Parte III - História da Expansão - O Atlântico: Integração Geográfico e Económica Flashcards
Vectores da Expansão Quatrocentista - Ceuta
Conquista de Ceuta = Início da fase de Navegação Oceânica, Exploração Geográfica e Conquista Militar.
Direções da Expansão: Marrocos; Mediterrâneo; Costa Atlântica (para Sul).
Portugal traçou no Atlântico o acesso ao Índico (séc. XV), e as grandes Rotas de Colonização (séc. XVI e XVII).
As Políticas da Expansão no Atlântico:
- Interesses da Nobreza vs. Burguesia
- Integração faseada do Atlântico
Nobreza → interesse na ação militar, guerra ao infiel → Afirmação política/social.
Burguesia → interesses mercantis, na atividade comercial e exploração geográfica. Contactos pacíficos que garantissem recursos/mercadorias.
Interesses em conflito → Direção incerta durante os 1os tempos da Expansão.
Essas 2 direções/políticas complementaram-se, definindo os 1os quadros (complexos geográfico-económicos) que Portugal criou a partir de Ceuta.
Esta Conquista construiu-se parcelarmente, fruto de ações pontuais, integrando pequenos espaços até à integração total do Atlântico. É dividida em 4 etapas.
Enumere
Fases de Integração do Atlântico
A integração do Atlântico foi feita à medida do Homem de Quatrocentos, fruto de ações pontuais e da anexação de pequenos territórios que resultaram na integração total do Atlântico.
Esta integração é dividida em 4 etapas:
1ª etapa de Integração do Atlântico começou em 1415, com a conquista de Ceuta, e durou até 1439, ano em que começou o reinado de D. Pedro.
2ª etapa de Integração do Atlântico começou em 1439, com o início do reinado de D. Pedro, e acabou em 1449, com o desaparecimento de D. Pedro no campo da Batalha de Alfarrobeira.
3ª etapa de Integração do Atlântico começou em 1449, após o desaparecimento de D. Pedro na Batalha de Alfarrobeira, e durou até 1482, ano em que foi construída a Feitoria-Castelo de São Jorge da Mina.
* Esta etapa é subdividida em dois períodos: o primeiro, de 1449, ano do desaparecimento de D. Pedro, a 1469, ano em que foram feitos os arrendamentos a Fernão Gomes; e o segundo, de 1469, com os arrendamentos a Fernão Gomes, até 1482, com a construção da Feitoria-Castelo da Mina.
4ª etapa de Integração do Atlântico começou em 1482, com a primeira expedição de Diogo Cão, e durou até 1503, ano em que foi conseguida a soldadura económica do Índico com o Atlântico no retorno da segunda expedição de Vasco da Gama à Índia.
1ª Etapa de Integração do Atlântico (1415 - 1439)
1ª Etapa ➛ desde 1415 (Conquista de Ceuta) até 1439 (início do reinado de D. Pedro).
Instabilidade política ➛ 2 correntes/políticas.
Dilema da política da Expansão ➛ Infante D. Henrique oscilou entre o lado da nobreza e da burguesia.
O Infante pendeu para a exploração geográfica/mercantil da costa até 1434, quando o Cabo Bojador foi ultrapassado por Gil Eanes.
Além do Bojador = Dificuldade de regresso ➛ Necessidade de soluções (Caravela e Navegação à bolina).
Descida ao Bojador = Afastamento da costa ➛ Exploração do Atlântico.
Nobreza reforçou o poder senhorial no reinado de D. Duarte.
Em 1433 venceu a ação militar ➛ Desastre de Tânger (1437) = Derrota do sector senhorial.
Morre D. Duarte ➛ Burguesia mercantil entrega a responsabilidade da governação a D. Pedro, de posição firme contra a aventura militar em Marrocos.
2ª Etapa de Integração do Atlântico (1440- 1449) - Arguim
Consolidou-se com D. Pedro (1440-49) o pendor mercantil da empresa, a exploração geográfica, e a integração económica do Atlântico.
1443 ➛ Nuno Tristão explora a costa do Golfo de Arguim ➛ 1ª instalação portuguesa em África ➛ Feitoria que drenava os produtos para o Reino.
Arguim ➛ 1º contacto direto com rotas caravaneiras, e 1º centro de tráfico com os Estados Negros e Berberes do interior.
Arguim ➛ Centro de comércio ultramarino mais importante, até 1482.
O Golfo foi o 1º grande factor de mobilização da burguesia mercantil devido à importância das amostras de ouro, escravos. Os comerciantes do Algarve armam lá uma expedição (1444) ➛ 1º carregamento de escravos.
A partir da Senegâmbia, ficava à mercê dos portugueses a região aurífera de Bambouk e uma rede de interpostos no caminho do ouro.
A incorporação de invenções técnicas e recursos científicos para a navegação resultou na incorporação geográfica de zonas do Atlântico Central, aumentando a importância estratégica da Madeira/Açores. Solidifica-se o espaço económico com a colonização das ilhas Atlânticas.
A colonização destas terras forneceu produtos, entre os quais se destaca em 1º lugar o açúcar e os cereais, e também vinhos, gados, o pastel, sal e pescarias. Busca-se ouro e escravos, e também a malagueta, o marfim, gomas, e peles.
Economia: Incremento da Produção têxtil. Cavalos são a moeda na troca de escravos e ouro.
Fim da 2ª etapa → Atlântico transformado numa área económica.
3ª Etapa da Integração do Atlântico (1449 - 1482):
- Desaparecimento de D. Pedro
- Novo complexo geográfico
- Lista de subperíodos (2)
Infante D. Pedro desaparece em Alfarrobeira (1449) → Nova fase da Expansão.
1449 - 1482 → Período ao fim do qual se materializa o novo complexo geográfico.
Esta 3ª etapa pode ser subdividida em dois períodos de tempo:
* Do desaparecimento de D. Pedro, a Fernão Gomes (1449 - 1469)
* Dos arrendamentos a Fernão Gomes, à Feitoria de S. Jorge da Mina (1469 - 1482)
3ª Etapa da Integração do Atlântico:
Do desaparecimento de D. Pedro a Fernão Gomes (1449 - 1469)
Abrandamento das viagens de exploração com Infante D. Henrique a favor da Guerra em Marrocos (interesses da nobreza)
Exploração da Senegâmbia em risco (1449): dificuldades de exploração; elevado custo; concorrência.
Infante D. Henrique confina-se ao 1º espaço geo-económico: Marrocos, Canárias, Madeira e Açores, cujo aproveitamento e colonização se intensificaram.
Explorações a Sul recomeçam (particulares e estrangeiros): Cadamosto e Uso di Mare (1455-56). Limitaram-se à incorporação da Guiné até Serra Leoa.
Morre Infante D. Henrique (1460) ➛ Infante D. Fernando, seu sucessor, não dispõe dos mesmos poderes ➛ Desinteresse pelas viagens de exploração.
3ª Etapa da Integração do Atlântico:
Dos arrendamentos a Fernão Gomes, à Feitoria de S. Jorge da Mina (1469 - 1482)
1469 ➛ Comércio/exploração geográfica entregue a particulares ➛ Nova sub-etapa.
Fernão Gomes integrou o Grande Golfo: de Serra Leoa até ao Cabo de Santa Catarina (em 1474).
Feitoria da Mina na Aldeia das Duas Partes substituiu a importância de Arguim ➛ Movimentou a política/economia portuguesa.
1474 ➛ Príncipe D. João assume o comando da ação marítima ultramarina, e em 1481 proíbe ida à Guiné sem a sua autorização. Bulas Papais proíbem a estranhos o comércio com Terras de Negros.
Feitoria-Castelo de S. Jorge da Mina (concluída em 1482) ➛ D. João II visou controlar/centralizar o comércio ➛ Reforçou espaços anteriores.
Feitora da Mina é 1ª grande colónia em África ➛ inaugura sistema ultramarino de Feitorias comerciais.
1480-1482 ➛ Restrição do tráfego por D. João II. D. João II apertou o controlo e policiamento marítimos.
Aumento da quantidade de produtos que chega ao mercado ➛ Comerciantes estrangeiros afluem aos portos portugueses.
Recursos financeiros, provindos das novas áreas ➛ Poder económico suficiente para emancipação da Coroa.
D. João II ➛ Política de austeridade. Portugal = Potência colonial (única da Europa).
3ª Etapa da Integração do Atlântico:
Feitoria da Mina
A Feitoria da Mina foi construída na Aldeia das Duas Partes, no Golfo da Guiné.
Foi a mais importante feitoria deste complexo atlântico.
Feitoria da Mina → Movimentou a política/economia portuguesa, no último quarto do séc. XV → Importância de Arguim diminuiu.
Feitoria-Castelo de S. Jorge da Mina (1482) → D. João II visou controlar/centralizar o comércio dessa zona → Reforçou espaços anteriores.
A Feitora da Mina é a 1ª grande colónia em África, e inaugura o sistema ultramarino das Feitorias comerciais.
4ª etapa da Integração do Atlântico - Atlântico Sul
Expedições a partir de 1482, marcam o início desta fase. As explorações geográficas no Atlântico Sul são a grande preocupação de D. João II.
Exploração económica confina-se ao trato da costa que corre até ao Cabo de Santa Catarina → Objetivo era a busca da articulação com o Oriente.
As expedições mais importantes foram as de Diogo Cão (1482-1486) e a de Bartolomeu Dias (1487-1488)
4ª etapa: devassa geográfica do Atlântico Sul e o Índico:
As viagens de Diogo Cão, 1482-1486
1ª expedição de Diogo Cão (1482) ➛ Até ao Cabo de Santa Catarina, depois até ao rio Zaire. Recolhe informações e continua para Sul. De regresso traz reféns, e informações.
Última missão (1485/86) ➛ Até Serra Parda. Diogo Cão estabelece as 1as relações diretas com o Rei do Congo, e regressa convicto que a costa continuava além da Serra Parda.
4ª etapa: devassa geográfica do Atlântico Sul e o Índico:
Viagem de Bartolomeu Dias, 1487-1488
Bartolomeu Dias rumou até ao Cabo das Tormentas (Cabo da Boa Esperança). A certeza da Índia era um facto adquirido com o seu regresso.
D. João II morre (1495), e o objetivo da Índia ficou entregue a D. Manuel.