Modelos de Intervenção Psicológica Flashcards

1
Q

História da Gestalt

A

É uma corrente pertencente à chamada TERCEIRA GRANDE FORÇA EM PSICOLOGIA (humanista-fenomenológico-existencial), como uma reação ao behaviorismo e à psicanálise.
Foi desenvolvida, no pós-guerra, pelo “Grupo dos Sete”, onde se encontrava Friederich Salomon Perls (1893-1970), mais conhecido como Fritz Perls.
Esse grupo foi composto, originalmente, por Fritz Perls, Laura Perls, Isadore From, Paul Goodman, Paul Weisz, Sysvester Eastman e Elliot Shapiro, onde, posteriormente, houve a entrada de Ralph Hefferline .

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2
Q

Em que consiste a Gestalt?

A

Corrente da psicologia que apresenta um modelo de psicoterapia do contato, da consciência e da relação dialógica, que vê o indivíduo de forma holística (sem separação entre mente e corpo, por exemplo), onde o psicoterapeuta acredita, pelas bases do existencialismo, nos potenciais que o cliente dispõe, para alcançar a experiência significativa positiva, criativa, proveitosa e de responsabilidade para com o seu mundo.

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3
Q

O que significa a palavra Gestalt e quais os seu fundadores?

A

“Gestalt”: Significa padrão, forma, configuração, no entanto em alemão significa mais do que isso - significa a totalidade da pessoa
Fundadores:
Frederick ‘Fritz’ Perls, Laura Perls and Paul Goodman
Procuraram integrar teorias organísmicas, existenciais e fenomenológicas

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4
Q

O que é a awarenesse e qual a importância para a terapia gestalt?

A

Conceito fundamental – awareness – inadequadamente traduzido por consciência, na falta de outro termo
“Awareness é uma forma de experienciar. É o processo de estar em vigilante contato com o evento mais importante do campo meio-organismo, com pleno suporte sensório-motor-emocional-cognitivo-energético
Para se estar pleno no mundo, é preciso a cada momento “estar aware”, perceber as próprias necessidades, o contexto, para que se possam fazer as próprias escolhas
O objetivo da Gestalt-terapia é ampliar a awareness
Pela teoria paradoxal da mudança, só se pode mudar, quando se torna aquilo que se é, e não quando se tenta ser algo que não faz parte de si próprio
O Gestalt-terapeuta irá encorajar o seu cliente a mergulhar na sua experiência do momento e a apropriar-se de si mesmo

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5
Q

Na terapia Gestalt os métodos são provocadores, ativos

A

“Em vez de ficar parado e apenas falar, o cliente é solicitado a participar ativamente de algo, como jogo de papéis, imaginação guiada ou o uso de objetos para auxiliar na comunicação e compreensão.
Participar de exercícios experienciais pode ser uma maneira maravilhosa de se abrir e compartilhar, especialmente quando é difícil encontrar palavras ou quando o cliente tende a processar de maneira mais visual. Os terapeutas da Gestalt compreendem que esses exercícios ajudam a aumentar a consciência.”
Ao cliente é pedido que experiencie as suas emoções e não apenas fale apenas sobre elas
O terapeuta pode colocar questões do tipo:
“O que está a sentir neste momento?” ou
“Como é que isso o faz sentir neste momento?”
“Como é sentir raiva?”

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6
Q

Pilares da Gestalt (Yontef,1999)

A

Teoria: A experiência da pessoa é explorada no seu contexto.
Fenomenologia: A procura da compreensão pelo que é relatado ou óbvio, e não pelo que é interpretado pelo observador
Diálogo: Uma forma específica de contato (não apenas conversar) que está centrado no que surge na relação e o que emerge desta
O foco na singularidade da experiência
Alguns autores consideram, por isso, a terapia da Gestalt, como um terapia relacional e experiencial

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7
Q

Terapia Gestalt - ideias chave: 1. A experiência influencia a perceção

A
  1. A experiência influencia a perceção
    Nesta abordagem de terapia centrada no cliente, o terapeuta Gestalt entende que ninguém pode ser totalmente objetivo.
    Somos influenciados pelo nosso ambiente e nossas experiências. Não há imposição de julgamento e aceita-se a verdade das experiências de seus clientes.
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8
Q

Terapia Gestalt - ideias chave: 2. Contexto é importante para a Gestalt

A
  1. Contexto é importante para a Gestalt
    Os psicólogos usam técnicas para ajudar o cliente a tornar-se mais consciente das suas experiências, perceções e respostas aos acontecimentos no aqui e agora.
    Em vez de visar especificamente o passado e pedir aos clientes que proponham propositadamente velhas experiências, os terapeutas Gestalt operam a partir de um entendimento que, à medida que os clientes se tornam cada vez mais conscientes, superarão as barreiras existentes. Não há trabalho ou técnica específica, apenas manter espaço para a conscientização do cliente é fundamental nessa abordagem.
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9
Q

Terapia Gestalt - ideias chave: 3. O presente

A
  1. O presente
    Uma característica principal da Gestalt é o foco no presente.
    Na sessão, a relação com o cliente e o terapeuta é fundamental para construir confiança e segurança. À medida que o cliente fala, o psicólogo ajuda o cliente a centrar-se no presente
    Um exemplo de técnica para manter um cliente no presente pode incluir algo como perguntar sobre a expressão facial. Ou ainda, solicitar a observação da linguagem corporal enquanto o indivíduo processa um evento ou uma experiência específica.
    Parte dessa técnica de sobrevivência é tentar acabar com as emoções negativas ou lembranças dolorosas da situação.
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10
Q

Terapia Gestalt - ideias chave: 4. Autoconhecimento

A
  1. Autoconhecimento
    Importante ajudar o cliente a aumentar a consciencialização.
    O coração da terapia Gestalt é a consciência.
    Como diria Frederick Perls, “a consciência em si é a cura”.
    Os terapeutas gestaltistas não têm o objetivo de mudar os clientes.
    Na verdade, os clientes são incentivados a tornarem-se mais conscientes de si mesmos, permanecendo presentes e processando as coisas no aqui e agora.
    A relação de trabalho e colaboração entre terapeuta e cliente é central para o processo de cura na terapia Gestalt.
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11
Q

Exercícios da Terapia Gestalt: 1. Palavras e Linguagem

A
  1. Palavras e Linguagem
    A atenção à linguagem e tom é importante na terapia Gestalt.
    À medida que os clientes aprendem a aceitar a responsabilidade, eles aprendem a usar uma linguagem que reflete um senso de propriedade pessoal em vez de se concentrar nos outros.
    Por exemplo, em vez de dizer: “Se ele não fizesse isso, eu não ficaria com tanta raiva!” um cliente pode ser encorajado a dizer: “Eu fico furioso quando ele faz isso porque me faz sentir insignificante e eu não gosto disso”.
    O uso de afirmações “eu” é importante na terapia Gestalt
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12
Q

Exercícios da Terapia Gestalt: 2. Cadeira vazia ou duas cadeiras

A
  1. Cadeira vazia ou duas cadeiras
    Permite ao cliente imaginar e participar de uma conversa com outra pessoa ou outra parte de si. Sentado em frente à cadeira vazia, o indivíduo entra em diálogo como se estivesse a falar com outra pessoa ou com outra parte de si mesmo.
    A cadeira vazia pode ser muito útil para extrair perceções importantes, significados e outras informações que podem ajudar os clientes a tornarem-se mais conscientes de sua experiência emocional.
    O objetivo do trabalho com as duas cadeiras é trazer o eu experienciador e o crítico interno em contato um com o outro, para que o cliente preste atenção a ambos, para que o “diálogo interno oculto se torne evidente” e para que ocorra uma mudança à medida que o cliente aumenta a autoaceitação e desenvolve novos esquemas cognitivos
    Pesquisas empíricas recentes sugerem que a técnica das duas cadeiras é superior a outras intervenções terapêuticas para conflitos internos, conflitos decisórios, conflitos conjugais e questões não resolvidas, e que a técnica das duas cadeiras é tão eficaz quanto as terapias rogerianas e cognitivo-comportamentais
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13
Q

Exercícios da Terapia Gestalt: 3. Linguagem corporal

A
  1. Linguagem corporal
    Durante uma sessão, o terapeuta da Gestalt pode notar que o cliente está a bater com o pé, a torcer as mãos ou a fazer uma certa expressão facial.
    O terapeuta devolve ao cliente o que está a observar e questiona sobre o que está a acontecer naquele momento.
    Incorporando a linguagem, o terapeuta pode pedir ao cliente que dê uma voz aos pés, mãos ou expressão facial.

Terapeuta: (percebendo que a cliente está distante e com baixa energia) O que está se destacando para você agora?
Sandra: Minha cabeça parece estar cheia de algodão, eu gostaria de poder simplesmente tirá-la.
Terapeuta: Tenho uma sugestão. Fale como se você fosse o algodão na cabeça de Sandra.
Sandra: Estou enchendo a cabeça de Sandra. Me entulhando em cada canto e não deixando espaço para ela… assim como sua mãe, pai, marido, filhos, trabalho - todas essas malditas responsabilidades que acabam recaindo sobre mim! (A energia aumenta.)

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14
Q

Exercícios da Terapia Gestalt: 4. Exagero

A
  1. Exagero
    Além de dar voz à linguagem corporal, um terapeuta Gestalt pode indagar sobre a linguagem corporal do cliente.
    Se é difícil para a pessoa encontrar palavras para explicar o que está a acontecer, pode ser solicitado que o cliente exagere essa linguagem corporal ou a repita várias vezes seguidas por um período de tempo durante a sessão, para extrair parte de sua experiência no processo.
    O cliente e o terapeuta têm oportunidade de processar emoções e mostrar como o cliente pode ter aprendido a dissociar as suas experiências emocionais das suas experiências físicas.
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15
Q

Exercícios da Terapia Gestalt: 5. Localização da Emoção

A
  1. Localização da Emoção
    Durante a sessão, é comum as pessoas falarem sobre emoções.
    Falar de uma emoção é diferente de experimentar uma emoção, que é o que o terapeuta da Gestalt pretendem que o cliente faça durante as sessões.
    Quando um cliente fala sobre uma emoção, o psicólogo pode questionar onde sente essa emoção no corpo.
    Um exemplo disso pode ser “um buraco no estômago” ou “peito apertado”. Ser capaz de levar a experiência emocional à consciência no corpo
    Ajuda o cliente a permanecer no presente e processar as suas emoções de forma mais eficaz.
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16
Q

Emoções - informações

A
  • Emoções são cruciais para a sobrevivência, originando-se na evolução e sendo moldadas por experiências e cultura.
  • Biologicamente determinadas, as emoções podem adquirir novos significados pelo contato com o ambiente.
  • Automáticas e involuntárias, as emoções, como o medo, desencadeiam reações fisiológicas através de circuitos neurais específicos.
  • Além do processamento automático, as emoções humanas são influenciadas pela avaliação cognitiva, reflexão e racionalização.
  • Ao longo da evolução, o organismo humano ganhou complexidade, permitindo experiências emocionais ligadas ao passado, futuro e autoavaliação.
  • Humanos não são totalmente dominados por emoções; podem experienciar, refletir e agir contrariamente às emoções.
  • Como seres sociais, as ideias sobre si mesmos e o mundo geram fortes emoções, influenciando a capacidade de enfrentar situações.
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17
Q

Emoções na terapia focada nas emoções (TFE) - informações

A

Para a TFE, mais do que algo racional ou irracional, as emoções são o grande sistema de construção de significados das experiências, sendo, portanto, fundamentais para o sentido do self e da auto-organização.
São elas que promovem a sobrevivência e o bem-estar, informando que algo importante está a acontecer.

O medo sinaliza o perigo, a raiva ajuda na proteção, no estabelecimento de fronteiras e na remoção de obstáculos, a tristeza a simbolizar perdas, a comunicar necessidades, e o prazer indica que existe algo que pode oferecer enorme recompensa, levando então à aproximação com o objeto/situação.

Cada emoção define uma forma de relacionamento do organismo com o ambiente, com outro organismo e também com o próprio organismo.

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18
Q

Classificação das emoções segundo a TFE - Primárias adaptativas

A

São fundamentais para a sobrevivência do organismo, preparando-o para a ação e auxiliando-o a lidar rapidamente com as situações, sendo respostas diretas, úteis e passageiras. Assim que o estímulo ou a situação deixa de ser importante, a emoção também cessa.
Exemplos de emoções primárias são: a raiva numa situação na qual precisamos de nos defender, envolvendo uma disposição para a ação e o medo quando precisamos evitar o perigo e, assim, sair de determinado lugar.
As emoções primárias adaptativas ajudam-nos e devem ser seguidas pela sua capacidade em organizar as nossas ações;

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19
Q

Classificação das emoções segundo a TFE - Primárias desadaptativas

A

Estão baseadas na história do indivíduo, a partir de vivências traumáticas e aprendizagens passadas. A TFE postula a existência de estruturas de memória que sintetizam elementos afetivos, cognitivos e comportamentais de forma rápida e automática, relacionadas aos mecanismos implícitos, inconscientes e idiossincráticos, formando a base da organização do self.
Estas estruturas de memória, denominadas esquemas emocionais, são o resultado da síntese entre as respostas emocionais inatas e as experiências pessoais, Numa espécie de memória emocional.
Uma vez formadas, elas organizam as experiências e impõem significados às situações
As emoções contidas nos esquemas emocionais são ativadas quando o organismo identifica alguma semelhança entre as situações ou relações atuais a algo que já aconteceu anteriormente.
Passamos a reagir com medo a um animal feroz, mas podemos também temer ser íntimos com alguém, caso os nossos vínculos mais básicos tenham sido recorrentemente inseguros.
Apesar de automáticas, estas não auxiliam na solução de problemas, sendo geralmente acompanhadas de forte ativação emocional e pensamentos catastróficos

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20
Q

Classificação das emoções segundo a TFE - Secundárias

A

Podem ser consideradas como defesas ou disfarces, derivando da impossibilidade dos indivíduos aceitarem as emoções primárias em função de seu impacto emocional doloroso, reagindo contrariamente e, assim, substituindo-as por outras emoções, transformando a emoção original.
Exemplos de emoções secundárias: raiva erguida como proteção da tristeza e o medo como proteção da raiva. Também podemos ter emoções secundárias por nos sentirmos de determinada forma, como experienciarmos raiva por nos sentirmos fragilizados e vulneráveis.
As emoções secundárias também podem acontecer em resposta às cognições, como a ansiedade decorrente de preocupações excessivas.

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21
Q

Classificação das emoções segundo a TFE - Instrumentais

A

Instrumentais: São formas que o indivíduo encontra para obter o que deseja, como demonstrar raiva para intimidar os demais ou tristeza para atrair a atenção (Elliot et al., 2004).

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22
Q

TFE: Disfunção Emocional - Fontes

A

Nem sempre as emoções têm um caráter essencialmente adaptativo. Muitas vezes, a reação emocional pode ser desproporcional às situações, ou aspetos avaliados como simples para a maioria das pessoas terem significados ameaçadores.
A TFE considera que a disfunção emocional é proveniente de quatro fontes principais:
1. a presença de esquemas emocionais
2. a ausência de awareness
3. a incapacidade de regulação emocional
4. problemas na construção da narrativa emocional e do significado

Dificuldades de regulação emocional estão presente não apenas nos indivíduos que sobre-regulam (controlam a emoção excessivamente), perdendo, assim, a capacidade informativa da emoção, mas também naqueles que sub-regulam a emoção (e se sentem invadidos e inundados por ela)

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23
Q

TFE: história e fundadores

A

A Terapia Focada nas Emoções foi criada no Canadá nos anos 80/90
Fundadores: Leslie S. Greenberg, Laura Rice, Robert Elliott e Jeanne Watson
Apresenta-se como um modelo integrativo de vários princípios de mudança e intervenção decorrentes das terapias humanistas, experienciais e sistémicas, tendo sido aplicada inicialmente a situações de depressão
Ao longo destes ensaios clínicos, a Terapia Focada nas Emoções tem demonstrado a sua eficácia no tratamento da depressão, trauma complexo, conflitualidade conjugal moderada e diferentes perturbações de ansiedade.
Leslie Greenberg, faz clínica privada individual e de casal e orienta encontros de formação na abordagem focada nas emoções.

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24
Q

TFE: o que valoriza?

A

A TFE valoriza as experiências emocionais, a relação terapêutica e a formação de novos significados dentro do setting terapêutico como os componentes centrais da mudança, retomando, assim, a tradição da terapia humanista de valorização da relação, da validação emocional e da compreensão empática.

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25
Q

TFE: informações de modalidade

A
  • A Terapia Focada nas Emoções é uma modalidade de psicoterapia breve (habitualmente os processos terapêuticos duram 16 a 20 sessões semanais), cujo objetivo é transformar as experiências emocionais centrais que estão implicadas em diversas situações clínicas.
  • Desenvolvida nas últimas décadas do século XX, a Terapia Focada nas Emoções integra influências de várias modalidades dentro das terapias humanistas e experienciais (como a Terapia Centrada no Cliente e a Terapia Gestalt)
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26
Q

TFE: evidências

A

A terapia focada na emoção (TFE) é reconhecida pela Associação Americana de Psicologia (APA) (Society of Clinical Psychology, 2016) como uma terapia baseada em evidências para depressão, revelando também evidências de eficácia no tratamento de traumas complexos, perturbação de ansiedade social, perturbações alimentares, bem como em conflitos familiares e de casais.

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27
Q

TFE: princípio básico (Leslie Greenberg)

A

A Terapia Focada nas Emoções trabalha sob o princípio básico de que as pessoas devem primeiro chegar a um local antes de o poderem deixár.
Temos que sentir as nossas emoções dolorosas para nos curarmos.

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28
Q

TFE: O que promove?

A

A Terapia Focada nas Emoções promove a mudança ao nível da experiência emocional, desenvolvendo uma melhor compreensão, aceitação e transformação das emoções mais centrais na nossa vida
Defendem por isso que grande parte das problemáticas clínicas como a depressão, a ansiedade, entre outras, derivam de dificuldades no processamento de emoções específicas que impedem a nossa adaptação aos desafios quotidianos

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29
Q

TFE: Arriving e leaving

A

A prática clínica da TFE tem foco no processo experiencial dos indivíduos, entendendo que não é possível mudar uma emoção apenas por meio do insight
Considera-se a existência de dois processos básicos: as fases de chegada (arriving) e partida (leaving)
É preciso experienciar as emoções e chegar até elas (arriving) para então podermos entendê-las, transformá-las e nos libertarmos de respostas desadaptativas, automáticas e repetitivas (leaving)
A utilização de processos experienciais, porém, não resulta por si só em bons desfechos no processo de psicoterapia.
Mais do que apenas expressar emoções, a TFE afirma a importância dos aspetos reflexivos: não basta apenas sentir; é preciso também dar sentido à experiência.
Alguns indivíduos podem necessitar de facilitação para a expressão e elaboração das emoções, enquanto outros podem precisar de processos de regulação emocional.
As pessoas têm de compreender o que as suas emoções indicam, para, assim, elaborar as informações em novas narrativas.

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30
Q

TFE: Greenberg

A

Greenberg (2002) considera as emoções como a chave para a organização dos significados e para a construção do self.
Uma vez acedidas as emoções contidas nos esquemas emocionais, os clientes são auxiliados a tolerá-las, identificar as necessidades emocionais centrais que não foram atendidas e então aceder às suas emoções primárias adaptativas.
Procura-se mudar emoções com outras emoções. A experiência, uma vez sentida e corporificada, é então simbolizada na narrativa, de forma a incluir novos significados.
Os clientes precisam, portanto, construir novas narrativas a partir das suas experiências, da ressonância das emoções em suas vidas, em seus corpos, e não apenas ter insights cognitivos ou alternativas racionais.

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31
Q

TFE: empatia

A

A empatia tem segundo a perspetiva da TFE, três funções importantes na psicoterapia:
1. Promover a aliança entre cliente e terapeuta, tendo uma função interpessoal;
2. Ajudar a explorar, desconstruir visões e pressupostos do cliente e a construir novos significados;
3. Promover a capacidade dos indivíduos de se autorregularem emocionalmente

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32
Q

TFE e TCC

A

Terapeuta Cognitivo-Comportamental: “O que é que está a pensar?”
Terapeuta Focado nas Emoções: “O que é que está a sentir?”
A TFE pode complementar o trabalho do clínico cognitivo-comportamental sobretudo com clientes que não beneficiam das intervenções clássicas da TCC

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33
Q

TFE: caráter integrativo

A

A TFE destaca-se por seu caráter integrativo, sendo um modelo de psicoterapia desenvolvido a partir da aplicação de princípios humanistas, fenomenológicos e construtivistas, com ênfase na relação terapêutica, na empatia e em intervenções experienciais guiadas por marcadores específicos observados durante as sessões.

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34
Q

TFE: objetivo principal

A

Tem como objetivo principal a reorganização do sistema de significados do paciente a partir de processos experienciais e relacionais desenvolvidos para aceder às emoções

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35
Q

A psicoterapia proposta pela TFE pode ser dividida em três etapas

A
  1. A formação de uma relação terapêutica sólida e o auxílio para que o cliente aumente o awareness sobre suas emoções. É relacionada ao processo de following, sendo basicamente composta pelas intervenções empáticas
  2. A segunda etapa refere-se à evocação, à identificação e à exploração dos estados emocionais desadaptativos e dos esquemas emocionais do cliente.
  3. A etapa final, de transformação emocional, envolve a utilização de procedimentos específicos (empáticos ou experienciais), a partir da identificação e exploração, com o objetivo de auxiliar o cliente a entrar em contato com suas necessidades emocionais não atendidas, e assim poder gerar novas emoções, além de criar novas narrativas a partir das experiências emocionais vivenciadas.
36
Q

Processo de mudança em TFE

A

Aceder a respostas desadaptativas: You can’t leave it until you arrived it
–>
Promover respostas emocionais alternativas: Mudar emoções com emoções
–>
Refletir sobre novas emoções
–>
Gerar novos significados : Transformar a auto-organização prévia desadaptativa

Exemplo da ansiedade social
O modelo da TFE para ansiedade social considera que experiências recorrentes de crítica, rejeição ou superproteção e inadequação, em conjunto com a emoção da vergonha, são internalizadas em forma de esquemas emocionais, sendo a ansiedade a emoção secundária decorrente da tentativa de evitamento do sofrimento proveniente dessas experiências, por meio de hipervigilância à crítica, vieses atencionais e de interpretação.
Ao contrário da TCC, que enfatiza a importância do trabalho direcionado à flexibilização do processamento de informação e ao lidar com a ansiedade, o modelo da TFE não enfatiza a ansiedade secundária, tendo o foco principal na facilitação das necessidades emocionais centrais de validação, respeito, reconhecimento e proteção, que estão implícitas no esquema emocional de vergonha e vulnerabilidade.
Uma vez ativado o esquema emocional, o cliente quebra o evitamento emocional, aceitando e regulando a emoção. A ideia principal é que ele possa entrar em contato com as emoções primárias adaptativas, como a raiva e a tristeza decorrentes das frustrações das necessidades emocionais centrais, incluindo essas novas emoções no esquema emocional anterior, proporcionando a construção de novos significados, o empoderamento do self e uma nova visão de si mesmo

37
Q

TFE: Regulação emocional

A

Regulação emocional (RE) refere-se às tentativas de influenciar emoções em nós mesmos ou nos outros.
A desregulação emocional é a incapacidade de responder e gerir emoções de forma flexível. Embora esta definição possa parecer simples, há uma considerável variação nos fenómenos. Alguns investigadores têm-se concentrado na sensibilidade emocional, outros na intensidade afetiva ou labilidade afetiva, enquanto outros ainda se focam na vulnerabilidade emocional, e assim por diante.
Uma maneira de compreender estas abordagens diversas é ver a desregulação emocional como um processo que incorpora múltiplos componentes interativos, e não como um estado final.

38
Q

TFE: Regulação emocional - Modelo da cascata emocional

A

Uma explicação de como os comportamentos mal-adaptativos surgem é oferecida pelo modelo da cascata emocional.
Este modelo hipotetiza que, se o afeto negativo se tornar suficientemente intenso, as pessoas tendem a escolher comportamentos mal-adaptativos em vez de comportamentos adaptativos.
Isso pode acontecer porque os comportamentos mal-adaptativos frequentemente têm um efeito mais imediato ou são mais simples de empregar do que os comportamentos mais adaptativos.
No entanto, embora tais comportamentos mal-adaptativos possam ser eficazes na redução do afeto negativo, são, em última análise, problemáticos, quer devido a consequências negativas, quer porque não são eficazes a longo prazo, ou ambas as razões.
Dois tipos de comportamentos comuns no transtorno de personalidade borderline (TPB) são impulsivos e comportamentos suicidas e autolesivos.

39
Q

O modelo de processo de regulação emocional, incluindo geração de emoções

A

Ver esquema (9)

40
Q

Comportamentalismo: História

A

A história do movimento comportamental em psicologia confunde-se com a própria história da psicologia
* Aspirações da psicologia como ciência e prática autónoma
* A procura de objetividade e ciência, destacando-se do subjetivismo da filosofia e de outras ciência humanas

41
Q

Comportamentalismo: História - John Watson

A

John Watson – pai conceptual do comportamentalismo
* Em 1913 publica importante manifesto em que proclamava a psicologia como um ramo puramente objetivo e experimental das ciências exatas
* Quadro de referência teórico para Pavlov, Thorndike, Guthrie

42
Q

Comportamentalismo: História - Skinner

A

Skinner – concetualização epistemológica do comportamentalismo, criando os princípios e bases que estiveram na origem de grande parte da abordagem comportamental

43
Q

Comportamentalismo: História - As abordagens psicodinâmicas dominantes e os primeiros comportamentalistas

A
  • Crentes na flexibilidade e plasticidade do comportamento humano e no poder das leis e processos de aprendizagem
  • As primeiras interpelações clínicas – Watson e Rayner, 1920 (o pequeno Alberto) e Jones, 1924 (a fobia de Pedro)
    Pequeno Albert: demonstrou o condicionamento clássico ao associar o medo a estímulos anteriormente neutros, como ratos brancos, numa criança.
    A fobia do Peter: demonstrou sucesso na redução do medo condicionado de uma criança por meio da técnica de dessensibilização sistemática (exposição gradual a estímulos aversivos associados ao medo num processo estruturado e progressivo).
44
Q

Comportamentalismo: Três pressupostos - evolução conceptual e metodológica do comportamentalismo

A

Operacionalização e objetivismo: a necessidade de traduzir o comportamento humano em unidades discretas, objetivas e observáveis
Regulação da aprendizagem: Todo o comportamento, seja ele funcional ou disfuncional, pode ser explicado com base nos princípios e leis da aprendizagem que, uma vez identificados, podem ser generalizados para vários indivíduos, contextos e situações
Determinismo externo: o comportamento está pouco dependente das características inatas ou internas do organismo. Grande parte do que somos e fazemos é determinado pelas circunstâncias da nossa interação com o meio.

45
Q

Comportamentalismo: Avaliação e conceptualização comportamental

A

Processo em que os dados da realidade e do funcionamento do cliente são traduzidos em acontecimentos objetivos, observáveis e operacionalizados
Permite esclarecer as relações funcionais entre acontecimentos do meio e as respostas do cliente
O modelo terapêutico comportamental veio alterar as metodologias e processos de avaliação clínica

46
Q

Comportamentalismo: Avaliação e conceptualização comportamental - 4 Características fundamentais

A

A centração em acontecimentos/comportamentos observáveis
A concetualização do comportamento como amostra
A procura de esclarecimentos das relações funcionais (entre variáveis do meio e comportamento do cliente)
Ligação estreita entre avaliação e tratamento

47
Q

Comportamentalismo: Avaliação e conceptualização comportamental - A centração em acontecimentos/comportamentos observáveis

A
  • Foco no que a pessoa faz e não no que é
  • Operacionalização e objetivação do comportamento, permitindo a identificação dos fatores concretos da mudança
  • Interessa saber o que o cliente faz, como o faz e quando o faz
  • Para o clínico comportamental:
    o Identificar claramente o comportamento a ser observado
    o Defini-lo objetiva e operacionalmente
    o Analisá-lo topograficamente quanto à forma, frequência, duração e intensidade
48
Q

Comportamentalismo: Avaliação e conceptualização comportamental - A concetualização do comportamento como amostra

A
  • O comportamento observado no cliente é visto como uma amostra do seu reportório comportamental
  • A exequibilidade da abordagem comportamental obriga à seleção de acontecimentos ou de respostas significativas
  • Necessário recorrer a uma amostragem de várias situações ou acontecimentos que se mostrem significativamente representativas do funcionamento do cliente
49
Q

Comportamentalismo: Avaliação e conceptualização comportamental -A procura de esclarecimentos das relações funcionais (entre variáveis do meio e comportamento do cliente)

A
  • O comportamento não é uma característica estável dos indivíduos, varia em função das características das situações ou dos contextos
  • O comportamento varia em função dos estímulos externos que o rodeiam, estímulos antecedentes ou consequentes
  • O terapeuta comportamental procura analisar os estímulos antecedentes e consequentes para recolher informação acerca das relações funcionais entre o meio e o comportamento
  • Pretende-se uma análise funcional dos comportamentos:
    o Estudo da relação contingencial entre estímulos antecedentes, comportamentos e consequências;
    o Clarificar a sua funcionalidade: relação entre os comportamentos e o seu meio
50
Q

Comportamentalismo: Avaliação e conceptualização comportamental - Ligação estreita entre avaliação e tratamento

A
  • Estreita ligação entre avaliação e processo terapêutico
  • O terapeuta comportamental está capaz de definir uma estratégia terapêutica adequada e também de monitorizar os efeitos do tratamento
  • Steve Haynes (1986) – propôs um modelo para a seleção do tratamento no qual são avaliadas três tipos de variáveis:
    1. variáveis do cliente (motivação, resistência, recursos, …);
    2. variáveis do meio (mediadores sociais, apoio social, recursos organizacionais, limitações ambientais);
    3. variáveis do terapeuta
     A partir daqui, o terapeuta deverá proceder à seleção de uma estratégia terapêutica específica
51
Q

Descrição comportamental: análise E.O.R.C

A

O Modelo de avaliação E.O.R.C. (em inglês S.O.R.C.): Identificar os vários subcomponentes da descrição comportamental
Esquema (11)

52
Q

Modelo de avaliação E.O.R.C: Avaliação do Estímulo – E

A

Os comportamentos não podem ser vistos como isolados dos contextos onde são emitidos
* Necessidade de identificar estímulos discriminativos* antecedentes dos comportamentos que pretendemos observar
*conjunto de variáveis específicas da situação que antecedem o aparecimento de um comportamento, mostrando a probabilidade da sua ocorrência
A descrição dos estímulos deve ser feita tal como na operacionalização de comportamentos
* Não basta mencionar a situação, é necessário concretizar os estímulos e se possível, a sua medição
Pretende-se elaborar um mapa ambiental do cliente que permita conhecer os cenários onde ocorrem as suas execuções comportamentais

53
Q

Modelo de avaliação E.O.R.C: Avaliação do Organismo – O

A

Variáveis do organismo: todas as diferenças individuais que o cliente traz consigo para a situação de consulta:
* Variáveis genéticas
* Variáveis fisiológicas
Estes dois grupos de variáveis não são fundamentais na descrição comportamental, mas podem ser informativas
* História das aprendizagens passadas
o Procura-se identificar os fatores relacionados com o aparecimento do comportamento, a sua evolução e as condições da sua manutenção

54
Q

Modelo de avaliação E.O.R.C: Avaliação da Resposta – R

A

Três tipos de respostas na descrição comportamental
Respostas cognitivas: Na perspetiva comportamental valoriza-se o auto-relato acerca dos comportamentos próprios
Respostas fisiológicas: Identificar a componente organísmica: resistência elétrica da pele, resposta muscular, frequência cardíaca, tensão arterial, …
Respostas motoras
* Principal foco no paradigma comportamental
* Identificar dois tipos de respostas: (1) aquelas que se pretendem aumentar ou fortalecer, (2) as que se pretendem diminuir ou enfraquecer
Para cada uma das respostas motoras é necessário proceder à sua operacionalização e medida de frequência, intensidade e duração

55
Q

Modelo de avaliação E.O.R.C: Avaliação das Consequências – C

A

Estímulos de controle que ocorrem contingencialmente à emissão das respostas e que influenciam a sua frequência, duração e intensidade
Vários tipos de consequências:
* Consequências junto dos outros
* Consequências na situação
* Consequências auto-administradas
* Consequências a curto-prazo
* Consequências a longo-prazo
Também as consequências devem ser operacionalizadas e estudadas:
* Magnitude (frequência, duração, intensidade)
* Programação (imediatas, retardadas, contínuas, intermitentes

56
Q

Modelo da Análise Funcional

A

Usar a análise funcional como uma abordagem para guiar o tratamento individualizado de sintomas negativos
Esquema (12)

57
Q

Os Planos ABC

A

O Plano ABC, refere-se a Antecedentes, Comportamentos e Consequências. Essa estrutura é frequentemente utilizada na análise de comportamentos para compreender e modificar padrões específicos.
1. Antecedentes (A): São os eventos, estímulos ou condições que ocorrem diretamente antes de um comportamento. Antecedentes podem influenciar a probabilidade de um comportamento ocorrer.
2. Comportamentos/behaviors (B): ações ou comportamentos específicos de um indivíduo que são de interesse. O foco está na descrição objetiva do comportamento específico que está a ser analisado.
3. Consequências (C): Referem-se às respostas ou eventos que se seguem a um comportamento. Consequências podem ser positivas (reforço) ou negativas (punição), influenciando a probabilidade de o comportamento acontecer novamente no futuro.
O Plano ABC é uma ferramenta valiosa para terapeutas comportamentais e analistas do comportamento, permitindo uma análise sistemática dos eventos que envolvem comportamentos específicos. Isso ajuda a identificar padrões, compreender a função do comportamento e desenvolver estratégias eficazes de intervenção ou modificação do comportamento.

58
Q

Formulação Comportamental - Análise Funcional

A

A descrição comportamental embora condição necessária para a organização de uma estratégia terapêutica, não é suficiente…
Necessário organizar informação/dados num quadro conceptual coerente: A Análise Funcional - microanálise e macroanálise
Microanálise: Consiste no estudo das diversas relações contingenciais responsáveis pela manutenção de um determinado problema
* Depois de analisados os estímulos antecedentes, as respostas e os seus consequentes, o terapeuta comportamental elabora um mapa conceptual que esclareça a relação funcional entre os três elementos
Macroanálise: Consiste no levantamento geral de vários problemas e da história das aprendizagens do cliente de modo a possibilitar o esclarecimento da relação funcional entre as várias áreas do seu funcionamento
* Analisar a coerência histórica e funcional na organização do reportório comportamental do cliente

59
Q

A entrevista comportamental

A

Todo o processo de descrição e análise comportamental aparece integrado na entrevista de avaliação comportamental
* Guia da entrevista de avaliação comportamental (G.E.A.C.)
o A entrevista de avaliação comportamental deverá ser estruturada, mas suficientemente flexível, centrando-se na análise do funcionamento global e na análise detalhada das disfunções do cliente

60
Q

A entrevista comportamental: Objetivos

A

Objetivos da entrevista comportamental:
1. Iniciação do processo terapêutico
2. Avaliação do funcionamento global do cliente e dos sistemas em que está inserido
3. Definição e análise das várias áreas problemáticas
4. Estabelecimento de um diagnóstico
5. Formulação concetual

61
Q

O paradigma do condicionamento clássico: Introdução histórica

A

O comportamentalismo nasce com os primeiros estudos de aprendizagem e com a emergência do paradigma do condicionamento clássico
Os estudos de Pavlov, Thorndike, Guthrie, Watson e Mowrer fizeram da “aprendizagem” o objeto de estudo da psicologia
* Pavlov e a Escola Russa de Reflexologia
* Watson e Rayner e o caso do pequeno Alberto
* Jones e o caso do Pedro

62
Q

C.C: Os estudos históricos permitiram concluir:

A

Grande parte das aprendizagens humanas e animais ocorrem por um processo de condicionamento
* Por emparelhamento repetido entre um estímulo neutro e um estímulo incondicionado, o primeiro adquire algumas das propriedades do segundo passando a desencadear por si só respostas aprendidas condicionadas
* Também o comportamento disfuncional obedece às leis de aprendizagem e condicionamento
o é possível mediante o recurso aos processos e leis da aprendizagem, descondicionar condicionamentos previamente adquiridos, tratando com recurso às leis da aprendizagem, várias perturbações do comportamento humano

63
Q

C.C: Conceitos fundamentais

A

Tabela (14)

64
Q

C.C: Pressupostos

A

O paradigma do condicionamento clássico é orientado por um conjunto de pressuposições acerca do comportamento humano, do seu desenvolvimento e da sua transformação
É destes que emergem as técnicas de intervenção terapêutica.
Pressupostos:
1. Pressuposto do c.c
2. Pressuposto do condicionamento emocional
3. Pressuposto do contracondicionamento e extinção

65
Q

C.C: Pressupostos - 1. Pressuposto do Condicionamento Clássico

A

Grande parte dos comportamentos humanos e animais são aprendidos por uma cadeia complexa de emparelhamento entre estímulos condicionados e incondicionados, dando origem a vários condicionamentos
Alguns condicionamentos são de segundo ordem, ie, condicionamentos que tomam como ponto de partida condicionamentos estabelecidos anteriormente
* Os conceitos de estímulos e respostas condicionadas e incondicionadas, os processos de generalização de estímulos e respostas, os mecanismos de extinção e de discriminação, constituem os mecanismos fundamentais para explicação de grande parte das condutas

66
Q

C.C: Pressupostos - 2. Pressuposto do condicionamento emocional

A

As respostas emocionais e psicopatológicas também podem ser aprendidas e explicadas com base nos mesmos princípios e leis que regulam o comportamento normativo
Através de uma análise detalhada das histórias de aprendizagem de cada pessoa é possível conhecer o percurso das aquisições e do desenvolvimento das suas respostas emocionais funcionais e assim operacionalizar os mecanismos e condicionamentos responsáveis pela disfunção

67
Q

C.C: Pressupostos - 3. Pressuposto do contracondicionamento e extinção

A

Se as respostas são aprendidas por mecanismos de condicionamento clássico, os mesmos mecanismos podem orientar o processo de transformação e mudança
Contracondicionamento: através do emparelhamento entre um E previamente indutor de uma resposta emocional desagradável e um outro E incondicionado elicitador de uma resposta antagónica, a associação entre o EC e a reposta emocional disfuncional diminui progressivamente acabando por extinguir-se
Extinção: expondo a pessoa ao EC na ausência repetida do EI, a resposta condicionada extinguir-se-á progressivamente
* torna-se possível inverter grande parte das aprendizagens disfuncionais

68
Q

C.C: Implicações terapêuticas - condições

A

Duas condições mantêm os comportamentos emocionais disfuncionais:
* Desenvolvimento de respostas emocionais
* Aparecimento de respostas de evitamento
o O tratamento deverá visar a extinção: Através da exposição do indivíduo aos estímulos condicionados, na ausência das condições adversas provocadas pelo E incondicionado

69
Q

C.C: Implicações terapêuticas - Duas implicações terapêuticas

A
  1. Inibição recíproca e contracondicionamento
    Refere-se ao enfraquecimento de uma resposta condicionada provocado pela estimulação de uma resposta antagónica
    Com base nos modelos de contracondicionamento e inibição recíproca vão surgir estratégias terapêuticas de exposição gradual e mediatizada (ou técnicas de dessensibilização sistemática)
    * Estas estratégias implicam a confrontação gradual com uma hierarquia de estímulos condicionados através da mediatização do relaxamento
  2. Extinção ou habituação
    Exposição repetida aos estímulos condicionados na ausência do estímulo incondicionado prevenindo simultaneamente a organização pela pessoa de qualquer resposta de evitamento
    Baseadas nos modelos de extinção e habituação surgem as estratégias terapêuticas de exposição direta, habitualmente sob a designação de técnicas de imersão ou implosão
    * Há uma exposição direta e prolongada aos estímulos condicionados geradores das respostas emocionais, enquanto se previne o aparecimento de qualquer resposta de fuga ou evitamento
70
Q

O paradigma do condicionamento operante: Introdução histórica

A

B. F. Skinner – a psicologia como ciência do comportamento
* Obstáculos: a psicologia humanista; psicoterapia e psicologia cognitiva
Skinner e os princípios do condicionamento operante
O meio não estimula unicamente o comportamento&raquo_space; o meio seleciona o comportamento através das suas consequências
O comportamento é regulado pelas suas consequências e são estas que determinam a aprendizagem animal e humana.
A Caixa de Skinner -> leis da aprendizagem:
* Quando a ocorrência de um comportamento é seguida da apresentação de uma consequência reforçadora, a força deste comportamento aumenta
* Quando a ocorrência de um comportamento deixa de ser seguida de uma consequência reforçadora, a força do comportamento diminui

71
Q

C.O: A análise operante do comportamento – três contribuições

A
  1. Maior atenção à observação objetiva dos comportamentos
  2. As consequências do comportamento passam a ser vistas como principais fatores reguladores da aprendizagem animal e humana
  3. É possível através da manipulação contingencial e sistemática das consequências, produzir novas aprendizagens e extinguir aprendizagens anteriormente adquiridas, quer estas aprendizagens sejam relativas a comportamentos motores quer a respostas verbais complexas (ex. em consulta)
72
Q

C.O: Conceitos fundamentais

A

Os estímulos discriminativos ou circunstâncias que indicam ao sujeito a probabilidade da ocorrência de uma determinada consequência
A resposta operante ou ação instrumental do sujeito
As consequências da resposta ou instrumental do sujeito
* A inter-relação destas três dimensões definem as contingências de um comportamento: reforço, escalas de reforço, punição, extinção e controlo do estímulo

73
Q

C.O: Conceitos fundamentais - Reforço

A

Consequência de um comportamento que tem como efeito aumentar a frequência, duração ou intensidade
* Busca do prazer -> reforço positivo (ex. poder ver televisão)
* Fuga à dor -> reforço negativo (ex. não ter de comer brócolos que não gosta)

74
Q

C.O: Conceitos fundamentais - Escalas de reforço

A

Escalas de reforço contínuo
* Todas as respostas operantes são seguidas de reforço
* proporção ou intervalo fixo ou variável
Escalas de reforço intermitente
* Apenas algumas das respostas são seguidas de reforço
* Proporção ou intervalo fixo ou variável
Programas de reforço contínuo são fundamentais na aquisição de novos comportamentos
Programas de reforço intermitente são fundamentais para evitar a sua extinção
Tabela (16)

75
Q

C.O: Conceitos fundamentais - Punição

A

Apresentação de um acontecimento aversivo ou retirada de um estímulo positivo como consequência pela emissão de uma determinada resposta operante
* leva à diminuição da frequência, duração ou intensidade do comportamento

76
Q

C.O: Conceitos fundamentais - Extinção

A

Fazer com que uma determinada resposta deixe de ser seguida do respetivo reforço
* enfraquecimento gradual da resposta operante

77
Q

C.O: Conceitos fundamentais - Controle do estímulo

A

Os comportamentos são também controlados pela apresentação de estímulos antecedentes
Quando repetidamente associados com uma determinada consequência, os estímulos antecedentes tornam-se estímulos discriminativos para a probabilidade de ocorrência de uma determinada resposta

78
Q

C.O: Pressupostos - Pressuposto do condicionamento operante

A

Pressuposto do condicionamento operante: Os comportamentos humanos e animais são regulados pelas suas consequências

79
Q

C.O: Pressupostos - Pressuposto da extinção

A

Pressuposto da extinção: Sempre que um comportamento operante deixa de ser seguido de um acontecimento reforçador, diminui progressivamente a probabilidade de emissão desse comportamento operante

80
Q

C.O: Pressupostos - Pressuposto da transformação de operantes

A

Pressuposto da transformação de operantes: Todos os comportamentos humanos normais ou patológicos, simples ou complexos, verbais ou não verbais, podem ser operacionalizados em unidades comportamentais discretas
* É possível desenvolver planos terapêuticos

81
Q

C.O: Implicações terapêuticas

A

De acordo com paradigma do condicionamento operante, grande parte dos problemas do comportamento humano resumem-se a dois temas:
* Reportório comportamental não inclui determinado comportamento ou é insuficiente (em termos de frequência, duração ou intensidade)
* Reportório comportamental tem comportamentos em excesso cuja eliminação ou redução de frequência, duração ou intensidade, é necessária

82
Q

C.O: Implicações terapêuticas - Principais estratégias operantes (o que fazem e como as formular)

A

Principais estratégias operantes: técnicas que procuram a diminuição ou aumento de um comportamento
Três aspetos na formulação de uma estratégia operante de modificação do comportamento
1. avaliação e concetualização comportamental
2. organização de estratégias para diminuição da frequência, duração ou intensidade de um comportamento
3. organização de estratégias para aumento da frequência, duração ou intensidade de um comportamento

83
Q

C.O: Avaliação e concetualização comportamental

A
  1. Definição operacional dos comportamentos
    * Os comportamentos são observáveis e objetivos
    * Que comportamentos queremos aumentar e diminuir
  2. Avaliação das relações contingenciais
    * Que relações existem nos comportamentos identificados
    o Estímulos antecedentes ou que elicitam os comportamentos-alvo
    o Consequências ambientais dos comportamentos-alvo
  3. Concetualização das estratégias operantes
    * Que estratégias implementar para dar resposta ao que queremos modificar nos comportamentos
84
Q

C.O: Estratégias para diminuição da F, D ou I de um comportamento

A

Tabela (17)

85
Q

C.O: Estratégias para aumento da F, D ou I de um comportamento

A

Tabela (17)

86
Q

C.O: Limitações

A

A impossibilidade de controlar a multiplicidade de estímulos discriminativos e de consequências presentes nos contextos da realidade humana