada.
20
Q

Quais as classes funcionais da NYHA para pacientes com insuficiência cardíaca sintomáticos (classes C e D)?

A
  • NYHA I: dispnéia aos grandes esforços (sem limitação física).
  • NYHA II: diapnéia aos médios esforços (atividades habituais).
  • NYHA III: dispnéia aos pequenos esforços (ex.: vestir-se, caminhar).
  • NYHA IV: dispnéia em repouso ou aos mínimos esforços.
21
Q

Qual o tratamento do grupo A da insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida?

A
  • Controlar HAS e DM.
  • Atividade física.
  • Cessar tabagismo e etilismo.

OBS.: pode iniciar IECA para o tratamento da HAS.

22
Q

Qual o tratamento do grupo B da insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida?

A
  • IECA.
  • Betabloqueadores.
23
Q

Qual o tratamento do grupo C da insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida?

A
  • NYHA I: IECA + betabloqueador.
  • NYHA II, III e IV: IECA + betabloqueador + espironolactona.
24
Q

Qual o tratamento do grupo D da insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida?

A
  • Transplante cardíaco.
  • Suporte.
25
Q

Quais as drogas que reduzem mortalidade na insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida?

A
  • IECA (escolha) ou BRA (alternativa).
  • Betabloqueadores.
  • Espironolactona.
  • Hidralazina + Nitrato.
  • Ivabradina.
  • Valsartana + Sacubitril.
  • Dapaglifozina.

OBS.: os únicos betabloqueadores capazes de reduzir a mortalidade são o carvedilol, succinato de metoprolol (e não o tartarato) e bisoprolol.

26
Q

Quais as contraindicações ao uso das drogas que reduzem a mortalidade?

A
  • IECA ou BRA: K > 5,5 e Cr > 3.
  • Espironolactona: K > 5,0 e Cr > 2,5.
  • Betabloqueadores: bradicardia (FC < 50), hipotensão e insuficiência cardíaca descompensada grave.

OBS.: se o paciente estiver descompensando ou congesto, NÃO introduzir inicialmente o betabloqueador, compensar o paciente primeiro com diuréticos, IECA e/ou espironolactona, e só DEPOIS introduzir o betabloqueador.

27
Q

Quais as indicações das outras drogas que modificam a mortalidade e podem ser utilizadas na insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida?

A
  • Hidralazina + Nitrato: se contraindicação aos IECA ou BRA (principalmente em negros).
  • Ivabradina: sintomas refratários e FC > 70.
  • Valsartana + Sacubitril: sintomas refratários mesmo com uso de IECA em doses altas e FC < 70 (usar só após 36h de suspensao do IECA).
  • Dapaglifozina: reduz a mortalidade mesmo em pacientes não diabéticos. Futuramente, será a 4ª droga do esquema básico.
28
Q

Caso o paciente com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida e em uso de betabloqueador descompense, devemos suspender a droga?

A

Não! Devos utilizar sintomáticos para controlar o quadro!

OBS.: para melhorar a tolerância aos betabloqueadores, deve-se introduzir a droga em doses baixas, aumentando gradativamente.

29
Q

Quais as medicações sintomáticas (não alteram a mortalidade) na insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida?

A
  • Diuréticos (furozemida): prescrever para todos os pacientes com sintomas de sobrecarga de volume (turgência jugular, creptações pulmonares e edema).
  • Digitais (digoxina): se refratário a todas as outras medidas . Se presença de fibrilação atrial (evitar usar).
30
Q

Qual o quadro clínico da intoxicação digitálica?

A
  • Náuseas.
  • Vômitos.
  • Dor abdominal.
  • Escotomas amarelados.
  • Confusão mental.
  • ECG com extrassístoles e segmento ST escavado (sinal da “pá de pedreiro”).
31
Q

Qual o tratamento da intoxicação digitálica?

A
  • Suspender digoxina.
  • Atropina (se bradiarritmia).
  • Fenitoína (se taquiarritmia).
  • Anticorpos antidigitais (anti-Fab).
32
Q

Quais as indicações de terapia de ressincronização miocárdica (marca passo) na insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida?

A
  • NYHA II, III e IV refratários a terapia otimizada.
  • FE < 35%.
  • Bloqueio de ramo esquerdo completo (QRS > 150ms).
33
Q

Qual o tratamento da insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada?

A

TRATAR PROBLEMAS!

  • Congestão: diuréticos em baixas doses (principal droga).
  • Controle de PA e FC: betabloqueadores, antagonistas dos canais de cálcio, nitratos ou IECA/BRA.
  • Espironolactona pode ser útil.
  • Tratar fibrilação atrial (desaparecimento da B4).
  • NÃO USAR DIGOXINA!

OBS.: não há medicações obrigatórias ou que reduzam a mortalidade nesse grupo.

34
Q

Quais os perfis hemodinâmicos da insuficiência cardíaca aguda?

A
  • Grupo A: sem congestão e bem perfundido/normotenso (quente e seco).
  • Grupo B: congesto e bem perfundido/normotenso (quente e úmido).
  • Grupo C: congesto e mal perdundido/hipotenso (frio e úmido).
  • Grupo D: sem congestão e mal perfundido/hipotenso (frio e seco).
35
Q

Qual o tratamento do grupo A da insuficiência cardíaca aguda?

A

Investigar e tratar causas não cardiogênicad (ex.: anemia, TEP).

36
Q

Qual o tratamento do grupo B da insuficiência cardíaca aguda?

A
  • O2 por cateter nasal, máscara de venturi, CPAP ou intubação.
  • Diuréticos (furosemida).
  • Vasodilatadores (nitroprussiato de sódio e dinitrato de isossorbida).
  • Evitar morfina IV (aumenta hospitalização).

OBS.: a principal causa é o edema agudo de pulmão.

37
Q

Qual o tratamento do grupo C da insuficiência cardíaca aguda?

A
  • Drogas ionotrópicas (dobutamina e dopamina).
  • Se uso de betabloqueadores, o ionotrópico de escolha é a levosimedana.

OBS.: a principal causa é o choque cardiogênico.

38
Q

Qual o tratamento do grupo D da insuficiência cardíaca aguda?

A

Reposição volêmica cautelosa.

39
Q

Quais as características da cardiomiopatia dilatada?

A
  • Degeneração dos miócitos, levando a dilatação ventricular.
  • A principal causa é idiopática (3ª causa de ICC no mundo), seguida pelo etilismo doença de Chagas.
  • O quadro clínico é de insuficiência cardíaca sistólica.

OBS.: a cardiomiopatia chagásica acomete preferencialmente o VD, causa aneurismas apicais e bloqueio BRD + HBAE.

40
Q

Quais as características da cardiomiopatia restritiva?

A
  • Decorre da redução da complacência miocárdica.
  • Ocorre pela amiloidose, sarcoidose e endocardiomiofibrose teopical.
  • Clínica de insuficiência cardíaca diastólica.
41
Q

Paciente de 20 anos vem ao PS com queixas de cansaço aos esforços. Repata 1 episódio de síncope enquanto jogava bola. Apresenta sopro sistólico que piora com a manobra de valsalva. Qual o diagnóstico?

A

Cardiomiopatia hipertrófica.

42
Q

Quais as características da cardiomiopatia hipertrófica?

A
  • Doença genética que causa hipertrofia assimétrica do miocárdio, predominando no septo interventricular.
  • Pode causar arritimias ventriculares.
  • É a principal causa de morte súbita em pacientes jovens.
  • História familiar geralmente positiva.
43
Q

Qual o quadro clínico da cardiomiopatia hiperteófica?

A
  • Dispnéia aos esforços.
  • Sinais de baixo débito (síncope).
  • Angina pectoris.
  • Presença de B4.
  • Sopro sistólico que piora com a manobra de Valsalva e melhora com a posição de cócoras.

OBS.: é o único sopro que piora com a manobra de Valsalva!

44
Q

Como é o diagnóstico de cardiomiopatia hipertrófica?

A

Ecocardiograma com hipertrofia do ventriculo esquerdo e septal assimétrica.

OBS.: o principal diagnóstico diferencial é estenose aórtica.

45
Q

Qual o tratamento da cardiomiopatia hiperteófica?

A
  • Controle da PA e FC (betabloqueadores)
  • Embolização septal ou ventriculectomia.
  • Cardiodesfibrilador implantável: se síncope, TV sustentada ou morte súbita revertida.
46
Q

Quais as características da síndrome de Takotsubo (cardiomiopatia por estresse)?

A
  • Acomete mulheres > 50 anos após estresse emocional ou físico.
  • Decorre da secreção excessiva de catecolaminas, causando espasmos microvasculares e toxicidade miocárdica.
  • Causa desconforto precordial com supra do segmento ST ou inversão de onda T nas derovações precordiais no ECG (com V4-V6 > V1-V3), podendo elevar troponinas.
  • O cateterismo mostra coronárias normais e ventrículografia com dilatação segmentar e contração basal do ventrículo esquerdo.
  • Autolimitada e reversível.
47
Q

Quais as características das miocardites?

A
  • Inflamação e necrose do miócitos, geralmente desencadeada após um quadro viral.
  • Os principais agentes são os enterovírus (ex.: Coxackie B).
  • Causa insuficiência cardíaca aguda.

Tratar como insuficiência cardíaca.