REMIT, Queimaduras, Cicatrização Flashcards

1
Q

Resposta Endócrina Metabólica Imunológica ao Trauma

A
  1. Massa corporal magra: isenta de gordura, parte funcional de proteínas estruturais (músculo)
  2. Trauma, cirurgia e jejum fazem tanto proteólise como lipólise = disponibilização de glicose, segurar H20 e fornecer O2
  3. 1g de gordura = 9kcal
  4. 1g de proteína = 4 kcal
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2
Q

Metabolismo Intermediário

A
  1. Anabolismo: Insulina

2. Catabolismo: hormônios contra insulínicos (glucagon)

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3
Q

Anabolismo

A
  1. Período pós-prandial: ↑ glicemia e ↑ insulina
  2. Sobrou glicose: Insulina inicia o ANABOLISMO
  3. Construção de estoque (2 formas):
    1. ↑ glicogênio ou glicogenogênese(reserva de glicose)
    1. ↑ gordura ou lipogênese
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4
Q

Catabolismo

A
  1. Jejum, cx ou trauma: ↓ glicemia e ↓ insulina
  2. Hormônios contra insulínicos iniciam o: CATABOLISMO
  3. Destruição de estoque (2 formas):
    1. Glicogenólise: mantém glicemia estável por 12-24h
    1. GlicoNeoGênese: proteólise e lipólise
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5
Q

GlicoNeoGênese (Catabolismo)

A
  1. Proteólise:
    1. Glutamina
    1. Alanina
  2. Lactato
  3. Lipólise:
    1. Glicerol
    1. Ácidos graxos
  4. Todos exceto ác. graxos vão para o fígado e viram glicose
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6
Q

Ciclo de Felig

A
  1. Alanina vira Glicose na gliconeogênese
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7
Q

Ciclo de Cori

A
  1. Lactato vira glicose
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8
Q

Única substância que não vira glicose

A
  1. ÁCIDOS GRAXOS

2. No fígado se transforma em Corpos Cetônicos

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9
Q

Adaptações do Jejum/Trauma

A
  1. Reduz a proteólise
  2. Prioriza lipólise
  3. Cérebro começa a consumir corpos cetônicos
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10
Q

Manejo pré-operatório para evitar as REMIT

A
  1. Para sustar o processo em jejum fornecer 400 Kcal = 100 g de Glicose = 2000 ml SG 5%
  2. Previne a cetose de inanição (corpos cetônicos)
  3. Inibir a gliconeogênese
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11
Q

Resposta Endócrina Catabólica - Adrenal

*Aumento da resistência à insulina

A
  1. Cortisol: gliconeogênese (por AA) e permite ação das catecolaminas no processo de estímulo a lipólise. Permanece elevado por no mínimo 24h.
    1. ↑ IL-10 (anti-inflamatória) e apoptose linfocitos T
  2. Catecolaminas (epinefrina): preservar a perfusão sanguínea. Faz broncodilatação, ↑ FC, vasoconstrição e Atonia intestinal
    1. Faz piloereção, relaxa esfincter, glicogenólise, gliconeogênese e lipólise
  3. 2 ↓ TNF-a
  4. Aldosterona: retém Na e H20, libera K e H+ (preservar água) → alcalose mista do PO
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12
Q

Resposta Endócrina Catabólica - Hipotalámica

A
  1. ADH (vasopressina): faz oligúria funcional, ↓ débito urinário (<30 ml/h de diurese) operatória com retorno em 2-4 dias de PO
    1. Edema de ferida operatória
    1. Vasoconstrição esplêncnia: isquemia-reperfusão
    1. Glicogenólise e gliconeogênese
    1. Permanece elevado por 1 semana PO
  2. Pâncreas: ↓ insulina e ↑ glucagon
  3. ↑ GH (IL-1, TNF-a e IL-6 inibem IGF-1): ação catabólica inicial
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13
Q

Alterações Clínica e laboratoriais no PO

A
  1. Atonia intestinal: catecolaminas e opioides endógenos
  2. Oligúria funcional/ edema de ferida operatória: ADH
  3. Alcalose mista: aldosterona, drenagem nasogástrica, hiperventilação anestésica e hiperventilação associada à dor no PO
  4. HIPERGLICEMIA: ↑ glucagon, cortisol, catecolaminas e GH
  5. ↑ temperatura (37,8ºC): IL-1
  6. Anorexia: TNF-a
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14
Q

Resposta Imunológica (Pró-inflamatória)

A
  1. IL-1, IL-2 e TNF-a
  2. IL-1: ↑ temperatura (37,8ºC)
  3. TNF-a, IL-1: Anorexia (vasoconstrição esplênica)
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15
Q

Resposta Imunológica (Anti-inflamatórias)*

A
  1. IL-4, IL-6, IL-10, IL-13

2. TGF-B

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16
Q

Atenuação da Resposta Endócrina e Imunológica - MODULAÇÃO

A
  1. Catabolismo no trauma é iniciado por: DOR e LESÃO
  2. Anestesia peridural/epidural: ↓ resposta endócrina (cortisol, catecolaminas)
  3. Cx laparoscópica: ↓ produção imune de produção de citocinas (menores cortes menos leucócitos)
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17
Q

Fases do metabolismo no Pós-Operatório (PO)

A
  1. Fase adrenérgica-corticoide: logo após cx, c/ ↑↑↑ níveis catabólicos balanço negativo de nitrogênio. Dura 6-8 dias se não complicada.
  2. Fase anabólica precoce ou “retirada do glicocorticoide”: diurese, ação IGF-1 (anabólico), balanço nitrogenado positivo c/ síntese proteica e ganho de massa corporal magra e peso
  3. Fase Anabólica tardia: ganho ponderal lento (meses a anos)
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18
Q

REMIT no TRAUMA (lesão acidental)

A
  1. Trauma, sepse, hemorragia, pancreatite necrosante
  2. Agressão mais grave depende da intensidade da lesão
  3. Desgaste de proteína muscular mais acelerado (diafragma → respiração)
  4. Lipólise: microêmbolos gordurosos e acidose metabólica
  5. Vasoconstrição microcirculatória
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19
Q

Resposta Imune ao Trauma/Jejum

A
  1. Inata: pouco específica mas rápida (1ª linha de defesa) → neutrófilos, macrófagos, céls NK e dendríticas, sist. complemento, citocinas
    1. Limita dano tecidual, combate micro-organismo e céls tumorais e iniciar resp. adaptativa
  2. Adaptativa: demorada e resulta em resp. humoral (anticorpos) e celular (céls T citotóxica) c/ diferenciação dos linfócitos T helper
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20
Q

Citocinas na resposta ao trauma - Benefícios

A
  1. Processo de cicatrização de feridas
  2. Resposta contra micro-organismos invasores
  3. Aumento da síntese d eproteínas de fase aguda (IL-1 e IL-6)
  4. Estímulo à resposta imune
  5. Modulação da resposta imune (IL-10)
  6. Ação anti-inflamatória: IL-4, IL-6, IL-10, IL-13
  7. Diferenciação de linfócitos T e produção de IFN-y (IL-12)
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21
Q

Citocinas na resposta ao trauma - Efeitos Deletérios

A
  1. Febre pós-operatória: IL-1
  2. Anorexia: IL-1
  3. Caquexia e proteólise: TNF-alfa
  4. Falência orgânica múltipla: IL-6 e IL-1
  5. Diminuição da resposta a micro-organismos invasores: IL-10
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22
Q

Queimadura

A
  1. Lesão tecidual por trauma térmico, elétrico, químico ou radioativo, que destrói parcial ou total a pele e seus anexos
  2. Pode alcançar tecido cel. SC, músc., tendões e ossos
  3. Mortalidade bimodal: imediatamente após lesão (principal causa) ou semanas mais tarde (falência multiorgânica associada à sepse grave/choque)
  4. Queimaduras térmicas (chama,líquido, sólido aquecidos) são as mais frequentes
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23
Q
Grande Queimado
(American burn association)

*Não inclui queimaduras de 1º grau

A
  1. Envolve ≥25% de SCQ em adultos entre 10-40 anos
  2. Envolve ≥20% SCQ em <10 anos ou >40 anos
  3. Envolve >10% SCQ de 3 grau
  4. Envolve olhos, ouvido, mãos, pés ou períneo (comprometimento funcional)
  5. Queimaduras elétricas de alta voltagem
  6. Queimadura complicada por trauma grave ou lesão por inalação
  7. Todos queimados que tenham cormorbidades graves
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24
Q

Indicações de Admissão em CETQ (ATLS)

A
  1. NÃO INCLUI queimadura de 1º grau (s/ repercussões sitêmicas/funcionais)
  2. 2º grau >10% SCQ
  3. 3º grau: qualquer %
  4. Face, mão/pé, grandes articulações
  5. Olhos, períneo/ genitália
  6. Química ou elétrica grave
  7. Comorbidades que pode ser piorada pela queimadura
  8. Lesão por inalação de via aérea
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25
Q

Atendimento inicial no Pré-Hospital ao Queimado

*Uso de gelo é contraindicado pois aumenta área queimada e/ou hipotermia

A
  1. Segurança da cena
  2. Afastar o pctes da fonte de calor: retirar as roupas, joias
  3. Resfriar a lesão: jogar água até 15-30 min após o trauma em temperatura ambiente ou ≥12ºC (morna se queimadura química)
  4. Prevenção da hipotermia: envolver c/ lençóis ou cobertores secos*
  5. Pegar acesso
  6. Decidir se precisa ir p/ CETQ
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26
Q

Evidências de envolvimento da VA no 1º atendimento

A
  1. Queimaduras cervicais ou faciais
  2. Chamuscamento dos cílio e vibrissas nasais
  3. Depósitos de carbono e alterações inflamatórias agudas na orofaringe
  4. Escarro carbonado
  5. Rouquidão
  6. Hx confusão mental e/ou confinamento no local do incêndio
  7. Hx de explisão c/ queimaduras de cabeça e tronco
  8. Níveis sanguíneo de carboxi-Hb >10%
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27
Q

Indicações de IOT precoce*

A
  1. Sinais de obstrução da VA (rouquidão, estridos, musc. acessória, retração esternal)
  2. SCQ >40-50%
  3. Queimaduras faciais profundas e extensas
  4. Queimaduras no interior da boca
  5. Edema ou risco
  6. Dificuldade de deglutir
  7. Rebaixamento de consciência
  8. Comprometimento respiratório
  9. Transferência de grande queimado
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28
Q

Atendimento Hospitalar ao Queimado

A
A. Coluna e VA
B. Complicações respiratórias*
C. Acesso e reanimação
D. Disfunção neurológica
E. Exposição
29
Q

Complicações Respiratórias

A
  1. Cenário 1: queimadura em face e pescoço
  2. 1 Lesão térmica das VAS (fumaça quente)
    1. Lesão pulmonar por inalação (fumaça suja)
  3. Cenário 2: incêndio em recintos fechados (gases tóxicos)
    1. Intoxicação por monóxido de carbono
    1. Intoxicação por cianeto
30
Q

Lesão térmica em VAS

*Não vai para o pulmão

A
  1. Lesão por altas temperaturas da VA se estende até as cordas vocais (rara até bifurcação traqueal)
  2. QC: hiperemia de orofaringe, rouquidão, estridor e Insuf. Respiratória IMEDIATA
  3. Dx: clínica/laringoscopia
  4. TTO: suporte ventilatório e IOT “preoce”
31
Q

Lesão Pulmonar por Inalação

  • Semelhante a uma alergia pulmonar
  • Lesão face e/ou ambientes fechados
A
  1. Combustão de elementos no ambiente em chamas alcança a VA infraglótica, lesão brônquios, bronquíolos e alvéolos
  2. QC: alergia → sibilos, escarro carbonáceo, produção de muco
    1. Insuf. respratória mais tardia após 24 horas
  3. Dx: broncoscopia e cintilografia com Xe 133
  4. TTO: nebulização c/ broncodilatadores ± NBZ c/ heparina e Broncoscopia
32
Q

Intoxicação pelo monóxido de carbono (CO)

A
  1. Locais fechados
  2. CO tem afinidade pela Hb 240x superior ao O2
  3. QC depende do tempo de exposição a fumaça, coloração vermelho-cereja da pele raramente é encontrada
    1. COHb <20% não há sintomas
    1. COHb 20-30%: cefaleia e náusea
    1. COHb 30-40%: confusão mental
    1. COHb 40-60%: coma
    1. COHb >60%: óbito
33
Q

Intoxicação pelo monóxido de carbono (CO)

A
  1. Dx: dosagem de carboxihemoglobina
    1. O oxímetro de pulso não é capaz de sugerir exposição ao CO pois não diferencia a COHb da oxiemoglobina
    1. Divergência entra oxímetro de pulso e PaO2
  2. TTO: O2 a 100% em alto fluxo imediato, ↑ FiO2 e medicina hiperbárica
34
Q

Intoxicação por Cianeto

*Rápida evolução p/ óbito

A
  1. Fumaça derivada da combustão (poliuretano, náilon, lã e algodão)
  2. Cianeto inibe metabolismo aeróbico
  3. QC: rebaixamento de consciência
  4. Dx: ↑ lactato e ↑ de cianeto
  5. TTO: deve ser empírico* com administração de Tiossulfato de Sódio e Hidroxicobalamina em altas dosagens
35
Q

Ressuscitação Volêmica no Queimado

A
  1. Queimados com SCQ >20% faz resposta sistêmica inflamatória c/ ↑ permeabilidade capilar e perda de fluido e proteínas do intravascular p/ 3o espaço
  2. ↑ DC faz hipoperfusão de vísceras que agrava a área queimada
  3. Deve iniciar 1/2 Ringer Lactato no momento da exposição por 8 horas (Se exposição foi há 3 horas deve contabilizar para 5 horas) e 1/2 nas próximas 24 horas
  4. Fazer controle de diurese (cateter vesical de Foley) que deve ser de 0,5 a 1 ml/kg/h e 1ml/kg/h em crianças com <30 kg
  5. Sítio de punção pode ser em área queimada p/ não atrasar reposição volêmica
  6. Reforço do toxoide tetânico (0,5 ml) em todo pcte com >10% queimado + analgesia com opióides
36
Q

Avaliação da Área Queimada(SCQ)

A
  1. Regra dos 9 ou de Wallace: usado para adultos
    1. Cada membro superior é 9% (4,5 anterior e 4,5 posterior), cada membro inferior é 18% (9 anterior e 9 posterior), tronco é 36% (18 anterior e 18 posterior), cabeça e pescoço 9%(4,5 anterior e 4,5 posterior), períneo e genitália juntos 1%
    1. A palma da mão corresponde a 1%
    1. Em criança a cabeça e pescoço é 18%, cada glúteo é 2,5%, cada perna é 14% (frente e trás) e membro superior 9%, tronco 18% e costas 13%
  2. Diagrama de Lund e Brownder: criança e adultos mais detalhado
37
Q

Classificação das Queimaduras - Primeiro Grau

A
  1. Localização: epiderme sem comprometer anexos e sem bolhas
  2. Coloração: eritema
  3. Dor moderada com sensibilidade e ardência
  4. Não entra no cálculo de SCQ
  5. Ex: queimadura solar
  6. TTO: limpeza, analgesia e hidratantes
38
Q

Classificação das Queimaduras - Segundo Grau (= bolhas)

A
  1. Compromete toda a epiderme até a derme. Superficial se até camada papilar e profunda se até camada reticular
  2. Coloração superficial eritematoso com bolhas e profunda rósea com bolhas e cicatrização estética, pode haver alterações de sensibilidade tátil com preservação da pressão (barestésica) com maior risco de cicatrizes não estética (Hipertrófica)
  3. Bolhas surgem em 12-24 horas
  4. Sensibilidade muito dolorosa na superficial e dor moderada na profunda
  5. TTO: limpeza, curativo + ATB tópico (Sulfadiazina de Prata), se profunda fazer enxerto
39
Q

Classificação das Queimaduras - Terceiro Grau

A
  1. Compromete toda espessura da epiderme, derme e parte do tecido celular SC (hipoderme)
  2. Coloração variada desde pálida e esbranquiçada (cera) ou enegrecida ou vermelho-amarelado/ marrom
  3. Textura firme (=couro), sensibilidade tátil e pressão diminuída, dor ao redor da ferida
  4. Cicatrização só ocorre se contração importante ou enxerto cutâneo
  5. Se na região de tórax circunferências pode levar a insuf. Respiratória ou em membro compressão com hipoperfusão distal
  6. TTO: enxertia precoce e/ou ESCAROTOMIA (longitudinal medial) em peles duras
40
Q

Classificação das Queimaduras - Quarto Grau

A
  1. Acomete toda espessura da pele, tecido SC e tecidos profundos (músculo e ossos)
  2. Comum na queimadura elétrica
41
Q

Manejo das Queimaduras

*Ideal se >20% SCQ

A
  1. Primeiras 24 horas: 4ml (Parkland) ou 2 ml (ATLS 10ed) de Ringer Lactato x Peso x SCQ
    1. 1/2 nas 1as 8 horas e a outra 1/2 nas próximas 16 horas (calcular em horas que restam desde o pré-hospitalar)
  2. Controlar diurese ≥ 0,5 ml/kg/h (ou ≥1 em crianças ou se queimadura elétrica)
  3. Analgesia com opióides IV
  4. Profilaxia com tétano / TVP*
  5. Dieta com 1-2 g/kg/dia de proteína por via enteral
42
Q

Cuidados com a Queimadura

A
  1. Obrigatório: Fazer desbridamento com retirada de corpos estranhos e tecidos desvitalizados com limpeza da ferida (água e clorexidina) com curativo oclusivo (troca 2x/dia)
  2. Remoção das bolhas: aumenta probabilidade de infecção e diminuem superfície de contato com ATB tópicos
  3. Sulfadiazina de prata a 1%: não faz dor na aplicação só causa neutropenia reversível, inativa contra pseudomonas e enterococcus
  4. Curativos biológicos ou sintéticos: queimaduras de 2o grau
  5. Enxerto: queimaduras de 2 e 3o grau dentro da 1a semana da queimadura
43
Q

Complicações das queimaduras - Infecção e sepse

A
  1. Principal causa de morte nos queimados por perda cutânea, imunodepressão, predisposição a translocação bacteriana do TGI e procedimentos invasivos (VM, cateter profundo, SVD)
  2. Redução com uso de curativos sintéticos e biológicos e/ou tradicionais
  3. Antimicrobianos locais não esterilizam a área queimada, apenas mantém número de micro-organismo sob controle
  4. Não é recomendado ATB sistêmico profilático (faz pressão seletiva da flora e bactérias multirresistentes)
    1. Deve ser prescrito se desbridamento e enxertia no perioperatório por <24h
    1. Profilaxia com higienização de mãos e controle glicêmico (140-180)
44
Q

Complicações das queimaduras - Infecção e sepse

A
  1. Sinais de infecção: evolução da área de queimadura de 2o grau p/ necrose da espessura da derme; surgimento de focos hemorrágicos, escuros ou negros; aparecimento de lesões sépticas na pele íntegra em torno da queimadura (ectima gangrenosa de Pseudomonas ou celulite)
    1. febre e leucocitose não são confiáveis
  2. Dx: biópsia quantitativa c/ 10 elevado entre 4 a 7 UFC/g de tecido queimado
  3. Agente mais comum: Aspergillus sp., Candida sp., herpes vírus
  4. Risco de desenvolver em outras áreas não queimadas (pneumonia)
45
Q

Complicações das queimaduras

A
  1. Gastrointestinais: HDA de duodeno e estômago por úlcera de Curling (rara com uso de bloq. de H2), Síndrome de Oglive (pseudo- obstrução colônica)
    1. Colecistografia alitiásica (colecistecotmia), insuf. Hepatocelular (suporte)
  2. Cutânea: úlcera de Marjolin → queimadura de 3o grau que degenera para carcinoma de células escamosas que ocorre na cicatriz da queimadura após 35 anos da fase aguda da queimadura
  3. Mioglobinúria
46
Q

Queimadura Elétrica

  • Não se usa a fórmula de parkland pois a diurese deve ser com base na diurese elevada
A
  1. Queimadura de “dentro para fora” → acomete tecidos profundos, pele têm mais resistência que nervos, vasos sanguíneos ou músculos (áreas de baixa resistência)
  2. Geralmente causa lesão maior em área de entrada da corrente elétrica
  3. Queimaduras de baixa voltagem (domiciliar) = queimaduras térmicas
  4. Corrente alternada é mais perigosa que continua
  5. Monitorização cardíaca continua (risco de arritmia nas 1as 24 horas) c/ ECG
  6. Queima de músculo ocorre tanto na rabdomiólise e/ou Síndrome Compartimental
  7. Outras complicações: mioglobinúria, NTA por rabdomiólise, catarata*(2 anos após o acidente)
47
Q

Queimadura Elétrica - Síndrome Compartimental

A
  1. Edema muscular, agravado por ressuscitação volêmica, com compressão vascular
  2. Ausência de pulso arterial não afasta a doença, mas sugere (pode estar presente)*
  3. Dor ao estiramento passivo do músculo (problema na fáscia)
  4. TTO: Fasciotomia
48
Q

Queimadura Elétrica- Rabdomiólise

A
  1. Pode ocorre NTA

2. Conduta: forçar diurese >2ml/kg/h (manitol) + Alcalinização (bicarbonato de sódio)

49
Q

Queimadura Química

A
  1. Dano progressivo e contínuo à pele e tecido SC, até ocorrer o tratamento
  2. Mais comum os acidentes domiciliares, e mais graves os industriais
  3. Por álcali é pior que por ácido, por penetrar mais e inativação mais tardia
  4. Nãodeve neutralizar
  5. O cuidado da ferida deve ser priorizada do que o ABCDE
50
Q

Queimadura Química - Manejo

A
  1. Remover imediatamente as vestimentas e irrigar copiosamente a área queimada
  2. Não neutralizar
  3. Fazer irrigação PRECOCE c/ água morna sob baixa pressão: 15 a 20 ml ou ± 30 minutos
  4. Manter pH da pele = 7-7,5
51
Q

Cicatrização

A
  1. Sequência de eventos p/ restaurar o tecido lesado
  2. Regeneração é a restauração por completo da arquitetura do tecido
  3. Possui 3 Fases cronológicas: inflamação, proliferação e maturação
  4. Possuem 3 mecanismos: fechamento 1o ou 1a intenção; 2o ou por 2a intenção ou 1o tardio ou por 3a intenção
52
Q

Cicatrização de Feridas - Fase 1 de Inflamação (Inflamatória ou Reativa)

A
  1. Exsudato na ferida
  2. Vasoconstrição e inicio da HEMOSTASIA 1a e 2a (resposta inflamatória AGUDA)
  3. ↑ permeabilidade vascular: HISTAMINA
  4. Chegam NEUTRÓFILOS (PMN são os 1os a chegarem): fazem a “limpeza” local por 24-48h
  5. Depois chegam os “maestro”: MACROFAGOS que liberam fator de crescimento e transformação beta (TNF-b)
  6. Por último chegam os LINFÓCITOS T: libera IFN-y para estimular o FIBROBLASTO
53
Q

Cicatrização de Feridas - Fase 1 de Inflamação

A
  1. Limita extensão da lesão
  2. Há predomínio de MACROFAGOS, que induzem apostou-se dos PMN (neutrofilos)
  3. IL-1 é a citocina pró-inflamatória de fase aguda e faz resposta febril
  4. IL-6 ativa linfócitos T que são recrutados no 5o dia da lesão
  5. Dura de 0 a 6 dias
54
Q

Cicatrização de Feridas - Fase 2 de Proliferação (Regenerativa ou Reparadora)

*4-14 dias

A
  1. Tecido de GRANULAÇÃO
  2. O FIBROBLASTO é a célula principal desta fase! (É a ultima célula junto c/ linfócitos a acabar a cicatrização)
  3. Fibroplasia: migração, ativação e proliferação de fibroblastos fazendo síntese de Matriz Extracelular (MEC) e faz a deposição de colágeno. Inicial: Tipo III
  4. Angiogênese: neoformação de vasos (VEGF)
  5. Epitelização: encontrada em 24 hrs nas feridas fechadas por 1a intenção
  6. As células endoteliais e os fibroblastos são os últimos tipos celulares a infiltrarem a ferida
55
Q

Cicatrização de Feridas - Fase 3 de Maturação (Remodelamento)

A
  1. Bordas contraindo
  2. O MIOFIBROBLASTO é a célula principal desta fase, que faz a contração celular.
  3. Faz a contração da ferida
  4. ↑ troca de colágeno tipo III pelo tipo I
  5. Formação de tecido cicatricial
  6. Dura de 8 a 16 dias.
56
Q

Cicatrização de Feridas - Citocinas

A
  1. Principal citocina: TGF-Beta está presente em todas as fases faz a síntese de colágeno e MEC, estimula a proliferação de fibroblastos
57
Q

Mecanismo de cicatrização

A
  1. Primário ou 1a intenção: fechamento por aproximação de bordos (sutura); enxertos ou retalhos. Rápida epitelização e pouca granulação (melhor resultado estético). Recomendado em ferida s/ contaminação e localização bem vascularizada
  2. Secundário ou 2a intenção ou espontâneo: deixada propositalmente aberta, dependente de granulação e contração das bordas. Uso no punção, cx canal anal ou alto grau de contaminação
  3. Primário tardio ou 3a intenção: inicialmente deixada aberta , por ter contaminação grosseira e c/ tto c/ desbridamento c/ ou s/ ATB e depois é fechado por sutura, enxertos ou retalhos
58
Q

Fatores que PREJUDICAM na cicatrização

A
  1. Infecção: mais comum* de atraso de cicatrização (>10 a 5 UFC)
  2. Idade avançada: deiscência de ferida*
  3. Hipóxia: doença vascular, tabagismo, HT <15% (anemia)
  4. Diabetes: ação em todas as fases por neuropatia autonômica, aterosclerose e infecções
  5. Hipoalbuminemia <2 g/Dl
  6. ↓ vitamina: A (todas as fases), C (fibroplasia), K e Zinco (epitelização)
  7. Corticoide: efeito anti-inflamatório na 1a fase, síntese de colágeno, epitelização e contração
  8. Quimioterapia e radioterapia
59
Q

Cicatrização Anormal Proliferativa - Hipertrofia

*Proliferação anômala de fibroblasto e excessivo de colágeno

A
  1. Localizado nos limites da lesão inicial
  2. Se desenvolve em ≤4 semanas da agressão e regressão espontânea em 12 a 18 meses
  3. Ocorre em áreas de tensão da pele e superfícies flexoras
  4. Não há componente genético predisponente
  5. Pode ter dor ou prurido
  6. TTO passível c/ terapia de pressão.
60
Q

Cicatrização Anormal Proliferativa - Queloides

*Excesso de colágeno (alta produção de fibronectina, elastina e proteoglicana)

A
  1. Lesões elevadas, levemente dolorosas (ardência) e pruriginosas
  2. Ultrapassam os limites da ferida original
  3. Mais comum em negros, hispânicos, asiáticos e tonalidade pigmentada
  4. Ocorre mais em jovens e tem componente genético (autossômica dominante com penetração incompleta e expressão variável)
  5. Não regridem espontaneamente
  6. Mais frequentes em tronco, cabeça e pescoço, e ombros
  7. Surgem após >3 meses
  8. Difícil tratamento c/ triancinolona intralesional (1a linha)
61
Q

Sucesso do processo cicatricial

A
  1. Ambiente úmido
  2. Remoção do excesso de exsudato
  3. Trocas gasosas
  4. Barreira contra contaminação de particular e bactérias
  5. Proteção mecânica
  6. Oclusão* (maior poder cicatricial por garantir umidade do meio e proteção mecânica e barreira anti-bacteriana)
62
Q

Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB)

A
  1. Oferta de oxigênio puro (FiO2 =100%) em ambiente pressurizado em um nível acimada da pressão atmosférica
  2. Indicações: feridas crônicas que não cicatrizam; retalhos ou enxertos comprometidos; Sd. Forneiros; oteorradionecrose; queimaduras elétricas/ térmicas de difícil manejo; osteomielite; embolia gasosa
  3. Complicações: barotrauma do ouvido médio, pneumotórax
63
Q

Tecidos com menor resistência elétrica

A
  1. Nervos e vasos sanguíneos
64
Q

Úlcera de Marjolin

A
  1. Odor fétido
  2. Lesão úlcera da de bordos irregulares que não cicatriza e apresenta fundo sujo ou necrótico
  3. Excesso de tecido de granulação , crescimento rápido e sangramento ao toque
  4. Carcinoma epidermoide (escamoso) que cresce em cicatrizes de queimaduras (mais mas de 3o grau) ou feridas crônicas
  5. Desenvolvimento lento em 30 anos
  6. Lesão agressiva e de mau prognóstico
65
Q

Risco de infecção cirúrgica

A
  1. Idade >65 anos e crianças
  2. Hiperglicemia prejudica imunidade celular (DM)
  3. Ascite (Cx abdominal)
  4. Uso corticoide
  5. Hipercolesterolemia
  6. Desnutrição
  7. Cx recente
66
Q

Resposta metabólica no paciente cirúrgico

A
  1. Após o estresse agudo, ocorre rápida mobilização dos depósitos de gordura por meio da ativação da lipase
  2. O trauma Cx leva aumento da resistência à insulina
  3. No trauma prolongado pode ocorrer estado de catabolismo refratário
  4. A glicogenolise é estimula por hormônio liberados após aumento das citocinas pro-inflamatórias
67
Q

Queimadura em Crianças

A
  1. Em menores de 12 anos se >10% da superfície corporal devem ser hospitalizado e ser considerado grande queimado (adultos é a partir de 15%)
  2. Preferir Ringer lactato (evitar acidose) que é um cristaloide
  3. Coloide nunca tem indicação de reposição inicial (apenas tardia)
  4. Hidratação não piora o choque
  5. Hidratação venosa está indicada p/ SQC >15%
68
Q

Úlcera por Pressão - CLASSIFICAÇÃO NPUAP

A
  1. Lesão por Pressão Estágio 1: Pele íntegra com eritema que não embranquece
  2. Lesão por Pressão Estágio 2: Perda da pele em sua espessura parcial com exposição da derme
  3. Lesão por Pressão Estágio 3: Perda da pele em sua espessura total - gordura do SC é visível
  4. Lesão por pressão Estágio 4: Perda da pele em sua espessura total e perda tissular com exposição ou palpação direta da fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso.
  5. Lesão por Pressão Não Classificável: Perda da pele em sua espessura total e perda tissular não visível, a extensão do dano não pode ser confirmada porque está encoberta pelo esfacelo ou escara.
  6. Lesão por Pressão Tissular Profunda: descoloração vermelho escura, marrom ou púrpura, persistente e que não embranquece.