Psicopatologia Flashcards

1
Q

Processo de diagnóstico:

A
  1. Recolha de informação
  2. Identificar síndromes
  3. Diagnóstico diferencial (decidir entre as possíveis síndromes)
  4. Selecionar o diagnóstico mais provável
  5. Identificar outros possíveis
  6. Estabelecer a formulação do caso
  7. Reavaliar o diagnóstico
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2
Q

Síndrome vs. Doença

A

Síndrome: estado mórbido/de alteração (condição) caracterizada por um conjunto de sinais (observados pelo clínico ou outros) clínicos e sintomas (reportados pelo paciente), podendo resultar de mais de uma causa (causa desconhecida).

Doença:
* Etiologia reconhecida (causa);
* Grupo identificável de sinais e sintomas;
* Alterações consistentes esperadas.

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3
Q

Perturbação Mental (Definição do DSM-5)

A

síndrome caracterizado por uma perturbação clinicamente significativa (depende da durabilidade, frequência e intensidade) na cognição, regulação emocional, ou comportamento do indivíduo que reflete a disfunção psicológica, biológica, ou desenvolvimental, dos processos subjacentes ao funcionamento mental.
As perturbações mentais estão geralmente associadas com significativo mal-estar ou défice social, ocupacional ou noutras atividades importantes.

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4
Q

Perturbação Mental (Definição do ICD-11)

A

Transtornos mentais, comportamentais e neurodesenvolvimentais são síndromes caracterizadas por perturbações clinicamente significativas na cognição, regulação emocional ou comportamento de um indivíduo, que refletem uma disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento que estão na base do funcionamento mental e comportamental. Geralmente, estas perturbações estão associadas a sofrimento ou prejuízo nas áreas pessoal, familiar, social, educacional, ocupacional ou outras áreas importantes de funcionamento.

Exclusões:
Reação aguda ao stress
Luto não complicado
Codificado noutro local
Distúrbios do sono-vigília
Disfunções sexuais
Incongruência de género

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5
Q

Perturbações Mentais (definição geral)

A

são definidas por clusters de comportamentos persistentemente desadaptativos que estão associados com perturbação pessoal, tal como ansiedade e depressão, ou com comprometimento do funcionamento social, como no trabalho ou relações pessoais.

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6
Q

Epidemiologia - Conceitos básicos

A

Uma compreensão básica da psicopatologia que requer dados acerca da frequência com que estas perturbações ocorrem;
Decisões importantes são baseadas em dados epidemiológicos.

Conceitos básicos:
* Prevalência: nº de casos; habitualmente associados a um período de tempo; As perturbações de ansiedade apresentam maior prevalência tanto anualmente como na vida;
* Incidência: nº de casos novos por determinado nº de habitantes num determinado espaço de tempo.

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7
Q

Psicopatologia e cultura

A

Todas as perturbações mentais são afetadas, até determinado ponto, pela cultura
Nenhuma perturbação mental é totalmente devida a fatores culturais ou sociais
As perturbações psicóticas são menos influenciadas pela cultura que as não- psicóticas
Os sintomas de algumas perturbações variam mais de cultura para cultura do que as próprias perturbações

Influência social e cultural
É necessário considerar a influência dos fatores culturais e sociais na manifestação sintomáticas das perturbações mentais.

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8
Q

Características do comportamento psicopatológico (“anormal”) - Incapacidade

A

Incapacidade: comprometimento numa área importante do funcionamento - não realiza uma tarefa ou deixa de a realizar como esperado, devido a determinados sintomas (ex. consumo de álcool resulta na perda de emprego; Rejeição de pares por causa da ansiedade social)
* Nem todas as perturbações envolvem incapacidade
* Nem todas as incapacidades são consideradas perturbações psicológicas

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9
Q

Características do comportamento psicopatológico (“anormal”) - Sofrimento/Mal-estar

A

Sofrimento/Mal-estar: Sofrimento pessoal e emocional, ou seja, sentimento de que a pessoa não está bem (ex. Desânimo na depressão)
* O comportamento causa mal-estar significativo (Ex: Dificuldade em prestar atenção; Dor e sofrimento emocional )
* Nem todas as perturbações causam sofrimento (Ex. perturbação de personalidade antissocial - O indivíduo pode violar a lei sem sentir culpa, remorso ou ansiedade)
* Nem todos os comportamentos que causam sofrimento são perturbação o (ex. sofrimento por jejum religioso)

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10
Q

Características do comportamento psicopatológico (“anormal”) - Violação das normas sociais

A

Violação das normas sociais: torna-se desconfortável para os outros ou causa problemas (ex. comportamento antissocial do psicopata)
* Normas sociais são standards amplamente aceites
o Crenças e atitudes utilizadas para julgar comportamentos
o Comportamentos que violem as normas sociais podem ser classificados como perturbados
 Rituais repetitivos realizados por pessoas com POC
 Conversas com vozes inexistentes que algumas pessoas com esquizofrenia apresentam
* Definição demasiado ampla ou demasiado restrita
o Os criminosos violam normas sociais (demasiado ampla)
o Pessoas muito ansiosas habitualmente não violam normas sociais (demasiado estreita)
* As perturbações mentais estão geralmente associadas com significativo mal-estar ou défice social, ocupacional ou noutras atividades importantes.
* As normas sociais variam com a cultura e grupo

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11
Q

Características do comportamento psicopatológico (“anormal”) - Disfunção

A

Disfunção (ex. pensamento perturbado- a pessoa não ser capaz de articular uma frase)
o Sistemas desenvolvimentais, psicológicos e/ou biológicos não estão a funcionar como deviam (comprometimento)
o Estes sistemas estão interrelacionados

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12
Q

Características do comportamento psicopatológico (“anormal”) -ideias

A

O comportamento psicopatológico distingue-se de comportamento “normal”, tendo em conta a durabilidade, frequência e intensidade.
As 4 dimensões ( incapacidade, sofrimento, violação de normas, disfunção) não precisam de estar presentes para se considerar um comportamento psicopatológico como “anormal”.
Tendencialmente uma dimensão acaba por influenciar outra.

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13
Q

Classificação da Psicopatologia: Ideias, Questões importantes e sistemas de classificação.

A

Um sistema de classificação ajuda os clínicos a:
* Identificar os problemas dos clientes
* Formular um plano de intervenção que tenha grande probabilidade de eficácia para lidar com essas dificuldades

Questões importantes
* Categorias e dimensões
* Limiar / critério
* Comorbilidade

Sistemas de classificação
* DSM-5 : Publicado pela APA em 2013
* Nova versão DSM-5 TR
* ICD – 11 publicado em 2018

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14
Q

Exame de estado mental - 1.Aparência e modos

A

O modo como a expressão facial está de acordo com o conteúdo da conversa (ex. expressão triste – discurso triste)
Impressão geral da pessoa
Modo como o indivíduo se relacionou com o entrevistador (ex. conseguir manter o contacto ocular)
A conversa fluiu?

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15
Q

Exame de estado mental - 2.Características do discurso

A

Existem dificuldades.
A pessoa segue padrões habituais de discurso?
A conversa é demasiado rápida/ lenta?
Presença de algum dos seguintes:
* Neologismos (inventar palavras)
* Fuga de ideias ( a pessoa não é capaz de manter uma linha de pensamento)
* Dificuldade em encontrar palavras
* Hesitação
* Utilização de não-palavras (sons que não chegam a ser neologismos)

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16
Q

Exame de estado mental - 3.Nível e qualidade do humor

A

O entrevistador deve estar atento a uma variedade possível de estados de humor, incluindo:
Tristeza; Depressão; Luto; Suspeição; Ansiedade; Medo; Pânico; Hostilidade;
O nível e a qualidade do estado de humor são reflexo de perturbações emocionais (humor e ansiedade

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17
Q

Exame de estado mental - 4.Conteúdo do pensamento

A

O conteúdo da conversa pode indicar os processos de pensamento;
É importante prestar atenção aos conteúdos subtis do pensamento, quer normais quer anormais;
Presença de alucinações e falsas perceções, delírios e ilusões, pensamentos obsessivos e ideias fóbicas.

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18
Q

Exame de estado mental - 5.Avaliação da orientação, memória, atenção e concentração

A

Esta secção é uma indicação do modo como o indivíduo processa e utiliza dados do ambiente (ex. ter noção de onde esta, a que horas está nessa local)
Estas funções podem estar perturbadas em determinadas condições agudas (ex. intoxicação, traumatismo encefálico)
Estes indivíduos podem não saber quem são, onde estão, que horas são ou que dia é

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19
Q

Exame de estado mental - 6.Avaliação do nível de insight e julgamento

A

Avalia a capacidade do indivíduo perceber de que modo está afetado pela perturbação (entende o que o afeta, como o afeta…)

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20
Q

Mini Mental (Mini Mental State Examination)

A

O MMSE é um teste clássico de papel/lápis (1 folha), de aplicação fácil e rápida (5 a 10 minutos)
O teste é constituído por 30 questões (pontuadas com valor 0 - quando o indivíduo não responde ou dá uma resposta incorreta ou 1 - quando o examinado fornece uma resposta correta)
Organizado em seis domínios cognitivos:
* Orientação – 5 itens de orientação temporal e 5 de orientação espacial;
* Retenção – repetição de 3 palavras (‘Pêra, Gato, Bola’);
* Atenção e Cálculo – série de 5 subtrações de 3 iniciando-se no número trinta;
* Evocação – o examinando tem de evocar espontaneamente as três palavras retidas;
* Linguagem – inclui dois itens de Nomeação (Lápis e Relógio), um de Repetição de uma frase (‘O rato roeu a rolha’), um de Compreensão de ordem verbal com três passos (Pegar numa folha com a mão direita, dobrar ao meio e colocar num local a designar), um de Compreensão de ordem escrita (‘Feche os olhos’), um de Escrita espontânea - uma frase com sentido e gramaticalmente correta;
* Capacidade Construtiva (cópia de dois pentágonos intersectados por dois ângulos).

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21
Q

Avaliação do comprometimento functional / incapacidade (WHODAS 2.0)

A

Avalia várias áreas, não apenas as perturbações mentais ou do comportamento

A WHODAS (WHO Disability Assessment Schedule) produz pontuações específicas para seis domínios distintos de funcionamento:
* cognição,
* mobilidade/ locomoção
* autocuidado
* relações interpessoais,
* atividades de vida diária
* participação na sociedade

Escala:
1 – Nenhuma; 2 – Ligeira; 3 – Moderada; 4 – Grave; 5 – Extrema ou incapaz de fazer

Pontuação por domínio: pontuação bruta dividida pelo número de itens do domínio

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22
Q

Perturbações do Humor: ideias; DSM-IV para DSM-5; DSM-5: critérios de diagnóstico

A

As perturbações do humor envolvem perturbações emocionais – que vão da tristeza extrema e isolamento na depressão à euforia e irritabilidade extrema na mania.
O DSM-5 reconhece 2 tipos de perturbações do humor: as que incluem apenas sintomas depressivos e as que incluem sintomas maníacos (bipolares)

DSM-IV –> DSM-5
Passou de perturbações do humor (DSM-IV) para Perturbações Bipolares e Perturbações Relacionadas; e, Perturbações depressivas.

DSM-5
O DSM-5 utiliza 3 grupos de critérios para diagnosticar problemas relacionados com o humor:
* Episódios de humor
* Perturbações do humor
* Especificadores descrevendo o episódio mais recente e o curso recorrente

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23
Q

Episódios de humor: O que são; características; episódios; tipos de humor

A

O que são:
* Período de tempo cuja principal característica é a perturbação do humor
* Pode estar anormalmente “elevado” ou “baixo”

Características:
* Presença do humor
* Tempo que o humor persiste

Episódios:
* Depressivos major: Durante pelo menos 2 semanas o paciente deprimido (ou não está capaz de apreciar a vida) e tem problemas com comer e dormir, sentimentos de culpa, pouca energia, problemas em concentra-se e pensamentos acerca da morte.
* Maníaco: Durante pelo menos 1 semana o paciente sente humor elevado ou irritabilidade e pode ser grandioso, falador, hiperativo, facilmente distraído. Julgamento pobre leva a comprometimento social e laboral e frequentemente têm de ser hospitalizados.
* Hipomaníaco: Parecido com a mania mas mais breve e menos grave: Hospitalização não é necessária. Hipo (-)

Sem outra informação nenhum destes episódios constitui um diagnóstico

Humor:
Humor eufórico: associado à hipomania; pode direcionar-se para o extremo da mania (extremo alto)
Humor eutímico: humor normal/estável.
Humor disfórico: associado à distimia; pode direcionar-se para o extremo da depressão (extremo baixo)

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24
Q

Perturbação disruptiva de desregulação do humor: Critérios de diagnóstico

A

Tipo de Perturbação de Humor
A. Acessos temperamentais graves e recorrentes manifestados verbalmente e/ou comportamentalmente (por exemplo, agressão física contra pessoas ou propriedade) que são claramente desproporcionadas em intensidade ou duração relativamente à situação ou provocação
B. Os acessos temperamentais são inconsistentes com o nível desenvolvimental
C. Os acessos temperamentais ocorrem, em média, três ou mais vezes por semana
D. O humor entre os acessos temperamentais é persistentemente irritável ou zangado a maior parte do dia, quase todos os dias, e é observável pelos outros (por exemplo, pais., professores, pares)
E. Os critérios A-D estiveram presentes por 12 meses ou mais. Neste tempo o indivíduo nunca teve um período de mais de 3 meses sem todos os sintomas dos critérios A-D
F. Os critérios A e D estão presentes em pelo menos dois contextos (i.e., em casa, na escola, com colegas) e e grave em pelo menos um deles
G. O diagnóstico não deve ser feito pela primeira vez antes dos seis anos ou depois dos 18 anos

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25
Q

Perturbação Depressiva Major: Critérios de Diagnóstico

A

Tipo de Perturbação de Humor
A. Estão presentes 5 (ou mais) dos seguintes sintomas durante o mesmo período de 2 semanas e representam uma alteração relativamente ao funcionamento prévio; pelo menos um dos sintomas é (1) humor depressivo ou (2) perda de interesse ou prazer.
(1) humor depressivo a maior parte do dia, quase todos os dias, tal como indicado quer por relato subjetivo (por exemplo, sente -se triste, vazio , ou desesperançado) ou pela observação de outros (por exemplo, choroso). (Nota: em crianças e adolescentes pode ser humor irritável)
(2) perda de interesse ou prazer marcado em todas, ou quase todas, atividades a maior parte do dia, quase todos os dias (como indicado por relato subjetivo ou observação)
(3) Perda de peso quando não está a fazer dieta, ou aumento de peso significativos (por exemplo, alteração de mais de 5% no peso corporal num mês), ou diminuição ou aumento do apetite quase todos os dias
(4) Insónia ou hipersónia quase todos os dias
(5) Agitação ou lentificação psicomotoras quase todos os dias (observável por outros; não meramente pelo relato subjetivo de se sentir agitado ou lentificado )
(6) Fadiga ou perda de energia quase todos os dias
(7) Sentimentos de desvalorização ou culpa excessiva ou inapropriada (que pode ser delirante) quase todos os dias (não meramente autocensura ou sentimentos de culpa por estar doente)
(8) Diminuição da capacidade de pensar ou concentrar -se ou indecisão, quase todos os dias (pelo relato subjetivo ou pela observação pelos outros)
(9) Pensamentos recorrentes acerca da morte (não somente acerca de medo de morrer); ideação suicida recorrente sem plano específico; ou uma tentativa de suicídio ou plano para cometer suicídio
Para ser diagnosticado com depressão major, precisa de pelo menos 5 dos sintomas anteriores (1 ou 2 dos principais, e, consequentemente, 4 ou 3 dos sintomas (3) a (9))
B. os sintomas causam mal-estar clinicamente significativo ou défice social, ocupacional ou em qualquer outra área importante do funcionamento.
C. O episódio não é atribuível ao efeito fisiológico de uma substância ou outra condição médica.

Nota: Critérios A-C constituem episódio depressivo major
Nota: Resposta a uma perda significativa (por exemplo, luto, ruína financeira, perdas consequentes a um desastre natural, uma doença médica grave ou incapacidade) podem incluir sentimentos de tristeza intensa, ruminação acerca da perda, insónia, apetite fraco e perda e peso referidas no critério A, o que pode assemelhar-se a um episódio depressivo. Embora alguns sintomas possam ser compreensíveis ou considerados adequados à perda, a presença de episódio depressivo major sobreposto a uma resposta normal a uma perda significativa deve, também, ser ponderada com cuidado. Esta decisão requer, inevitavelmente, o exercício de juízo clínico baseado na história da pessoa e nas normas culturais de expressão angústia no contexto da perda.

D. A ocorrência do episódio depressivos major não é mais bem explicada por perturbação esquizoafetiva, esquizofrenia, perturbação ezquizofreniforme, perturbação delirante ou outra perturbação do espectro da esquizofrenia especificada ou não especificada, ou outra perturbação psicótica
E. Nunca existiu um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco

Nota: Esta exclusão não se aplica se todos os episódios tipo maníaco ou hipomaníaco foram induzidos por substâncias ou atribuíveis aos efeitos fisiológicos de outra condição médica

Registo: O registo da da perturbação depressiva major baseia-se no facto de este ser um episódio único ou recorrente, na gravidade atual, presença de características psicóticas e no estado de remissão.
Especificar gravidade: ligeira, moderada, grave, com características psicóticas
* Especificar se: em remissão parcial, ou remissão total
* Especificar se com : angústia ansiosa, características mistas, características melancólicas, características atípicas, características psicóticas congruentes com o humor, características psicóticas incongruentes com o humor, catatonia, início no periparto, padrão sazonal

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26
Q

Perturbação depressiva persistente (Distimia): Critérios de diagnóstico

A

Tipo de Perturbação de Humor
Esta perturbação representa a fusão da Perturbação depressiva major crónica e perturbação distímica tal como definidas pelo DSM-IV
A. Humor depressivo a maior parte do dia, mais de metade dos dias, durante pelo menos 2 anos, indicado por relato subjetivo ou pela observação de outros.

Nota: em crianças e adolescentes, o humor pode ser irritável e a duração deve ser pelo menos 1ano

B. Presença, enquanto deprimido de 2 (ou mais) dos seguintes sintomas:
1. Apetite diminuído ou aumentado
2. Insónia ou hipersónia
3. Baixa energia ou fadiga
4. Baixa autoestima
5. Falta de concentração ou dificuldade em tomar decisões
6. Sentimentos de desesperança
C. Durante o período de 2 anos ( 1 ano se criança ou adolescente) da perturbação, o indivíduo nunca esteve sem os sintomas do critério A e B mais de 2 meses de cada vez
D. Os critérios de Perturbação depressiva major podem estar continuamente presentes durante 2 anos
E. Nunca existiu um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco, e nunca foram preenchidos os critérios para perturbação ciclotímica
F. A perturbação não é mais bem explicada por perturbação esquizoafetiva, esquizofrenia, perturbação ezquizofreniforme, perturbação delirante ou outra perturbação do espectro da esquizofrenia especificada ou não especificada, ou outra perturbação psicótica
G. Os sintomas não são atribuíveis ao efeito fisiológico de uma substância ou outra condição médica.
H. Os sintomas causam mal -estar clinicamente significativo ou défice social, ocupacional ou em qualquer outra área importante do funcionamento.

Nota: Uma vez que os critérios para episódio depressivo major incluem 4 sintomas que estão ausentes na lista dos sintomas de Perturbação Depressiva Persistente, um número muito limitado de indivíduos terá sintomas depressivos persistentes mais de 2 anos mas não cumprirá os sintomas para perturbação depressiva persistente
Se em qualquer momento do episódio atual da doença a totalidade dos critérios para episódio depressivo major tiver sido preenchida, esses indivíduos devem ser diagnosticados como tendo uma perturbação depressiva major.
Caso contrário, deve ser atribuído o diagnóstico de perturbação depressiva com outra especificação ou perturbação depressiva não especificada

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27
Q

Perturbação Disfórica pré -menstrual: critérios de diagnóstico

A

Tipo de Perturbação de Humor
A. Na maioria dos ciclos menstruais, presença de pelo menos 5 seguintes sintomas na semana anterior ao início da menstruação, começando a melhorar poucos dias após o início da menstruação, e tornando -se mínimos ou ausentes na semana pós-menstruação.
B. Presença de 1 (ou mais) dos seguintes sintomas:
1. Labilidade afetiva marcada (por exemplo, variações de humor, sentir -se repentinamente triste ou chorosa, ou com sensibilidade aumentada perante a rejeição)
2. Raiva ou irritabilidade acentuadas ou aumento dos conflitos interpessoais
3. Humor deprimido, sentimentos de desesperança, ou ideias de autodesaprovação acentuados.
4. Ansiedade, tensão, e ou sensação de estar excitada ou enervada
C. Adicionalmente, a presença de 1 (ou mais) dos seguintes sintomas, de modo a quando combinados com os sintomas do critério B perfazerem um total de 5 sintomas:
1. diminuição do interesse pelas atividades habituais (por exemplo, trabalho, escola, amigos, passatempos)
2. Dificuldade subjetiva de concentração
3. Letargia, fadiga fácil, ou marcada falta de energia
4. Alterações significativas do apetite, ingestão alimentar excessiva, ou craving por alimentos específicos.
5. Hipersónia ou insónia
6. Sensação de ser oprimida ou estar fora do controlo
7. Sintomas físicos tais como hipersensibilidade ou tumefação mamária, dores articulares ou musculares, sensação de “inchar” ou aumento de peso

Nota: Os sintomas dos critérios A-C têm de estar presentes para a maioria dos ciclos menstruais que ocorreram no ano anterior

D. Os sintomas estão associados a mal-estar clinicamente significativo ou interferem com o trabalho, a escola, as atividades sociais habituais, e as relações com os outros (por exemplo, evitamento de atividades sociais, diminuição da produtividade e eficiência no trabalho, na escola ou em casa)
E. A alteração não é uma simples exacerbação de sintomas de outra perturbação, tais como perturbação depressiva major, perturbação de pânico, perturbação depressiva persistente, ou perturbação da personalidade
F. O critério A deve ser confirmado através de registos diários prospetivos durante pelo menos dois ciclos sintomáticos

Nota: o diagnóstico pode ser feito provisoriamente antes da confirmação

G. Os sintomas não são atribuíveis ao efeito fisiológico de uma substância ou outra condição médica.

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28
Q

Episódio Maníaco: Critérios de diagnóstico

A

A. Período distinto de humor anormal ou persistentemente elevado, expansivo ou irritável, e uma atividade ou energia dirigida a objetivos anormal e persistentemente aumentada, com duração de pelo menos uma semana e presente na maior parte do dia, quase todos os dias (ou qualquer duração se for necessária hospitalização);
B. Durante o período de alteração do humor e aumento da energia ou atividade estão presentes num grau significativo e representam uma alteração notória do comportamento habitual, 3 (ou mais) dos seguintes sintomas (4 se o humor for apenas irritável):
1.Autoestima aumentada ou grandiosidade.
2.Diminuição da necessidade de dormir (por exemplo, sente -se repousado depois de apenas 3 horas de sono).
3.Mais falador que o habitual ou pressão para continuar a falar.
4.Fuga de ideias ou expressão subjetiva de aceleração do pensamento;
5.Distratibilidade (i.e., atenção facilmente desviada para estímulos exteriores irrelevantes ou sem importância) relatada ou observada
6.Aumento da atividade dirigida a objetivos (quer sociais, no emprego ou na escola quer sexuais) ou agitação psicomotora (i.e., atividade sem propósito não dirigida a objetivos)
7.Envolvimento excessivo em atividades que têm elevado potencial para consequências desagradáveis (por exemplo, envolvimento em gastos desenfreados, comportamentos sexuais indiscretos, ou investimentos negociais insensatos).
C. A alteração do humor é grave o suficiente para provocar um défice marcado no funcionamento social ou ocupacional, ou para necessitar de hospitalização para prevenir danos para o próprio ou outros, ou quando existem características psicóticas
D. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (por exemplo, droga de abuso, medicação ou outro tratamento) ou secundário a outra condição médica.

Nota: Um episódio maníaco completo que emerge durante o tratamento antidepressivo (por exemplo, medicação, ECT) mas persiste a nível sindromal para além do efeito fisiológico do tratamento é evidência suficiente para um episódio maníaco, e portanto para o diagnóstico de Perturbação Bipolar I
Nota: Critérios A -D constituem episódio maníaco. É necessário pelo menos um episódio ao longo da vida para diagnóstico de Perturbação Bipolar I

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29
Q

Episódio hipomaníaco: critérios de diagnóstico

A

A. Período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável, e atividade ou energia anormal e persistentemente aumentada, com duração de pelo menos 4 dias consecutivos e presente na maior parte do dia, quase todos os dias.
B. Durante o período de alteração do humor e aumento de energia ou atividade, persistem 3 (ou mais) dos seguintes sintomas (4 se o humor for apenas irritável) representando uma alteração notória do comportamento habitual e estando presentes num grau significativo:
1.Autoestima aumentada ou grandiosidade.
2.Diminuição da necessidade de dormir (por exemplo, sente-se descansado depois de somente 3 horas de sono).
3.Mais falador que o habitual ou pressão para continuar a falar.
4.Fuga de ideias ou expressão subjetiva de aceleração do pensamento;
5.Distratibilidade (i.e., a atenção é facilmente desviada para estímulos externos não importantes ou irrelevantes) relatada ou observada
6.Aumento da atividade dirigida a objetivos (quer sociais, no emprego ou na escola quer sexuais) ou agitação psicomotora
7.Envolvimento excessivo em atividades com potencial elevado para consequências desagradáveis (por exemplo, envolvimento em gastos desenfreados, comportamentos sexuais indiscretos, ou investimentos negociais insensatos).
C. O episódio está associado com uma mudança inequívoca no funcionamento que não é característica da pessoa quando não está sintomática
D. A perturbação no humor e a mudança no funcionamento são observáveis pelos outros
E. O episódio não é suficientemente grave para para provocar défice marcado no funcionamento social ou ocupacional, ou necessitar de hospitalização. Se existem características psicóticas o episódio é, por definição, maníaco.
F. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (por exemplo, droga de abuso, medicação ou outro tratamento).

Nota: Um episódio hipomaníaco completo que emerge durante o tratamento antidepressivo (por exemplo, medicação, ECT) mas persiste a nível sindromal para além do efeito fisiológico do tratamento é evidência suficiente para um episódio hipomaníaco. Contudo, recomenda-se precaução, uma vez que 1 ou 2 sintomas (particularmente irritabilidade aumentada, irascibilidade ou agitação consequente ao uso de antidepressivos), não são considerados suficientes para o diagnóstico de um episódio hipomaníaco, nem necessariamente indicativos de diátese* bipolar
Nota: Critérios A-F constituem episódio hipomaníaco. Episódios hipomaníacos são comuns na Perturbação Bipolar I, mas não requeridos para o diagnóstico

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30
Q

Episódio depressivo major: critérios de diagnóstico

A

A. Estão presentes 5 (ou mais) dos seguintes sintomas durante o mesmo período de 2 semanas e representam uma alteração relativamente ao funcionamento prévio; pelo menos um dos sintomas é (1) humor depressivo ou (2) perda de interesse ou prazer.
Nota: não incluir sintomas que são claramente atribuíveis a outra condição médica
(1) humor depressivo a maior parte do dia, quase todos os dias, indicado pelo relato subjetivo (por exemplo, sente-se triste, vazio , ou desesperançado) ou pela observação de outros (por exemplo, parece choroso). (Nota: em crianças e adolescentes pode ser humor irritável)
(2) Diminuição marcada do interesse ou prazer em todas, ou quase todas, as atividades, durante a maior parte do dia, quase todos os dias (indicado pelo relato subjetivo ou pela observação)
(3) Perda de peso quando não está a fazer dieta, ou aumento de peso significativos (por exemplo, alteração de mais de 5% no peso corporal num mês), ou diminuição ou aumento do apetite quase todos os dias
(4) Insónia ou hipersónia quase todos os dias
(5) Agitação ou lentificação psicomotoras quase todos os dias (observável por outros; não meramente pelo relato subjetivo de se sentir agitado ou lentificado )
(6) Fadiga ou perda de energia quase todos os dias
(7) Sentimentos de desvalorização ou culpa excessiva ou inapropriada (que pode ser delirante) quase todos os dias (não meramente autocensura ou sentimentos de culpa por estar doente)
(8) Diminuição da capacidade de pensar ou concentrar -se ou indecisão, quase todos os dias (pelo relato subjetivo ou pela observação pelos outros)
(9) Pensamentos recorrentes acerca da morte (não somente acerca de medo de morrer); ideação suicida recorrente sem plano específico; ou uma tentativa de suicídio ou plano para cometer suicídio.
B. Os sintomas causam mal -estar clinicamente significativa ou défice no funcionamento social, ocupacional ou noutras áreas importantes do funcionamento
C. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou outra condição médica.

Nota: Critérios A -C constituem episódio depressivo major. . Episódios depressivos major são comuns na Perturbação Bipolar I, mas não requeridos para o diagnóstico
Nota: Resposta a uma perda significativa (por exemplo, luto, ruína financeira, perdas consequentes a um desastre natural, uma doença médica grave ou incapacidade) podem incluir sentimentos de tristeza intensa, ruminação acerca da perda, insónia, apetite fraco e perda e peso referidas no critério A, o que pode assemelhar-se a um episódio depressivo. Embora alguns sintomas possam ser compreensíveis ou considerados adequados à perda, a presença de episódio depressivo major sobreposto a uma resposta normal a uma perda significativa deve, também, ser ponderada com cuidado. Esta decisão requer, inevitavelmente, o exercício de juízo clínico baseado na história da pessoa e nas normas culturais de expressão angústia no contexto da perda.

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31
Q

Perturbação Bipolar 1: critérios de diagnóstico

A

Tipo de Perturbação de Humor
Para o diagnóstico de Perturbação Bipolar I, é necessário preencher os seguintes critérios para episódio maníaco. O episódio maníaco pode ter sido precedido, e pode ser seguido, por episódios hipomaníacos ou depressivos major.
A. Preenchimento dos critérios para pelo menos um episódio maníaco (Critérios A -D de “Episódio maníaco”).
B. Os episódios maníaco ou depressivo major não são mais bem explicados por perturbação esquizoafetiva, esquizofrenia, perturbação ezquizofreniforme, perturbação delirante ou outra perturbação do espectro da esquizofrenia com outra especificação ou não especificada, ou outra perturbação psicótica

Registo: Perturbação Bipolar I, tipo de episódio mais recente, especificador de gravidade/caraterísticas psicóticas/remissão, seguido dos especificadores que se aplicam ao episódio atual ou mais recente:
* Com: angústia ansiosa, características mistas, ciclo rápido, características melancólicas, características atípicas, características psicóticas congruentes com o humor, características psicóticas incongruentes com o humor, catatonia, início no período periparto, padrão sazonal

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32
Q

Perturbação Bipolar 2: critérios de diagnóstico

A

Tipo de Perturbação de Humor
Para o diagnóstico de Perturbação Bipolar II, é necessário o preenchimento dos seguintes critérios para episódio hipomaníaco atual ou passado e os seguintes critérios para episódio depressivo major atual ou passado:
A. Preenchimento de critérios para pelo menos um episódio hipomaníaco (Critérios A-F de “Episódio hipomaníaco) e pelo menos um episódio depressivo major (Critérios A-C de “Episódio depressivo major”).
B. Inexistência de episódio maníaco prévio.
C. A ocorrência do(s) episódio(s) hipomaníaco(s) e depressivo(s) major não é melhor explicada por perturbação esquizoafetiva, esquizofrenia, perturbação ezquizofreniforme, perturbação delirante ou outra perturbação do espectro da esquizofrenia especificada ou não especificada, ou outra perturbação psicótica
D. Os sintomas de depressão ou a imprevisibilidade causada pela alternância frequente entre períodos de de depressão e hipomania causam mal -estar clinicamente significativo ou défice no funcionamento social, ocupacional ou noutras áreas importantes do funcionamento

Registo:
Perturbação Bipolar II, tem um código. O seu estatuto no que respeita à gravidade atual, presença de sintomas psicóticos, curso e outros especificadores deve ser indicado por escrito.
* Especificar se episódio mais recente depressivo ou hipomaníaco
* Especificar se com : perturbação ansiosa, características mistas, ciclo rápido, características atípicas, características psicóticas incongruentes com o humor, , características psicóticas congruentes com o humor, catatonia, início no peri -partum, padrão sazonal
* Especificar se: em remissão parcial, ou remissão total
* Especificar gravidade se todos os critérios para o episódio de humor estão presentes: leve, moderado, grave

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33
Q

Perturbação Ciclotímica: critérios de diagnóstico

A

Tipo de Perturbação de Humor
A. Durante pelo menos 2 anos (pelo menos 1 em crianças e adolescentes) existem numerosos períodos com sintomas hipomaníacos que não preencheram os critérios para episódio hipomaníaco e numerosos períodos com sintomas depressivos que não preencheram os critérios para episódio depressivo major.
B. durante esse período de 2 anos (1 ano para crianças e adolescentes), os períodos hipomaníacos e depressivos estiveram presentes pelo menos metade do tempo e o indivíduo não esteve sem sintomas por mais de dois meses seguidos;
C. Nunca estiveram preenchidos os critérios para episódio depressivo major, maníaco ou hipomaníaco
D. Os sintomas do critério A não são mais bem explicados por perturbação esquizoafetiva, esquizofrenia, perturbação ezquizofreniforme, perturbação delirante ou outra perturbação do espectro da esquizofrenia especificada ou não especificada, ou outra perturbação psicótica
E. os sintomas não são atribuíveis ao efeito fisiológico de uma substância (por exemplo, abuso de droga ou medicação) ou de uma condição médica geral (por exemplo, hipertiroidismo).
F. os sintomas causam mal -estar clinicamente significativo ou défice do funcionamento social, ocupacional ou noutras áreas importantes do funcionamento.
* Especificar se: com angústia ansiosa

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34
Q

Perturbações do humor no DSM-5

A

DSM-5
* Dá importância aos sintomas vegetativos e somáticos
* Estes sintomas podem ser importantes para o diagnóstico da depressão mas não serem centrais para a perturbação
* O que parece definir a depressão é o facto de ser uma perturbação do humor e afetiva (e.g., dificuldade de regulação emocional)

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35
Q

Perturbações do humor no DSM-5 - Características associadas

A

O DSM-5 apresenta a irritabilidade como uma característica da depressão em crianças e adolescentes
No entanto:
* Correlacionada com a gravidade da depressão (Perlis et al. 2005)
* Raiva caracteriza aqueles com história de tentativa de suicídio (Jandl, et al. 2010, Perlis et al. 2005)
* Raiva caracteriza as relações com outros das pessoas com depressão (amigos, estranhos, terapeutas, cônjuges)
Dificuldades interpessoais
Suicídio: as perturbações do humor estão associadas com a maior probabilidade de tentativa de suicídio de entre todas as perturbações psiquiátricas
* Probabilidade de tentativa de suicídio aumenta com a gravidade da depressão
Dificuldades em atingir orgasmo (ou manter ereção nos homens) o que pode exacerbar dificuldades relacionais
Várias condições médicas coocorrem com PDM
* Risco de morte após os 55 anos aumenta 3 a 4x com a depressão

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36
Q

Perturbações depressivas: Informações; Risco; Tempo de recuperação do episódio

A

1º episódio pode ocorrer em qualquer idade
* Idade mediana: 32 anos
* Menor idade do 1º episódio associada com maior comprometimento
* 50% das pessoas diagnosticadas com PDM relatam sintomas depressivos anteriores

Risco (Keller & Boland, 1998)
* Risco com 1 episódio 60%
* Risco com 2 episódios 70%
* Risco com 3 episódio 90%

Recuperação do episódio – 3 a 6 meses

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37
Q

Perturbação do humor: Dimensões biológicas: Influências familiares e genéticas

A

Gémeos idênticos têm 2-3 vezes mais probabilidade e ter uma perturbação de humor do que um não idêntico (ver ppt)
* Neurotransmissores
* Sistema endócrino
* Sono e ritmos circadianos
o Sujeitos deprimidos entram mais rapidamente na fase de sono REM e têm períodos de sono REM caracterizados por maior intensidade. Menores períodos de sono profundo

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38
Q

Perturbação do humor: Dimensões psicológicas: Acontecimentos stressantes

A
  • Stress e depressão
  • Desânimo aprendido (learned helplessness)
  • Estilos cognitivos negativos
    o Tríade depressiva Beck cognições negativas sobre: o self; o futuro, o mundo

Ver tabela (13)

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39
Q

Perturbação do humor: Tratamento -Medicação

A

Ver tabela (13)

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40
Q

Perturbação do humor: Tratamentos Psicológicos

A

Tratamentos Psicológicos
* Bem estabelecidos
o Comportamental
o Cognitivo-comportamental
o Interpessoal

  • Provavelmente eficazes
    o Psicodinâmica breve
    o Processo-experiencial
  • Experimental
    o Mindfulness
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41
Q

Ansiedade e as suas perturbações - ideias

A

A ansiedade é um estado emocional caracterizado por sintomas corporais de tensão física e apreensão acerca do futuro e comportamentos de fuga e/ou evitamento
Ocorre quando as pessoas encontram uma situação nova ou antecipam uma mudança de vida (Ex. entrar na universidade, casar, etc.)
Experiência universal e quase diária
A ansiedade é habitualmente limitada no tempo e desaparece quando o acontecimento termina

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42
Q

Ansiedade: Reação de luta ou fuga

A

Ativação do SNS desencadeada por medo ou stress
* Sistema Nervoso Simpática (SNS): aumento dos ritmos cardíaco e respiratório permitindo ao organismo funcionar eficazmente na situação
o Permite utilizar todos os recursos possíveis de escapar

  • Sistema Nervoso Parassimpático: diminui i ritmo cardíaco e respiratório fazendo o organismo voltar ao estado de repouso
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43
Q

Ansiedade vs. Medo e o Circuito subcortical de resposta a situação de medo

A

Ansiedade: Apreensão acerca de ameaça futura
Medo: Resposta a uma ameaça imediata
Ambas:
* envolvem ativação fisiológica
* podem ser adaptativas
o Medo desencadeia reação de “fugir ou lutar” –> Pode salvar a vida
o Ansiedade aumenta a preparação –> Níveis moderados podem facilitar a realização
Níveis intermédios de ansiedade parecem facilitar tarefas complexas (memória de trabalho, tomada de decisão, multitasking), mas níveis demasiado altos, por outro lado, parecem dificultar e interferir com o resultado; Em tarefas simples (ex. atenção focada, memória, condicionamento de medo) mesmo em níveis altos de ansiedade, a performance mantém-se alta.

Circuito subcortical de resposta a situação de medo:
Tálamo viusal –> Córtex visual e amígdala: este circuito explica a resposta emocional quase imediata ao medo

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44
Q

Ansiedade normal vs ansiedade anormal

A

Aspetos a considerar:
* Sentir ansiedade ocasionalmente é normal
* O nível de perturbação funcional
* Idade desenvolvimental (desenvolvimento cognitivo e não idade cronológica)
* Fatores sociodemográficos (sexo, raça ou etnia, e ESS)

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45
Q

A complexidade das perturbações da ansiedade: Medo e Ansiedade

A

Medo:
* Imediato, orientado para o presente
* Ativação do sistema nervoso simpático
Ansiedade:
* Apreensão, orientada para o futuro
* Sistemas somáticos = tensão
Ambas: efeito negativo

46
Q

Pânico

A

Medo intenso que ocorre numa situação inapropriada
Três variedades de ataques de pânico:
* Inesperados;
* Ligados a situações
* Predispostos pelas situações
Na perturbação de pânico os ataques de pânico são inesperados
Quando ocorre um ataque de pânico ocorre um pico no BPM, na atividade frontal craniana e também um ligeiro aumento de temperatura

47
Q

Perturbações de Ansiedade: DSM-IV-TR

A

Perturbações mais comuns; Fobias são as mais comuns:

Fobias específicas: Medo de objetos ou situações que é desproporcional ao perigo real
Fobia social: Medo de pessoas desconhecidas ou escrutínio social

Perturbação de pânico: Ansiedade acerca ataques de pânico recorrentes, às vezes acompanhada de agorafobia

Perturbação de ansiedade generalizada: p reocupação incontrolável mais de 6 meses
Perturbação obsessivo-compulsiva:
Obsessões (pensamentos, impulsos ou imagens)
Compulsões (comportamentos ou atos mentais repetitivos

Perturbação de stress pós-traumático: No seguimento de um acontecimento traumático a pessoa reexperiencia o acontecimento, evita estímulos associados com o mesmo e experiencia ativação aumentada

Perturbação stress agudo: Sintomas similares à perturbação de stress pós traumático mas ocorre menos de 4 semanas após o acontecimento

Ver tabela (15)

48
Q

Perturbações obsessivo compulsivas e perturbações relacionadas

A

Ver tabela (15)

49
Q

Perturbações relacionadas com o trauma e fatores do stress

A

Ver tabela (15)

50
Q

Fobia: O que é?; Tipos

A

Medo perturbador de um objeto ou situação específica
Dois tipos:
* Específica
* Social

51
Q

Tipos de Fobias específicas

A

Fobia a animais: cobras, aranhas
Fobia ao ambiente natural: tempestades, trovoadas, água, alturas
Fobia a sangue, injeções e feridas: sangue, feridas, injeções ou outro procedimento médico invasivo
Fobias Situacionais: Situações específicas (ex. transportes públicos, túneis, pontes, elevadores)
Outras fobias: medo de engasgar ou sufocar, medo de contrair uma doença…

52
Q

Fobia específica: critérios de diagnóstico

A

Tipo de Perturbação de ansiedade
A. medo ou ansiedade marcados em relação a um objeto ou situação específica (por exemplo, viajar de avião, alturas, animais, levar uma injeção, ver sangue)

Nota: Nas crianças o medo e a ansiedade podem ser expressos por choro, birras, imobilismo, ou ficar colado às pessoas

B. O objeto ou situação fóbicos quase sempre provocam medo ou ansiedade imediatos.
C. O objeto ou situação fóbicos são ativamente evitados ou enfrentados com medo e ansiedade intensos
D. O medo e ansiedade são desproporcionais ao perigo real que o objeto ou a situação específica colocam e ao contexto sociocultural.
E. O medo, a ansiedade ou o evitamento são persistentes, durando tipicamente 6 meses ou mais
F. O medo, a ansiedade ou o evitamento causam mal-estar clinicamente significativo ou um défice social, escolar, ocupacional ou noutra áreas importantes do funcionamento
G. A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outra outra perturbação mental, incluindo medo, ansiedade e evitamento de situações associadas a sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes (como na agorafobia); objetos ou situações relacionados com obsessões (como na perturbação obsessivo-compulsiva); recordação de acontecimentos traumáticos (como na perturbação de stress pós-traumático); separação de casa ou das figuras de vinculação (como na perturbação de ansiedade de separação); ou situações sociais (como na perturbação de ansiedade social).

Especificar se:
* animal;
* ambiente natural;
* sangue-injeção-ferimentos*;
* situacional;
* Outro
Se mais que um presente codifique todos

53
Q

Perturbação de Ansiedade Social (Fobia Social): critérios de diagnóstico

A

Tipo de Perturbação de ansiedade
A. Medo ou ansiedade marcados de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo está exposto ao possível escrutínio dos outros. Os exemplos incluem interações sociais (como uma conversa, encontro com pessoas desconhecidas), ser observado (como a comer ou a beber), e em situações de desempenho perante os outros (como falar em público).

Nota: em crianças a ansiedade tem de estar presente com pares e não apenas durante interações com adultos

B. O indivíduo teme comportar-se ou mostrar sinais de ansiedade que possam ser avaliados negativamente (i.e., que seja humilhante ou embaraçoso; que leve à rejeição ou ofensa dos outros).
C. As situações sociais provocam quase sempre medo ou ansiedade.
Em crianças o medo e a ansiedade podem ser expressos por choro, birras, imobilidade, colar-se aos outros, retraimento, ou incapacidade de falar em situações sociais.
D. As situações sociais são evitadas ou enfrentadas com intenso medo ou ansiedade
E. O medo ou ansiedade são desproporcionados relativamente ao perigo real que a situação social pressupõe e ao contexto sociocultural
F. O medo, a ansiedade ou o evitamento são persistentes com uma duração típica 6 ou mais meses
G. O medo, a ansiedade ou o evitamento causam mal-estar clinicamente significativo ou um défice social, escolar, ocupacional ou noutra áreas importantes do funcionamento
H. O medo, a ansiedade e o evitamento não são atribuíveis aos efeitos fisiológicos de uma substância (por exemplo, droga de abuso, ou medicação), ou a outra condição médica
I. O medo, a ansiedade ou o evitamento não são mais bem explicados por sintomas de outra perturbação mental, tal como perturbação de pânico, perturbação dismórfica corporal ou perturbação do espectro autista
J. Se outra condição médica (por exemplo, doença de Parkinson, obesidade, desfiguração provocada por por queimaduras ou lesões) está presente, o medo, a ansiedade ou o evitamento não estão claramente relacionados ou são excessivos.

Especificar se: Apenas de desempenho –> Se o medo se restringe a falar ou em situações de desempenho em público.

54
Q

Perturbação de pânico: critérios de diagnóstico

A

Tipo de Perturbação de Ansiedade
A. Ataques de pânico inesperados recorrentes. O ataque de pânico é um período abrupto de medo ou desconforto intensos que atinge um pico em minutos, e durante o qual 4 (ou mais) dos seguintes sintomas ocorrem
1) Palpitações, batimentos cardíacos ou ritmo cardíaco acelerado;
2) Suores;
3) Estremecimentos ou tremores;
4) Sensação de falta de ar ou de respirar;
5) Sensação de asfixia;
6) Desconforto ou dor no peito;
7) Náuseas ou mal-estar abdominal;
8) Sensação de tontura, de desequilíbrio, de cabeça vazia, ou de desmaio;
9) Sensações de frio ou de calor
10) Parestesias (sensações de entorpecimento de formigueiros)
11) Desrealização ou despersonalização:
12) Medo de perder o controlo ou de “enlouquecer”;
13) Medo de morrer.

Nota: Podem estar presentes sintomas culturais específicos (por exemplo, zumbido, dor de pescoço, dor de cabeça, grito ou choro descontrolados) Esses sintomas não devem ser contabilizados como um dos quatro sintomas requeridos

B. Pelo menos um dos ataques foi seguido por 1 mês (ou mais) de um ou ambos os seguintes :
1) preocupação persistente acerca de ter novos ataques de pânico ou das suas consequências (por exemplo, perder o controlo, ter um ataque cardíaco, ou enlouquecer)
2) uma alteração significativa desadaptativa relacionada com os ataques (por exemplo, comportamentos dirigidos a evitar ataques de pânico, tais como evitamento da prática de exercício ou situações desconhecidas)
C. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (por exemplo, droga de abuso, medicamento) ou outra condição médica (por exemplo, hipertiroidismo, doenças cardiopulmonares).
D. A perturbação não é mais bem explicada por uma outra perturbação mental (por exemplo, os ataques de pânico não ocorrem em resposta a situações sociais temidas, como na perturbação de ansiedade social; em resposta a objetos ou situações fóbicas específicas, como na fobia específica; em resposta a obsessões, como na perturbação obsessivo-compulsiva; em resposta a evocação de acontecimentos traumáticos como na perturbação de stress pós-traumático; ou em resposta a separação de figuras de vinculação como na perturbação de ansiedade de separação).

55
Q

Agorafobia: critérios de diagnóstico

A

Tipo de Perturbação de ansiedade
A. Medo ou ansiedade marcados acerca de 2 (ou mais) das 5 situações seguintes:
1) Utilização de transportes públicos (por exemplo, automóveis, autocarros, comboios, barcos, aviões)
2) Estar em espaços abertos (por exemplo, parques de estacionamento, mercados ao ar livre, pontes)
3) Estar em espaços fechados (por exemplo, lojas, teatros, cinemas)
4) Estar em pé numa fila ou estar numa multidão
5) Estar fora de casa sozinho
B. O indivíduo tem medo ou evita estas situações devido a pensamentos de que a fuga poderá ser difícil, ou de que a ajuda poderá não estar disponível no caso de desenvolver sintomas de tipo ataque de pânico ou outros sintomas incapacitantes ou embaraçosos (por exemplo, medo de cair nos idosos, medo da incontinência)
C. As situações agorafóbicas provocam quase sempre medo ou ansiedade
D. As situações agorafóbicas são evitadas ativamente, requerem a presença de um companheiro ou são suportadas com medo ou ansiedade intensos
E. O medo ou ansiedade são desproporcionais em relação ao perigo real que as situações agorafóbicas pressupõem e ao contexto sociocultural
F. O medo , a ansiedade, ou o evitamento são persistentes, com a duração típica de 6 ou mais meses
G. O medo, a ansiedade ou o evitamento causam mal-estar clinicamente significativo ou um défice social, escolar, ocupacional ou noutra áreas importantes do funcionamento
H. Se outra condição médica estiver presente (por exemplo, Doença inflamatória do intestino, doença Parkinson) o medo, ansiedade ou evitamento são claramente excessivos.
I. O medo, ansiedade e evitamento, não são mais bem explicados pelos sintomas de outra perturbação mental – por exemplo, os sintomas não estão confinados a fobia específica de tipo situacional; não envolvem apenas situações sociais (como na perturbação de ansiedade social) não estão relacionadas exclusivamente com obsessões (como na perturbação obsessivo-compulsiva); falhas ou defeitos percecionados na aparência física (como na perturbação dismórfica corporal); recordação de acontecimentos traumáticos (como na perturbação de stress pós-traumático); ou medo de separação (como na perturbação de ansiedade de separação).

Nota: Agorafobia é diagnosticada independentemente da presença de perturbação de pânico. Se o indivíduo preenche os critérios para perturbação de pânico e agorafobia ambos os diagnósticos devem ser atribuídos

56
Q

Perturbação de ansiedade generalizada: critérios de diagnóstico

A

Tipo de Perturbação relacionada com o trauma e fatores do stress
A. Ansiedade e preocupação excessivas (apreensão expectante), que ocorrem em mais de metade dos dias durante pelo menos 6 meses, sobre vários acontecimentos ou atividades (tais como desempenho laboral ou escolar);
B. O indivíduo tem dificuldade em controlar a preocupação;
C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com 3 (ou mais) dos 6 sintomas seguintes (com pelo menos alguns sintomas presentes em mais de metade dos dias durante 6 meses):
Nota: Nas crianças é requerido apenas 1 item
1) Agitação, nervosismo ou tensão interior.
2) Fadiga fácil.
3) Dificuldades de concentração ou mente vazia.
4) Irritabilidade.
5) Tensão muscular.
6) Perturbações do sono (dificuldade em adormecer ou permanecer a dormir, ou sono insatisfatório)
D. A ansiedade, preocupação ou sintomas físicos causam mal-estar clinicamente significativo ou défice no funcionamento social, ocupacional ou noutras áreas importantes do funcionamento.
E. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (por exemplo, droga de abuso, medicação) ou outra condição médica (por exemplo, hipertiroidismo).
F. A perturbação não é mais bem explicada por uma outra perturbação mental (por exemplo, ansiedade ou preocupação pela possibilidade de ter ataques de pânico na perturbação de pânico, avaliação negativa na perturbação de ansiedade social (fobia social), contaminação ou outras obsessões na perturbação obsessivo-compulsiva, separação de figuras de vinculação na perturbação de ansiedade de separação, recordação de acontecimentos traumáticos na perturbação de stress pós-traumático, ganho de peso na anorexia, queixas físicas na perturbação de sintomas somáticos, defeitos na aparência percebida na perturbação dismórfica corporal, ter uma doença grave na perturbação de ansiedade de doença, ou o conteúdo de crenças delirantes na esquizofrenia ou perturbação delirante.

57
Q

Perturbações de ansiedade: Sintomas típicos e características clínicas associadas

A
  • Partilham medo/ansiedade excessiva e comportamentos de evitamento
  • Alguns autores sugerem uma abordagem dimensional e não categórica à classificação das perturbações de ansiedade
  • O mal-estar excessivo face ao perigo objetivo está presente nas perturbações de ansiedade num contínuo da preocupação difusa e apreensão ansiosa (frequentemente presente na agorafobia) para medos mais específicos (fobias especificas e social) e ameaça iminente e pânico (na perturbação do pânico)
  • Todas utilizam mecanismos de confronto inadequados (exemplo, comportamentos de segurança, andar acompanhado, levar a medicação, água etc.)
  • Tendem a processar informação de um modo enviesado de modo a aumentarem as suas crenças acerca do facto de o mundo ser um local perigoso, não controlável e o indivíduo ser vulnerável (incapaz de lidar com a situação)
  • Viés no processamento de pistas de ameaça
  • Tal como os padrões de pensamento podem ficar focalizados na gestão das ameaças percebidas, o mesmo acontece com as reações fisiológicas
  • Embora com grande variabilidade encontramos as características da reação de “luta ou fuga” inicialmente descrita por Cannon (1929)
  • Envolve uma ativação autonómica dramática que motiva o indivíduo para fugir ou se defender. Uma resposta de paralisação pode também ocorrer
58
Q

Pânico: informações

A
  • Ataques de pânico
  • Medo do medo (Goldstein & Chambless, 1978)
  • Prevalência ao longo da vida de AP 10-15%
  • Muito mais alta que a da perturbação de pânico
  • AP inesperados
  • Evitamento de pistas interoceptivas
  • Inclui sensações associadas com cafeína, álcool ou drogas
59
Q

Fobias específicas: informações

A
  • Também caracterizadas por padrões de processamento de informação enviesado
  • Curiosamente algumas fobias específicas (aranhas, cobras, sangue ferimentos-injeções) parecem estar associadas a experiência de nojo/repulsa
  • Recorrem pouco a ajuda pois o evitamento da situação ou objeto fóbico é relativamente simples
60
Q

Perturbações de ansiedade: Implicações clínicas

A

Resposta manifestada em um ou mais sistemas de resposta: comportamental, fisiológico, emocional, e cognitivo
* Comportamental -> evitamento da própria terapia
* Fisiológico -> dificuldade em tolerar as reações fisiológicas
* Emocional -> desregulação emocional
* Cognitivo -> crenças acerca de não se sentir em controlo, processamento seletivo da informação ameaçadora

61
Q

Perturbações de ansiedade: Epidemiologia

A

Perturbação de Pânico: Prevalência Vida: 1.5 – 3.5%; Ano: 1-2%
Agorafobia apenas: raro
Fobia Social: Prevalência Vida: 7 – 13%
Fobia específica: Prevalência Vida: 11%

62
Q

Síntese Final: Complexidade das PA:

A
  • A ansiedade é um estado orientado para o futuro caracterizado por afeto negativo em que a pessoa se foca na possibilidade de perigo, ao contrário do medo que é um estado orientado para o presente caracterizado por tendência de de fuga e grande ativação autonómica simpática em resposta a perigo presente
  • O ataque de pânico representa uma resposta de alarme de medo real, sem perigo presente
  • Os AP podem ser inesperados, ligados à situação ou predispostos pela situação
  • Pânico e ansiedade combinam-se em várias perturbações de ansiedade
63
Q

Síntese Final: Perturbação de Pânico (PP)

A
  • Na PP associada ou não a Agorafobia a ansiedade é focada o próximo ataque de pânico.
  • Todos temos uma vulnerabilidade genética ao stress, e muitos de nós tivemos uma reação neurobiológica exagerada a algum acontecimento stressante – ou seja um ataque de pânico. Indivíduos que desenvolvem PP desenvolvem ansiedade acerca da possibilidade de terem outro ataque de pânico.
64
Q

Síntese Final: Fobia Específica

A
  • Nas perturbações fóbicas o indivíduo evita situações que provocam ansiedade intensa, pânico ou ambas. Na fobia específica o medo é focado num objeto ou situação específica
  • As fobias podem ser adquiridos pela experiência de um acontecimento traumático, podem aprendidas vicariamente, ou ensinadas.
65
Q

Síntese Final: Ansiedade Generalizada (PAG)

A
  • Na PAG a ansiedade foca-se em acontecimentos menores do dia a dia, não em grandes preocupações
  • Existem vulnerabilidades genéticas e psicológicas que contribuem para o desenvolvimento da PAG
66
Q

Síntese Final: Fobia Social

A
  • FS é o medo de estar junto de outros, particularmente em situações que exijam algum tipo de performance em frente a outros, ou o receio de ser avaliado
  • Embora as causas da FS sejam semelhantes às das fobias específicas o tratamento é diferente
67
Q

Perturbação Obsessivo Compulsiva (POC): o que é? o que são obsessões e compulsões?

A

Uma das perturbações de ansiedade mais debilitantes, caracterizada por obsessões, ou compulsões
* Obsessões: pensamentos, impulsos, ou imagens que criam apreensão ou preocupação
* Compulsões: comportamentos ou atos mentais que o paciente sente compelido a realizar de um modo repetitivo, sistemático de modo a reduzir a apreensão ou evitar algum resultado temido

As compulsões são habitualmente respostas às obsessões.

68
Q

POC: Aspetos importantes

A

Pensamentos intrusivos são acontecimentos normais – As obsessões são apenas versões exageradas de intrusões mentais normais; A maior parte das pessoas ignora-os;
Não é a qualidade da intrusão que é atípica mas a frequência, intensidade e capacidade de perturbar a pessoa que as experimenta.

69
Q

POC: Exemplos de obsessões relatadas numa amostra normal

A

Impulso para magoar alguém
Pensar que alguém próximo teve um acidente
Impulso para dizer algo mau a alguém
Pensar que algo está mal com a saúde
Pensar em acidentes quando se está a viajar
Impulso para saltar de um local alto
Impulso para ser violento
Etc…

70
Q

POC: Obsessões/compulsões frequentes

A

Medo de causar dano/verificação: medo de causar incêndios, inundações, acidentes, etc. e compulsão para verificar;
Contaminação/Limpeza: medo de contaminação por lixo, germes vírus, DST (especialmente SIDA), químicos;
Outras: religiosas, sexuais
Obsessões mais comuns: Contaminações e dúvida são as obsessões mais comuns seguidas de necessidade de simetria, agressão e intrusões sexuais.

71
Q

POC: O que não é uma obsessão

A

Ruminações depressivas
Ruminações hipocondríacas
Preocupações acerca de situações do dia a dia (ex. trabalho, relações conjugais)
Fantasias sexuais recorrentes
Ciúme

72
Q

POC: Rituais mentais (neutralização) vs. Obsessão

A

Muitas vezes confundidos
As obsessões são intrusivas, pensamentos indesejados que evocam ansiedade ou perturbação
Rituais mentais são atos mentais deliberados com o objetivo de neutralizar ou reduzir a ansiedade ou a perturbação.
Compulsões cobertas (ato mental deliberado); checking; repetições de comportamento
* Obsessões são pensamentos, imagens ou impulsos indesejados que são experienciados como repugnantes, ameaçadores, obscenos, blasfémias, sem sentido, ou todos esses.
* O conteúdo é altamente individualizado e moldado pela experiência do indivíduo, embora os temas possam ser classificados em categorias gerais: contaminação, responsabilidade por dano, violência, sexo, religião, necessidade de ordem, etc.
* Maioria exibe múltiplos temas
* O comportamento compulsivo é a característica mais notória das POC e responsável pela maioria do comportamento do funcionamento
* Paralelamente, o evitamento está também presente na maioria dos pacientes com POC

73
Q

POC: Critérios de diagnóstico

A

A. Presença de obsessões, compulsões ou ambas
Obsessões são definidas por (1) e (2):
1. Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que, em algum período da perturbação, são experienciadas como intrusivos ou indesejados e que, na maioria dos indivíduos, causa ansiedade ou mal-estar marcados.
2. . O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens, ou neutralizá-los com algum outro pensamento ou ação (isto é, realizando uma compulsão);
Compulsões são definidas por (1) e (2):
1. Comportamentos repetitivos (por exemplo, lavagem de mãos, ordenação, verificação) ou atos mentais (por exemplo, rezar, contar, repetir palavras silenciosamente) que o indivíduo se sente compelido a realizar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que têm de ser aplicadas rigidamente.
2. Os comportamentos ou atos mentais têm como objetivo prevenir ou reduzir a ansiedade ou mal-estar ou prevenir acontecimentos ou situações temidas; no entanto, estes comportamentos ou atos mentais não estão ligados de forma realista com o que pretendem neutralizar ou prevenir ou são claramente excessivos.

B. As obsessões ou compulsões consomem tempo (por exemplo, levam mais de 1 hora por dia) ou causam mal-estar clinicamente significativa ou défice social, ocupacional ou noutras áreas importantes do funcionamento
C. Os sintomas obsessivo compulsivos não são atribuíveis aos efeitos fisiológicos de uma substância (por exemplo, droga de abuso, um medicamento) ou outra condição médica.

74
Q

Perturbação Dismórfica Corporal

A

Tipo de POC
A. Preocupação com um ou mais defeitos ou falhas percebidas na aparência física que não são observáveis ou parecem ligeiras aos outros
B. A algum momento durante o curso da perturbação, o indivíduo realizou comportamentos repetitivos (ex. verificações ao espelho, autocuidado excessivo, escoriação da pele, procura de reasseguramento) ou atos mentais ( ex. comparar a sua aparência com a dos outros) e resposta às preocupações com a aparência.
C. A preocupação causa mal-estar clinicamente significativo ou défice social, ocupacional ou noutras áreas do funcionamento
D. A preocupação não é mais bem explicada por preocupações com a gordura corporal ou peso num indivíduo cujos sintomas cumprem critérios de diagnóstico de uma perturbação do comportamento alimentar.

Especificar: Com dismorfia muscular

Especificar
* Com insight bom ou razoável
* Com insight pobre
* Com insight ausente / crenças delirantes

75
Q

Perturbação de acumulação (Hoarding)

A

Tipo de POC
A. Dificuldade persistente em descartar ou separar-se dos seus bens, independentemente do seu valor real.
B. Esta dificuldade é devida a uma necessidade percebida de guardar os itens e o mal-estar associado a descartá-los
C. A dificuldade em descartar bens resulta na acumulação de bens que congestionam e desarrumam áreas úteis ativas e comprometem substancialmente o uso para o qual foram projetadas. Se as áreas não estão desarrumadas é apenas pela intervenção de terceiros (por exemplo, membros da família, empregados de limpeza, autoridades)
D. A acumulação causa mal-estar clinicamente significativo ou défices sociais, ocupacional ou noutras áreas importantes do funcionamento (incluindo a manutenção de um ambiente seguro para o próprio e outros)
E. A acumulação não é atribuível a outra condição médica (por exemplo, lesão cerebral, doença cerebrovascular, síndrome de Prader-Willi)
F. A acumulação não é mais bem explicada pelos sintomas de outra perturbação mental (por exemplo, obsessões na perturbação obsessivo- compulsiva, diminuição da energia na perturbação depressiva major, delírios na esquizofrenia ou noutras perturbações psicóticas, défices cognitivos na perturbação cognitiva major, interesses restritos na perturbação do espectro do autismo

Especificar se: Com aquisição excessiva

Especificar
* Com insight bom ou razoável;
* Com insight pobre
* Com insight ausente/crenças delirantes

76
Q

Tricotilomania: Critérios de diagnóstico

A

Tipo de POC
A. Arrancamento recorrente do próprio cabelo/pelo, resultando em perda capilar/pilosa.
B. Tentativas repetidas de diminuir ou de parar o arrancamento de cabelo(pelo.
C. O arrancamento de cabelo/pelo causa mal-estar clinicamente significativo ou défice social, ocupacional ou noutras áreas importantes do funcionamento
D. O arrancamento de cabelo/pelo não é atribuível a outra condição médica (por exemplo, uma condição dermatológica)
E. O arrancamento de cabelo/pelo não é mais bem explicado pelos sintomas de outra perturbação mental (por exemplo, tentativas de melhorar um defeito ou falha percebidos na aparência da perturbação dismórfica corporal)

77
Q

Perturbação de escoriação: Critérios de Diagnóstico

A

Tipo de POC
A. Escoriação recorrente da pele resultando em lesões cutâneas
B. Tentativas recorrentes para de diminuir ou parar a escoriação da pele.
C. A escoriação da pele causa mal-estar clinicamente significativo ou défice social, ocupacional ou noutras áreas importantes do funcionamento
D. A escoriação da pele não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (por exemplo, cocaína) ou outra condição médica (por exemplo, escabiose)
E. A escoriação da pele não é mais bem explicado pelos sintomas de outra perturbação mental (por exemplo, delírios ou alucinações táteis de uma perturbação psicótica, tentativas de melhorar um defeito ou falha percebidos na aparência da perturbação dismórfica corporal, estereotipias da perturbação de movimentos estereotipados ou intenção de magoar-se a si próprio da autolesão não suicida )

78
Q

Perturbações relacionadas com Trauma e Fatores do Stress

A

Ver tabela (23)

79
Q

Perturbação de stress pós traumático: ideias centrais

A

Descreve reações de stress graves e persistentes a seguir à exposição a um acontecimento traumático
DSM-5 – 5 grupos de sintomas
A. exposição a um acontecimento ameaçador da vida ou integridade física
B. Sintomas intrusivos
C. Sintomas de evitamento
D. alterações do humor e da cognição
E. alterações no ativação fisiológica e reatividade

80
Q

Perturbação de stress pós traumático: critérios de diagnóstico

A

Tipo de Perturbação relacionada com Trauma e Fatores do Stress

Nota: os critérios seguintes aplicam-se a adultos, adolescentes e crianças com mais de 6 anos.

A. Exposição a ameaça de morte, morte real, ferimento grave, ou violência sexual em 1 (ou mais) das seguintes formas:
1. Exposição direta a acontecimento(s) traumático(s);
2. Testemunhar, presencialmente, acontecimentos(s) enquanto ocorreu(ram) a outras pessoas;
3. Tomar conhecimento de que o acontecimento(s) traumático(s) ocorreu(ram) a familiares ou amigos próximos. Nos casos de ameaça de morte ou morte de um familiar ou amigo, o(s) acontecimento(s) deve(m) ter sido violento(s) ou acidental(is).
4. Exposição repetida ou extrema a pormenores aversivos do(s) acontecimentos traumáticos (por exemplo, os primeiros a recolher restos humanos; agentes da polícia repetidamente expostos a pormenores de abuso de crianças)

Nota: o critério A4 não se aplica à exposição através dos media eletrónicos, televisão, filmes ou fotografias, a não ser que a exposição esteja relacionada com o trabalho

B. Presença de 1 (ou mais) dos seguintes sintomas intrusivos cujo início é posterior ao(s) acontecimento(s) traumático(s) aos quais estão associados:
1. Lembranças do(s) acontecimento(s) traumático(s) que causa mal-estar e que são intrusivas, involuntárias e recorrentes
2. Sonhos perturbadores recorrentes nos quais o conteúdo e/ou emoções do sonho estão relacionados com o(s) acontecimento(s) traumático(s)
3. Reações dissociativas (por exemplo, flashbacks) nas quais o indivíduo sente ou atua como se o acontecimento(s) traumático(s) estivessem a ocorrer novamente. (Tais reações podem ocorrer num contínuo, sendo que a expressão mais intensa envolve a perda completa de consciência do ambiente envolvente)
4. mal-estar psicológico intenso ou prolongado aquando da exposição a estímulos internos ou externos que simbolizam ou se assemelham a aspectos do(s) acontecimento(s) traumático(s)
5. Reações fisiológicas intensas à exposição a estímulos internos ou externos que simbolizam ou se assemelham a aspectos do(s) acontecimento(s) traumático(s)
C. Evitamento persistente dos estímulos associados ao(s) acontecimento(s) traumático(s), com início após o(s) acontecimento(s) traumático(s) ter(em) ocorrido, como indicado por 1 ou ambos dos seguintes:
1. Evitamento ou esforço para evitar memórias, pensamentos ou emoções que causam mal-estar acerca do(s) acontecimento(s) traumático(s) ou com estes intimamente relacionados.
2. Evitamento ou esforço para evitar estímulos externos (pessoas, lugares, conversas, atividades, objetos, situações) que despertam memórias, pensamentos ou emoções que causa mal-estar acerca do(s) acontecimento(s) traumático(s)ou com estes intimamente relacionados.
D. Alterações negativas nas cognições e no humor, com início ou agravamento após o(s) acontecimento(s) traumático(s), como é indicado por 2 (ou mais) dos seguintes:
1. incapacidade de lembrar um aspeto importante do(s) acontecimento(s) traumático(s) (tipicamente devido a amnésia dissociativa e não devido a outros fatores como traumatismo cranioencefálico, álcool ou drogas)
2. Crenças ou expectativas sobre o próprio, os outros ou o mundo, exageradamente negativas e persistentes (por exemplo, “eu sou mau”, “não se pode confiar em ninguém”, “o mundo é inteiramente perigoso”, “todo o meu sistema nervoso está permanentemente arruinado”)
3. Cognições distorcidas persistentes acerca das causas ou consequências do(s) acontecimento(s) traumático(s) que levam a pessoa a culpar-se a si própria ou aos outros
4. Estado emocional negativo persistente (por exemplo, medo, horror, raiva, culpa ou vergonha)
5. Interesse e participação em atividades significativas fortemente diminuídos
6. Sensação de estar desligado ou de estranheza em relação a outras pessoas;
7. Incapacidade persistente de experimentar emoções positivas (por exemplo, incapacidade de experimentar felicidade, satisfação ou sentimentos amorosos)
E. Alterações significativas da ativação e reatividade associada ao(s) acontecimento(s) traumático(s), com início ou agravamento após o(s) acontecimento(s) traumáticos, como é indicado por 2 (ou mais) dos seguintes:
1. Comportamento irritável ou acessos de raiva (com a mínima ou mesmo sem provocação) tipicamente expressos através agressões físicas ou verbais para com pessoas ou objetos
2. Comportamento imprudente ou autodestrutivo
3. Hipervigilância
4. Resposta de sobressalto exagerada (startle response)
5. Dificuldade de concentração
6. Perturbação do sono (por exemplo, dificuldade em adormecer, manter o sono ou sono agitado)
F. A duração da perturbação (critérios B, C, D, e E) é superior a um mês
G. A perturbação causa mal-estar clinicamente significativo ou défice social, ocupacional ou em qualquer outra área importante
H. A perturbação não é atribuível a efeitos fisiológicos de uma substância (por exemplo, medicamentos, álcool) ou outra condição médica

Especificar se: Com sintomas dissociativos
* despersonalização
* desrealização

81
Q

Perturbação aguda de stress: Critérios de diagnóstico

A

Tipo de Perturbação relacionada com Trauma e Fatores do Stress

Principal diferença: Duração 3 dias a um mês a seguir à exposição traumática
A. Exposição a ameaça de morte, morte real, ferimento grave, ou violência sexual em 1 (ou mais) das seguintes formas:
1. Exposição direta a acontecimento(s) traumático(s);
2. Testemunhar, presencialmente, acontecimentos(s) enquanto ocorreu(ram) a outras pessoas;
3. Tomar conhecimento de que o acontecimento(s) traumático(s) ocorreu(ram) a familiares ou amigos próximos. Nota: Nos casos de ameaça de morte ou morte de um familiar ou amigo, o(s) acontecimento(s) deve(m) ter sido violento(s) ou acidental(is).
4. Exposição repetida ou extrema a pormenores aversivos do(s) acontecimentos traumáticos (por exemplo, os primeiros a recolher restos humanos; agentes da polícia repetidamente expostos a pormenores de abuso de crianças)

Nota: o critério A4 não se aplica à exposição através dos media eletrónicos, televisão, filmes ou fotografias, a não ser que a exposição esteja relacionada com o trabalho

B. Presença de 9 (ou mais) de qualquer uma das 5 categorias: intrusão, humor negativo, dissociação, evitamento, e ativação, com início ou agravamento após a ocorrência do(s) acontecimento(s) traumático(s):
Sintomas intrusivos
1. Lembranças intrusivas, involuntárias e recorrentes do(s) acontecimento(s) traumático(s) que geram mal-estar
2. Sonhos recorrentes que geram mal-estar nos quais o conteúdo e/ou emoções do sonho estão relacionados com o(s) acontecimento(s) traumático(s)
3. Reações dissociativas (por exemplo, flashbacks) nas quais o indivíduo sente ou atua como se o acontecimento(s) traumático(s) estivessem a ocorrer novamente. (Tais reações podem ocorrer num contínuo, sendo que a expressão mais intensa envolve a perda completa de consciência do ambiente envolvente)
4. Mal-estar psicológico intenso ou prolongado ou intensas reações fisiológicas com a exposição a estímulos internos ou externos que simbolizam ou se assemelham a aspetos do(s) acontecimento(s) traumático(s)
Humor negativo
5. Incapacidade persistente para vivenciar emoções positivas (por exemplo, incapacidade para experimentar felicidade, satisfação ou sentimentos amorosos)
Sintomas dissociativos
6. Sensação alterada da realidade do ambiente que envolve o indivíduo (por exemplo, ver-se a si próprio de outra perspetiva, estar desorientado, lentificação do tempo)
7. Incapacidade lembrar um aspeto importante do(s) acontecimento(s) traumático(s) (tipicamente devido a amnésia dissociativa e não devido a outros fatores como traumatismo cranioencefálico, álcool ou drogas)
Sintomas de evitamento
8. Evitamento ou esforço para evitar memórias, pensamentos ou emoções geradoras de mal-estar sobre o(s) acontecimento(s) traumático(s) ou a estes associados.
9. Esforço para evitar lembranças externas (pessoas, lugares, conversas, atividades, objetos, situações) que despertam memórias, pensamentos ou emoções geradoras de mal-estar sobre o(s) acontecimento(s) traumático(s) ou a estes associados.
Sintomas de ativação
10. Perturbação do sono (por exemplo, dificuldade em adormecer, manter o sono ou sono agitado)
11. Comportamento irritável e acessos de raiva (com a mínima ou mesmo sem provocação) muitas vezes expressos através agressões físicas ou verbais para com pessoas ou objetos
12. Hipervigilância
13. Dificuldade de concentração
14. Resposta de sobressalto exagerada (startle response)
C. A duração da perturbação (sintomas do critério B) é de 3 dias a 1 mês após a exposição ao trauma.

Nota: Tipicamente, os sintomas têm início após o trauma, mas a persistência por pelo menos 3 dias e até 1 mês é necessária para preencher os critérios de diagnóstico

D. A perturbação causa mal-estar clinicamente significativo ou défice social, ocupacional ou em qualquer outra área importante
E. A perturbação não é atribuível a efeitos fisiológicos de uma substância (por exemplo, medicamentos, álcool) ou outra condição médica (por exemplo, lesão cerebral ligeira) e não é mais bem explicada pela perturbação psicótica breve

82
Q

Perturbação de Ajustamento: critérios de diagnóstico

A

Tipo de Perturbação relacionada com Trauma e Fatores do Stress
A. Desenvolvimento de sintomas emocionais e comportamentais em resposta a fatores de stress identificáveis que ocorrem nos 3 meses após o aparecimento do(s) fator(es) de stress
B. Estes sintomas ou comportamentos são clinicamente significativos, manifestando-se por 1 ou 2 dos seguintes:
1. Mal estar acentuado que é desproporcional à gravidade ou intensidade do fator de stress, tendo em consideração o contexto externo e os fatores culturais que podem influenciar a gravidade dos sintomas e a sua apresentação
2. Défice significativo nas áreas sociais, ocupacionais e noutras áreas importantes do funcionamento
C. A perturbação relacionada com stress não preenche os critérios para outra perturbação mental e não é meramente uma exacerbação de uma perturbação mental existente
D. Os sintomas não representam luto normal
E. Uma vez terminado o fator de stress e as suas consequências, os sintomas não persistem para além de um período adicional de 6 meses

Especificar:
* Com humor deprimido;
* Com ansiedade;
* Mista com ansiedade e humor deprimido;
* Com perturbação do comportamento;
* Com perturbação mista de emoções e comportamento;
* Não especificada

83
Q

Perturbações relacionadas com Trauma e Fatores do Stress: aspetos importantes

A

IMPORTANTE: Na perturbação de ajustamento o fator de stress pode ser de qualquer gravidade
No diagnóstico diferencial, a perturbação de ajustamento pode ser diagnosticada imediatamente e persistir até 6 meses após a exposição ao acontecimento
Perturbação aguda de stress só pode ocorrer apenas entre 3 dias e um mês
A PTSD só pode ser diagnosticada após pelo menos um mês

84
Q

Perturbações do Espectro da Esquizofrenia e Outras perturbações psicóticas: Aspetos históricos

A

Kraepelin (1899) descreve a dementia praecox que incluía a catatonia, hebefrenia, paranoia anteriormente vistas como perturbações distintas
Numa segunda importante contribuição Kraepelin distinguiu Dementia praecox de doença maníaco-depressiva
Bleuler (1908) introduziu o termo esquizofrenia (do grego mente dividida) - Dementia praecox or the group of schizophrenias (1911)

85
Q

Perturbações de Esquizofrenia: Características chave que definem as Perturbações psicóticas

A
  • Delírios (perturbações do conteúdo do pensamento)
  • Alucinações
  • Pensamento (discurso) desorganizado
  • Comportamento motor anormal ou grosseiramente desorganizado (incluindo catatonia)
  • Sintomas negativos
86
Q

Perturbações de Esquizofrenia: Delírios

A

Delírios são crenças firmes resistentes a mudança face a evidência contraditória. O seu conteúdo pode incluir uma variedade de temas:
* De perseguição (persecutórios) - crença que se vai ser magoado ou perseguido por indivíduos grupos ou organizações
* De referência - crença que certos gestos, comentários, pistas ambientais etc. são referentes ao próprio
* De grandiosidade (grandioso) – o indivíduo acredita que ter capacidades, fama ou saúde excecionais
* Erotomaníacos – quando o sujeito acredita que que outra pessoa está apaixonada por ele
* Niilistas – convicção que uma catástrofe de grandes dimensões vai acontecer
* Somáticos - foco na preocupação relativamente à saúde ou funcionamento de um órgão
* Bizarros: implausíveis, não compreensíveis por elementos da mesma cultura e não advêm da experiência de vida corrente.
o Delírios que expressam perda de controlo sobre a mente ou corpo são habitualmente bizarros (ex. roubo de pensamento, inserção de pensamento, controlo)
* Não bizarros: envolvem situações possíveis. (ex. Estar a ser vigiado pela polícia apesar da falta de evidência)

87
Q

Perturbações de Esquizofrenia: Alucinações

A
  • Experiência de tipo percetivo que ocorrem na ausência de estímulo externo. São vívidas e claras com o impacto de uma perceção normal e fora do controlo voluntário
  • Podem ocorrer em qualquer modalidade sensorial, mas as auditivas são as mais frequentes na esquizofrenia e outras perturbações psicóticas
  • As alucinações auditivas são habitualmente experienciadas como vozes (familiares ou estranhas) que são percebidas como distintas dos pensamentos próprios.
  • Têm de ocorrer no contexto de clareza sensorial, as que ocorrem ao adormecer (Hipnagógicas) e ao acordar (Hipnopômpicas) são consideradas como experiências normais
  • Estudos mostraram que área mais ativada durante alucinações auditivas era a área de Broca
88
Q

Perturbações de Esquizofrenia: Pensamento (discurso) desorganizado

A

Habitualmente inferido do discurso
* Descarrilamento ou afrouxamento de associações: salta de um tópico para o outro (the knight’s move)
* Tangencialidade: respostas marginais ou destituídas de relação
* Incoerência: salada de palavras

89
Q

Perturbações de Esquizofrenia: Comportamento motor anormal ou grosseiramente desorganizado (incluindo catatonia)

A
  • Comportamento desorganizado ou inadequado
  • Estupor catatónico (lentidão motora)
  • Rigidez catatónica (postura rígida)
  • Negativismo catatónico (resistência ativa a instruções ou tentativas de mobilização)
  • Postura catatónica (posturas inadequadas ou bizarras)
  • Excitação catatónica (excessiva atividade motora sem propósito e não estimulada)
90
Q

Perturbações de Esquizofrenia: Sintomas positivos e negativos

A

Sintomas positivos: incluem excessos e distorções de funções normais, como alucinações e ideias delirantes
* Positivos (alucinações e delírios)
* Desorganizados (discurso e comportamento)
Sintomas negativos: diminuição ou perda de funções normais, deficits comportamentais, como avolição, anedonia, embotamento afetivo, associabilidade.
* avolição (incapacidade de iniciar ou persistir na busca de um objetivo; apatia);
o Diminuição de atividade motivada por iniciativa própria e com um objetivo. O indivíduo pode passar horas sentado sem mostrar interesse em participar em atividades de trabalho ou sociais
* anedonia (inabilidade de experimentar prazer, perda de interesse pela interação social)
o Diminuição da capacidade de experienciar prazer
* embotamento afetivo (diminuição na habilidade de expressar-se emocionalmente)
o aparência imóvel e sem expressão da face, reduzido contacto ocular, reduzida entoação do discurso (prosódia) e de movimentos das mãos, cabeça e face que normalmente dão ênfase emocional ao discurso
* alogia (marcante pobreza de fala e fala vazia de conteúdo; sem palavras - pobreza de discurso)
o Respostas breves, lacónicas ou vazias
* Isolamento social ou Associabilidade
o Aparente falta de interesse em interações sociais

91
Q

Perturbações do espectro da esquizofrenia e outras perturbações psicóticas

A

Tabela (29)

92
Q

Perturbação delirante: Critérios de diagnóstico

A

Tipo de Perturbação do espectro da esquizofrenia
A. Presença de um (ou mais) delírios com a duração de 1 mês ou mais.
B. O critério A para a esquizofrenia jamais foi satisfeito

Nota: as alucinações, se presentes, não são proeminentes e são relacionadas com o tema do delírio (sensação de estar infestado por insetos associada ao delírio de infestação)

C. Para além do impacto do(s) delírio(s) ou das suas ramificações, o funcionamento não é marcadamente prejudicado e o comportamento não é obviamente bizarro ou estranho.
D. Se tiverem ocorrido episódios maníacos ou depressivos, estes foram breves relativamente à duração dos períodos delirantes.
E. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou condição médica e não é mais bem explicada por outra perturbação mental como perturbação dismórfica corporal ou perturbação obsessivo compulsiva .

Especificadores
Especificadores de tipo:
* Tipo erotomaníaco: outro está apaixonado pelo sujeito
* Tipo grandioso: Ter grande talento não reconhecido
* Tipo ciúme: parceiro é infiel
* Tipo persecutório: Sujeito é objeto de conspiração, fraude, espionagem, perseguição, etc.
* Tipo somático: Funções do corpo ou sensações
* Tipo misto: Não predomina um tema
* Tipo não especificado: Não se consegue identificar a crença dominante ou não está descrita anteriormente
Especificar se: com conteúdo bizarro
Especificadores de curso quando a duração é superior a 1 ano
Especificador de gravidade: escala de gravidade 0-4 para cada sintoma

93
Q

Perturbação psicótica breve: critérios de diagnóstico

A

Tipo de Perturbação do espectro da esquizofrenia
A. Presença de um (ou mais) dos seguintes sintomas. Tem de estar presente pelo menos um de (1), (2) ou (3):
1. delírios;
2. alucinações;
3. discurso desorganizado (por exemplo, descarrilamento ou incoerência frequentes); –
4. comportamento grosseiramente desorganizado ou catatónico.

Nota: Não incluir sintomas que sejam uma resposta culturalmente aceite

B. A duração de um episódio da perturbação é de pelo menos 1 dia, mas menos de 1 mês, com eventual retorno completo ao nível de funcionalmente pré-mórbido.
C. A perturbação não é mais bem explicada por uma perturbação depressiva major ou bipolar com caraterísticas psicóticas, ou outra perturbação psicótica como a esquizofrenia ou catatonia, não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (droga de abuso ou medicamento) ou outra condição médica.

Especificar se:
* Com fator(es) de stress marcado(s) (Psicose breve reativa)
* Sem fator(es) de stress marcado(s)
* Com início no pós-parto.
Especificar se: Com catatonia
Especificar gravidade: Escala de 0-4

94
Q

Perturbação ezquizofreniforme: critérios de diagnóstico

A

Tipo de Perturbação do espectro da esquizofrenia
A. Presença de dois (ou mais) dos seguintes sintomas, cada um por uma porção de tempo significativa durante um período de 1 mês (ou menos se tratados com sucesso). Pelo menos 1 destes ter de ser (1), (2) ou (3):
1. delírios;
2. alucinações;
3. discurso desorganizado (por exemplo, descarrilamento ou incoerência frequente);
4. comportamento amplamente desorganizado ou catatónico.
5. Sintomas negativos (por exemplo, diminuição da expressão emocional ou avolição)
B. Um episódio da perturbação dura pelo menos 1 mês, mas menos de 6 meses. Quando o diagnóstico tiver de ser feito sem se esperar pela recuperação, deve ser qualificado como “provisório”
C. Perturbação esquizoafetiva e perturbação depressiva ou bipolar com características psicóticas foram excluídas porque ou 1) os episódios depressivos major ou maníacos não ocorreram simultaneamente com os sintomas de fase ativa, ou 2) caso os episódios de humor tenham ocorrido os sintomas de fase ativa, estes estiveram presentes durante uma pequena parte da duração total dos períodos de doença ativa e residual
D. A perturbação não é atribuível as efeitos fisiológicos de uma substância (droga de abuso ou medicamento) ou outra condição médica

Especificar se:
* Com características de bom prognóstico: este especificador requer a presença de pelo menos duas das seguintes características: início dos sintomas psicóticos proeminentes dentro de quatro semanas após a primeira alteração percetível no comportamento ou no funcionamento habitual; confusão ou perplexidade; bom funcionamento social e ocupacional pré-mórbido; ausência de afeto plano ou embotado.
* Sem características de bom prognóstico: se duas ou mais das anteriores não estiveram presentes
Especificar se: Com catatonia
Especificar gravidade atual: Escala de 0-4

Caracterizada por uma apresentação sintomática semelhante à esquizofrenia, exceto:
Duração: entre um e seis meses
* Se a perturbação persiste para além de 6 meses o diagnóstico provisório deve ser mudado para esquizofrenia
* O requisito de duração da perturbação esquizofreniforme é intermédio relativamente à perturbação psicótica breve (que dura entre 1 dia e um mês) e à esquizofrenia (que dura pelo menos 6 meses)

O diagnóstico faz-se em duas situações:
* O episódio dura entre 1 e 6 meses e o sujeito já recuperou
* O sujeito está sintomático há menos de 6 meses mas ainda não recuperou . Neste caso o diagnóstico é perturbação esquizofreniforme (provisório)

95
Q

Esquizofrenia: critérios de diagnóstico

A

A. Presença de dois (ou mais) dos seguintes, cada um por uma porção de tempo significativa durante o período de 1 mês (ou menos se tratados com sucesso). Pelo menos um ter de ser (1), (2) ou (3):
1. delírios;
2. alucinações;
3. discurso desorganizado (por exemplo, descarrilamento ou incoerência frequentes);
4. comportamento amplamente desorganizado ou catatónico.
5. Sintomas negativos (por exemplo, expressão emocional diminuída ou avolição)
B. Desde o início da perturbação e por um período de tempo significativo desde o início da perturbação, o nível de funcionamento em uma ou mais das áreas principais, tais como trabalho, relações interpessoais ou autocuidado, está marcadamente abaixo do nível previamente atingido (ou, quando se inicia na infância ou adolescência, não se atinge o nível esperado de funcionamento interpessoal, académico ou ocupacional).
C. Sinais contínuos da perturbação persistem por pelo menos 6 meses. Este período de 6 meses tem de incluir pelo menos 1 mês de sintomas (ou menos, se tratados com sucesso) que preencham o critério A (por exemplo, sintomas da fase ativa) e pode incluir períodos de sintomas prodrómicos ou residuais. Durante esses períodos prodrómicos ou residuais, os sinais da perturbação podem manifestar-se apenas por sintomas negativos ou pela presença, numa forma atenuada, de dois ou mais dos sintomas enumerados no Critério A presentes de uma forma atenuada (por exemplo, crenças estranhas, experiências percetivas pouco habituais).
D. A perturbação esquizoafetiva e as perturbações depressiva ou bipolar com características psicóticas foram excluídas porque ou: 1) os episódios depressivos major ou maníacos não ocorreram simultaneamente com os sintomas da fase ativa, ou 2) caso os episódios de humor tenham ocorrido durante os sintomas da fase ativa, estes estiveram presentes durante uma pequena parte da duração total dos períodos de doença ativa e residual
E. A perturbação não é atribuível as efeitos fisiológicos de uma substância (por exemplo, droga de abuso ou medicamento) ou outra condição médica
F. Caso exista história de perturbação do espectro autista ou perturbação da comunicação com início na infância, o diagnóstico adicional de esquizofrenia só é realizado se, para além dos outros sintomas requeridos para esquizofrenia, também estiverem presentes delírios ou alucinações proeminentes por pelo menos 1 mês (ou menos se tratados com sucesso)

Especificadores
Especificadores de curso a usar apenas depois de um ano de duração da perturbação:
* Primeiro episódio, atualmente em episódio agudo
o Primeira manifestação. Episódio agudo é o período em que os sintomas de critério são cumpridos
* Primeiro episódio, atualmente em remissão parcial
* Primeiro episódio, atualmente em remissão completa
* Múltiplos episódios, atualmente episódio agudo
Após o mínimo de dois episódios (i.e., após um episódio inicial, uma remissão e pelo menos um episódio adicional)
* Múltiplos episódios, atualmente em remissão parcial
* Contínuo: os sintomas estão presentes na maioria do curso da doença, com períodos de sintomas subclínicos muito breves em relação ao curso geral
* Não especificado
Especificar se: Com catatonia
Especificar gravidade atual

Mudanças no DSM 5:
No critério A desaparece a atribuição especial de delírios bizarros e duas ou mais vozes a conversar. No DSM-IV apenas um destes era necessário para o critério A
Desaparecem os subtipos

96
Q

Perturbação esquizoafetiva: critérios de diagnóstico

A

Tipo de Perturbação do espectro da esquizofrenia
A. Período ininterrupto de doença durante o qual existe um episódio major do humor (depressivo major, ou maníaco) simultaneamente com o Critério A de esquizofrenia.

Nota: O episódio depressivo deve incluir o Critério A1: Humor deprimido

B. Delírios ou alucinações por 2 ou mais semanas na ausência de um episódio major do humor (depressivo ou maníaco) ao longo da vida da doença.
C. Os sintomas que preenchem os critérios para um episódio major do humor estão presentes na maior parte da duração total dos períodos ativos e residuais da doença.
D. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (droga de abuso, medicação) ou de outra médica geral.
Especificar se:
* Tipo bipolar
* Tipo depressivo
Especificar se: com catatonia
Especificadores de curso a usar apenas depois de um ano de duração da perturbação:
* Primeiro, atualmente episódio agudo
o Primeira manifestação. Episódio agudo é o período em que os sintomas de critério são cumpridos
* Primeiro episódio, atualmente em remissão parcial
* Primeiro episódio, atualmente em remissão completa
* Múltiplos episódios, atualmente episódio agudo
o Após o mínimo de dois episódios (i.e., após um episódio inicial, uma remissão e pelo menos um episódio adicional)
* Múltiplos episódios, atualmente em remissão parcial
* Contínuo: os sintomas estão presentes na maioria do curso da doença, com períodos de sintomas sub-clínicos muito breves em relação ao curso geral
* Não especificado
Especificar gravidade atual

97
Q

Catatonia: tipos

A

ver tabela (34)

98
Q

Catatonia associada a outra perturbação mental (especificador de catatonia) : critérios de diagóstico

A

Quadro clínico dominado por três (ou mais) dos seguintes sintomas:
1. Estupor (i.e., ausência de atividade motora, ausência de envolvimento ativo com o ambiente)
2. Catalepsia (i.e., indução passiva de uma postura mantida contra a gravidade)
3. Flexibilidade cérea: (i.e., resistência ligeira contra posicionamento pelo examinador)
4. Mutismo (i.e., ausência de, ou muito diminuta, resposta verbal [excluir se afasia conhecida])
5. Negativismo (i.e., oposição ou ausência de resposta a instruções ou a estímulos externos)
6. Postura inapropriada (i.e., manutenção espontânea e ativa de uma postura contra a gravidade)
7. Maneirismos (i.e., caricatura estranha, circunstancial e de ações normais)
8. Estereotipia (i.e., movimentos repetitivos, anormalmente frequentes sem objetivo)
9. Agitação, não influenciada por estímulos externos
10. Caretas
11. Ecolalia (i.e., imitação da fala de outrem)
12. Ecopraxia (i.e., imitação dos movimentos de outrem

99
Q

Curso da esquizofrenia

A

ver tabela (32)

100
Q

Epidemiologia: Perturbações de Esquizofrenia

A
  • Prevalência ao longo da vida cerca de 1%
  • Ligeiramente mais homens que mulheres
  • Idade de início habitualmente 18-25, habitualmente mais cedo nos homens que mulheres
  • Início precoce -> mais sintomas negativos e pior prognóstico
  • 1 em cada 5 pessoas com esquizofrenia tem um curso ótimo da perturbação (conseguem viver independentemente, trabalhar, ter relações significativas)
  • Maioria tem múltiplos episódios e comprometimento sério
101
Q

Tratamento: Perturbações de Esquizofrenia

A

Tratamento (ver ppt)
Medicação antipsicótica (neurolépticos)
Problema da não adesão

102
Q

Racional para intervenção psicológica: Perturbações de Esquizofrenia

A

Os neurolépticos são o tratamento de primeira linha para as perturbações psicóticas e trouxeram importantes melhorias no tratamento dos pacientes com estas perturbações
Apesar dos avanços significativos, a medicação apenas não parece, em muitos casos, ser suficiente
1. Há pacientes que continuam a experienciar sintomas psicóticos persistentes e perturbadores, apesar de doses adequadas de medicação
2. psicose está associada com elevados níveis de perturbação emocional
3. existe um elevado grau de comprometimento social nestes pacientes que não é abordado pela medicação

103
Q

Programa de Competências de vida UCLA: Perturbações de Esquizofrenia

A

Ver tabela (33)

104
Q

TCC para perturbações psicóticas: Perturbações de Esquizofrenia

A

TCC para perturbações psicóticas
* Recentemente as abordagens psicossociais mudaram de um foco puramente comportamental para uma ênfase na interação entre cognições e sintomas comportamentais da psicose
* Trabalho pioneiro da equipa de Paul Lieberman no Camarillo State Hopital na reabilitação de pacientes psicóticos graves
Abordagens recentes
* Trabalhos do grupo de Londres-West Anglia testando a TCC para sintomas resistentes à medicação
* Terapia Cognitiva para Vozes e Crenças delirantes

105
Q

Modelo de tratamento: Perturbações de Esquizofrenia

A

Vulnerabilidade ao stress
* O paciente tem vulnerabilidade biológica, frequentemente genética que interage com stress para causar a perturbação
* Modelo que fornece um racional para a medicação e intervenção psicológica
Formulação baseada no sintoma
Perturbação: Baseado na perturbação causada pelos sintomas psicóticos que pode variar consideravelmente de paciente para paciente
Objetivos do tratamento
* Aumentar o conhecimento e insight sobre as experiências psicóticas
* Lidar com os sintomas psicóticos residuais
* Reduzir a perturbação associada com as alucinações auditivas
* Reduzir o grau de preocupação e convicção nas ideias delirantes
* Manter os ganhos e prevenir a recaída
Ingredientes do tratamento
* Estratégias de envolvimento
* Psico-educação
* Terapia cognitiva
* Treino de competências comportamentais
* Estratégias de prevenção da recaída
Ingredientes do tratamento integrativo (ver tabela 34)

106
Q

Perturbações Bipolares e Perturbações Relacionadas: Quadro

A

ver tabela (5)

107
Q

Perturbações depressivas: quadro

A

Ver tabela (6)

108
Q

Perurbações de Ansiedade: tabela DSM-5

A

ver tabela(15)

109
Q

Perturbações obsessivo compulsivas e perturbações relacionadas: Quadro DMS-5

A

Tabela (21)

110
Q

Perturbações relacionadas com Trauma e Fatores do Stress: quadro DSM-5

A

Ver tabela(23)