Sepse Flashcards
O que é sepse? Qual era a definição antiga é porque mudou?
É uma disfunção orgânica relacionada a uma infecção. Definição antiga de sepse: Presença de infecção + SIRS (Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica). Era mto sensível e pouco específico.
Na sepse, temos um desequilíbrio de agentes inflamatórios e anti-inflamatórios.
- O efeito pró-inflamatório remete a lesão endotelial, disfunção microvascular, diminuição da oxigenação tecidual e lesão orgânica.
- Já a parte anti-inflamatória remete a anergia e imunossupressão.
Quais são os critérios de SIRS?
Temperatura > 38°C ou < 36°C
Frequência cardíaca > 90 bpm
Frequência respiratória > 20 irpm
Leucometria (leucócitos > 12.000 ou < 4.000)
O que é choque séptico?
Choque séptico é quando o paciente necessita de amina vasoativa para manter uma PAM minimamente satisfatória (> 65 mmHg), associado ao aumento de lactato(≥ 18 mg/dl) na ausência de hipovolemia. Ou seja, mesmo ressuscitado volemicamente, o paciente persiste com o quadro, necessitando de amina vasoativa.
Para que serve o SOFA e quais critérios ele usa?
Medição da disfunção organica da sepse
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- Sistema pulmonar (relação P/F),
- Cardiovascular (hipotensão e uso de vasopressores),
- Circulação (plaquetopenia),
- Neurológico (Glasgow),
- Hepático (aumento de bilirrubinas) e
- Renal (aumento de creatinina e oligúria).
Aumento de dois pontos no escore de SOFA atribuível a uma infecção fecha critério para sepse.
DRC → considerar aumento da creatinina em relação a basal para fazer o SOFA.
Quais os critérios do qSOFA?
- Hipotensão sistólica < 100 mmHg,
- Alteração do nível de consciência e
- Taquipneia > 22 irpm.
Descreva a hipóxia macrovascular da sepse
No choque séptico, um exemplo clássico de chique distributivo, há Vasoplegia (a perda da capacidade de adaptar o tônus dos vasos de resistência de acordo com o débito cardíaco se denomina vasoplegia) e hipoperfusão (caracterizada clinicamente pela hiperlactatemia). Exemplo clássico de choque distributivo é o choque septico. Outras causas: pancreatite, grande queimado e politrauma.
- Para haver essa perda de tônus e déficit de oferta de oxigênio, são produzidas interleucinas 1 e 6, TNF-alfa. Essas substâncias estimulam o locus ceruleus, o eixo hipotálamo, hipófise, adrenal a produzir substâncias vasoconstritoras (noradrenalina, cortisol, vasopressina, angiotensina 2). Esses se ligam aos receptores da fibra muscular lisa para gerar vasoconstrição. Contudo, com o passar do tempo, essa resposta acaba (há uma adaptação ao estímulo), e essas substâncias passam a inibir a produção de agentes vasoconstritores. Associado a isso há dessensibilização dos receptores no músculo liso. Isso tudo vai gerar a vasoplegia e o choque distributivo.
Descreva a hipóxia microvascular da sepse
Na sepse há o aumento da permeabilidade vascular, com perda do líquido para o terceiro espaço, sendo assim a distância que o oxigênio deve correr é maior, até chegar na célula (já que acontece por difusão e ele tem que atravessar o líquido). O paciente séptico tem seu fluxo da microcirculação comprometido. Há uma resistência do fluxo pelo leito capilar, por microtromboses. O sangue passa pelo shunt arteriovenoso (sai da arteriola oxigenado e volta ainda oxigenado pela vênula, bypassando os capilares). Esta é uma das explicações do porque que a saturação venosa central no paciente séptico é elevada. A microcirculação é diretamente lesada e de forma heterogênea (no mesmo orgão pode haver áreas em que a ciruclação é normal e outras em que é muito diminuída). Além disso, há redução da superfície de troca (efeito shunt). Tudo isso vai caracterizar uma entrega de o2 ineficiente.
Descreva a hipóxia mitocondrial da sepse
Existe uma citotoxicidade direta à mitocôndria pela presença de mediadores inflamatórios (TNF, endotoxinas e ON). Mesmo recebendo o oxigênio, a célula sofre hipóxia.
Como é o atendimento inicial para o paciente com choque septico?
Como primeira medida terapêutica deve-se restaurar a volemia, caso não haja resolução da PA, deve-se avaliar inicio de noradrenalina Sempre colher culturas, pelo menos 2 hemoculturas, antes do início da antibioticoterapia (que deve começar na primeira hora).
A escolha empírica deve ser ampla, com pequena margem de erro, e reavaliada após 48-72h.