Sequelas de Fissuras Labiopalatinas Flashcards
Quais são possíveis sequelas labiais das cirurgias de fissuras labiopalatinas?
- Cicatriz hipertrófica
- Assimetria de vermelhão
- Lábio curto
- Desalinhamento do vermelhão
Exemplo de cicatriz hipertrófica.
- Tratamento conservador inicial
- Reabordar caso não regrida
Exemplo de assimetria do vermelhão.
Exemplo de lábio curto.
Relacionado com fibrose/retração cicatricial, principalmente em técnicas que resultam em cicatriz retilíneas. O arco do cupido tende a retrair, dando um aspecto de que o lábio está mais curto.
Quais são possíveis sequelas nasais das cirurgias de fissuras labiopalatinas?
- Insuficiência da asa nasal
- Estenose narinária
- Assimetria da base narinária
- Lábio longo/falha muscular
Exemplo de insuficiência da asa nasal.
- Normalmente em fissuras unilaterais, em que o nariz está deslocado lateralmente e inferiormente.
- Normalmente reabordada quando for realizar outra abordagem, como em um enxerto alveolar.
Exemplo de estenose narinária.
- Normalmente relacionada com técnicas em que há incisões intranasais, como Skoog.
Exemplo de assimetria da base narinária.
- Normalmente ao não deslocamento completo ao nível do piriforme do tecido muscular no momento da correção cirúrgica.
Exemplo de lábio longo.
- Relacionado com deiscência/falha muscular da síntese da musculatura orbicular.
Exemplo de desalinhamento de vermelhão.
- Mais frequente em pacientes com fissura bilateral.
- Principalmente nas técnicas que preserva a mucosa do prolábio.
- Normalmente as meninas se queixam devido a falta de um arco do cupido bem desenhado, dificultando uso do batom.
Quais são as sequelas das fissuras bilaterais?
- Lábio largo sem músculo no pro-lábio
- Lábio apertado/em assobio/em apito.
Exemplo de lábio largo sem músculo no pro-lábio.
- O segmento filtral pró lábio foi projetado de modo muito largo no momento da operação inicial.
- Mais comum nas técnicas que não fazem reparo de musculatura no tempo primário, preservam a mucosa do pro-lábio e que não abordam o nariz.
- Filtro labial muito largo
- Ausência de musculatura na região central do pro-lábio
- Base narinária mais larga
- Nariz mais achatado sem projeção de columela
Exemplo de lábio apertado/em assobio/em apito.
- Paciente com fissura bilateral que após a cirurgia, as vertentes laterais ficaram muito curtas e o lábio da uma sensação de que está subindo.
- Há falta de tecido causando um não selamento do lábio superior com o inferior.
- Tratamento com retalhos de avanço local, enxertos de gordura, enxertos autólogos e retalho de Abbé (melhor opção)**.
Desenho do retalho de Abbé.
- Altura do retalho igual altura do defeito.
- Largura do retalho sendo 1/2 da largura do defeito.
Quando realizar as reabordagens nasolabiais?
- Em torno dos 6 anos: risco de bullying aumenta a partir dessa idade. Se possível, esperar até a cirurgia de enxertia alveolar secundária para aproveitar mesmo tempo cirúrgico.
- Todos os pacientes com 4-5 anos devem ser avaliados para uma cirurgia secundária antes do início da escola primária.
- Mesmo na adolescência caso necessário.
Qual é um dos principais fatores determinantes no desenvolvimento de fístulas palatais?
- Experiência do cirurgião.
Como é o sistema de Pittsburgh para classificação das fístulas palatais?
Como é a correção das fístulas pequenas com tecido local?
Se a fístula for pequena, realiza-se uma incisão perifístula com fechamento do plano nasal. Na sequência é descolado o palato lateralmente (uni ou bilateralmente) e feito o fechamento.
Como é a correção das fístulas maiores com deficiência de tecido?
- Retalho miomucoso do bucinador (pode ser pedículo anterior ou posterior).
Quando são indicados os retalhos de língua?
- Fístulas de palato anterior/duro, em que o defeito é muito largo, amplo e que não há margem de tecido palatal suficiente para o fechamento.
Qual a diferença entre insuficiência velofaríngea (IFV) e a incompetência velofaríngea?
- Na insuficiência, há uma falta de tecido do palato, ele está curto. O defeito é anatômico.
- Já na incompetência velofaríngea, o palato é longo, anatomicamente suficiente, porém ele não se mexe o suficiente, não funciona. Defeito funcional, dinâmico.
Qual o exame mais utilizado na avaliação da insuficiência velofaríngea?
- Nasoendoscopia.
- A videofluoroscopia é pouquíssimo disponível no Brasil.
A cirurgia de correção da insuficiência velofaríngea é o suficiente para resolver o quadro?
- A cirurgia, isoladamente, não fará o paciente adquirir a fala normal.
- Sempre necessitará de terapia fonoarticulatória.
O que cirurgia de correção da insuficiência velofaríngea é capaz de corrigir?
- A cirurgia é capaz de corrigir os componentes PRIMÁRIOS da insuficiência velofaríngea, sendo eles:
—> Hipernasalidade
—> Escape do ar - Melhora as condições de pressão intra-oral e o fluxo aéreo oral para permitir melhor articulação dos fonemas.
- Porém, por si só, nunca irá corrigir todos os mecanismos secundários compensatórios (distúrbios articulares).
Qual é a terapia responsável por corrigir os mecanismos secundários compensatórios na insuficiência velofaríngea?
- Terapia fonoarticulatória.
Qual defeito está muito relacionado com a insuficiência velofaríngea?
- Fissura submucosa.
O que é a fissura submucosa?
- A fissura palatina submucosa ocorre quando o palato possui a continuidade com a mucosa, mas o músculo levantador do véu palatino subjacente é descontínuo através da linha média longitudinalmente.
- Com a contração da musculatura velar, uma distinta diástase muscular da linha média pode ser vista.
Qual é a tríade relacionada com a fissura submucosa?
Tríade de Calnan, composta por:
- Translucência da mucosa: zona clara da linha média (zona pelúcida)
- Chanfradura óssea: entalhe no palato duro posterior
- Úvula bífida
Quando a fissura submucosa costuma ser diagnosticada?
- A fissura submucosa frequentemente não é diagnosticada na infância.
- Nem todas as crianças com essa alteração irão precisar de cirurgia. Podem ser acompanhadas quanto ao seu desenvolvimento para avaliação futura, podendo postergar a cirurgia.
Quais são os sintomas da fissura submucosa quando presentes?
- 45-55% apresentam alterações na fala, otite média ou perda da audição.
- 33% apresenta insuficiência velofaríngea.
Qual o tratamento da insuficiência velofaríngea com tecido do próprio palato?
Alongamento do palato com:
- Repalatoplastia através de Furlow
Normalmente a primeira opção, sendo realizada já como técnica de primeira escolha nos casos de fissura submucosa.
Quais são principais padrões de oclusão velofaríngea?
- Coronal * mais comum *
- Coronal com movimento medial pronunciado das paredes laterais da faringe
- Circular
- Circular com prega de Passavant
- Sagital
Qual é o tratamento da insuficiência velofaríngea com retalhos de parede posterior (faringoplastia)?
Utilizados quando não há tecido suficiente que permita a realização de uma repalatoplastia.
- Sanvenero-Rosseli (Padgett): pedículo superior.
—-> Melhor opção.
- Rosenthal (Schoenborn): pedículo inferior.
O que são as esfincterofaringoplastias dinâmicas?
- Utilização dos pilares laterais como doadores de tecido ao invés da parede posterior. Assim, diminui-se o diâmetro do esfíncter velofaríngeo.
- Cirurgia mais complexa. Exemplos:
—-> Hynes: retalho miomucoso contendo o músculo salpingofaríngeo e posteriormente o músculo palatofaríngeo.
—-> Jackson: pedículo superior.
—-> Orticochea: pedículo inferior.
Quando as próteses obturadoras são indicadas?
- Em caso de insuficiência velofaríngea, possuem objetivo de vedar o palato, bloqueando o escape nasal de ar quando há fístula ou ausência de tecido.
- Podem ser com ou sem bulbo faríngeo.
Quando são utilizadas as próteses obturados com bulbo faríngeo/fonador?
- Quando o palato não apresenta tecido suficiente (insuficiente) porém com boa movimentação muscular. Como no caso de fístulas por exemplo.
- Podem substituir cirurgias secundárias também.
Quando são indicadas as próteses elevadoras?
- Nos pacientes com incompetência velofaríngea, ou seja, o palato é longo (suficiente) porém ele não se mexe (incompetente).
- A prótese irá elevar ele mecanicamente para a posição onde deveria estar.
A influência do bulbofaríngeo afetada positivamente/negativa a própriocepção?
Positivamente.
Como deve ser o tamanho do bulbo faríngeo ao longo do tempo?
- Deve ser aumentado progressivamente de acordo com a tolerância do paciente e, uma vez atingido seu tamanho máximo, PODE ser diminuído conforme resposta do paciente.
Qual é uma possível complicação do tratamento cirúrgico da insuficiência velofaríngea?
- Hiponasalidade.
No paciente fissurado, como deve-se proceder em relação a adenoidectomia?
- Contraindicada sua realização, pois incorre no risco de desenvolver/piorar um quadro de rinolalia.