Síndrome dos Ovários Policísticos Flashcards
Definição de SOP
Síndrome de anovulação crônica hiperandrogência
Como funciona o ciclo menstrual normal
O ciclo é normalmente de 28 dias, tendo duas fases: 1ª proliferativa ou folicular e a 2ª secretora ou lútea.
O ciclo inicia-se com o aumento do FSH, onde ocorre o recrutamento dos folículos e assim produzindo estradiol, o seu aumento eleva juntamente o LH. Quando encontra-se estradiol e LH alto, entra na ovulação que ocorre no fim da fase proliferativa. Importante lembrar que o estradiol tem feedback negativo com FSH.
Na 2ª fase ocorre a produção de progesterona pelo corpo lúteo, ocorrendo o aumento do endométrio, ao final na fase a produção de progesterona e de estradiol (tem baixa produção nessa fase) diminui.
e com isso reiniando o clico (estradiol baixo –> aumenta o FSH) por volta de 28 dias.
Fisiopatologia normal da teoria das duas células e dois hormônios:
Hipotálamo -> GnRH -> hipófise -> produzir LH e FSH
Temos duas células
1ª células da teca que é a receptora do LH. O LH converte o colesterol em andrógenos (androstenediona e testosterona).
Os andrógenos muda de céula pela difusão facilitada
2ª celulas granulosa que é receptora do FSH. O FSH produz aromatase e essa aromatase converte os androgenos em estrogênio (testtosterona em estradiol)
PROVA - fisopatologia SOP
Obesas tem aromatização periférica (conversão de androgênios em estrona) o estradiol tem feedback negativo com FSH e positivo em LH
Quando se tem LH alto, tem-se maior produção de androgênio (ANDROSTENEDIONA E TESTOSTERONA)
Tem-se baixa produção da aromatase por causa de pouco FSH, essa baixa produção não permite a conversão de androgênios em estrogênios e com isso os ovarios viram fonte de hormônios masculinos
Iniciando o clico com FSH baixo e não ocorrendo o recrutamento de folículos (tendo desenvolvimento anormal dos folículos ovarianos)
O LH alto e constante, não se tem pico e com isso não ovula (anovulação crônica).
O ovário é estimulado somente por estrona, ocorrendo a proliferação do endométrio
Podem desenvolver: sangramento uterino anormal, hiperplasia, CA do endométrio.
A insulina tem efeito sinérgico (sinergismo) com o LH, levando a produção de mais androgênios. Também atua em nivel hepático, diminuindo a proteína SHBG que tem a função de transportar os hormônios sexuais, assim quando em menor quantidade, aumenta a quantidade de testosterona livre que é convertida em di-hidrotestosterona (+potente - intensificando o hirsutismo).
Devido ao defeito dos receptores de insulina, corre uma hiperinsulinemia pelo pâncreas (libera mais insulina) levando a maiores chances de desenvolver intolerância à glicose e à DMII.
Clínica de SOP:
Amenorreia e/ou menstruações infrequentes
Hiperandrogenismo:
- Acne
- Hirsutismo (escala de ferriman > ¨ ou orientais >4 ; se delipa, fazer dosagem em laboratório)
- Alopécia androgênica
PROVA - Diagnóstico de SOP
Critério de Rotterdam ( presença de 2 de 3)
- Amenorreia ou menstruações infrequentes
- Hiperandrogenismo (clínico ou laboratorial)
- US com ovários policísticos: 20 ou mais folículos medindo entre 2mm a 9mm ou ovário maior de 10 cm³
Diagnóstico diferencial e seus exames:
Hiperplasia andrenal congênita: 17-OH-progesterona
Síndrome de Cushing: cortisol
Tumor produtor de androgênicos: testosterona total, DHEA, S-DHEA
Outras causas de amenorreia: TSH, prolactina
Avaliação clínica
Circunferência abdominal >88cm
PA
GJ
PL
exames do dx diferenciais
Tratamento
Principal: dieta e exercício físico (perda de 5 a 7% do peso) - SEMPRE TRATAR
Para proteção do endométrio:
- Progesterona no 14º dia do ciclo
- ACO (ciproterona, drospirenona)
- Outros métodos hormonais
- SIU
Hiperandrogenismo:
- ACO
- Espironolactona (aumenta catabolismo da testosterona)
- Finasterida
Resistência insulínica:
- Metformina
Indução da ovulação:
- Inibidores de aromatase: letrozol (primeira linha)
- Citrato de clomifeno
Consequências:
DM2
HAS
Dislipidemia
Síndrome metabólica
Abortamentos, PE, DMG
Hiperplasia e câncer de endométrio
Câncer de mama