Plaquetopatias e deficiência nos fatores de coagulação Flashcards

1
Q

Trombocitopenia - Definição

A

Contagem de plaquetas abaixo de 150.000/fiL.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Manifestações hemorrágicas habitualmente relacionadas a trombocitopenia

A

Púrpuras e sangramento cutâneo-mucoso

São as petéquias, equimoses e sangramento de mucosas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

O que o exame físico pode revelar?

A
  • Sufusões hemorrágicas;
  • Sinais de doenças associadas como esplenomegalia, adenomegalia, lesões cutâneas ou articulares, presentes em síndromes linfoproliferativas e doenças autoimunes.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Trombocitopenia - Avaliação laboratorial

A

Confirmação da trombocitopenia, detectada pelo contador automático de células, com base na análise do esfregaço do sangue periférico, de preferência realizado na ausência de anticoagulante.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

O que é falsa trombocitopenia?

A

Presença de grumos ou de macrocitose plaquetária que não são reconhecidos pelo contador automático.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Pseudotrombocitopenia – Qual a causa?

A
  • É causada pela aglutinação das plaquetas in vitro , induzida pelo anticoagulante EDTA de forma inespecífica, por proteínas plasmáticas, habitualmente imunoglobulinas da classe IgG.
  • Pode-se repetir a contagem de plaquetas no sangue colhido em citrato de sódio como anticoagulante, p/ se obter a contagem real de plaquetas do paciente.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Trombocitopenia – Causada por diminuição na produção de plaquetas pela medula óssea:

A
  • Neoplasias - Substituída por leucemia, linfoma ou infiltração por neoplasia de outra linhagem, ou ainda por células de depósito como na doença de Gaucher.
  • Agentes tóxicos ( quimioterapia, radioterapia, anemia aplásica, substãncias)
  • Eritropoese ineficaz na anemia megaloblástica –> leucopenia e trombocitopeinia
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Trombocitopenia - Causas autoimunes:

A

Púrpura trombocitopênica imunológica, o lúpus eritematoso sistêmico, doenças linfoproliferativas ou infecções mais, como o HW e o vírus da hepatite C, aloanticorpos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Trombocitopenia é frequente em crianças, quais os sinais de alerta?

A
  • Septicemia bacteriana, coagulação intravascular disseminada, enterocolite necrotizante, trombose de grandes vasos, aspiração de líquido amniótico ou mecônio, insuficiência respiratória etc.
  • Trombocitopenia do recém-nascido em bom estado geral faz pensar em mecanismo imunológico: mediada por auto anticorpos maternos, como na púrpura trombocitopênica imunológica, ou por alo-anticorpos maternos, no caso de mães sensibilizadas a antígenos plaquetários.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Alterações do esfregaço do sangue periférico na trombocitopenia e relação com doenças

A

Presença de grumos plaquetários - pseudotrombocitopenia

Macroplaquetas - Púrpura Trombocitopênica Imunológica, Coagulação Intravascular Disseminada

Hemólise com esquizócitos presentes - Púrpura Trombocitopênica Trombótica, Síndrome Hemolítico-Urêmica

Hemólise com esquizócitos ausentes - Hemoglobinúria Paroxística Noturna, síndrome de Evans

Alterações das hemácias e leucócitos por alterações da medula óssea – Aplasia, leucemia, infiltração, síndrome mielodisplásica

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Critérios para atribuir a trombocitopenia a uma determinada droga:

A

1) A trombocitopenia deve ter ocorrido apos o início do tratamento com a droga em questão;

2) Não deve haver outra causa plausível p/ a ocorrência da trombocitopenia, relacionada a doença de base do paciente;

3) A contagem de plaquetas deve retornar ao normal, ou pelo menos deve se elevar aos níveis basais, com a suspensão da droga;

4) O diagnóstico deve ser confirmado in vitro , na presença da droga.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Drogas que podem causar trombocitopenia e o possível mecanismo relacionado:

A
  1. Diuréticos tiazídicos
  2. Heparina
  3. Quinidina -
  4. Rifampicina
  5. Sulfas
  6. Antibióticos beta-lactâmicos
  7. Interferon
  8. Ácido valpróico
  9. Álcool
  10. Cocaína
  11. Abiximab
  12. Antipsicóticos
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Trombocitopenia causada por Púrpura pós-transfusional – Fisiopatologia

A
  1. Pacientes que desenvolveram um alo-anticorpo contra o antígeno plaquetário comum, o PLA3, que parte da glicoproteína IIIa da membrana plaquetária. Esse alo-anticorpo ocorre em indivíduos PLA-1 negativo.
  2. A trombocitopenia ocorre por destruição periférica das plaquetas do individuo.
  3. Pode ocorrer por gravidez e transfusão sanguíneo
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Trombocitopenia causada por Púrpura pós-transfusional – Quadro Clínico

A

Trombocitopenia intensa + síndrome hemorrágica grave.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Trombocitopenia causada por infecções – Fisiopatologia

A

Depressão do setor megacariocítico da medula óssea ou aumento do consumo das plaquetas em processo de coagulação intravascular disseminada.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Trombocitopenia causada por púrpura pós-transfusão maciça - Quadro clínico

A

Habitualmente relacionado a cirurgia ou trauma, o sangramento desses pacientes é difuso pelos locais de trauma, e responde bem a transfusão de plaquetas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

Trombocitopenia causada por hiperesplenismo – Fisiopatologia

A

Baço sequestra em sua circulação tanto plaquetas como leucócitos, causando trombocitopenia e leucopenia distributiva. O sangramento nesses pacientes é raro.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

Purpura Trombocitopênica Imunológica ou autoimune (PTI)Definição

A
  • É caracterizada pela produção de autoanticorpos contra proteínas da membrana plaquetária, principalmente os complexos GPIIb-IIIa, GPIb-IX e GPIa-IIa, o que leva a sensibilização das plaquetas que são fagocitadas por macrófagos do sistema macrofágico, por meio de seus receptores p/ a fração constante da imunoglobulina associada a plaqueta.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

Purpura Trombocitopênica Imunológica ou autoimune (PTI) – Tipos

A
  1. PTI clássica ou autoimune crônica
  2. PTI chamada aguda
  3. PTI associada a outras doenças
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

PTI clássica ou autoimune crônica – Dados epidemiológicos

A
  • 3ª e4ª décadas de vida;
  • Mais Sexo feminino;
  • Não está associada a infecção previa;
  • Apresenta curso crônico e geralmente benigno.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

PTI chamada aguda - Epidemiologia

A
  • Maior incidência na infância;
  • Quase sempre e precedida de infecção virai ou vacinação;
  • Curso limitado e não é recorrente.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

PTI associada a outras doenças – Epidemiologia

A
  • Geralmente de natureza autoimune ou neoplásica, caracterizadas por distúrbio do sistema imunológico
  • As doenças mais comumente associadas são o lúpus eritematoso disseminado, doenças autoimunes da tireoide, doenças linfoproliferativas, infecção pelo vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), após rádio ou quimioterapia e após transplante de medula óssea.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

PTI – Quadro Clínico

A
  • Instalação abrupta de sangramento cutâneo, com petéquias e equimoses, podendo se acompanhar de sangramento mucoso, com epistaxe, gengivorragia, menorragia, hematúria, sangramento em TGI e até em SNC.
  • Exame físico: quadro purpúrico e pode ocorrer esplenomegalia em crianças.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q

PTI – Diagnóstico

A
  • Hemograma mostra intensa trombocitopenia, usualmente menor do que 5.000/uL. Pode ocorrer leucocitose com neutrofilia com atipia linfocitária nos casos associados a infecção viral. Pode haver anemia por hemorragia, além de anemia hemolítica autoimune associada — a síndrome de Evans.
  • Mielograma - nº normal ou aumentado de megacariócitos.
  • Determinação direta ou indireta da presença de autoanticorpos contra proteínas da membrana plaquetária - eles estão presentes em 70 a 80% dos casos, geralmente dirigidos contra as glicoproteínas IIb /IIa e Ib/IX.
  • A medida de imunoglobulina associada à esta elevada também em trombocitopenias de origem não imunológica.
  • Os antígenos plaquetários do sistema HPA estão distribuídos nas glicoproteínas da membrana plaquetária. A frequência de alelos HPA-2 é maior em pacientes com PTI e menor em indivíduos normais.
  • O diagnóstico de PTI é de exclusão de causas como hiperesplenismo, hepatopatia ou coagulação intravascular disseminada.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
25
Q

Exames feitos após o diagnóstico de PTI

A
  1. Anticorpos antinucleares
  2. Teste de Coombs
  3. Anticorpos anticardiolipina
  4. Anticoagulante lúpico
  5. Sorologias para HIV, hepatite C e B
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
26
Q

PTI aguda da infância – Quadro clínico

A
  • Púrpura após infecção viral, com quadro hemorrágico brando, geralmente limitado a sangramento cutâneo sem envolvimento de mucosas podem ser mantidas apenas em observação: na maioria das vezes o nº de plaquetas eleva-se espontaneamente em 1 a 2 semanas, sem tto, normalizando-se dentro de 6 semanas em cerca de 90% dos casos.
  • Crianças com quadro mais grave, caracterizado por sangramento mucoso precisa afastar o diagnóstico de leucemia linfoide aguda.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
27
Q

PTI na Gravidez

A
  • Não há piora da PTI durante a gravidez e há baixa incidência de sangramento materno, que fica em torno de 5% a 10%.
  • Não há indicação para medidas invasivas para obter a contagem de plaquetas do feto.
  • A contagem de plaquetas do recém-nascido deve ser monitorizada por 3 a 7 dias após o nascimento.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
28
Q

Gamopatias Monoclonais - Definição

A

Grupo de doenças caracterizadas pela proliferação de um único clone de plasmócitos que produz uma proteína Monoclonal (M) homogênea.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
29
Q

Mecanismo de formação da proteína M

A

Consiste de 2 cadeias de polipeptídeos pesadas da mesma classe e subclasse, e 2 cadeias de polipeptídeos leves do mesmo tipo.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
30
Q

Por quem são produzidas as imunoglobulinas policlonais?

A

Por vários clones de plasmócitos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
31
Q

Como são designados os vários tipos de imunoglobulinas?

A

Pelas letras que correspondem ao isotipo de suas cadeias pesadas, as quais são designadas por letras gregas:

  • Gama (γ) corresponde à Imunoglobulina G (IgG),
  • Alfa (α) à Imunoglobulina A (IgA),
  • Mu (µ) à Imunoglobulina M (IgM),
  • Delta (δ) à Imunoglobulina D (IgD),
  • Épsilon (ε) à Imunoglobulina E (IgE).
  • Kappa (κ) e lambda (λ) são os dois tipos de cadeia leve
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
32
Q

Aumento de imunoglobulinas monoclonais

A

Resulta de um processo clonal, que é maligno ou potencialmente maligno.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
33
Q

Aumento de imunoglobulinas policlonais

A

Causado por um processo reacional ou inflamatório.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
34
Q

Soro ou Urina

A

A análise do soro ou urina exige um método sensível e rápido para detectar a proteína M, além de específico para identificar o tipo da cadeia pesada e leve.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
35
Q

Eletroforese

A

A eletroforese por zona de capilar é a técnica mais utilizada, apresentando superioridade quando comparada à técnica por gel em agarose, uma vez que além de identificar a banda monoclonal, permite quantificar a proteína M.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
36
Q

Imunofixação

A

Feita depois de se reconhecer a banda localizada na eletroforese, já que a técnica de imunofixação de proteínas para confirmar a presença de uma proteína M e determinar o tipo de cadeia pesada e leve envolvida.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
37
Q

Nefelometria

A

Serve para a quantificação das imunoglobulinas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
38
Q

Análise Urinária

A

Deve ser realizada por eletroforese e imunofixação de alíquota concentrada da coleta de urina de 24 horas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
39
Q

Dosagem sérica de cadeias leves livres

A
  • Foi introduzida recentemente, sendo um método ainda mais sensível que a imunofixação.
  • Gamopatias monoclonais oligossecretoras, como a amiloidose sistêmica primária, são mais bem avaliadas utilizando esta técnica.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
40
Q

Mieloma Múltiplo - Definição

A

É uma neoplasia hematológica caracterizada pela proliferação clonal de plasmócitos malignos no microambiente da medula óssea associado ao surgimento de proteína monoclonal sérica e/ou urinária e presença de disfunção de órgãos-alvo.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
41
Q

Mieloma múltiplo - Etiologia

A

A causa do Mieloma Múltiplo (MM) ainda não é bem estabelecida.

42
Q

Mieloma múltiplo -Teoria etiológica

A

Vários estudos associam o risco de MM à exposição a pesticidas, como, por exemplo, as dioxinas.

43
Q

Mieloma múltiplo - Alcance

A

É relatada a ocorrência de MM em grupos familiares de dois ou mais parentes de primeiro grau e em gêmeos idênticos.

44
Q

Mieloma múltiplo - Epidemiologia

A

O MM representa 1% de todos os tipos de câncer, sendo a segunda neoplasia hematológica mais frequente (13%).

45
Q

Mieloma múltiplo - Incidência

A

A incidência é de quatro por 100 mil aproximadamente, com predomínio discreto do sexo masculino.

A idade mediana ao diagnóstico é de aproximadamente 70 anos

46
Q

Mieloma múltiplo - Patogênese

A

O desenvolvimento do MM é um processo com várias etapas.

Alterações genéticas dos plasmócitos e mudanças no microambiente da medula óssea favorecem o desenvolvimento

47
Q

O plasmócito neoplásico apresenta uma combinação complexa de alterações genéticas, quais são elas?

A

Podem ser observadas alterações cromossômicas múltiplas, com ganho e perda de vários cromossomos e anormalidades estruturais.

48
Q

Onde ocorre a translocação cromossômica primeiramente precoce?

A

Ocorre na região switch do cromossomo 14 (q32.33), que é mais comumente justa posicionada ao oncogene MAF t(14;16) e MMSET (Multiple Myeloma SET, uma histona metiltransferase e fator de transcrição) no cromossomo 4p16.3, t(4;14).o tumoral

49
Q

Quais são as translocações tardias secundárias e mutações gênicas implicadas na progressão da doença?

A

Anormalidades cariotípicas no MYC, ativação do NRAS e KRAS, mutações no FGFR3 e TP53, e inativação dos inibidores de ciclina dependentes de cinases CDKN2A e CDKN2C.

Outras anormalidades genéticas envolvem a desregulação epigenética, com alterações na expressão do microRNA e modificações na metilação gênica.

50
Q

Onde são encontrados os ganhos cromossômicos?

A

Acontecem em mais de 30% dos casos e geralmente são encontrados no 1q, 3q, 9q, 11q e 15q.

51
Q

Complexidade cariotípica aumenta durante…

A

a progressão do tumor.

52
Q

Hipodiploidia está associada com __________ (pior/melhor) prognóstico.

A

Está associada com pior prognóstico

53
Q

Hiperdiploidia está associada com __________ (pior/melhor) prognóstico.

A

Associada com melhor prognóstico

54
Q

Como se estabelece regulação autócrina e parácrina?

A

A adesão das células do mm às células hematopoéticas e do estroma induz a secreção de citocinas e fatores de crescimento, incluindo IL-6, VEGF, IGF-1, membros da superfamília dos fatores de necrose tumoral, TGF-b1 e IL-10.

Essas citocinas e fatores de crescimento são produzidos e secretados pelas células do microambiente medular, incluindo as células do MM, regulação autócrina e parácrina.

55
Q

O que induz o aumento das proteínas reguladoras do ciclo celular e antiapoptóticas?

A

A adesão das células do MM às proteínas da matriz extracelular (como colágeno, fibronectina, laminina e vitronectina)

56
Q

Moléculas pró-angiogênicas (Ex.: VEGF) - Função na vascularização da medula óssea e dos tumores

A

Aumenta a densidade microvascular da medula óssea e colabora para a estrutura anormal dos vasos tumorais no MM.

57
Q

A IL-6 x VEGF

A

É o fator de crescimento mais potente do MM.

Quando secretada pelas células da medula óssea, potencializa a produção e a secreção de VEGF pelas células do MM e vice-versa.

58
Q

Qual a citocina que inibe a proliferação das células do MM?

A

A proliferação de células do MM pode ser inibida por anticorpos monoclonais específicos para IL-6

A angiogênese, estimulada por fatores de crescimento do endotélio vascular, também tem um papel importante na patogênese do MM.

59
Q

Lesões ósseas - Como ocorrem?As lesões ósseas ocorrem devido ao desequilíbrio na função dos osteoblastos e osteoclastos

A

As lesões ósseas ocorrem devido ao desequilíbrio na função dos osteoblastos e osteoclastos

A inibição da via Wnt suprime os osteoblastos, enquanto a amplificação na via do RANK (aumento do RANKL e redução da osteoprotegerina) e a ação do MIP1α ativam os osteoclastos

60
Q

Mieloma múltiplo - Fases que precedem.

A

Uma fase de gamopatia monoclonal de significado indeterminado (GMSI) ou de mieloma assintomático

61
Q

Como se identifica geralmente a presença de um pico monoclonal?

A

Eletroforese de proteínas séricas no âmbito de uma investigação de rotina

62
Q

O que induz a solicitação da eletroforese e a identificação da proteína M?

A

Uma simples elevação da velocidade de hemossedimentação

63
Q

Achados mais comuns no diagnóstico de MM sintomático?

A

Anemia, fadiga e dores ósseas (mais frequente)

Fraturas patológicas, hipercalcemia, insuficiência renal (“rim do mieloma”), infecções de repetição, manifestações neurológicas, hiperviscosidade e complicações hemorrágicas.

64
Q

MM - Patógenos mais comuns

A

Os patógenos mais comuns são Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae, porém, atualmente, os microrganismos gram-negativos são responsáveis por mais de 50% das infecções.

65
Q

Critérios diagnósticos para mieloma múltiplo assintomático

A
66
Q

Critérios diagnóstico para mieloma múltiplo sintomático

A

*Se a proteína monoclonal não é detectada (MM não secretor), a plasmocitose medular precisa ser ≥ 30% ou plasmocitoma deve ser documentado por biópsia.

**Se a lesão óssea decorre de plasmocitoma solitário ou somente osteoporose, sem fratura, a plasmocitose medular precisa ser ≥ 30%.

67
Q

Estratégias de tratamento para pacientes elegíveis a TCTH

A

O conceito de maximizar o tratamento dos pacientes com MM foi possível em virtude da introdução do TCTH.

Com a introdução das novas drogas (Talidomida, Bortezomibe e Lenalidomida), tem sido possível intensificar também a terapia de indução, levando a uma melhoria dos resultados globais.

A recomendação hoje é realizar de quatro a seis ciclos de terapia, combinando as novas drogas com a Dexametasona e/ou Ciclofosfamida.

68
Q

Estratégias de tratamento para pacientes elegíveis a TCTH

A

As combinações triplas desses fármacos entre si e com os outros agentes aumentaram as taxas de resposta completa pré-TCTH.

A eficácia dessas combinações tem colocado mais uma vez a questão se realmente é necessária a realização do TCTH após o tratamento de indução ou se este poderia ser postergado para a recaída.

69
Q

Estratégias de tratamento para pacientes elegíveis à TCTH

A

A coleta de células-tronco hematopoéticas em número suficiente para pelo menos dois transplantes permanece sendo importante, já que pacientes em recidiva tardia após o primeiro TCTH parecem se beneficiar de um segundo procedimento.

O IMWG recomenda que se colete pelo menos 4,0 × 106 células CD34/kg para um único transplante e o dobro dessa quantidade, pensando na possibilidade de um segundo procedimento.

O esquema de mobilização de Células-Tronco Hematopoéticas (CTH) do sangue periférico mais utilizado permanece sendo o GCSF isoladamente ou em combinação com Ciclofosfamida em doses de 1,5 a 7,0 g/m

70
Q

Estratégias de tratamento para pacientes elegíveis à TCTH

A

Uma opção mais recente é a combinação do GCSF com o novo agente Plerixafor, que aumenta a eficácia e permite coletar CTHs em número suficiente mesmo em pacientes que em coletas prévias falharam ou que tenham sido expostos a drogas que reduzem o compartimento de CTHs, como a Lenalidomida.

71
Q

Estratégias de tratamento para pacientes elegíveis à TCTH

A

O esquema de altas doses mais utilizado é Melfalano, isolada mente, na dose de 200 mg/m2. Pacientes entre 65 a 70 anos em boas condições aos quais se indique o TCTH, assim como aqueles com insuficiência renal, devem utilizar doses reduzidas de Melfalano (110 a 140 mg/m2).

72
Q

Estratégias de tratamento para pacientes elegíveis à TCTH

A

Papel da consolidação pós-TCTH tem sido alvo de grande interesse. Esquemas combinando Bortezomibe, Talidomida e/ou Lenalidomida por mais dois a quatro ciclos pós-TCTH são bem tolerados e prolongam o tempo de sobrevida livre de doença.

73
Q

Estratégias de tratamento para pacientes elegíveis à TCTH

A

A neurotoxicidade periférica da Talidomida é um grande limitador a essa estratégia. Uma perspectiva de utilização de manutenção por um período mais prolongado de tempo (até a progressão) foi aberta com a introdução da Lenalidomida, que virtualmente não provoca neuropatia periférica. A Lenalidomida foi comparada com placebo em dois estudos randomizados; em ambos os estudos foi observada clara vantagem quanto à sobrevida livre de progressão, favorecendo o grupo da Lenalidomida.

74
Q

Estratégias de tratamento para pacientes elegíveis à TCTH

A

O transplante alogênico, fora dos ensaios clínicos, deve ser realizado muito especificamente em virtude do alto risco de mortalidade relacionado ao procedimento. Eventualmente, pacientes muito jovens com fatores prognósticos de alto risco podem vir a se beneficiar dessa estratégia.

75
Q

Estratégias de tratamento para pacientes NÃO elegíveis à TCTH

A

Os pacientes não candidatos às altas doses de quimioterapia e TCTH devem receber combinações com Melfalano oral em doses convencionais.

O principal objetivo nesses casos é atingir resposta e prolongar a sobrevida livre de progressão com mínima toxicidade.

76
Q

Estratégias de tratamento para pacientes NÃO elegíveis à TCTH

A

O esquema com Melfalano e Prednisona (MP) foi comparado com a sua associação à Talidomida (MPT) em seis estudos randomizados.

A neuropatia periférica, no entanto, foi maior no grupo MPT, sendo também observada uma incidência aumentada de trombose venosa profunda, pelo que se recomenda o uso de profilaxia antitrombótica para pacientes que recebam esse esquema.

A adição de Bortezomibe foi vantajosa em todos os parâmetros analisados, incluindo taxa de resposta, sobrevida livre de progressão e sobrevida global.

77
Q

Estratégias de tratamento para pacientes NÃO elegíveis à TCTH

A

As combinações de MP + T e de MP + V são hoje consideradas padrão para os pacientes não elegíveis à TCTH.

Combinações de MP com Lenalidomida, com ou sem manutenção, também estão sendo testadas, assim como a combinação de Lenalidomida com baixa dose de Dexametasona, que se mostrou superior a altas doses nesse grupo de pacientes.

78
Q

Estratégias de tratamento para pacientes NÃO elegíveis à TCTH

A

No paciente idoso é de fundamental importância um ajuste correto das doses para evitar efeitos colaterais indesejáveis que interrompam o tratamento.

79
Q

Estratégias de tratamento para pacientes NÃO elegíveis à TCTH

A

Doses elevadas de Dexametasona devem ser evitadas, a talidomida deve ser utilizada em dose máxima de 100 mg, e esquemas semanais de Bortezomibe por via venosa ou subcutânea têm sido recomendadas para diminuir a incidência de neuropatia periférica e aumentar a tolerabilidade ao tratamento

80
Q

Plasmocitoma ósseo solitário

A

Os exames de imagem de todo o esqueleto mostram uma lesão óssea única, e a biópsia evidencia um tumor constituído por plasmócitos monoclonais idênticos aos observados no MM.

O aspirado da medula óssea revela um número normal de plasmócitos, e a imunofixação do soro e da urina geralmente não mostra proteína M.

Existem pacientes que têm baixa quantidade de proteína M, mas essa tende a desaparecer após a terapia para a lesão solitária.

81
Q

Plasmocitoma ósseo solitário

A

O tratamento consiste em radioterapia localizada.

A cirurgia pode ser necessária em pacientes que apresentem algum grau de instabilidade óssea, risco de fratura ou suspeita de compressão do canal vertebral.

82
Q

Os critérios do IMWG para o diagnóstico de plasmocitoma solitário ósseo

A
83
Q

Plasmocitoma extramedular

A

É um tumor de plasmócitos que surge fora da medula óssea.

A localização mais frequente são as vias aéreas superiores (80% dos casos), principalmente na cavidade nasal e nos seios paranasais, nasofaringe e laringe. Podem surgir também plasmocitomas extramedulares no trato gastrointestinal, sistema nervoso central, bexiga, tireoide, mama, testículos, glândulas parótidas e linfonodos.

84
Q

Plasmocitoma extramedular

A

O diagnóstico baseia-se na presença de tumor extramedular e na ausência de infiltrado plasmocitário na medula óssea, ausência de proteína M no soro e na urina, RX convencional e RNM de esqueleto normais.

85
Q

Plasmocitoma extramedular

A

O tratamento consiste em radioterapia. Pacientes que tenham feito ressecção cirúrgica como parte da investigação diagnóstica podem ser submetidos a radioterapia adjuvante caso tenham permanecido com lesão residual.

86
Q

Plasmocitoma extramedular

A

O prognóstico é favorável, mas 10 a 20% dos pacientes podem evoluir para MM.

87
Q

Leucemia plasmocitária

A

Pode ser primária ou secundária, quando ocorre durante a evolução do MM.

Os pacientes apresentam mais de 20% de plasmócitos no sangue periférico, com contagem absoluta dos plasmócitos de pelo menos 2000 µ/L.

88
Q

Leucemia plasmocitária

A

Os pacientes com leucemia plasmocitária primária são mais jovens e têm maior incidência de hepatoesplenomegalia e linfadenomegalia, contagem plaquetária mais elevada, menor número de lesões ósseas, menor quantidade de proteína M sérica e sobrevida mais prolongada do que aqueles com leucemia plasmocitária secundária (mediana de 6,8 versus 1,3 mês).

89
Q

Leucemia plasmocitária

A

O prognóstico desses pacientes é ruim, com pouca resposta aos esquemas quimioterápicos convencionais, sem melhora significativa mesmo com as novas drogas.

90
Q

Leucemia plasmocitária - Tratamento

A

O TCTH pode ser benéfico em alguns pacientes.

A leucemia plasmocitária secundária raramente responde à quimioterapia.

91
Q

Mieloma osteoesclerótico (POEMS)

A

A síndrome de POEMS é uma forma rara de discrasia dos plasmócitos

92
Q

Mieloma osteoesclerótico (POEMS) - Achados

A

Achados da síndrome: Polineuropatia, Organomegalia, Endocrinopatia, Proteína Monoclonal, Alterações Cutâneas (Skin).

Achados clínicos adicionais foram descritos em associação aos clássicos e incluem: lesões ósseas osteoescleróticas, papiledema, doença de Castleman, derrame pleural, edema, ascite, eritrocitose e trombocitose.

93
Q

Mieloma osteoesclerótico (POEMS)

A

A causa da síndrome é desconhecida, mas pode estar relacionada a uma produção excessiva e crônica de citocinas pró-inflamatórias, particularmente do Fator de Crescimento do Endotélio Vascular (VEGF), que aparentemente é o principal achado da condição e que provoca microangiopatia, aumento da permeabilidade vascular, polineuropatia, hipertensão pulmonar, leucocitose e trombocitose.

94
Q

Mieloma osteoesclerótico (POEMS)

A

Os pacientes com a síndrome frequentemente têm elevação da interleucina-1 b, do fator de necrose tumoral α e da interleucina-6.

O mielograma mostra plasmócitos clonais em número em geral abaixo de 5%.

POEMS corresponde de 1 a 2% dos distúrbios dos plasmócitos.

Os homens são mais afetados que as mulheres, e a média de idade ao diagnóstico é de 50 anos.

95
Q

Mieloma osteoesclerótico (POEMS)

A

O diagnóstico da condição pode ser dado a partir dos achados clínicos e laboratoriais, utilizando os chamados critérios maiores e menores.

96
Q

O critério de Mayo clinic para o diagnóstico

A
97
Q

Mieloma osteoesclerótico (POEMS)

A

O diagnóstico é confirmado quando se verifica a presença de ambos os critérios maiores mandatórios somados a um dos três outros critérios maiores e mais um dos seis menores.

Apesar de o curso da síndrome ser crônico e a sobrevida média maior que cinco anos, a qualidade de vida nesses pacientes muitas vezes é comprometida devido a neuropatia periférica progressiva.

98
Q

Mieloma osteoesclerótico (POEMS)

A

Não existe um padrão de tratamento para o POEMS, devido a total ausência de estudos clínicos randomizados.

99
Q

Mieloma osteoesclerótico (POEMS)

A

Pacientes com lesões osteoescleróticas limitadas a uma área podem ser tratados com radioterapia isoladamente (40 a 50 Gy).

A tendência, nesses casos, é ocorrer uma melhora concomitante dos sintomas sistêmicos e das lesões cutâneas.

100
Q

Mieloma osteoesclerótico (POEMS)

A

Pacientes com lesões osteoescleróticas disseminadas e doença sistêmica mais grave devem receber quimioterapia.

Em função do distúrbio de plasmócitos subjacente, são utilizados nessa situação combinações de drogas em esquemas semelhantes ao MM. Melfalano e Prednisona, Ciclofosfamida e Prednisona, e Melfalano associado a Dexametasona foram testados com taxas de resposta em torno de 50%.

101
Q

Mieloma osteoesclerótico (POEMS) - Tratamento

A

Mais recentemente, foram utilizados em pacientes refratários as combinações convencionais, as novas drogas imunomoduladoras Lenalidomida e Talidomida, além do Bortozemibe, estes dois últimos de modo limitado em função de agravarem potencialmente a polineuropatia.

102
Q

Mieloma osteoesclerótico (POEMS) - Tratamento

A

O TCTH pode ser considerado para pacientes jovens com doença avançada. As taxas de resposta são superiores às do tratamento convencional, mas o curso do TCTH é mais grave do que em pacientes com MM, particularmente em função de alta incidência de síndrome da pega