Psicologia da Personalidade Flashcards

1
Q

O que é um teste psicológico?

A

Uma medida objetiva e padronizada de uma pequena amostra de comportamento , cuidadosamente escolhida

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2
Q

Elementos básicos da definição de um teste: Elementos definidores- explicação e justificação

A

Ver tabela (1)

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3
Q

O que é avaliação psicológica?

A

Recolha e integração de dados psicológicos (relacionados com a psicologia) com o objetivo de realizar uma avaliação psicológica que é obtida através do uso de ferramentas tais como testes, entrevistas, estudos de caso, observação comportamental e procedimentos de medição desenhados especificamente para o efeito (Cohen & Swerdlik, 2009)

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4
Q

Diferença entre teste psicológico e avaliação psicológica?

A

Ver tabela (1)

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5
Q

Antecedentes históricos da avaliação psicológica- Antiguidade

A

2200 A.C. - Império Chinês - Seleção para cargos políticos

Escritos Greco-Romanos sobre a tentativa de categorizar os indivíduos e termos de “tipos de personalidade”

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6
Q

Antecedentes históricos da avaliação psicológica- Idade Média

A

Séc. XIII - Primeiras Universidades - Distinções e prémios dados pelas universidades europeias a alunos e professores

Uma questão de “diagnóstico” central: Quem está aliado com o Diabo?

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7
Q

Antecedentes históricos da avaliação psicológica- Século XIX - Atraso vs. Doença Mental e a Psicologia Experimental

A

1838, Esquirol - Atraso mental e Doença Mental

1859, Charles Darwin: On the Origin of Species by Means of Natural Selection - A noção de diferenças individuais

1869, Francis Galton - Interesse na hereditariedade: medição das características dos familiares e não familiares

1879, Wilhelm Wundt - Criação do 1º Laboratório de Investigação em Psicologia - Comunalidades entre os indivíduos

1890, James McKeen Cattell – Os primeiros “testes mentais” – comparação dos resultados com a norma

1892, 1895, Emil Kraepelin – teste de Associação de palavras

1897, Hermann Ebbinghaus – Testes de frases para crianças em idade escolar

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8
Q

Antecedentes históricos da avaliação psicológica- Século XX - Avaliação da Inteligência

A

1905, 1908, 1911, Binet e Simon – Primeira escala de avaliação de inteligência, a Escala Binet-Simon; introdução do termo “idade mental” e a evolução para “nível mental”

1914-1918, 1ª Guerra Mundial - Testes em Grupo para avaliar as capacidades intelectuais dos recrutas (Arthur S. Otis)

A partir dos anos 20 - Testes de aptidões e baterias de múltiplas aptidões

1939, David Wechler - Avaliação da inteligência em adultos - Wechsler-Bellevue Intelligence Scale mais tarde Wechsler Adult Intelligence Scale (WAIS)

1939-1945, 2ª Guerra Mundial - Avaliação de recrutas e o Pós-Guerra

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9
Q

Antecedentes históricos da avaliação psicológica- Século XX - Avaliação da Personalidade

A

1914-1918, 1ª Guerra Mundial - A necessidade de avaliar o ajustamento dos recrutas, para além das competências intelectuais

Robert S. Woodworth - Personal Data Sheet - Ajustamento e estabilidade emocional dos recrutas. “Tem-se sentido incomodado com a ideia de que estão a vigiá-lo na rua?”

Woodworth Psychoneurotic Inventory - Teste de Personalidade de autorrelato

1921 - Hermann Rorschach - Teste de Rorschach

1928, 1929, 1930, H. Hartshorne e M. May - Testes de desempenho ou situacionais

1930, Henry A. Murray, Christiana D. Morgan - Thematic Apperception Test (TAT)

Anos 80 e 90 – integração das duas perspectivas: traços cognitivos e afetivos (Anastasi, 1985, 1992, 1993; Digman, 1990; Golberg, 1993; Simon, 1994)

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10
Q

Avaliação Psicológica e Cultura

A

Cultura pode ser definida como “os padrões comportamentais, crenças e produtos de trabalho de uma população específica, comunidade ou grupo de pessoas, os quais são transmitidos socialmente” (Cohen, 1994)
Pais, pares, escolas […] transmitem ou prescrevem um conjunto de comportamentos e formas de pensar.
Ensina pontos de vista sobre o que é nascer em um ou outro género, raça ou etnia.

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11
Q

Problemas com a avaliação e cultura

A

Os testes de Binet aplicados por Henry H. Goddard (1913) ,um fascista. Utilizou o instrumento para ver quem podia entrar nos (EUA) (só podiam entrar os mais inteligentes.
Aplicou-o a 35 Judeus, 22 Húngaros, 50 Italianos, 45 Russos
Tinham atraso mental: 83% Judeus 80% Húngaros 79% Italianos 87% Russos
Tudo isto porque o contexto e cultura não foram tidos em consideração.

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12
Q

Modelo de Avaliação Psicométrico

A

o Modelo Correlacional, Modelo Diferencial, Modelo centrado nos Atributos
o Nomotético (podemos criar leis gerais, que se aplicam a vários indivíduos)
o Francis Galton, James M. Cattell, Alfred Binet
o O comportamento é determinado por traços subjacentes (atributos intrapsíquicos)
o Mais diagnóstico (mais remediativo) do que prognóstico (não se foca na explicação)
o Comportamento estável e independente do contexto
o Classificação e comparação dos indivíduos com base no desempenho (em testes de inteligência)

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13
Q

Modelo de Avaliação Psicodinâmico

A

o Foco na estrutura da personalidade do indivíduo, essencialmente inconsciente
o Desafia os limites dos primeiros contributos da Psiquiatria para a Análise Psicológica
o Idiográfico (muda de indivíduo para indivíduo)
o Fatores intrapsíquicos (impulsos, desejos, motivos, conflitos) como as causas do comportamento manifesto (procura explicar o porquê do comportamento)
o A avaliação acontece ao longo de todo o processo, considera a subjetividade do indivíduo, comportamento verbal e não-verbal
o Avaliação-Intervenção
o Os Estudos de Caso, um dos principais contributos
o Crítica: não pode ser aplicado a várias pessoas e por isso gasta mais recursos e não pode ser universalizado

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14
Q

Modelo de Avaliação Humanista

A

o Visão que contraria a “categorização” do indivíduo (cada indivíduo tem o seu próprio diagnóstico)
o Fatores cognitivos como a perceção -> influencia a forma como as pessoas interpretam o mundo ao seu redor
o Ênfase na experiência subjetiva do sujeito (está relacionada na forma como o paciente interpreta os fenómenos)
o “O todo é qualitativamente diferente da soma das partes” ( olha para o indivíduo como um todo e não se foca em apenas algum “problemas” - o indivíduo não consegue identificar especificamente o que “está mal”) - o humano é um todo complexo e não um conjunto de traços/problemas
o A importância da Narrativa (de vida)
o Auto-Conceito, Auto-perceção
o Critica os conceitos de perturbação mental, traços e dimensões estáticas (não ocorre uma avaliação subjetiva) - As pessoas podem mudar e crescer ao longo do tempo
o Estudo das variáveis relacionais (e.g., relação terapeuta-cliente) - importância das relações interpessoais

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15
Q

Modelo de Avaliação Comportamental

A

o Modelo EORC (estímulo-organismo-resposta-consequência)
o Foco nos Comportamentos Observáveis
o Baixa Inferência (Não procuram perceber os processos mentais subjacentes)
o Pouco interesse pelo diagnóstico
o Ênfase ambiental e contextual vs. variáveis intra-individuais (ambiente e contexto como estímulos de comportamento – mudança de contexto mudança de comportamento)
o Teorias da Aprendizagem (baseia-se nas teorias do condicionamento operante e clássico)
o Amostras de comportamento para avaliação da eficácia e informação de futuras intervenções (coleção de dados sobre o comportamento antes, durante e após a a implementação de estratégias de intervenção)

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16
Q

Modelo de Avaliação Cognitivista

A

o As Cognições afetam os Comportamentos ( a interpretação do que está à sua volta, pelo indivíduo afeta o seu comportamento)
o Variáveis Cognitivas como mediadoras (estímulo-> cognições-> resposta)
o As Cognições podem ser avaliadas (questionários, entrevistas, observações)
o As representações do meio são aprendidas
o Multidimensional (Comportamentos, Cognições, Emoções) - influenciam o comportamento
o Interação entre Pensamentos, Emoções e Comportamento - pensamentos negativos-> emoções negativas-> comportamentos evitativos
o Relação estreita entre Avaliação e Intervenção
o Análise Funcional: Micro (influencia de eventos espec
ificos) e MacroAnálise (influência de comportamentos/pensamentos ao longo do tempo

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17
Q

O que é a personalidade (APA)?

A

Personalidade (APA): Refere-se às diferenças individuais ao nível dos padrões característicos de pensar, sentir e agir. O seu estudo foca-se em duas grandes áreas: (1) Diferenças individuais; (2) Como as diversas partes da pessoa surgem juntas como um todo

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18
Q

O que é a personalidade (Allport)?

A

Gordon Allport (1937): “A organização dinâmica, dentro do indivíduo, dos sistemas psicofisiológicos que determinam um ajustamento único ao contexto”
Gordon Allport (1961): “A organização dinâmica dentro da pessoa dos sistemas psicofisiológicos que determinam os padrões de agir e pensar característicos dessa pessoa

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19
Q

Dificuldades na definição de personalidade

A

➔ Descrição da personalidade: a personalidade envolve uma ampla variedade de traços, comportamentos e características individuais. Tentar descrever todas essas nuances de maneira abrangente pode ser complicado.

➔ Dinâmicas da personalidade: Compreender as dinâmicas da personalidade, como esta muda e se desenvolve, é um desafio constante.

➔ Desenvolvimento da personalidade: não há um consenso universal sobre como exatamente a personalidade se desenvolve.

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20
Q

Características gerais de personalidade

A
  • Estilo ou modo de agir
  • Características relativamente estáveis que permitem predição
  • Unicidade (cada um de nós tem uma determinada forma de agir; é única)
  • Adaptação ou ajustamento ao contexto
  • Padrões característicos de agir, pensar e sentir
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21
Q

Tipos de personalidade: aspetos

A
  • O indivíduo pertence a uma só categoria (variável qualitativa)
  • Teoricamente, um pequeno número de Tipos descrevem todos os indivíduos
  • A pessoa “encaixa” em apenas um tipo
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22
Q

Traços de personalidade: aspetos

A
  • Os resultados ao nível dos traços são contínuos (quantitativos). É atribuído à pessoa um valor numérico que indica o quanto de um traço específico (e.g., vergonha, evitamento) a pessoa apresenta
  • Teoricamente, existem vários traços (18000 segundo Allport & Odbert, 1936) que explicam todas as pessoas
  • Uma pessoa pode ser descrita a partir de cada um dos traços
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23
Q

Teorias da personalidade- perspetivas e conceitos essenciais

A

Biológico: temperamento, evolução, adaptativo, altruísmo, ciúmes sexuais, hereditariedade, vias de neurotransmissão…

Cognitivo: expectativa, autoeficácia, expectativa de resultados, esquema, variável cognitiva pessoal, construto pessoal, determinismo recíproco…

Humanista: autoatualização, criatividade, fluxo, espiritualidade, responsabilidade pessoal, liberdade, escolha, abertura à experiência, consideração positiva incondicional…

Aprendizagem: reforço, punição, resposta ao estímulo, condicionamento, extinção, moldagem, aprendizagem discriminativa, generalização…

Psicodinâmico: libido, conflito, id, ego, superego, mecanismos de defesa, fixação, repressão, apego, relações objetais…

Traço: traço, tipo, faceta, fatores, neuroticismo/estabilidade emocional, extroversão.

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24
Q

Abordagem(ns) de Traço - Como devemos descrever as pessoas? Quais são as unidades básicas da personalidade?

A
  • Uso da linguagem
  • Abordagem Lexical (através da linguagem e do léxico podemos definir a personalidade)
  • Traço é um constructo teórico que descreve uma dimensão básica da personalidade (ex. envergonhado- traço que a pessoa pode ser mais ou menos)
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25
Q

Embora as abordagens de traço possam diferir em vários tópicos, todas:

A

1 - Enfatizam as diferenças individuais em características que são mais ou menos estáveis ao longo do tempo e em diferentes situações
2 - Enfatizam a medição desses traços através de testes, muitas vezes testes de auto-relato

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26
Q

Abordagem(ns) de Traço - Características dos Traços

A
  • Disposições internas relativamente estáveis (tendem a ser estáveis ao longo da vida, embora possam ocorrer algumas alterações)
  • Concebidos em termos bipolares ((existem extremos para classificar os traços, num contínuo)
  • Aditivos e Independentes (alguns traços têm associações entre eles mas são maioritariamente independentes)
  • Diferenças individuais abrangentes no funcionamento sócio-emocional (influencia dos traços na forma como agimos com os outros e em relação ao que a pessoa sente)
  • “Diferenças individuais entre as pessoas em termos de pensamentos, sentimentos e comportamentos característicos” (McCrae & Costa, 1995)

Os traços, num certo sentido, residem dentro da pessoa como disposições relativamente gerais, globais e estáveis.

Apesar de ser de fácil compreensão, a ideia de traço tem sido muito discutida a partir de diferentes perspetivas (porque diferentes modelos utilizam diferentes traços)

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27
Q

Abordagens de traço - Construção de traços?

A

Teofrasto sugeriu 20; Galeno - 4 ; Cattel - 16
* Galton sugeriu que os investigadores deviam olhar para a linguagem para definir diferenças individuais
o A partir de 550.000 entradas do dicionário de língua inglesa compilou uma lista de todas as palavras que se referiam a diferenças individuais ao nível do funcionamento psicológico
o 18.000 estados psicológicos, traços, avaliações
o 4.500 estáveis
* Cattell reduziu para 171 e pediu a pessoas para avaliarem outras pessoas nesses termos. A partir daí criou 35-40 clusters de termos relacionados entre si e usou-os para a criação de instrumentos de auto e hetero-relato
o Cattel desenvolveu este processo “à mão”, dando origem ao 16-PF. Mais tarde outros investigadores começaram a aplicar o método de Análise Fatorial
* Donald Fiske (1949), a partir da mesma amostra e após um ano de cálculos, chegou a uma solução fatorial de CINCO FATORES

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28
Q

Abordagens de traço - Julgamento a partir dos traços

A

Há sempre uma probabilidade de erro associada à tentativa de predição do comportamento do outro. Contudo, há imensa evidência acerca da precisão do julgamento a partir dos traços:
1. Diferentes pessoas tendem a fazer avaliações semelhantes sobre a mesma pessoa
2. Correlação entre auto e hetero-relato (.40 - .60)
3. Valor preditivo das avaliações de traço (consigo predizer o comportamento com base nos traços)

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29
Q

Abordagens de traço - Traços são:

A

Substratos Neurofisiológicos: (baseados em processos neurofisiológicos) As caraterísticas são padrões biológicos no sistema nervoso central que causam o comportamento e explicam as consistências no funcionamento socioemocional de uma situação para outra e ao longo do tempo (Alport,Eysenck,Gray,Clominger,Zuckerman)

Disposições Comportamentais: (inatas e interagem com o ambiente) As caraterísticas são tendências a agir, pensar ou sentir de maneiras consistentes que interagem com influências externas, como normas culturais e variáveis situacionais, para influenciar o funcionamento de uma pessoa. Atribuições de caraterísticas podem ser usadas tanto para descrever resumos de comportamento quanto para sugerir mecanismos causais ou geradores de comportamento (Cattell,Wiggins,Goldberg,Hogan)

Frequências de Atos: (comportamentos observáveis que podem ser categorizados) As caraterísticas são categorias de resumo descritivo para atos comportamentais. Atos que têm as mesmas propriedades funcionais podem ser agrupados em famílias, com alguns atos sendo mais prototípicos ou representativos das características gerais da família do que outros (Buss & Craik)

Categorias Linguísticas: (construções sociais) As caraterísticas são ficções convenientes criadas pelas pessoas para categorizar e dar sentido à diversidade do comportamento e da experiência humanos. As caraterísticas não existem fora da mente do observador e, portanto, não podem ter influência causal. Através da interação social e do discurso, as pessoas constroem significados para os termos de caraterísticas (Mischel,Shweder,Hampson,Harre & Gillett)

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30
Q

Abordagens de traço - Diferentes perspetivas

A

1- Traços têm uma realidade biológica
2- Natureza disposicional dos traços (os traços fazem com que eu funcione de uma determinada forma)
3- Os traços relacionam-se com componentes funcionalmente semelhantes
4- Os nomes dos traços são úteis para a cognição social diária (são meras coisas linguísticas)

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31
Q

Abordagens de traço - Diferentes perspetivas (Allport)

A

Na vida quotidiana, ninguém, nem mesmo um psicólogo, duvida que subjacente ao comportamento de uma pessoa madura existem disposições ou traços característicos. (Allport, 1937, p. 339)
1. Os nomes dos traços são mais do que meras conveniências semânticas (não são meras palavras). Existem como estruturas neuropsíquicas não observáveis
2. Ao renderizarem (processarem) diferentes estímulos “funcionalmente equivalentes” os traços são responsáveis pela consistência no comportamento humano (se eu estou em situações semelhantes, eu computo a informação de uma determinada forma, e o meu comportamento será constante)

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32
Q

Abordagens de traço - Evidência da existência de um traço

A

A existência de um traço específico na vida de uma pessoa verifica-se a partir de pelo menos 3 tipos de evidência: Frequência, gama de situações e intensidade.

Ex. O traço teimosia pode ser revelado numa pessoa que é frequentemente teimosa ao longo do tempo, em diversas situações e quando se comporta teimosamente fá-lo com prodigiosa intensidade.

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33
Q

Teorias de Traço baseadas em Análise Fatorial - Raymond Cattell (anos 40-50)

A

Raymond Cattell (anos 40-50) - Quantificação e análise estatística rigorosa com o objetivo de melhorar a capacidade de predição do comportamento.
A personalidade permite prever o que uma pessoa fará em uma determinada situação.
Focou-se na abordagem de Traços Comuns (a personalidade pode ser medida em traços fundamentais)

34
Q

Teorias de Traço baseadas em Análise Fatorial - Como é que um investigador obtém informação sobre os traços dos indivíduos?

A

Como é que um investigador obtém informação sobre os traços dos indivíduos?
L-dados: Informações derivadas de avaliações e avaliações de observadores sobre indivíduos que levam vidas mais ou menos naturais. (por exemplo, Avaliações de professores de crianças na pré-escola, avaliações de pais sobre o temperamento das crianças; avaliações de pares sobre personalidade)
Q-dados: Informações derivadas de auto-observações e avaliações do próprio comportamento, sentimentos e características de personalidade. (por exemplo, Várias escalas de autorrelato e inventários padronizados de personalidade; o Adjective Check List - mede extroversão, neuroticismo e abertura à experiência)
T-dados: Informações derivadas de observações de comportamento em condições estruturadas e controladas, como em laboratório. (por exemplo, Experimentos nos quais são feitas observações de comportamento agressivo, altruísta ou conformista em uma variedade de condições controladas)

35
Q

Teorias de Traço baseadas em Análise Fatorial - esquema básico de classificação de Cattell

A

Traços superficiais: comportamentos observáveis: manifestações externas da personalidade; específicos e descrevem o comportamento de indivíduos em situações específicas
Traços fonte: traços profundos, abstratos e subjacentes; características subjacentes, que são fonte ou origem dos traços superficiais.

36
Q

Teorias de Traço baseadas em Análise Fatorial - modelos hierárquicos para a organização de traços de Cattell

A

Um dos primeiros modelos hierárquicos para a organização de traços
* Traços dinâmicos: descrevem o comportamento da pessoa em situações específicas e podem mudar ao longo do tempo
* Traços de habilidade: relacionados às habilidades e capacidades intelectuais (ex. ter jeito para arte)
* Traços de temperamento: características emocionais; resposta emocional à situação

37
Q

Cattel’s Sixteen Personality Factor Questionnaire - 16PF

A

187 itens
Deu nomes pouco usuais aos fatores (ex.: Factor A: Affectia-Sizia) - nomes identificáveis poderiam enviesar as respostas.

38
Q

Cattel’s Sixteen Personality Factor Questionnaire - 16PF: Fatores de 2ª Ordem

A

Extroversão
Ansiedade
Dureza
Independência
Autocontrolo

39
Q

A Teoria dos “Big Five”: aspetos

A

O método de análise fatorial tem sido a ferramenta de vários investigadores da personalidade
Paul Costa e Robert McCrae têm o foco principal na descrição da personalidade e não nas suas causas
Como o nome indica, o modelo de personalidade dos Big Five considera que existem 5 fatores básicos da personalidade (e 30 facetas).
Desenvolvido utilizando a abordagem lexical (categorias lignguísticas) - Os fatores têm sido chamados de diferentes formas e têm sido replicados por análises fatoriais em diferentes testes de personalidade (auto- e hétero-relato)

40
Q

A Teoria dos “Big Five” - fatores

A

Neuroticismo
Extroversão
Abertura à experiência
Amabilidade
Conscienciosidade

41
Q

A Teoria dos “Big Five”: Neuroticismo - Afeto Negativo

A

Contínuo entre a adaptação e a instabilidade emocional

Sujeitos calmos, relaxados, resistentes, seguros não emotivos e satisfeitos consigo
VS.
indivíduos com propensão para a descompensação emocional, ideias irrealistas, desejos e necessidades excessivas, e respostas de coping desadequadas (Lima, 1997)

Associado a dificuldades emocionais incluindo, ansiedade, depressão, raiva, baixa auto-estima, impulsividade, etc. (Groth-Marnat & Wright, 2016)

Ansiedade: Tenso, medroso, apreensivo vs. calmo, corajoso.
Hostilidade: Irritável, frustrável e zangado vs. amigável, não se ofende.
Depressão: Sem esperança, triste vs com esperança, otimista.
Auto-Consciência: Envergonhado, embaraçável vs. seguro, à vontade.
Impulsividade: Incapaz de resistir às tentações vs. resiste aos desejos
Vulnerabilidade: Nervoso, com stress vs. calmo, resistente.

42
Q

A Teoria dos “Big Five”: Extroversão – Afeto positivo

A

Quantidade e intensidade das interações interpessoais (caloroso, amigável), sociabilidade, nível de atividade, necessidade de estimulação, capacidade de exprimir alegria (Lima & Simões, 2006)

Indivíduos com valores elevados tendem a ser comunicativos, amigáveis e líderes. Valores demasiado elevados podem indicar dominância social ou até agressividade.

Robusto corpo de evidências sobre a associação entre afeto positivo, afeto negativo e psicopatologia (e.g., Brown, 2007; Brown, Chorpita, & Barlow, 1998

Acolhimento: Amigável, conversador, afetuoso vs. frio, formal.
Gregariedade: Gregário, alegre, social vs. evita multidões, solitário.
Assertividade: Dominante, confiante, decidido vs. evita afirmar-se.
Atividade: Enérgico, com ritmo rápido vs. sem pressa, deliberado.
Procura: Excitação Exibicionista, aprecia estímulos e riscos vs. cauteloso.
Emoções Positivas: Alegre, espirituoso, divertido vs. plácido, sério.

43
Q

A Teoria dos “Big Five”: Abertura à Experiência

A

Avalia a procura produtiva e a apreciação da experiência por si própria; a tolerância e exploração não familiar

Inclui vários traços de personalidade que têm sido investigados na literatura tais como imaginação, curiosidade, preferência por pensamento abstrato, etc.

Pontuações Elevadas: Curiosidade, criatividade, originalidade e gosto pelo não tradicional
Pontuações Baixas: convencional, pragmático, interesses mais limitados, não tem inclinações artísticas nem analíticas (Lima, 1997)

Fantasia: Imaginativo, elabora fantasias vs. realista, prático.
Estética: Valoriza a experiência estética vs. Insensível à beleza.
Sentimentos: Emotivo, sensível, empático vs. leque limitado de emoções.
Ações: Procura a novidade e variedade vs. prefere o familiar.
Ideias: Curioso, orientado teoricamente, analítico vs. pragmático.
Valores: Horizontes largos, tolerante vs. dogmático, conformista.

44
Q

A Teoria dos “Big Five”: Amabilidade

A

Mede a qualidade da orientação interpessoal entre a compaixão até a pensamentos, sentimentos e ações antagónicas (Lima, 1997). Avalia tanto atitudes relacionadas com a confiança e bondade geral dos outros como comportamentos de respeito e empatia.

Pontuações Elevadas: Sentimental, bondoso, de confiança, prestável, disposto a perdoar, crédulo e reto
Pontuações Baixas: cínico, rude, desconfiado, pouco cooperativo, vingativo, impiedoso, irritável e manipulador (Lima, 1997)

Confiança: Atribui intenções benevolentes aos outros vs. cínico.
Rectidão: Franco e frontal vs. maquiavélico, calculista.
Altruísmo: Altruísta vs. centrado em si próprio.
Complacência: Complacente, tolerante, brando vs. antagonista, contestador.
Modéstia: Humilde, modesto, simples vs. arrogante, narcisista.
Sensibilidade: Guiado por sentimentos ao ajuizar vs. realista, racional.

45
Q

A Teoria dos “Big Five”: Conscienciosidade

A

Mede uma série de características relacionadas com a orientação para realizar as coisas e os correlatos comportamentais de fazê-lo com sucesso.
Quantifica o grau de persistência, organização e motivação no comportamento orientado para um objetivo (Groth-Marnat & Wright, 2016; Lima, 1997)

Pontuações Elevadas: Pessoas confiáveis, escrupulosas, motivadas para atingir objetivos
Pontuações Baixas: Pessoas não metódicas, não pensam muito sobre os atos, por vezes impulsivas, preguiçosas e descuidadas (Groth-Marnat & Wright, 2016; Lima, 1997)

Competência: Sente que é capaz e eficaz vs. Sente-se incapaz.
Ordem: Limpo, organizado, ordenado vs. desleixado.
Obediência/Dever: Adesão a padrões de conduta vs. irresponsável.
Luta/Realização: Atraído pelo êxito, diligente vs. não ambicioso.
Auto-Disciplina: Persistente vs. prostrado, desiste em face da frustração.
Deliberação: Cauteloso e ponderado, planificador vs. espontâneo.

46
Q

A Teoria dos “Big Five”: Os traços de personalidade mantém-se estáveis ?

A

Conscienciosidade e Amabilidade aumenta durante o início e meio da vida adulta;
Neuroticismo diminuiu nas mulheres e não mudou nos homens.
Abertura à experiência e extraversão mantiveram-se praticamente estáveis.

47
Q

A Teoria dos “Big Five”: Ligações dos traços de personalidade, valores, bem-estar e auto-estima

A

Traços são mais estáveis que valores.
Traços são mais preditores de valores do que preditos por eles. São também maiores preditores de bem-estar e auto-estima do que os valores.
Em geral há um efeito bidirecional.

48
Q

A Teoria dos “Big Five”: Traços como preditores de stresse durante a pandemia de COVID-19

A

Estabilidade emocional estava associada a menores níveis de stresse percebido, e extraversão com maiores

49
Q

A Teoria dos “Big Five”: Como as personalidade, a ansiedade e o stresse psicológico do COVID-19, predizem a ansiedade e os sintomas de depressão durante a pandemia de COVID-19?

A

Os resultados mostraram que a extroversão, a amabilidade, a consciência e a abertura estavam negativamente correlacionadas com a ansiedade generalizada e os sintomas depressivos e que o neuroticismo, a ansiedade em relação à saúde e ambas as medidas de sofrimento psicológico da COVID-19 estavam positivamente correlacionados com a ansiedade generalizada e os sintomas depressivos.

50
Q

Teorias Biológicas - Hans Eysenck (1950)

A

Reformula os 4 tipos de temperamento a partir de 2 traços superordenados - Extroversão e Neuroticismo. Atenção às estruturas cerebrais.
Também usou análise Fatorial

Big Three (às vezes chamados de tipos)
* Extroversão-Introversão: grau de sociabilidade
* Neuroticismo: estabilidade emocional
* Psicoticismo: características de personalidade relacionadas a comportamento impulsivos, não conformes, agressivas

Associação entre E-I e Neuroticismo com vários outros indicadores (> E-I –> <N)

Estabilidade ao longo do tempo (traços) -> base biológica sólida -> menos suscetíveis a mudança

Estudos com gémeos demonstraram a predisposição genética destes traços

Ligação entre estes traços e substratos biológicos, em particular, padrões no sistema nervoso central

Neuroticismo -> Sistema Límbico (papel central nas emoções e processamento emocional)

51
Q

Alinhamentos entre os 3 principais modelos de 5 fatores

A

ver tabela (9)

52
Q

Abordagem Psicanalítica - Sigmund Freud (1856-1939)

A

Abordagem muito conhecida fora da psicologia (os filmes participam para isso)

Dentro da psicologia sempre foi alvo de várias críticas

A ideia central é o inconsciente

As pessoas não estão conscientes dos determinantes mais importantes dos seus comportamentos

A auto-compreensão é bastante limitada e incorreta

A dinâmica do inconsciente: as motivações ou energias influenciam o comportamento e a experiência

No caso de Freud, o inconsciente consiste em desejos sexuais e agressivos que são inaceitáveis à personalidade consciente

53
Q

Abordagem Psicanalítica - ideias centrais

A
  1. A personalidade é influenciada fortemente por determinantes inconscientes;
  2. O inconsciente é dinâmico, ou motivacional, e está em conflito com outros aspetos do inconsciente bem como com o consciente
  3. O inconsciente tem origem em experiências precoce
54
Q

Abordagem Psicanalítica - aspetos importantes

A

ver tabela (10)

55
Q

Abordagem Psicanalítica - Estrutura da Personalidade

A

Nível inconsciente:
* Id: É primitivo e a fonte de impulsos biológicos (sexo e agressão); busca de gratificação imediata; irracional e impulsivo.

Nível pré-consciente:
* Ego: É a parte racional e de coping da personalidade. Executivo que medeia entre os impulsos do id e as inibições do superego; testando a realidade; racional; A estrutura mais consciente da personalidade (embora não totalmente consciente).

Nível Consciente/pré-consciente:
* Superego: Consiste nas regras e ideais da sociedade que foram internalizadas pelo indivíduo; Ideais e valores; busca da perfeição; incorporados dos pais; tornando-se na consciência dos pais;

A principal fonte de dados é o que é reportado verbalmente pelos pacientes em terapia.

O uso de instrumentos de avaliação formais são Testes Projetivos (e.g., Rorschach, TAT)

56
Q

Abordagem Neo-Psicanalítica - Carl Gustav Jung, Alfred Adler, Erik Erickson

A

Heinz Hartmann aponta para a importância do papel do ego na organização ou integração da personalidade

Jung - Defende que o inconsciente não é sexual mas consiste sim em motivações mais gerais que contêm conteúdo espiritual

Adler - A importância do contexto social
* O papel do ego inclui adaptar às relações com os outros
* A infância é reinterpretada para dar ênfase ao desenvolvimento da relação com a mãe
* Chamam atenção para os fatores culturais: Raça e género, por exemplo, influenciam a personalidade

57
Q

Abordagem Neo-Psicanalítica - Concordância entre perspetiva psicanalítica e Neo-Psicanalítica

A

a inconsciência é um conceito útil para compreender a personalidade, as experiências da infância são importante na determinação da personalidade

58
Q

Abordagem Neo-Psicanalítica - ideias centrais

A
  1. O ego, a força adaptativa da personalidade, é mais importante do que na teoria de Freud
  2. O desenvolvimento do sentido de self é descrito (importância da exploração da construção de identidade)
  3. Relações interpessoais, para além da relação com os pais, são aspetos importantes da personalidade
  4. Os fatores sociais e culturais influenciam a personalidade de forma importante
59
Q

Abordagem Neo-Psicanalítica - aspetos centrais

A

Ver tabela (11)

60
Q

Abordagem Neo-Psicanalítica - psicotipos de personalidade

A

ver tabela (11)

61
Q

Abordagem Neo-Psicanalítica - Críticas e limitações; Pontos positivos

A

Críticas e limitações do modelo:
* Falta de objetividade: Tudo parte do auto-relato; dados qualitativos (subjetivos); falta evidência empírica
* Requer muitos recursos e treino
* Não permite generalização, uma vez que depende muito da interpretação

Pontos positivos: Possibilidade de passar as barreiras do inconsciente

62
Q

Abordagem Comportamental - Frederic Skinner, Alfred Staats

A

Uma das principais perspetivas da psicologia moderna

O comportamentalismo radical insiste que apenas os comportamentos observáveis devem ser incluídos numa teoria científica

Representa a oposição a métodos introspetivos e ao método psicanalítico

63
Q

Abordagem Comportamental - ideias centrais

A
  1. A Personalidade é definida em termos de comportamento. O que uma pessoa faz constitui a sua personalidade
  2. O comportamento (e por isso a personalidade) é determinado por fatores externos do contexto, especificamente reforços e estímulos discriminantes
  3. O Comportamentalismo advoga que é possível influenciar as pessoas para o melhor através da mudança das condições contextuais, incluindo mudanças sociais
  4. Afirma que a mudança pode acontecer ao longo da vida
64
Q

Abordagem Comportamental - Implicações para o teste da personalidade

A

Alguns autores mediam/medem os traços de personalidade através da contagem da frequência de determinados comportamentos relevantes para um determinado traço

65
Q

Abordagem Comportamental - aspetos centrais

A

ver tabela (11)

66
Q

Abordagem Comportamental - limitações; pontos positivos

A

Limitações:
* É uma modelo muito redutor; só se foca no comportamento;
* Não dá importância à história do indivíduo

Pontos positivos:
* Menor possibilidade de enviesamento, tanto do próprio indivíduo como por parte do avaliador
* Muito fiável e viável
* Permite maior generalização, uma vez que está mais ligado à observação e não apenas à interpretação

67
Q

Abordagem Cognitiva e Aprendizagem Social - George Kelly, Walter Mischel, Albert Bandura, Aaron Beck

A

A abordagem cognitiva e cognitiva social apontam a importância da linguagem e do contexto social

Segundo este modelo, para compreender a personalidade de um indivíduo é necessário perceber a forma como ele/ela pensa (e sente)

Existem pontes com a abordagem comportamental, nomeadamente, a personalidade é formada através da interação com o ambiente. O comportamento é, em larga medida, determinado contextualmente e específico de cada situação

68
Q

Abordagem Cognitiva e Aprendizagem Social - ideias centrais

A
  1. Os teóricos cognitivistas incluíram descrições muito mais elaboradas dos processos mentais, quando comparados com os comportamentalistas
  2. As pessoas diferem entre elas nas formas como pensam acerca delas próprias e sobre as pessoas à sua volta. Estas cognições são variáveis chave na compreensão das diferenças de personalidade (ex. pessoas com baixa autoestima -> pensamentos negativos sobre si -> afeta a personalidade e comportamento)
  3. Avaliação sistemática das cognições
  4. A mudança nas cognições tem um papel preponderante na mudança de personalidade (através de testes, questionários)
69
Q

Abordagem Cognitiva e Aprendizagem Social - aspetos centrais

A

ver tabela (12)

70
Q

Modelo Integrador: O que é que nós sabemos quando conhecemos uma pessoa?

A

Nível 1: Traços de Personalidade
Nível 2: Características Adaptativas
Nível 3: Histórias de Vida

71
Q

Modelo Integrador: Nível 2 - O que a Pessoa quer/deseja?

A
  • O que a motiva? (Teorias da Motivação)
  • Como se vê a si própria? (ex.: Auto-Conceito e Auto-Estima)
  • Para onde quer ir? (ex.: Possible Selves)

Grande parte das teorias da personalidade desenvolvidas no séc. XX fizeram declarações arrebatadoras sobre motivações humanas fundamentais, sobre necessidades básicas e sobre tendências ao nível da procura de objetivos, as quais definem o que significa ser um Ser Humano (McAdams, 2000)

72
Q

Modelo Integrador: Nível 2 - O que a motiva? Motivação (Quatro Tradições no estudo da Motivação Humana)

A

ver tabela (13)

73
Q

Modelo Integrador: Nível 2 - O que a motiva? Motivação (Teorias da Motivação)

A

Teorias da Motivação: Motivação em relação a objetivos (definem o que é ser humano)
* Teoria de Carl Rogers
* Teoria de Abraham Maslow
* Teoria das Necessidades de Henry Murray
* Motivação Intrínseca e Teoria da Autodeterminação
Ver tabela (13)

74
Q

Modelo Integrador: Nível 2 - Como se vê a si própria/o? (Auto-Conceito)

A

William James (1890) - The Principles of Psychology - Chapter: The Consciousness of Self

Apenas nos anos 40 surge o interesse pelo estudo científico deste conceito nos domínios da Psicologia e da Sociologia (e.g., Raimy, 1948).

O Auto-Conceito é um termo difícil de definir, mas na psicologia contemporânea está a tornar-se um importante constructo na explicação do comportamento humano (Burns & Dobson, 1984).

Epstein (1973) “para os fenomenologistas, o auto-conceito é o constructo central da Psicologia, proporcionando a única forma de compreender o comportamento humano”

Burns (1986), o auto-conceito é composto por imagens acerca do que nós próprios pensamos que somos, o que pensamos que conseguimos realizar e o que pensamos que os outros pensam de nós e também de como gostaríamos de ser.

Vaz Serra (1986) – auto-conceito é um constructo psicológico que permite ter a noção da identidade da pessoa e da sua coerência e consistência.

75
Q

Modelo Integrador: Nível 2 - Como se vê a si própria/o? (Auto-Estima)

A

Atitude em relação ao self (Coopersmith, 1981; Rosenberg, 1986)

Coopersmith (1981) - “a avaliação que o indivíduo faz e habitualmente mantém em relação a si próprio, refletindo uma atitude de aprovação ou desaprovação, o que indica a extensão em que o indivíduo acredita em si próprio como capaz, significativo e com valor”

Refere-se às representações das pessoas sobre os seus sentimentos típicos ou gerais de valia (self-worth). Reflete as representações da pessoa sobre como normalmente se sente em relação a si mesma ao longo do tempo e em diferentes contextos (Rosenberg, 1986).

Estas definições sugerem, em comum, como características fundamentais da auto-estima a auto-avaliação mas também os julgamentos de valorização pessoal, colocando em relevo a dinâmica cognitivo-afetiva na base da auto-estima (Janeiro, 2008).

76
Q

Modelo Integrador: Nível 2 - Como se vê a si própria/o? (Auto-conceito vs. Auto-Estima)

A

Auto-estima e auto-conceito embora não sendo sinónimos, estão intimamente ligados

O auto-conceito pode ser considerado como uma organização hierárquica e multidimensional de um conjunto de perceções que o sujeito possui de si mesmo. O conteúdo dessas perceções é aquilo que o sujeito reconhece como fazendo parte de si.

A auto-estima expressa um sentimento ou uma atitude de aprovação ou de repulsa de si mesmo, e até que ponto o sujeito se considera capaz, com valor e bem-sucedido

77
Q

Modelo Integrador: Nível 2 - Para onde quer ir? Possible Selves

A

Os PSs representam as ideias dos indivíduos sobre o que eles se podem tornar, o que gostariam de se tornar e o que eles têm medo de se tornar, fornecendo assim uma ligação conceptual entre cognição e motivação (Markus & Nurius, 1986)

São os componentes cognitivos de esperança, medos, objetivos e ameaças; fornecem a forma, significado, organização e direção específica e auto-suficiente a essas dinâmicas

Sugere-se que os PSs funcionem como incentivos para comportamentos futuros e forneçam um contexto avaliativo e interpretativo para a visão atual do self (Markus & Nurius, 1986)

78
Q

Modelo Integrador: Nível 2 - Para onde quer ir? Possible Selves (Exemplo de Estudo)

A
  1. Hoped Selves: Muitas pessoas têm em mente algumas coisas que querem ser no futuro, independentemente da probabilidade de serem assim ou de fazerem essas coisas. Estes são os tipos de eus (selves) que você esperaria ser. Três possíveis eus que você mais espera que o/a descrevam no próximo ano
  2. Expected Selves: Três eus possíveis que há mais probabilidade de serem verdade acerca de si no próximo ano
  3. Feared Selves: Três possíveis eus que você mais teme ou se preocupe em ser no próximo ano
79
Q

Modelo Integrador: Nível 3 - Identidade e História de Vida

A

As narrativas desempenham um papel fundamental na nossa vida, pois são a maneira principal pela qual os seres humanos dão sentido às suas experiências. Elas ajudam a dar coerência ao caos dos eventos, transformando-os em algo significativo. Além disso, as narrativas envolvem a dimensão histórica da vida, permitindo que as pessoas descubram de onde vieram, onde estão agora e para onde esperam ir no futuro. Essas histórias incorporam intenções, interpretações, emoções e avaliações. Portanto, as narrativas são construções de significado, eventos organizadores e expressões da ação humana, desempenhando um papel crucial na formação de nossa identidade e compreensão do mundo ao nosso redor.

80
Q

Modelo Integrador: Nível 3 - Identidade e História de Vida (Entrevista de História de Vida)

A

Tabela (14)