Ponto 51 - Dor Crônica Flashcards

1
Q

Dor crônica - definição:

A
  • Dor que persiste após 3 meses.

-> É uma experiência complexa que envolve não somente a transdução do estímulo nocivo (nocicepção), mas também um processamento cognitivo e emocional pelo cérebro.

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2
Q

Quando a dor se torna crônica?

A
  • Quando o paciente desenvolve sensibilização central -> estimulação persistente de nociceptores provoca dor espontânea, redução do limiar de sensibilidade e hiperalgesia;
  • 10% dos pacientes não melhoram com o tratamento medicamentoso.
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3
Q

Componentes da dor (3)

A
  1. Sensoria-discriminativo;
  2. Afetivo-emocional;
  3. Cognitivo-interpretativo.
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4
Q

Objetivos do tratamento da dor crônica (6)

A
  1. Aliviar a queixa álgica;
  2. Melhorar qualidade de vida;
  3. Melhorar a funcionalidade e movimentação;
  4. Preservar o bem estar mental;
  5. Evitar uso inadequado ou abuso de medicamentos;
  6. Evitar escapes de dor
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5
Q

Escala nova do tratamento de dor de 2012

A
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6
Q

Tratamento intervencionista

A
  • Procedimentos específicos para alívio da dor, baseados na:
    • Queixa álgica;
    • Etiologia;
    • Anatomia referente a dor.
  • Considerar:
    • Comorbidades clínicas;
    • Perfil do paciente.
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7
Q

Tratamento intervencionista - técnica

A
  • Orientação baseada em imagens radiológicas:
    • Fluoroscopia;
    • Tomografia;
    • Ultrassonografia.
  • Combinação de técnicas: melhora as taxas de sucesso e reduz riscos;
  • Podem auxiliar no estabelecimento de diagnósticos relacionados à dor.
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8
Q

Tratamento intervencionista - indicação

A
  • O tratamento intervencionista da dor é indicado quando o tratamento farmacológico não promove analgesia eficaz, com base na Escada Analgésica da OMS e nível de conforto, ou quando os efeitos adversos do tratamento em uso se tornam intoleráveis ou quando a possibilidade de melhora compensa riscos e possíveis eventos adversos.
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9
Q

Tratamento intervencionista - objetivos (4)

A
  1. Bloquear estímulos nociceptivos em sua origem ou próxima dela;
  2. Bloquear a transmissão de informação nociceptiva pelos nervos
    aferentes;
  3. Diminuir componentes eferentes de mecanismos reflexos que participam na fisiopatologia de algumas síndromes dolorosas (mediadas ou mantidas pelo sistema nervoso simpático);
  4. Controle da inflamação associada a tentativa reparo e/ou regeneração tecidual.
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10
Q

Tratamento intervencionista - contraindicações (4)

A
  1. Recusa do paciente;
  2. Infecções no local;
  3. Coagulopatias (relativa) / uso de anticoagulantes;
  4. Extensão da doença.
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11
Q

Técnicas Neuroablativas x Neuromoduladoras

A
  • Neuroablativas - Sistema Nervoso não é preservado -> interrupções das vias nociceptivas, por meios cirúrgicos, químicos ou térmicos;
  • Neuromoduladoras ou não ablativas: Sistema Nervoso é preservado -> inibição dinâmica das vias nociceptivas pela administração de medicamentos ou técnicas de estimulação.
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12
Q

Procedimentos para dor crônica - objetivos diagnósticos (4)

A
  1. Localizar anatomicamente a fonte de dor;
  2. Diferenciar dor somática da dor visceral;
  3. Identificar ação mediada pelo sistema nervoso simpático na dor;
  4. Determinar a reação do paciente ao alívio da dor.
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13
Q

Procedimentos para dor crônica - objetivos prognósticos (2)

A
  1. Mostrar ao paciente os efeitos dos bloqueios neurolíticos;
  2. Permitir ao paciente experimentar as sensações de déficits sensitivos que ocorrem após o bloqueio, de forma a permitir que ele decida por sua realização ou não.
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14
Q

Procedimentos para dor crônica - objetivos terapêuticos (4)

A
  1. Promover controle da dor;
  2. Inibição do círculo vicioso de dor envolvido em síndromes dolorosas;
  3. Desaferentação da região relacionada ao local da geração da dor;
  4. Estimular resposta inflamatória para técnicas regenerativas.
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15
Q

Bloqueios do Neuroeixo e Coluna Vertebral na Dor Crônica

A
  • Técnica intervencionista mais comum no tratamento da dor;
  • Guiado por fluoroscopia X não guiado;
  • Epidural X foraminal;
  • Realizado nos casos refratários ao tratamento medicamentoso e
    reabilitação.
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16
Q

Bloqueios do Nervos Periféricos na Dor Crônica

A
  • Osteoartrite em joelhos grau III e IV;
  • Administração de fenol 7% 1,5ml em cada nervo: ablação de nervos sensitivos articulares do
    joelho;
  • 63 casos realizados e 43 tiveram seguimento por 6 meses;
  • Todos tiveram redução importante da queixa álgica e melhora da funcionalidade (avaliação de
    WOMAC);
  • Radiofrequência é um procedimento promissor e minimamente invasivo para controlar a dor na extremidade superior.
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17
Q

Bloqueios para Tratamento da dor crônica de cabeça, pescoço e MMSS

A
  • Bloqueio plexo cervical profundo: cefaleia cervicogênica;
  • Bloqueio gânglio cervical simpático: síndrome complexa regional e quadros com componente simpático de face e pescoço;
  • Nervo trigêmeo e Gânglio Pterigopalatino: neuralgia do trigêmeo, dor facial atípica, neunia pós-herpética, migrânea;
  • Nervo Occipital Malor: neuralgia occipital, cefaleia cervicogênica, cefaleia tensionamos;
  • Bloqueio Ramo Medial Cervical: dor facetaria crônica cervical, dor cervicogênica;
  • Bloqueio de forames seletivos cervicais.
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18
Q

Bloqueios do Sistema Nervoso Autônomo para Tratamento da dor crônica

A
  • Indicação: Dor de andar superior de abdome intratável de origem maligna ou não;
  • Técnica: Química ou Térmica, guiado por Tomografia;
  • Segurança: Térmica (labilidade pressão arterial) X Química (distribuição não alvo, diarreia intratável, labilidade pressão arterial).
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19
Q

Procedimentos Invasivos do Sistema Nervoso para Tratamento da dor crônica

20
Q

Bloqueios para Tratamento da dor crônica em Lesão do Manguito Rotador

A
  1. Fisioterapia, AINEs e infiltrações;
  2. Se falha: cirurgia;
  3. Casos com contraindicações à cirurgia: estimulador de nervo periférico (PNS).
21
Q

Infiltração Músculo Esquelética

A

Glicose na articulação -> causa inflamação que atrai células regenerativas.

22
Q

Tipo de Cirurgia e Incidência de Dor Crônica

23
Q

Neuroplasticidade - definição

A
  • “Remodelamento físico da citoarquitetura neuronal que ocorre após estímulos persistentes, por exemplo, dor aguda.”
24
Q

Transição de dor aguda para dor crônica

A
  • Alterações no aferente primário e neurônios do SNC:
  • Modulação:
    • Alterações reversíveis na excitabilidade do aferente primário e neurônios centrais;
  • Modificação:
    • Alterações prolongadas na expressão de neurotransmissores, receptores e canais iônicos, conectividade e sobrevida dos neurônios;
  • Ativação Glial:
    • Processo observado pelo aumento da produção de PAFG;
    • Hipertrofia de astrócitos:
      • Aumento do corpo celular;
      • Aumento da espessura dos prolongamentos gliais.
25
**Sensibilização Neuronal e o processo de cronificação da dor**
- Resposta aumentada ao mesmo estímulo ou que antes não era importante.
26
Sensibilização neuronal periférica!
27
Sensibilização central!
28
**Fatores de Risco para a Dor Crônica Pós-operatória - divisão: (3)**
1. Fatores pré-operatórios; 2. Fatores intraoperatórios; 3. Fatores pós-operatórios.
29
**Fatores Pré-operatórios de Risco para a Dor Crônica Pós-operatória: (6)**
1. Predisposição genética; 2. Cirurgias repetidas; 3. Dor moderada ou forte por mais de um mês no local da cirurgia; 4. Fatores psicossociais: - Vulnerabilidade psicológica (catastrofismo) - Ansiedade pré-operatória; - Ganho secundário no trabalho; 5. Sexo feminino; 6. Adultos jovens.
30
**Fatores Pré-operatórios de Risco para a Dor Crônica Pós-operatória - predisposição genética:**
- Foram descritos polimorfismos em inúmeros genes que podem estar associados à modificação na resposta - Single Nucleotide Polymorphisms (SNPs): - Nav1.7; - COMT; - Receptor mi; - GTP ciclohidrolase.
31
**Fatores Intraoperatórios de Risco para a Dor Crônica Pós-operatória: (6)**
1. Tipo de cirurgia; 2. Extensão da cirurgia; 3. Quantidade do procedimento cirúrgico por ano; 4. Acesso cirúrgico com risco de lesão de nervo: • Toracotomias; • Amputações de membros; • Herniorrafias sem tela; 5. Fatores que predisponham inflamações prolongadas: • Flos cirúrgicos; • Presença de corpos estranhos; 6. Técnica anestésica • Halogenados; • Anestesia geral - bloqueios anestésicos/analgésicos.
32
**Fatores Pós-operatórios de Risco para a Dor Crônica Pós-operatória: (8)**
1. Intensidade da dor pós-operatória: • Moderada ou forte; 2. Duração da analgesia pós-operatória; 3. Radioterapia na região da incisão; 4. Quimioterapia neurotóxica; 5. Depressão; 6. Vulnerabilidade psicológica; 7. Neurose; 8. Ansiedade.
33
**Fatores Pós-operatórios de Risco para a Dor Crônica Pós-operatória: (tabela)**
34
35
36
37
Fibromialgia x Herpes Zoster
38
**Síndrome da Dor Complexa Regional**
39
**Técnicas intervencionistas**
40
**Técnicas intervencionistas 2**
41
**Anestesia e Neuroplasticidade**
ANTAGONISTAS NMDA ATUAM EM DIVERSOS MECANISMOS CAPAZES DE PREVINIR A SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL E NEUROPLASTICIDADE PODENDO CONTRIBUIR PARA O BLOQUEIO DE IMPORTANTES VIAS DE CRONIFICAÇÃO DA DOR.
42
**Bloqueio Neurolítico (neuroablação) - conceitos gerais**
- Destruição direcionada de um nervo ou plexo nervoso; - Interrupção física da dor, por meios químicos, térmicos ou cirúrgicos; - Degeneração Walleriana do axônio, distal à lesão; - Interrompe a transmissão neuronal e pode, portanto, aliviar a dor; - Modos mais empregados na terapia neuroablativa: - Radiofrequência (calor): lesão elétrica gerando destruição nervosa por termocoagulação; - Quimioneurólise (química): álcool, fenol, glicerol; - Crioablação (-0,72ºC a -20ºC); - Neurocirúrgica.
43
**Neurólise Química - agentes**
- Fenol (3 -10%): ácido carbólico, ácido fênico, ácido fenílico, hidróxido de fenil, hidroxibenzeno e oxibenzona: - Desnaturação de proteínas; - Perda de gordura celular; - Separa a bainha de mielina do axônio; - Promove edema axonal - Álcool Etílico (50-100%): - Promove destruição axonal e das células de Schwann; - Extração de fosfolipídios na membrana celular; - Precipitação de lipoproteínas.
44
**Neurólise Química - complicações**
- Necrose de pele ou de outros tecidos não-alvos: - Necrose de músculo, vasos ou outros tecidos moles; - Neurites: - Incidência em torno de 10%; - Lesão parcial ou reinervação - Anestesia Dolorosa; - Paralisia motora prolongada; - Complicação temida, normalmente temporária; - Disfunção perineal e/ou sexual: - Incidência 0,2 a 1,5%; - Complicações sistêmicas: - Hipotensão; - Alteração do nível de consciência.
45
**Radiofrequência - tipos**
- RF convencional: - Gera corrente com frequência oscilante, produzindo calor (>60ºC) que cria lesões circunscritas; - São utilizadas para lesão seletiva de nervos; - RF refrigerada (envolve o resfriamento ativo): - Fluxo contínuo de água evita que a corrente atinja altas temperaturas • Permite lesões mais esféricas e mais extensas • RF pulsada: • Pulsos de onda em intervalos definidos • A onda de calor oferecida pelo pequeno tempo de exposição é compensada por um tempo prolongado de wash-out, suficiente para não permitir grande elevação da temperatura • raramente a temperatura ultrapassa os 420 C neste tipo de procedimento, o que não gera lesão neuronal