Ponto 52 - Suporte Ventilatório Flashcards
Defina assistência ventilatória:
- Pode ser entendida como a manutenção da oxigenação e/ou ventilação dos pacientes portadores de insuficiência respiratória aguda, de maneira artificial, até que eles estejam capacitados a reassumi-las.
Quantas fases podemos dividir o Ciclo Respiratório?
- Em quatro fases:
I -> Fase Inspiratória;
II -> Mudança de Fase Inspiratória para Fase Expiratória;
III -> Fase Expiratória;
IV -> Mudança de Fase Expiratória para Fase Inspiratória.
Fase Inspiratória - conceito:
- O respirador insufla os pulmões do paciente, vencendo as propriedades elásticas e resistivas do sistema respiratório;
- Ao final da insuflação pulmonar, uma pausa inspiratória poderá ser introduzida, prolongando-se a fase, de acordo com o necessário
para uma melhor troca gasosa.
II - Mudança de Fase Inspiratória para Fase Expiratória - conceito:
- O ventilador deverá interromper a fase inspiratória e permitir o início da fase expiratória;
- É o que se chama de ciclagem, dispondo-se hoje de ciclagem por critérios de pressão, fluxo, volume e tempo.
** III - Fase Expiratória - conceito:**
- O ventilador deverá permitir o esvaziamento dos pulmões, normalmente, de forma passiva.
IV - Mudança de Fase Expiratória para Fase Inspiratória - conceito:
- É a transição entre as fases expiratória e Inspiratória e pode ser desencadeada pelo ventilador ou pelo paciente;
- É o que se chama de ciclo respiratório dispondo-se, hoje, de mecanismos de disparo por tempo, pressão ou fluxo.
Objetivos da Ventilação Mecânica - trocas gasosas:
- Reverter a hipoxemia;
- Atenuar a acidose respiratória aguda.
Objetivos da Ventilação Mecânica - dificuldade respiratória:
- Diminuir o consumo de oxigênio relacionado à respiração;
- Reverter a fadiga muscular respiratória.
Objetivos da Ventilação Mecânica - relação pressão-volume:
- Evitar ou reverter atelectasias;
- Melhorar a complacência pulmonar;
- Evitar a progressão da lesão pulmonar.
Objetivos gerais da Ventilação Mecânica:
- Permitir a reparação dos pulmões e vias aéreas;
- Evitar complicações;
- Suporte ventilatório adequado na anestesia geral.
Defina Volume Corrente (Vt):
- Corresponde ao volume de gás movimentado durante uma respiração;
- Em condições fisiológicas (repouso e adulto normal) -> em torno de 500 mL.
Geral -> 6 a 10 mL/Kg peso predito;
Mais atual e sem SDRA -> 6 a 8 mL/Kg peso predito;
Com SDRA -> 4 a 6 mL/Kg peso predito.
Defina Frequência Respiratória (FR):
- É o número de incursões respiratórias que o paciente apresenta por minuto;
- Valores fisiológicos giram em torno de 10 a 20 incursões por minuto (ipm).
Defina Volume Minuto (VE):
- É o volume total de gás mobilizado durante um minuto;
- É calculado pela fórmula:
VE = FR x VT - Seus valores fisiológicos giram em torno de 7,5 L/min.
Defina Tempo Inspiratório (Ti):
- É o tempo que leva para a inspiração se completar;
- Geralmente, gira em torno de um terço do ciclo respiratório.
Defina Tempo Expiratório (Te):
- É o tempo gasto para a expiração se completar;
- Geralmente, gira em torno de dois terços do ciclo respiratório.
Defina Tempo Total (Ttot):
- É o tempo de duração de um ciclo respiratório completo. Ttot = Ti + Te.
Defina Fluxo Inspiratório (Vi):
- Volume de gás que passa pela via de saída inspiratória do ventilador, na unidade de tempo;
- Corresponde à velocidade com que o gás entra no paciente, expressa em litros por minuto (L/min).
Defina Pico de Pressão Inspiratória (PIP):
- É o maior valor de pressão atingido durante a inspiração do Volume Corrente (VT), durante um ciclo de ventilação mecânica;
- Valores excessivos, geralmente além de 50 cm H2O, podem cursar com traumas associados à ventilação mecânica, tais como pneumotórax e pneumomediastino.
Conceitos físicos em ventilação:
** Para haver inflação pulmonar é preciso se vencer a…**
impedância do sistema respiratório, que é imposta pelas forças elásticas dos tecidos, pela interface gás-líquido e pelas forças não elásticas contrárias ao fluxo de gases.
Defina resistência pulmonar:
- É a impedância não elástica oferecida pela fricção e pelo movimento dos pulmões e da caixa torácica;
- Nos adultos saudáveis é calculada pela Lei de Ohm (resistência = variação da pressão / velocidade do fluxo);
- Sendo menor que 2,5 cmH2O/Litro.segundo em ventilação espontânea;
- Aumenta cerca de 2x em pacientes intubados.
Defina elastância pulmonar:
- É a pressão elástica que as estruturas conferem em oposição à inflação;
- Seu inverso é a complacência (adulto saudável = 200 mL/cmH2O / no sistema respiratório fica entre 50 e 100);
- Se soma à elastância da caixa torácica (Esr = Ep + Ecxt), onde pela Lei de Hooke, elastância = variação de pressão / variação de volume
Equação da mobilidade - conceitos:
- Assume-se um grau de liberdade em que os pulmões se expandem em todas as direções;
- Assim, uma única respiração controlada é a expressão de três fatores (pressão, volume e fluxo) e três correlatos (resistência, complacência do sistema respiratório e constante K).
Curvas da ventilação mecânica - estruturação:
- Curvas de fluxo, volume e pressão são montadas com a variável respiratória no eixo Y e o tempo no eixo X.
Curvas da ventilação mecânica - fluxo-tempo (F-t):
- Nas curvas F-t, na análise da fase inspiratória, é possível detectar-se o tipo de fluxo;
- Este pode ser constante (onda quadrada), em rampa (onda em desaceleração ou em aceleração) ou variável (onda sinusoidal).
Curva F-t-> Fluxo constante:
- Quando se inicia a inspiração, o valor do fluxo rapidamente aumenta até alcançar o valor pré-determinado e, então, permanece constante até atingir-se o volume corrente (VC) estabelecido no ventilador (VCV);
- No começo da pausa inspiratória (tempo platô), o fluxo retorna a zero;
- Ao fim da pausa, inicia-se o fluxo expiratório que possui dois componentes: fluxo em aceleração, no início da expiração, e fluxo em desaceleração, que cessa no nível da capacidade residual funcional
(CRF) do paciente.
Curva F-t ->Fluxo em desaceleração:
- No fluxo em desaceleração, este sobe rapidamente e, a seguir, cai no decurso da fase inspiratória, até atingir o valor de zero;
- Ele é típico do modo PCV (ventiladores modernos o trazem no modo VCV também);
- O fluxo é determinado pela diferença de pressão entre o sistema respiratório (mantida constante pelo ventilador no PCV) e os alvéolos;
- Ao final da inspiração a pressão alveolar se iguala à pressão no sistema respiratório e, então, o fluxo zera.
Curva F-t ->Fluxo em desaceleração - formato do braço expiratório da curva:
- Determinado pelo recolhimento elástico dos pulmões, resistência das VAs e esforço muscular feito pelo paciente durante a expiração.
Curva F-t - o que sua análise auxilia?
- É possível diagnosticarem-se algumas condições como:-> aprisionamento aéreo, obstruções de VAs, reposta aos agentes broncodilatores e interação paciente-ventilador;
- Sua análise auxilia, ainda, nos ajustes da pressão ventilatória, do fluxo inspiratório e da razão de tempo inspiratório/expiratório (I/E).
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Curva F-t - onde sua análise é especialmente valiosa?
- No modo PCV, quando a avaliação da curva pressão-tempo é de pouca utilidade, pois, neste caso, o fluxo é a variável dependente que se altera com as modificações no sistema respiratório;
- O ventilador ajusta constantemente o fluxo, conforme alterações na resistência e/ou complacência, como a pressão inspiratória é mantida constante, o volume corrente ofertado varia.
Curvas da ventilação mecânica - Volume-tempo (V-t):
- Essa curva possui a aparência de uma tenda (exceto na presença de uma pausa no final da inspiração (PFI), quando haverá um platô);
- Na VCV, o pico de volume ofertado ocorre ao final da inspiração, ao contrário da VCP, onde o pico é precoce.
Curva Volume-tempo (V-t) - em que sua análise auxilia?
- Sua análise é útil na detecção de aprisionamento aéreo, de vazamentos, de assincronias e de expiração ativa.
Curvas da ventilação mecânica - Pressão-tempo (P-t) - sua avaliação estima quais parâmetros na VCV?
- A resistência, a pressão positiva no final da expiração (PEEP) extrínseca e a PEEP intrínseca (PEEPi) são propriedades mecânicas dinâmicas do sistema respiratório que podem ser estimadas na avaliação da curva P-t. Neste caso pode se calcular também a complacência do sistema respiratório (pois se sabe a variação do volume corrente);
- Sua análise pode ser feita em condições estáticas (com interrupção do fluxo respiratório) ou dinâmicas.
Curva de Pressão-tempo (P-t) - análise em condições dinâmicas:
- VCV -> ponto máximo da inclinação ascendente corresponde ao pico de pressão inspiratória (PPI) e a área sobre a curva corresponde à pressão média das VAs (PMVAs), onde ocorre a oxigenação. Se PEEP é aplicada, a curva começa e termina nesse nível pressórico.
Defina Complacência Efetiva:
- É a complacência calculada em condições verdadeiramente dinâmicas (fluxo mantido e propriedades viscoelásticas não equilibradas);
- É igual à razão da variação de volume pela variação de pressão;
- É um índice sensível de disfunções ventilatórias, porém pouco específica.
O que a análise de modificações na inclinação da curva P-t infere sobre se alterações verdadeiramente da Complacência do sistema respiratório são obtidas?
- Necessário estar em VCV com fluxo inspiratório constante:
-> aumento na inclinação durante a inspiração indica diminuição da complacência;
-> redução na inclinação durante a inspiração indica aumento da complacência;
- A análise dessa curva gerou o índice de estresse (IE) -> se > 1 indica sobredistensão dinâmica e se < 1 indica aumento da complacência do sistema respiratório sendo possível o recrutamento alveolar.
Titulando a PEEP de acordo com o Índice de Estresse:
- Em pacientes com Síndrome do desconforto respiratório aguda (SDRA) pode minimizar a injúria pulmonar relacionada à ventilação.
Curva de Pressão-tempo (P-t) - análise em condições estáticas e semiestásticas:
- Análise baseada no modo VCV, com fluxo inspiratório constante, em que é realizada a manobra de oclusão no final da inspiração (MOFI), que faz com que o VC fique brevemente aprisionado nos pulmões se medindo as pressões elástica, viscoelásticas e resistiva.
A Resistência exercida pelo tubo traqueal deve ser levada em consideração no risco de baro e volutrauma?
Não, pois não influencia no nível alveolar.
**O que é o fenômeno de stress relaxation?
- Diz respeito à propriedade pulmonar de mostrar uma diminuição na pressão de distensão decorre da sua própria expansão, quando inflado com volume constante. E
Análise da Pressão-volume (P-v):
- Volume no eixo Y e pressão no eixo X;
- Curva inspiratória fica pra cima e a expiratória para baixo (se ventilação espontânea fica no sentido horário e, na controlada, no sentido anti-horário.
Alça dinâmica em sua parte inspiratória na VCV apresenta um curso…
PARALELO, mas desviado para direita em relação à alça P-V alveolar;
- A análise desse paralelismo entre as alças inspiratórias permite inferir-se alterações da complacência do sistema respiratório e diagnóstico de sobredistensão alveolar;
- Não serve para titular a PEEP nos pacientes críticos (subestima a Csr nem mede a pressão expiratória final);
- A análise da alça P-V, durante a anestesia, permite o diagnóstico de deslocamento do tubo de duplo lúmen (ventilação monopulmonar;
- Alargamento da Alça (aumento da R) / desvio para direita (redução da Csr).
Análise da curva Fluxo-volume (F-v):
- Fluxo no eixo Y e volume no eixo X;
- Inspiração acima da linha horizontal e expiração abaixo;
- Parte expiatória da alça é útil porque reflete as propriedades dinâmicas do SR e a resistência do TT - seu uso diagnostica vazamentos no sistema, secreção nas VAs ou condensações no sistema, aumento da resistência das VAs e respostas aos agentes broncodilatadores.
Curva Fluxo-volume:
Variáveis dos principais modos ventilatórios:
Vazamentos no sistema - avaliando:
- Pode ocorrer por presença de TT sem balonete, dreno de tórax, fístula broncopleural (vazamentos expiratórios) ou desconexões, mau funcionamento do ventilador e sensor quebrado;
- Ela é evidenciada assim nas curvas:
- P-t -> pela diminuição da PPi (pico de pressão);
- V-t -> porque o lado expiratório da onda não retorna a zero;
- F-t -> o pico de fluxo expiratório diminui;
- P-V -> lado expiratório não
retora ao basal; - F-V -> não se fechal.
Situações que levam ao aumento na resistência das vias aéreas:
- Problemas com TT;
- Broncoespasmo;
- Secreção;
- Bloqueio da válvula expiratória ou do filtro) -> aumentam a PPI (pressão de pico), sem alterar a Pressão de Platô na curva P-t (as alças V-P e F-V se alteram, porém é a curva F-t que marcadamente se altera ao ter diminuído seu pico de fluxo expiratório.
Mudança na curva F-t com o aumento da resistência das vias aéreas:
Resposta ao Broncoespasmo pela análise das curvas do ventilador:
- Analisa-se as curvas F-t ou F-V -> em F-t nota-se um aumento no pico de fluxo expiratório e uma uma redução no tempo expiratório;
- Em F-V demonstra uma melhora no padrão “escavado” em sua fase expiratória, bem como o mesmo aumento no pico de fluxo expiratório;
- Se não tratado adequadamente o broncoespasmo provoca aprisionamento aéreo nos pacientes.
Aprisionamento aéreo (air trapping) - conceito:
- Ocorre em pacientes com algum grau de obstrução ao fluxo aéreo quando o volume pulmonar, ao final da expiração, pode exceder a CRF;
- Devido ao esvaziamento mais lento, a expiração é interrompida por um novo esforço inspiratório antes que o paciente atinja um equilíbrio estático de volume -> estado de hiperinsuflação dinâmica (air trapping).