Psicologia da Inteligência Flashcards

1
Q

Caraterísticas dos estilos cognitivos

A

Os estilos cognitivos são padrões de conduta, consistentes ao longo do tempo e através de distintas áreas de atividade (Messick, 2004)
Caraterísticas:
* Referem-se a dimensões mais qualitativas que quantitativas da cognição.
* Analisam as diferenças individuais mais ao nível dos processos que dos produtos.
* São bipolares na sua definição, inicialmente entendidos como neutros ou ambos permitindo a adaptação.
* São modos caraterísticos de funcionamento e manifestam-se na resolução da generalidade das tarefas.
* São estáveis e persistentes ao longo do desenvolvimento.
* Relacionam variáveis cognitivas e variáveis afetivo-motivacionais.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

A que se referem os estilos cognitivos?

A

Os estilos cognitivos referem-se à maneira como o indivíduo recebe, processa e usa a informação. São considerados como formas relativamente estáveis referentes às características cognitivas de uma pessoa (…). Caracterizam tendências diferenciadas nas formas de apreender e relacionar os dados da realidade, de apreender e elaborar conclusões. Respondem melhor à forma como se é inteligente do que ao quanto se é inteligente….

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Importância dos estilos cognitivos

A
  • Os estilos cognitivos podem ser melhores preditores do rendimento académico do que as aptidões cognitivas ou fatores contextuais (Kozhevnikov, 2007; Sternberg & Zhang, 2001)
  • A forma como a informação e os estímulos são apresentados condiciona o desempenho das pessoas de acordo com o seu estilo cognitivo (…) Face às preferências cognitivas dominantes dos alunos, importa saber como os materiais didáticos, os métodos de ensino e as formas de avaliação usados pelo professor poderão melhor apoiar a sua aprendizagem e o seu sucesso escolar (Guisande, Almeida, Ponte, Tinajero, & Páramo, 2009, p. 565)
  • Aliás, os estilos cognitivos continuam a ser um tópico em renovada expansão na literatura científica associada à aprendizagem precisamente pelo valor preditivo que têm sobre os desempenhos escolares
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Tipos de estilos cognitivos

A

Divergência vs convergência de pensamento
Reflexibilidade vs Impulsividade
Dependência vs Independência de Campo
Processamento simultâneo vs Processamento sucessivo

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q
  1. Divergência vs Convergência de Pensamento: Informações
A
  • Pensamento criativo versus pensamento lógico
  • Divergência nos processos cognitivos dominantes
  • Divergência nas formas de aprender e de resolver problemas
    Ex. Pensamento convergente: compreensão de Frases – ““A Maria tem uma saia preta e traz um cesto de ramos e de flores. Faz uma cruz debaixo do desenho que representa a Maria.”
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q
  1. Divergência vs Convergência de Pensamento: critérios do pensamento convergente
A

Pensamento Convergente: Critérios
* Aposta numa única resposta: a correta (ou a mais correta)
* Pensamento assente na lógica, na análise das relações
* Atenção às propriedades das coisas e situações: processos de comparação e justificação
* Ênfase na reprodução da forma assumida como mais adequada de resolução (processos de inferir e deduzir princípios….)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q
  1. Divergência vs Convergência de Pensamento: critérios do pensamento divergente
A

Pensamento Divergente: Critérios
* Fluência de ideias (nº de produções)
* Flexibilidade (nº de categorias diferentes)
* Originalidade (nº de respostas não frequentes; 5%)
* Aceitabilidade (aplicabilidade, plausibilidade…)
* Elaboração (respostas devidamente organizadas, complementadas…)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q
  1. Divergência vs Convergência de Pensamento: Aplicações
A

Pensamento convergente/divergente: Aplicações
* Estruturar as matérias nas aulas sequenciando os tópicos entre si
* Acompanhar e registar os próprios passos, monitorizar a realização
* Dar tópicos para que escolham, mas tendo que justificar a sua escolha
* Solicitar para elaborar frases a partir das ideias dadas
* Ter espaços de avaliação conjunta da qualidade dos resultados alcançados (convergente: a análise coletiva permite identificar a resposta mais apropriada; divergente: considerar diferentes perspetivas na avaliação da qualidade das diferentes respostas)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q
  1. Dependência vs Independência de Campo (DIC): Definição
A
  • Refere-se à forma como as pessoas percebem e organizam elementos visuais em relação ao fundo em que estão inseridos;
  • Associado à teoria da Gestalt que sugere que, ao olhar para um estímulo visual, tendemos a organizar automaticamente os elementos em figuras distintas e fundos circundantes (perceção figura-fundo; Ex. prova da “vara-caixilho” – numa sala às escuras, o sujeito tenta colocar a vara na vertical face a um caixilho que se inclina; os dependentes inclinam mais a vara em função do caixilho)
  • Habilidade em identificar um elemento num campo significativo mais amplo que o pode ocultar ou esconder… aptidão percetivo-analítica (Alguns indivíduos podem ser mais dependentes de referenciais externas para identificar elementos, enquanto outros podem ser mais independentes e capazes de isolar elementos, dependendo de referenciais internos)
  • Testes: Preschool Embedded Figures Test (PEFT), Test de Gottschaldt…
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q
  1. Dependência vs Independência de Campo (DIC): dados de investigação
A

Dados de investigação
* Correlações significativas entre os índices de DIC e diversos testes de inteligência, sobretudo de factor g , de inteligência fluída , e testes de aptidão espacial
* DC mais sensível à organização do campo, dominados pelos estímulos mais salientes ou mais chamativos da informação apresentada
* IC com maior flexibilidade estratégica e maior habilidade para abandonar estratégias pouco úteis
* Crianças mais DC e jovens mais IC

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q
  1. Dependência vs Independência de Campo (DIC): Estudo de Richardson & Turner, 2000
A
  • IC colocam mais esforço na fase do processamento da informação que os DC, tentando codificar a maior quantidade de informação possível antes de começar a responder ou a passar ao próximo nível no processamento da informação.
  • Maior tendência por parte dos IC a analisar de forma espontânea a informação durante a sua aquisição e a utilizar um esquema próprio durante a sua recuperação.
  • DC mais dificuldade para extrair a estrutura da informação disponível quando esta não é evidente ou implica extrair partes de um todo.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q
  1. Dependência vs Independência de Campo (DIC): Estratégias de Resolução de Problemas….
A

Tabela (3)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q
  1. Dependência vs Independência de Campo (DIC): relação entre dependência-independência e interesses/escolhas vocacionais
A

Alguns estudos analisaram a relação entre estilos cognitivos de dependência-independência de campo e interesses/escolhas vocacionais e de uma forma geral o que se verifica é que:
* IC tendem a preferir atividades que apelam a competências mais analíticas (Mat, Ciências, Química, Engenharia; laranja)
* DC preferem envolver-se em atividades que apelam ao cariz social e às relações interpessoais (educação, vendas; amarelo)
Ver imagem (3)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q
  1. Impulsividade vs reflexividade do pensamento: definição
A

Tendência para responder mais ou menos rapidamente, e com maior ou menos acuidade

O constructo manifesta-se por dois indicadores interligados: acuidade e tempo de latência na resposta

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q
  1. Impulsividade vs reflexividade do pensamento: características da impulsividade e da reflexividade
A

Impulsividade: Esquema (3)
Reflexividade: Esquema (3)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q
  1. Impulsividade vs reflexividade do pensamento: Impulsividade
A

Impulsividade: Pessoas que requerem muita estrutura
* Ter regras definidas e consistentes
* Dar instruções e informações passo-a-passo
* Fixar objetivos e ter as atividades bem definidos
* Fazer comentários ao longo da tarefa, dar feedback imediato e constante
* Recurso a reforços concretos (sociais, materiais)
* Sequenciar bem os assuntos, ilustrar, objetivar ou concretizar
* Procurar que o aluno interiorize os processos, verbalize…

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q
  1. Impulsividade vs reflexividade do pensamento: fatores psicológicos subjacentes
A

Impulsividade vs reflexividade: Fatores psicológicos subjacentes
* Maior ansiedade face ao erro (R)
* Maior expectativa de sucesso e autoconfiança (R)
* Menos sistemático na pesquisa visual e no processo comparativo (I)
* Nível de atenção superior (R)
* Perceção global (I) vs analítica (R)
* Maior utilização das autoinstruções e controlo verbal interno (R)
* Gasto de mais tempo na análise de alternativas (R)
* Menor gestão das emoções (I)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q
  1. Processamento simultâneo (holístico) e sucessivo (serial ou sequencial): Paller & Wagner, Trends in Cognitive Sciences, 2002
A

Paller & Wagner, Trends in Cognitive Sciences, 2002 (ver imagens ppt)
Quando se regista a atividade cerebral, durante o estudo, com potenciais evocados ou com a ressonância magnética, obtêm-se correlações significativas entre esta atividade e a performance em testes ulteriores de reconhecimento ou de recordação

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q
  1. Processamento simultâneo (holístico) e sucessivo (serial ou sequencial): Alexander Luria
A

O cérebro organiza-se em três unidades funcionais que explicam os procesos cognitivos mais relevantes da aprendizagem e resolução de problemas.
Organização Cerebral:
* 1º bloco de ativação (excitação e atenção): A primeira unidade funcional é responsável pela regulação e a manutenção da atenção; Troncoencéfalo, diencéfalo e sistema límbico
* 2º Bloco de input (Processamento simultâneo – lobo occipital e parietal; Processamento sucessivo – lobo temporal): A segunda unidade recebe, processa e armazena a informação, codificando-a de forma sucessiva e simultânea.
* 3º Bloco de Programação e controlo (Planificação): A terceira unidade programa, regula e dirige a atividade mental

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q
  1. Processamento simultâneo e sucessivo: CAS - informações
A

O Sistema de Avaliação Cognitiva (CAS), é um instrumento de administração individual que visa a avaliação do funcionamento cognitivo do PASS em pessoas dos 5 aos 17 anos.
Originou-se da teoria PASS, que conceitua as habilidades cognitivas humanas como um processo dinâmico, não estático.
* A teoria PASS é a base para a construção do SAC e de um programa de intervenção reeducativa (PREP).
* Proporciona um modelo integrado para a competência intelectual humana, incorporando abordagens neuropsicológicas, cognitivas e psicométricas
* 4 processos cognitivos: PASS
o Planificação
o Atenção
o Processamento simultâneo
o Processamento sucessivo
O SAC integra conhecimento teórico (teoria de processamento cognitivo) e conhecimento aplicado (provas para medir esses processos)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q
  1. Processamento simultâneo e sucessivo: CAS - Pressupostos e objetivos básicos
A

Pressupostos e objetivos básicos subjacentes ao desenvolvimento do SAC incluem:
1. Um teste de inteligência deve ser baseado numa teoria.
2. A inteligência é melhor descrita como um conjunto de processos cognitivos.
3. Uma teoria sobre processos cognitivos deve informar sobre habilidades específicas, ser relevante para diagnósticos diferenciais e orientar programas de intervenção eficazes.
4. A teoria deve ser baseada em pesquisa sólida e testada para validade.
5. Uma bateria de provas deve seguir de perto a teoria do processamento cognitivo, avaliando a pessoa com itens livres de conhecimentos adquiridos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q
  1. Processamento simultâneo e sucessivo: CAS - o que permite ao examinador saber
A

Desenvolvido para que examinador determine:
* as competências e o nível de funcionamento cognitivo de uma pessoa
* áreas fortes e fracas
* competência em relação aos pares
* relação entre os resultados e avaliações dos processos do PASS
* as implicações para a pessoa

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q
  1. Processamento simultâneo e sucessivo : CAS - combinação das provas do CAS
A

Duas Maneiras de Combinação das Provas do SAC:
* Bateria Básica: Inclui oito provas (duas por cada processo cognitivo do PASS).
* Bateria Standard: Composta por doze provas (três por cada processo cognitivo do PASS).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q
  1. Processamento simultâneo e sucessivo: CAS - Atenção (definição, descritores, provas)
A

Atenção (passo 1)
Processo mental que permite identificar ou reconhecer de forma selectiva um estímulo e inibir os estímulos irrelevantes.
Descritores:
* Centrar ou focar a atenção
* Atenção seletiva, deteção
* Atenção sustentada, prolongada
* Resistência à distração
Provas Standard:
1. Atenção Expressiva (Expressive Attention): Avaliar a atenção seletiva e a habilidade para reorientar a atenção.
* 5- 7 anos : imagens de animais onde a criança deve dizer se são grandes ou pequenos não se deixando distrair pelo tamanho da figura.
* 8-17 anos: dizer a cor sem se deixar distrair pela palavra escrita.
2. Busca de Números (Number Detection): Avaliar a atenção seletiva, a habilidade para reorientar a atenção e a resistência à distração.
* Sublinhar números específicos, localizados entre diversos elementos distratores.
3. Atenção Recetiva (Receptive Attention): Avaliar a atenção seletiva e a resistência à distração.
* 1ª situação: sublinhar todos os pares de letras visualmente iguais (ex. T T ou t t, mas não N t).
* 2ª situação: sublinhar todos os pares de letras que têm o mesmo nome (N n ou T t mas não N t)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
25
Q
  1. Processamento simultâneo e sucessivo: CAS - Planificação (definição, descritores, provas)
A

Planificação
Processo mental através do qual a pessoa determina, selecciona, aplica e avalia soluções para um determinado problema, especialmente aqueles sem solução imediatamente aparente.
Essencial para resolver problemas desafiadores, controlar impulsividade e aplicar conhecimento
Descritores
* Planificação, verificação e regulação do comportamento
* Decisões e estratégias adotadas e modificadas para resolver um problema
* Comportamentos com um propósito, antecipação de consequências, uso de feedback moderador
O êxito está dependente de: ter um plano, avaliar a utilidade de uma estratégia, controlar as emoções, corrigir um plano que não funciona, controlar a ação impulsiva…
Provas Standard:
1. Emparelhamento de Números (Matching Numbers):Encontrar e sublinhar os dois números iguais em cada linha.
2. Planificação de Códigos (Planned Codes): Escrever abaixo de cada letra o código correspondente.
3. Planificação de Conexões (Planned Connections):
* Os primeiros seis exigem que a criança conecte números em ordem sequencial.
* Os dois últimos requerem que a criança conecte números e letras em uma ordem sequencial e alternada.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
26
Q
  1. Processamento simultâneo e sucessivo: CAS - Processamento Simultâneo (definição, descritores, provas)
A

Processamento Simultâneo
Processo mental que implica a integração de um estímulo num conjunto de estímulos interrelacionados formando um grupo ou um todo
Descritores:
* Analisar relações entre estímulos, ver partes num todo
* Encadear informações agrupando-as
* Designar de forma integrada elementos
* Apreensão da estrutura, formar ideias a partir de palavras
Provas Standard:
1. Matrizes Não-Verbais (Nonverbal Matrices): Apresenta um padrão espacial lógico com uma parte ausente.
* Escolher, entre várias soluções, aquela que completa logicamente o padrão apresentado
* Inclui: Completamento de padrões geométricos, raciocínio por analogia e visualização espacial.
2. Relações Verbais-Espaciais (Verbal-Spatial Relations): Seis desenhos com uma pergunta na parte inferior da página. O examinador lê uma pergunta em voz alta, e a criança deve selecionar o desenho que melhor representa a descrição verbal.
3. Memória de Figuras (Figure Memory): Apresenta uma figura maior integrando uma figura original. Identificar e assinalar a figura original integrada na figura maior.
Outras provas: ECCOs 4/10 - Prova de Absurdos (relações entre elementos)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
27
Q
  1. Processamento simultâneo e sucessivo: CAS - Processamento sucessivo (definição, descritores, provas)
A

Processamento Sucessivo
Implica a integração do estímulo numa ordem ou seriação específica onde a informação de cada estímulo está relacionada ou se compreende apenas com o seguinte.
Descritores:
* Seguir o sentido das palavras numa frase que se escuta
* Realizar cálculos numéricos segundo uma sequência
* Realizar movimentos seguindo uma ordem
* Procurar entender uma frase que lê
Provas Standard:
1. Séries de Palavras (Word Series): A criança é solicitada a repetir as palavras na mesma ordem em que foram apresentadas pelo examinador.
2. Repetição de Frases (Sentence Repetition):
* Cada frase é construída com palavras relacionadas às cores.
* A criança deve repetir cada frase exatamente como foi apresentada.
3. Velocidade Oral (Speech Rate):
* É lida uma série de três palavras para a criança.
* A criança deve repetir essa série até o examinador pedir para parar.
* A criança tem que ser capaz de repetir 10 vezes em 30 a série ordenada de palavras monossilábicas e dissilábicas.
4. Questões Sobre Frases (Sentence Questions):
* Uma frase é lida para a criança.
* A criança é solicitada a responder a uma pergunta sobre a frase.
* Exemplo: A frase “O azul está a amarelar.” é seguida pela pergunta “Quem está a amarelar?”

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
28
Q
  1. Processamento simultâneo e sucessivo: CAS - Instrumentos de Avaliação
A

Instrumento de Avaliação D.N: CAS
Versão Original: Das, Naglieri: Cognitive Assessment System (Das & Naglieri, 1997)
Adaptação Espanhola: Das, Naglieri: Sistema de Evaluación Cognitiva(Deaño, 2005)
Novo CAS 2: CAS 2: Cognitive Assessment System. Second Edition (Naglieri, Das, & Goldstein 2014)
Tabela (6)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
29
Q
  1. Processamento simultâneo e sucessivo: CAS - Aplicações Clínicas do SAC
A

Aplicações Clínicas do SAC
Usado com populações sem dificuldades ou com deficiência.
Crianças com Dificuldades de Aprendizagem Específicas na Leitura:
* Piores resultados em processamento Sucessivo.
* Resultados mais elevados em processamento Simultâneo.
Crianças com Desordens por Défices de Atenção e Hiperatividade:
* Resultados baixos na Planificação.
* Algumas áreas da Atenção apresentam resultados baixos.
Crianças com Deficiência Mental:
* Tendem a ter uma alteração intelectual pervasiva.
* Resultados baixos em todos os processos cognitivos avaliados.
Crianças Sobredotadas:
* Resultados superiores à média nos quatro processos cognitivos avaliados no SAC.
* Melhores resultados em processamento Simultâneo e processamento Sucessivo

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
30
Q
  1. Processamento simultâneo e sucessivo: Sequencial vs. simultâneo -(serialistas)
A

Serialistas - dão maior ênfase a tópicos separados e em sequências lógicas, buscando padrões e relações somente mais tarde no processo, para confirmar ou não suas hipóteses. Usam hipóteses mais simples e uma abordagem lógico-linear.
São os indivíduos que trabalham com um problema, partindo de aspetos específicos e separados, que posteriormente serão integrados para a confirmação ou refutação de hipóteses simples, as quais “passo a passo” vão possibilitar a resolução de um problema.
Os sequenciais preferem caminhos lógicos, aprendem melhor os conteúdos apresentados de forma linear e encadeada.
Esquema (7)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
31
Q
  1. Processamento simultâneo e sucessivo: Sequencial vs. simultâneo (holistas)
A

Holista - caracteriza aqueles que analisam uma tarefa sob o ponto de vista global, tentando estabelecer relações entre suas partes com a elaboração de hipóteses complexas.
Indivíduos com pensamento holista dão maior ênfase ao contexto global desde o início de uma tarefa.
Preferem examinar uma grande quantidade de dados, buscando padrões e relações entre eles. Usam hipóteses mais complexas, às quais combinam diversos dados.
Esquema (7)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
32
Q

Inteligência: Teorias abrangentes (quais as teorias; informações)

A

Teoria das Inteligências Múltiplas (Gardner, 1983)
Teoria da Inteligência Emocional (Mayer & Salovey)
Teoria da Inteligência Social (Kihlstrom & Cantor)
Teorias mais funcionalistas que estruturais:
* Mais as funções que capacidades: Em vez de focar apenas em habilidades individuais, essas teorias consideram como as várias funções cognitivas interagem para produzir comportamento inteligente
* não independência do treino e do conhecimento: a capacidade de resolver problemas e adaptar-se ao ambiente pode ser aprimorada ou desenvolvida através do treinamento e da exposição a diferentes situações.
* não independência de variáveis socio-emocionais: fatores sociais e emocionais desempenham um papel significativo na expressão e no desenvolvimento da inteligência

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
33
Q

Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner: definição de inteligência

A

A inteligência é: “Um potencial biopsicológico para processar informações que pode ser ativado para solucionar problemas ou criar produtos que sejam valorizados numa cultura”

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
34
Q

Teoria das Inteligências Múltiplas: Pré-requisitos para diferenciar “uma” inteligência

A

Pré-requisitos para diferenciar “uma” inteligência:
* Conjunto de habilidades de resolução e criação de problemas específicos (singularidade)
* Conjunto de habilidades importantes dentro de um contexto cultural (útil)
o Ex. a competência de reconhecimento de rostos pode não ser valorizada em algumas culturas e portanto não constituir uma inteligência
* Contrastação intra e inter sujeitos nos níveis de habilidade e desempenho para entender o que é considerado uma inteligência distinta. (diferenciação)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
35
Q

Teoria das Inteligências Múltiplas: Informações

A

Define a inteligência como a capacidade de resolver problemas e de ser criativo, no contexto do meio envolvente;
Entende a inteligência como plural e adaptável, conforme os estímulos do meio ambiente;
Considera que os testes de Q.I. não são suficientes para analisar a grande variedade de habilidades cognitivas humanas.
A inteligência pode ser estimulada e desenvolvida nos indivíduos, através de uma educação correta;
Algumas formas de inteligência só se manifestam nos indivíduos se existirem os estímulos adequados que propiciem o seu desenvolvimento;
* Fatores genéticos: algumas pessoas nascem com determinadas inteligências.
* Fatores ambientais: experiências vividas contribuem para o desenvolvimento das inteligências;

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
36
Q

Teoria das Inteligências Múltiplas: Sinais ou critérios de existência de “uma” inteligência

A

Sinais ou critérios de existência de “uma” inteligência: A palavra “sinais” indica que esta tarefa deve ser provisória: não incluo algo meramente por apresentar um ou 2 dos sinais, nem excluo uma inteligência candidata apenas porque falha em qualificar todo e cada relato.
1. Isolamento potencial por dano cerebral, identificação do suporte cerebral:
* Uma competência pode ser considerada uma inteligência se a sua autonomia relativa de outras faculdades humanas for evidente, especialmente quando isolada por danos cerebrais.
* A neuropsicologia e experiências específicas, como lesões em áreas específicas do cérebro, fornecem evidências cruciais para identificar competências no centro da inteligência humana.
2. Existência de idiots savants, prodígios e outros excecionais apenas em inteligências específicas:
* Indivíduos com habilidades desproporcionais, como prodígios ou Idiots Savants, oferecem insights valiosos sobre inteligências isoladas.
* A preservação seletiva de uma habilidade, mesmo em meio a desempenhos medíocres em outras áreas, confirma a presença de uma inteligência específica.
3. Conjunto de processos cognitivos para lidar com tipos específicos de input:
* Uma inteligência é caracterizada por uma ou mais operações específicas de processamento de informações, ativadas por tipos específicos de input.
* A identificação dessas operações centrais, sua localização neural e a prova de sua separação são fundamentais para entender as inteligências distintas.
4. Diferenciação: história desenvolvimental, exercício/treino, novices/experts
* A plausibilidade de uma inteligência é reforçada ao localizar suas raízes evolutivas e compartilhamento de capacidades com outras espécies.
* Examinar períodos de crescimento rápido na pré-história humana e possíveis mutações vantajosas contribui para a compreensão das inteligências múltiplas.
5. Estudos experimentais: tarefas de memória, atenção e perceção para tipos de input (conteúdos)
* Resultados de testes padronizados, como testes de QI, fornecem indícios relevantes para a existência de inteligências específicas.
* No entanto, a interpretação dos resultados deve considerar a possibilidade de tarefas que avaliam várias competências e limitações nos métodos de teste.
6. Incorporação integrada de um sistema de símbolos culturalmente valorizados
* Uma capacidade computacional é considerada útil se for suscetível à direção por um sistema de símbolos culturais, como linguagem, desenho ou matemática.
* A incorporação natural em sistemas simbólicos pode ser uma característica fundamental da inteligência humana.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
37
Q

Teoria das Inteligências Múltiplas: Além das habilidades centrais, algumas candidatas incluem

A

Além das habilidades centrais, algumas candidatas incluem:
* “senso de eu” baseado nas inteligências únicas de uma pessoa
* “capacidade executiva” que usa inteligências específicas para propósitos específicos,
* “competência de sintetização” que combina conclusões de diferentes áreas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
38
Q

Teoria das Inteligências Múltiplas: o que não são as inteligências

A

Ao definir critérios para inteligência, é importante destacar o que não são:
1. Não São Ligadas a Sistemas Sensoriais Específicos: Podem operar através de mais de um sistema sensorial.
2. Não São Entidades Limitadas a Procedimentos Específicos: São entidades entre procedimentos específicos e habilidades gerais.
3. Não Possuem Valor Moral Inerente:
* Não têm uma conotação moral intrínseca.
* Podem ser utilizadas para propósitos bons ou maus.
4. Não são dependentes de ações específicas: São potenciais que uma pessoa possui, sem limitações morais.
5. Não se focam no “Know-that” mas sim no “Know-How”:
* A distinção entre “know-how” (saber como fazer algo) e “know-that” (saber sobre procedimentos) é relevante.
* O foco está no conjunto de “know-how” ao estudar inteligências, destacando os procedimentos para realizar tarefas.

39
Q

Teoria das Inteligências Múltiplas: Gardner (1983): 7 Inteligências

A
  • Inteligência linguística – habilidades para a língua falada e escrita, aprendizagem de idiomas e utilização da linguagem;
  • inteligência lógico-matemática – habilidades de análise lógica de problemas, cálculo numérico e investigação científica (método científico);
  • inteligência musical – executar, compor e apreciar linguagem musical;
  • inteligência corporal-cinestésica – usar o próprio corpo ou partes do mesmo na resolução de problemas ou criação de produtos;
  • inteligência espacial – reconhecer e manipular padrões espaciais amplos ou específicos;
  • inteligência interpessoal – conhecer a personalidade de outros indivíduos e trabalhar efetivamente com eles;
  • inteligência intrapessoal – compreender os próprios motivos, capacidades e sentimentos;
40
Q

Teoria das Inteligências Múltiplas: Gardner (1999, 2003): Novas inteligências

A

Gardner (1999): inteligência naturalista – reconhecimento e classificação de objetos do mundo natural no seu ambiente (ex. por espécies animais)
Gardner (2003): Inteligência existencial - aprofundamento no sentido espiritual da inteligência intrapessoal, coerência interna e com o cosmos/universo

41
Q

Teoria das Inteligências Múltiplas: Base Neurológica

A
  • Inteligência musical: hemisfério direito
  • Inteligência corporal-cinestésica: córtex motor, duplo hemisfério cruzado
  • Inteligência lógico-matemática: disperso
  • Inteligência linguística: hemisfério esquerdo; zona de Broca
  • Inteligência espacial: posterior direito
  • Inteligência interpessoal: lobos frontais
  • Inteligência intrapessoal: lobos frontais
    Imagem (9)
42
Q

Teoria das Inteligências Múltiplas: Promoção das I.M

A

Projeto SPECTRUM
Objetivo: Criação de um conjunto de medidas, que (i) permitam identificar o perfil intelectual de cada criança do ensino pré-escolar e do ensino primário; (ii) intervir na superação de déficits e desenvolvimento de inteligências fortes

43
Q

Teoria da Inteligência Emocional: Mayer & Salovey - O que é a inteligência?

A

Inteligência emocional é: “a subcategoria da inteligência social que envolve a capacidade de monitorar os sentimentos e as emoções, tanto em si próprio como nos outros, a capacidade de estabelecer distinções entre eles, e a capacidade para utilizar esta informação na condução das suas próprias ações e pensamentos”

44
Q

Teoria da Inteligência Emocional: Mayer & Salovey - 4 dimensões

A

Perceção, avaliação e expressão das emoções: Capacidades para identificar, discriminar, estimar e expressar emoções através da linguagem, postura física, obras de arte…
Facilitação emocional do pensamento (assimilação das emoções no pensamento e na comunicação): Capacidade para aceder e gerar sentimentos que facilitem a comunicação com os outros e a cognição em geral (ex. sentir-se feliz para produzir mais em termos de pensamento indutivo e de criatividade)
Compreensão emocional: Capacidades para compreender e analisar informação emocional, para nomear as múltiplas emoções, para combinar emoções contrárias e compreender sentimentos mais complexos (ex. sentir amor e ódio em simultâneo), para reconhecer transições emocionais (ex. sair de zanga para apaziguamento) e para compreender e analisar as emoções antes de tomar decisões
Gestão das emoções: Capacidade de regular emoções para promover o desenvolvimento e o bem-estar emocional e intelectual, estar aberto às emoções sejam agradáveis ou desagradáveis, monitorar as próprias emoções e as emoções dos outros (ex. liderar uma reunião havendo tensão presente no grupo).

45
Q

Teoria da Inteligência Emocional: Novos autores: Goleman (1998) - 5 dimensões

A
  1. conhecimento das emoções próprias;
  2. gestão das emoções;
  3. automotivação;
  4. reconhecimento das emoções nos outros; e,
  5. gestão dos relacionamentos.
46
Q

Teoria da Inteligência Emocional - aspetos avaliativos

A

Fraco consenso sobre o melhor método para avaliação (Salovey, 2001). Três tipos de métodos:
* Testes de competências: resolução de problemas, que implica haver respostas “corretas” e, daí, reveladoras de mais IE.
* Questionários: escalas de autorrelato. Contudo, perante itens “Não sou uma pessoa criativa” ou “Sou indiferente à felicidade dos outros”, podemos estar a avaliar o autoconceito do indivíduo e/ou desejabilidade social.
* Recurso a informadores: colegas e superiores que avaliem um sujeito em algumas situações. Evitam-se os enviesamentos das autorrelatos, mas comporta outros riscos: mais válida para comportamentos observáveis que atributos internos; avalia-se mais a reputação de uma pessoa, e não o que ela é efetivamente (recurso a multi-fontes avaliativas).

47
Q

Teoria da Inteligência Emocional - Alguns instrumentos de avaliação

A

Multifactor Emotional Intelligence Scale (MEIS) – Mayer, Salovey & Caruso, 1999 (Franco, 2003)
Mayer - Salovey – Caruso Emotional Intelligence Test (MSCEIT) - 2002
Emotional Skills and Competence Questionnaire (ESCQ) - TakSic, 2000 (Faria, 2005)
Trait Emotional Intelligence Questionnaire (TEI Que) - Petrides & Furnham, 2003
Emotional Quotient Inventory (EQI) - Bar-On, 1997 (Candeias, 2014)
Toronto Alexithimia Scale (TAS-20) - Bagby, Parker & Taylor, 1994
Questionário de Inteligência Emocional do Professor (QIEP) - Sabina Valente & Abílio Afonso Lourenço (2020) Adaptado de Vladimir Takšić (2000) - ver (10)
Wong and Law Emotional Intelligence Scale (WLEIS) - (Wong & Law, 2002; Carvalho, Guerrero, Chambel & González-Rico, 2016) - ver (10)

48
Q

Teoria da Inteligência Emocional - Estudos iniciais de validade

A
  • Relações seguras (.28)
  • Pobre relacionamento com amigos (-.28)
  • Uso de drogas ilícitas (nos homens) (-.32)
  • Lutas e vandalizações (nos homens) (-.40)
  • Indicadores de amabilidade (.33)
  • Compreensão na WAIS (.39)
  • Atos de violência, álcool e uso de drogas (-.21 a -.40)
  • Agressividade avaliada pelos pares e professores (-.20 a -.46)
49
Q

Teoria da Inteligência Emocional: Estudos de validade (Head, 2002) - Associação entre a IE (MSCEIT) e a “saúde mental” de adolescentes

A

ver tabela (11)

50
Q

Teoria da Inteligência Emocional - Sentido prático

A
  • a combinação do QI e da IE explica uma maior variação no desempenho do que apenas o QI;
  • para que a IE exerça efeitos positivos sobre o desempenho dos indivíduos, é necessário que estes disponham de um mínimo de QI (a IE carece do QI para suscitar mais elevados desempenhos);
  • a emoção torna o pensamento mais inteligente e a inteligência cognitiva auxilia o indivíduo a pensar as suas emoções e as dos outros;
  • o QI parece necessário, mas não suficiente, carecendo os seus efeitos positivos da presença da IE.
51
Q

Teoria da Inteligência Emocional - algumas críticas

A
  • Pouca diferenciação da inteligência social, intrapessoal, interpessoais. Mais competências ou destrezas que inteligência…
  • Aspetos como a extroversão, a autoconfiança, a baixa ansiedade e a perceção social, embora correlacionados com a inteligência, “poderão” não ser “inteligência”.
  • Fraca solidez psicométrica das medidas: os questionários de medida relacionam-se fortemente com determinados traços de personalidade (falta validade discriminante) e os resultados carecem de estabilidade ou consistência interna.
52
Q

Inteligência Social: Kihlstrom & Cantor - Adelinda Candeias

A

Capacidade para compreender as relações pessoais – aos níveis intrapessoal e interpessoal – que se expressa através de comportamentos de resolução de problemas que desafiam o bem estar, as necessidades, os planos e a sobrevivência dos indivíduos nos seus contextos sociais de vida.

53
Q

Inteligência Social - Modelo de Kihlstrom e Cantor (2000)

A

IS é uma capacidade ou habilidade que define a agilidade cognitiva dos indivíduos para analisar, compreender e resolver situações sociais
Duas componentes:
1. Conhecimento declarativo (informação, conhecimento, recordações)
2. Conhecimento procedimental (condutas, regras, normas sociais)

54
Q

Abordagem Cognitivista da Inteligência - Designações Frequentemente usadas

A
  • Abordagem cognitiva da inteligência (genérica)
  • Abordagem cognitivista (experimental)
  • Teoria do processamento da informação (fluxo de processos na resolução de problemas)
55
Q

Abordagem Cognitivista da Inteligência - Confronto com a abordagem psicométrica

A
  • Maior ênfase dada à definição e delimitação do constructo (mais o que é do que quem tem…)
  • Maior ênfase nos processos cognitivos do que nos produtos (mais como funciona do que quanto se fez…)
  • Maior ênfase experimental que análise de correlações e fatorial (mais o controlo laboratorial da resolução dos itens do que as diferenças humanas nos testes)
  • Maior ênfase na utilização prática do que na avaliação (mais os programas de treino do que os testes de medida…)
56
Q

Abordagem Cognitivista da Inteligência - Psicometria vs. Cognitivismo

A
  • A psicometria ligou-se a aspetos da avaliação (seleção, diagnóstico, orientação) assente na preditibilidade dos resultados e não tanto na compreensão e na promoção dos constructos
  • A análise fatorial não permite a ponderação do papel dos processos cognitivos necessários a um diagnóstico mais fundamentado ou explicativo das diferenças individuais
57
Q

Abordagem Cognitivista da Inteligência - Três pontos essenciais na análise do funcionamento cognitivo

A
  • Processos cognitivos e seu fluxo
  • Tipos de conhecimento, experiência e treino
  • Estruturas e funções neuropsicológicas
58
Q

Processos cognitivos e seu fluxo: Teoria do processamento da informação

A

Faseamento (ver esquema 12)
Mecanismos (ver esquema 12)
Sistemas de memória (ver esquema 12)

59
Q

Tipos de conhecimento (Just & Carpenter,1993)

A
  • Factual ou declarativo:
    o Factual: Conhecimento sobre fatos específicos e informações.
    o Declarativo: Conhecimento sobre as relações entre diferentes pedaços de informação, frequentemente expresso na forma de afirmações.
  • Estratégico ou procedimental
    o Estratégico: Conhecimento sobre estratégias ou abordagens para resolver problemas. Isso inclui a capacidade de planejar, monitorar e avaliar o próprio pensamento e processos de resolução de problemas.
    o Procedimental: Conhecimento sobre como realizar diferentes tarefas ou habilidades. Isso envolve conhecer os passos e processos envolvidos na execução de uma tarefa.
  • Condicional ou sistémico
    o Condicional: Conhecimento sobre quando e por que usar determinadas estratégias ou procedimentos. Envolve entender as condições sob as quais diferentes tipos de conhecimento e habilidades são aplicados.
    o Sistémico: Conhecimento sobre a interconexão de diferentes conceitos e ideias. Isso envolve entender o contexto mais amplo e a organização do conhecimento.
    »Estudos de Excelência
60
Q

Estruturas e funções neuropsicológicas

A

Imagem (13)

61
Q

Estruturas e funções neuropsicológicas: Análise neurológica das Funções Executivas

A

As funções executivas são processos cognitivos superiores que controlam e coordenam outras funções mentais. Isso inclui habilidades como o planejamento, tomada de decisões, inibição de respostas impulsivas e flexibilidade cognitiva.
Usar a distinção de Cattell entre Inteligência fluida (Gf) e inteligência cristalizada (Gc), dado que a Gc é mais robusta face a lesões pré-frontais e portanto é pior para perceber mudanças relacionadas à resolução de problemas (Duncan, Burgess & Emslie, 1995).
Inteligência Fluida (Gf): capacidade de raciocínio e resolução de problemas em situações novas e não familiares. É a habilidade de pensar de forma flexível e adaptar-se a desafios cognitivos.
Inteligência Cristalizada (Gc): conhecimento acumulado ao longo do tempo, incluindo habilidades verbais, conhecimento cultural e experiência. É a aplicação prática do conhecimento adquirido.

Exemplo:
A WAIS é insensível às ditas lesões porque mede sobretudo Gc e portanto não é tão sensível a detetar mudanças na inteligência. Já o mesmo não acontece com as Matrizes (saturadas em Gf), assim sendo, são mais sensíveis a mudanças nas habilidades cognitivas, especialmente aquelas relacionadas à resolução de problemas em situações novas .

62
Q

Tipologia de estudos cognitivistas

A
  • Mecanismos básicos da cognição
  • Componentes cognitivas
63
Q

Tipologia de estudos cognitivistas: Mecanismos básicos da cognição

A

Earl Hunt (1981): O que é aptidão verbal?
Hipótese: Diferenças na aptidão verbal estão associadas/explicadas por diferenças na codificação, manipulação e acesso de informação no sistema da memória
Tarefas: Emparelhamento físico e nominal de estímulos. Os sujeitos, perante a apresentação de pares de letras (“A a”, “A A” e “A e”) respondem, o mais rapidamente possível, à questão do seu emparelhamento (iguais ou diferentes) nas várias condições:
a. diferentes física e fonologicamente, mas ambas vogais ou consoantes - relação de pertença/semântica (A e; B d)
b. iguais física e fonologicamente (A A);
c. diferentes fisicamente e iguais fonologicamente (A a).
Resultados: Para cada condição, os tempos de reação foram diferentes, ou seja:
a. codificação física (A A) - 549 ms
b. codificação fonológica (A a) - 623 ms
c. codificação de pertença, diferença física e fonológica (A e ou B d) - 801 ms.
Conclusão: A aptidão verbal correlaciona-se inversamente com a, b e c num crescendo, refletindo o recurso a STM e a LTM. Em outras palavras, quanto menor a aptidão verbal, maior é o tempo de processamento em tarefas que envolvem codificação física, fonológica e semântica, indicando uma demanda maior nos sistemas de memória durante essas atividades verbais.

64
Q

Tipologia de estudos cognitivistas: Componentes cognitivas

A

Robert Sternberg (1977): O que é raciocínio?
* Classificação: Envolve organizar ou agrupar coisas com base em características comuns. Por exemplo, colocar objetos ou ideias em categorias específicas.
* Matrizes: Trata-se de resolver problemas ou reconhecer padrões em arranjos de elementos.
* Analogias: Consiste em encontrar semelhanças ou relações entre pares de conceitos.
* Silogismos: Refere-se a formas lógicas de raciocínio, onde você tira conclusões a partir de duas proposições iniciais. Por exemplo, “Todos os humanos são mortais. Sócrates é humano. Logo, Sócrates é mortal.”

65
Q

Teoria componencial da inteligência: o que é o raciocínio?

A

Robert Sternberg (1977): O que é raciocínio?
São as Componentes  Processos mais ou menos específicos/universais à resolução de determinadas tarefas
Modelo aditivo-subtrativo de análise: os componentes podem ser somados (contribuem positivamente) ou ser subtraídos (impactando negativamente o desempenho global)
Variáveis dependentes: tempo, % de erro e probabilidade de execução

66
Q

Teoria componencial da inteligência: Partição do item

A

O método da partição dos itens:
* Situação A - todo o item ou analogia
o PÃO - COMER; ÁGUA - (BEBER) (LAVAR)
* Situação B - a segunda parte da analogia é separada por cada alternativa:
o PÃO - COMER; (ÁGUA - BEBER); (ÁGUA - LAVAR)
* Situação C - o primeiro termo é apresentado inicialmente em separado:
o PÃO - (COMER; ÁGUA - BEBER); (COMER; ÁGUA - LAVAR)

67
Q

Teoria componencial da inteligência: Componentes

A

a. Codificação (encoding): apreensão dos elemento e registo na memória de trabalho dos seus atributos relevantes;
b. Inferência: estabelecimento de uma relação entre os 2 primeiros termos da analogia (Pão - Comer), e seu armazenamento na memória de trabalho;
c. “Mapping” (correspondência): relação entre o 1º e o 3º termo (Pão - Água);
d. Aplicação: aplicação da relação (b) do 3º termo para as alternativas;
e. Comparação: análise de cada alternativa face à resposta idealizada;
f. Justificação: escolha de uma alternativa de resposta (considerada a superior) quando nenhuma das opções dadas parece totalmente correta;
g. Resposta: após os passos anteriores o sujeito dá a sua resposta, por exemplo carrega na tecla ou botão correspondente à alternativa.

Notas:
1. Correspondência e Justificação são facultativas ou optativas,
2. Algumas auto-finalizadas e outras são exaustivas…

As componentes são as mesmas , varia o nº de execuções….
* “Situação A“: verifica-se: codificação (5 vezes), inferência (1 vez), correspondência (1 vez) e aplicação (2 vezes);
* “Situação B“: codificação (6 vezes), inferência (1 vez), correspondência (2 vez) e aplicação (2 vezes);
* “Situação C”: codificação (7 vezes), inferência (2 vezes), correspondência (2 vezes) e aplicação (2 vezes).

68
Q

Teoria componencial da inteligência: Shepard (1986): O que é aptidão espacial? (componentes isoladas)

A

Componentes isoladas
* Codificação da informação (entender e memorizar o padrão/modelo)
* Rotação mental da figura
* Comparação das alternativas com o padrão inferido
* Resposta

69
Q

Teoria componencial da inteligência: Shepard (1986): O que é aptidão espacial? (conclusões)

A
  • Os processos de “rotação mental” são os mais decisivos (afetam o erro e o tempo na tarefa)
  • Resultado em função do processamento holístico (todo) ou paralelo (realizar múltiplas operações simultaneamente) da informação
  • Resultado em função do ângulo da rotação (maior ângulo associa-se a maior tempo e erro)
  • O “peso” do ângulo oscila em função das habilidades espaciais dos sujeitos
70
Q

Teoria componencial da inteligência: Avaliação

A
  • Informação diferenciada da realização: permite reconhecer dificuldades específicas, fazendo um melhor diagnóstico e permitindo antecipar treinos.
  • Dificuldade de se administrarem as tarefas a grupos, não se prescindindo de equipamentos laboratoriais.
  • Divisão da tarefa nas suas partes que, juntas, formarão aquela: não atende à interdependência das componentes e ao seu carácter dinâmico (o todo não ultrapassa a soma das parte- apenas olhar para as partes individuais de uma tarefa pode não capturar completamente como essas partes trabalham juntas de maneira dinâmica e influenciam o desempenho geral).
  • Ênfase colocada na velocidade e eficiência, e não nas habilidades, estilos e estratégias dos sujeitos.
  • Dificuldade em tornar a execução da tarefa independente do seu conteúdo específico e das características individuais das pessoas
71
Q

Teoria triárquica da inteligência – Sternberg (1985,1994)

A

A Teoria Triárquica pode ser vista como uma integração da Teoria Componencial, pois mantém a ênfase nos processos internos, mas expande essa perspectiva ao incluir experiência e contexto social como componentes igualmente importantes para a compreensão da inteligência.

72
Q

Teoria triárquica da inteligência: Subteoria componencial - Metacomponentes

A

Metacomponentes: processos executivos de “ordem superior” utilizados para planear, monitorizar e avaliar:
1. reconhecimento da existência de um problema;
2. definição da natureza do problema;
3. seleção dos passos necessários para resolver o problema;
4. combinação dos passos para criar uma estratégia eficaz;
5. representação dinâmica da informação na nossa mente;
6. alocação dos recursos na resolução do problema;
7. monitorização da resolução do problema; e,
8. avaliação da solução.

73
Q

Teoria triárquica da inteligência: Subteoria componencial - Metacognição e duas componentes

A

Metacognição
Flavell (1975, p.123): “Conhecimento ou atividade cognitiva que toma como objeto, ou regula qualquer aspeto de qualquer empreendimento cognitivo” - conhecer e regular nossos próprios processos mentais
Duas componentes:
1. consciência das estruturas ou funções: Saber como nossa mente funciona e compreender as partes ou processos envolvidos no pensamento.
2. planificação e controlo das estratégias: Ter a capacidade de planear e controlar as estratégias que usamos para resolver problemas ou realizar tarefas cognitivas

74
Q

Teoria triárquica da inteligência: Subteoria experiencial

A

A inteligência depende da capacidade para lidar com situações novas e a capacidade para automatizar a informação (algumas tarefas ou processos tornam-se tão familiares e bem praticados que passam do nível consciente para o subconsciente, exigindo menos esforço mental para serem executados)
A inteligência pode ser melhor avaliada nas zonas de um continuum experiencial:
1. tarefas ou situações relativamente novas, onde a criatividade e a capacidade de adaptação são cruciais (insights)
2. tarefas envolvendo processos automatizados (passagem do consciente para o subconsciente)

75
Q

Teoria triárquica da inteligência: Subteoria contextual

A

Três tipos de mecanismos através dos quais o sujeito interage com o ambiente:
* Adaptação: modificações que o sujeito experiencia no sentido de conseguir uma melhor adaptação ao seu meio (ex. aprender novas habilidades/comportamentos para lidar com situações específicas)
* Seleção: procura alternativas para encontrar o caminho mais adequado à sua adaptação.
* Configuração: modificação do ambiente para uma melhor adaptação.
A adaptação, seleção e configuração são consideradas funções do pensamento inteligente em diferentes níveis, porque ocorrem em resposta a um contexto específico
A inteligência não pode ser compreendida sem ter em conta a forma como se manifesta num determinado contexto.

76
Q

Novas inteligência(s): Sternberg (2000)

A

A inteligência não se limita às visões tradicionais (QI e medidas académicas), o espetro é muito mais complexo. Conceito de “practical intelligence” e a “successful intelligence” são 2 exemplos de inteligências introduzidas por Sternberg que não pode ser medidas por teste padronizados.
* Successful Intelligence: habilidades usadas para atingir os objetivos de vida, dado um contexto sociocultural, através da adaptação, seleção e modelagem de ambientes – uso dos 3 componentes da inteligência triárquica
* Practical Intelligence: capacidade de lidar eficazmente com os desafios do mundo real, envolvendo adaptação, seleção e configuração em diferentes contextos – uso da Subteoria contextual.

77
Q

Avaliação da inteligência: Preocupações das perspetivas clássicas (psicometria)

A

a) as avaliações devem ser contextualizadas para serem válidas
b) as avaliações devem permitir diversos modos de demonstrar a competência
c) a avaliação deve ajudar a definir a aprendizagem e o crescimento ao longo do tempo em função das habilidades possuídas
d) a avaliação deve assegurar que a pessoa entenda a sua própria inteligência e como ela funciona

78
Q

Testes de inteligência: Fragilidades

A
  • Realização cognitiva como simples soma aritmética de itens respondidos
  • Fraco diagnóstico de diferenças específicas por subgrupos e por problemas diferentes
  • Artificialismo e abstracionismo dos itens, fraca validade ecológica (quão bem os testes refletem o que acontece no mudo real)
  • Fraca evolução dos testes disponíveis; pouca atenção à intuição, metacognição e criatividade
  • Incidência em dimensões e itens próximos das aprendizagens académicas e na produção convergente – não abrangem totalmente as diversas formas de inteligência
79
Q

Alguns desafios práticos..

A
  • Intervenção Precoce para Evitar Atrasos no Desenvolvimento: é possível agir de forma preventiva em situações de risco de desenvolvimento, especialmente através de intervenções precoces para evitar atrasos no progresso das habilidades?
  • Redução de Discrepâncias entre Desempenho e Competência: é possível reduzir as diferenças entre o que alguém é capaz de fazer (competência) e como essa habilidade é demonstrada na prática (desempenho)?
  • Estimativa da Modificabilidade Cognitiva e Potencial de Aprendizagem: é viável estimar o quão maleáveis são os processos cognitivos de uma pessoa e o quanto ela pode aprender, fornecendo uma ideia do potencial de desenvolvimento?
  • Avaliação do Investimento Necessário para Melhorar o Funcionamento Cognitivo: é possível avaliar quanto esforço e investimento são necessários para que uma pessoa alcance níveis mais altos de funcionamento cognitivo, fornecendo uma compreensão dos recursos necessários para melhorias?
80
Q

Avaliação assistida/dinâmica da inteligência: conceitos

A

Conceitos:
* “medida do potencial de aprendizagem“
* “avaliação dos limites” (“testing the limits“)
A avaliação dinâmica assume a ligação entre avaliação e intervenção e examina o processo de aprendizagem […] o que é testado não é somente as competências possuídas mas a capacidade de melhorar e aplicar as competências na realização de tarefas (Grigorenko & Sternberg, 1998)

81
Q

Avaliação dinâmica da inteligência: Caracterização

A
  • procedimentos que permitem a observação da criança enquanto ela está envolvida num processo misto de realização (fazendo algo) e aprendizagem (aprendendo ao fazer).
  • avaliação holística tomando as várias facetas da criança e as características da própria tarefa
  • avaliação atenta às estratégias e procedimentos de realização da criança
  • diagnóstico aprofundado e plano de intervenção para crianças com necessidades educativas especiais (NEEs) ou desenvolvimento cognitivo atípico
  • examinador mais ativo fornecendo informações e descobrindo os meios que facilitem a sua aprendizagem
  • reduzir a diferença entre o que a criança é capaz de fazer (competência) e como ela realmente se apresenta ao realizar uma tarefa (desempenho).
82
Q

Avaliação dinâmica da inteligência: Método

A

“Clínico/Educacional”:
i. prestação de informações qualitativas sobre os processos cognitivos usados (ao realizar a tarefa ou ao resolver o problema); não mede apenas o desempenho final – procura entender como a pessoa pensa, aborda desafios e toma decisões
ii. prestação de ajudas que alguém requer para realizar com sucesso determinadas tarefas…; não epnas mede as habilidades – avalia a capacidade de aprender com a orientação e ajustar a abordagem em resposta a essa ajuda (adaptabilidade/modificabilidade)

83
Q

Avaliação dinâmica da inteligência: Procedimentos (Simões, 1995)

A
  1. verbalização pela criança durante e após a solução de cada item;
  2. verbalização unicamente após a solução de cada item;
  3. feedback simples (se a sua resposta foi correta ou incorreta);
  4. feedback elaborado (explicar porque está correta ou não, ou os princípios subjacentes à realização da tarefa);
  5. verbalização durante e após a solução conjuntamente com feedback elaborado
84
Q

Avaliação dinâmica da inteligência: Fundamentos - Lev Vygostsky (1896-1934)

A
  • Zona de desenvolvimento proximal – distância entre o que se faz sozinho (nível de desenvolvimento real) e o que se faz com a ajuda de um “outro” mais capaz (nível de desenvolvimento potencial)
    o Exemplo: Se uma criança pode resolver problemas matemáticos simples por conta própria, mas, com ajuda, pode resolver problemas mais complexos, a diferença entre esses dois níveis é a Zona de Desenvolvimento Proximal.
  • Importância dos processos de mediação ou ajuda do “Outro” no desenvolvimento da pessoa
85
Q

Avaliação dinâmica da inteligência: Fundamentos - Reuven Feuerstein (1921-2014) e contribuições do Instituto

A
  • Contexto pós-II guerra: observou danos cognitivos em crianças e adolescentes (judeus imigrantes)
  • Princípio da modificabilidade cognitiva: a inteligência e a estrutura cognitiva (maneira como pensamos e entendemos o mundo) podem mudar, principalmente com o ensino e desenvolvimento
  • Teoria da modificabilidade cognitiva estrutural: as capacidades cognitivas fundamentais podem ser alteradas e aprimoradas.
  • Formação dos mediadores e professores: com estratégias específicas para a materialização do potencial de aprendizagem da pessoa
    Contribuições do “Feuerstein Institute”
  • Learning Potential Assessment Device (Método de Avaliação do Potencial de Aprendizagem): Desenvolveu um método para avaliar o potencial de aprendizagem dos indivíduos, considerando a capacidade de modificabilidade cognitiva
  • Instrumental Enrichment Program (Programa de Enriquecimento Instrumental focado na modificabilidade cognitiva)
    o Input: perceção, exploração sistemática, etiquetagem, codificação…
    o Tratamento: definição, diferenciação, categorização, formação de conceitos, formulação de hipóteses para desenvolver habilidades cognitivas
    o Output: alcançar clareza e precisão, controlo da impulsividade, vencer bloqueios…
86
Q

Avaliação dinâmica da inteligência: Importância dos fatores cognitivos (Feuerstein, 1980; Tzuriel, 2001; Tzuriel & Samuels, 2000)

A
  • Exploração impulsiva e desordenada da informação
  • Falta de atenção (concentrada e prolongada)
  • Dificuldade em atender conjuntamente a 2 ou 3 elementos da informação
  • Dificuldade de separar informação relevante e informação irrelevante
  • Falta de conexão lógica no pensamento (se … então)
  • Falta de discurso interno (monitorização, justificação)
  • Demasiado egocentrismo nas respostas dadas – respostas demasiado centradas em si mesmo; não consideram perspetivas externas.
87
Q

Avaliação dinâmica da inteligência: Importância dos fatores afetivo-motivacionais (Feuerstein; Tzuriel, 2001; Tzuriel & Samuels, 2000)

A
  • Empatia com mediador: capacidade de se conectar e entender o mediador (quem conduz a avaliação)
  • Necessidade de explorar a tarefa (curiosidade) é fundamental
  • Prazer na atividade (pode afetar positivamente o desempenho cognitivo)
  • Trabalhar de forma cooperativa e independente
  • Tolerância à frustração
  • Confiança na resposta correta
  • Vitalidade e sentido de alerta
  • Redução do medo de falhar
  • Redução de atitudes defensivas
88
Q

Avaliação dinâmica da inteligência: Relevância e avaliação do comportamento do mediador (Lidz, 1991)

A
  1. Intencionalidade: cada ação tem um objetivo específico, claro e um propósito
  2. Significação: as interações têm significado e relevância para a criança, tornando a avaliação mais eficaz.
  3. Atenção e experiência partilhada: compartilhar atenção e experiências com a criança, criando uma interação mais rica e envolvente
  4. Regulação na tarefa: capacidade do mediador de regular a tarefa, ajustando o nível de dificuldade conforme necessário para apoiar o progresso da criança.
  5. Desafiar e elogiar: criando um ambiente de apoio e estímulo.
  6. Responsividade contingente - iniciar e responder (misto): capacidade do mediador responder às iniciativas da criança - iniciando interações; respondendo às ações da criança
  7. Envolvimento afetivo, empatia: criando uma conexão significativa com a criança
  8. Colocação no lugar da criança, reconhecer a perspetiva da criança: criando uma avaliação mais centrada na criança.
  9. Crença genuína na modificabilidade cognitiva das pessoas: o mediador acredita verdadeiramente na capacidade das pessoas de mudar e se desenvolver cognitivamente, influenciando positivamente a abordagem da avaliação
89
Q

Avaliação dinâmica da inteligência: Dois estudos (pessoais)

A

Araújo e Almeida (1996):
* Participantes: 40 crianças com Dificuldades de Aprendizagem (DAs) de Barcelos.
* Procedimento: Um grupo fez uma avaliação padrão, outro seguiu a avaliação dinâmica (descrevendo e justificando respostas sem feedback corretivo ou reforço, nem qualquer ensino direto para a resolução dos itens).
* Resultados: Ambos os grupos melhoraram na segunda aplicação após duas semanas, mas o grupo da avaliação dinâmica teve ganhos mais significativos.
Casas e Almeida (1996):
* Participantes: Crianças do 3º ano de Braga divididas por estatuto social (alto e baixo).
* Procedimento: Ambos os grupos tiveram melhor desempenho na avaliação dinâmica, com melhorias mais marcantes nas crianças menos favorecidas socialmente, especialmente em itens “gestálticos” e analógicos em comparação com percetivos.
* Hipótese: Sugere-se que comportamentos menos adequados em tarefas difíceis ou processos cognitivos mais complexos podem ser uma explicação.

90
Q

Avaliação dinâmica da inteligência: Potencialidades

A
  • diferenciação entre o desempenho atual da criança e a sua “zona de desenvolvimento proximal” - permite perceber se houve desenvolvimento ou se existe potencial para haver
  • maior comprometimento do aluno, e menor ansiedade, impulsividade, verbalizações e expectativas de fracasso
  • avaliação mais fidedigna e prospetiva das capacidades e desenvolvimento cognitivo (validade - em termos de medir as verdadeiras capacidades e o desenvolvimento cognitivo)
  • examinador torna-se uma parte ativa da avaliação e funciona ele próprio como “instrumento” de avaliação
  • indicação para a participação em programas de treino cognitivo (sujeitos e áreas específicas em que podem ser beneficiados)
  • indivíduos, mesmo menos capacitados, são suscetíveis de melhoria
  • maior capacidade preditiva para a aprendizagem face aos testes clássicos
  • atenção a fatores motivacionais e autoconceito
  • adaptação a subgrupos específicos de sujeitos: imigrantes, c/ lesão cerebral e estados demenciais
  • informa como o sujeito adquire, armazena e usa informação para além de avaliar o conhecimento atual
  • adesão fácil de psicólogos e educadores: planificação da ação psicoeducativa
  • indicar sujeitos que se beneficiariam da participação em programas de treino
91
Q

Avaliação dinâmica da inteligência: Dificuldades

A
  • dúvidas sobre o resultado final atingido e sua estabilidade ao longo do tempo - pode haver questionamentos sobre a precisão e confiabilidade do diagnóstico alcançado
  • demasiado tempo requerido pela sua aplicação
  • exigências de formação dos aplicadores
  • falta de fiabilidade teste-reteste (mais alta nas condições estandardizadas) - pode levantar questões sobre a consistência dos resultados ao longo do tempo.
  • Subjetividade para determinar as funções cognitivas deficitárias e qual o tipo de mediação (intervenção) a dispensar - pode introduzir variações na interpretação dos resultados.
92
Q

Avaliação dinâmica da inteligência: CATM- Children’s Analogical Thinking Modifiability Test

A

Estrutura do Teste: O teste consiste em 18 blocos coloridos e 3 conjuntos de problemas analógicos (A:B; C:?).
Processo de Resolução: A criança deve deduzir a relação (por exemplo, A:B) e aplicá-la aos dois blocos seguintes (C:D), sem precisar responder verbalmente.
Complexidade dos Problemas: Os problemas exigem o reconhecimento e domínio de três dimensões: cor (azul, vermelho, amarelo), forma (círculo, quadrado, triângulo) e tamanho (pequeno, grande).
Níveis de ajuda:
* Dar feedback: fornecer informações ou orientação específica sobre a resposta da criança (correções/esclarecimento)
* Análise comparativa: comparar diferentes elementos do problema, destacando semelhanças e diferenças – auxilia na compreensão de padrões e relações entre elementos
* Dar exemplos
* Retirar figuras: remover algumas das figuras apresentadas no problema, desafiando a criança a inferir a relação lógica entre os elementos restantes. Isso incentiva a capacidade de raciocínio independente.
* Dar o modelo: o modelo completo da resolução correta é fornecido. Isso oferece à criança uma referência explícita e completa sobre como abordar e resolver o problema.

93
Q

Testes de inteligência: Recomendações

A
  • Ampliar o Foco da Avaliação: Incluir não apenas a inteligência, mas também outras capacidades cognitivas, socioemocionais e motivacionais, assim como estratégias e estilos.
  • Relacionar a Inteligência com Experiências de Vida: Conectar a inteligência do indivíduo às suas experiências, como educação e formação, e enquadrar os resultados nos percursos e projetos de vida.
  • Incorporar Situações do Cotidiano: Adicionar questões sobre problemas comuns à vida diária, complementando os itens tradicionais dos testes.
  • Utilizar Avaliação Dinâmica da Inteligência: observar o processo de aprendizagem e adaptação ao longo do tempo.
  • Diversificar Procedimentos de Avaliação: Reconhecer a importância de outros métodos de avaliação além dos testes, envolvendo diferentes fontes de informação.
  • Evitar Diagnósticos Focados em Aspetos Negativos: Não concentrar o diagnóstico apenas em deficiências/patologias, evitando a cristalização de rótulos negativos.
  • Conscientizar sobre “Misticismo dos Testes”: Considerar a influência do “misticismo dos testes”, que pode levar a projeções exageradas dos resultados no futuro.
  • Utilizar Instrumentos Atualizados e Validados: Recorrer a instrumentos de avaliação atualizados e validados, adequados para diferentes grupos e contextos.
  • Enfatizar a Competência do Psicólogo: Reconhecer que o psicólogo deve ser mais inteligente que os testes que utiliza, destacando a importância da interpretação especializada.