Parte III - História da Expansão - Da conquista de Ceuta ao Abandono de Praças no Séc XVI Flashcards
1411 - Expansão territorial:
- Paz com Castela
- Solução para a Crise
- Ceuta
1411 ➛ Estabelecida a paz com Castela ➛ Novos rumos para Portugal.
Expansão territorial = Saída da crise ➛ As possibilidades eram Granada ou o Norte de África. A opção recaiu sobre Ceuta (importante porto marroquino).
Conquista de Ceuta em 1415 ➛ Início da expansão ultramarina portuguesa.
Teorias Explicativas da Conquista de Ceuta
◆ Económica ➛ Busca de riqueza, por parte da burguesia. Ceuta era rica em cereais, e permitiu controlar as rotas comerciais (ouro escravos).
◆ Política ➛ Tentativa da nobreza de + prestígio/poder (tributos, mercês e honras).
◆ Religiosa ➛ Cruzada contra os muçulmanos. Assente no idealismo religioso do infante D. Henrique.
◆ Estratégica ➛ Controlo do Estreito de Gibraltar. Ceuta era um porto de confluência de rotas caravaneiras/marítimas.
Razões para a Expansão Portuguesa para o Norte de África:
- Motivos Portugueses (4)
- Solicitações Marroquinas (2)
Ceuta não foi um caso isolado ➛ 1º passo de uma expansão para o Norte de África que se prolongou até ao séc. XVI. Esta expansão é explicada por:
◆ Motivos Portugueses: Busca de Riquezas (ouro e especiarias); Controlo comercial do Mediterrâneo; Cristianizar os muçulmanos; Bases Militares estratégicas.
◆ Solicitações Marroquinas: Resistência à Expansão Portuguesa (Conflitos/guerras incentivaram Portugal a expandir-se para consolidar o seu poder e controlo); Alianças Políticas (marroquinos pediram ajuda a Portugal para combater rivais).
Ceuta durante o Reinado de D. João I e de D. Duarte
Ceuta = Fracasso económico (desviou rotas comerciais) ➛ Ganha valor estratégico.
Ceuta = Apoio à navegação portuguesa e exploração geográfica.
Ceuta foi o ponto de partida e apoio à conquista militar/territorial de outros territórios marroquinos.
Questão de conservar/abandonar Ceuta ➛ D. João I defendeu a conservação de modo a prolongar a guerra contra os mouros no espaço marroquino.
1433 ➛ Questão entre guerra aos mouros em Granada/África — Granada era mais proveitosa porque ajudava Castela ➛ Castela reconheceria o direito às Canárias e Norte de África; obtenção de senhorios e títulos.
Nobreza pressionou D. Duarte para continuar a empresa marroquina, na busca de solução para a crise financeira.
1435 ➛ Bula papal que concedia as Canárias a D. Duarte.
1437 ➛ D. Duarte avançou imprudentemente sobre Tânger devido à pressão de Castela ➛ Conquista de Tânger fracassou.
➛ Portugal comprometeu-se a devolver Ceuta aos mouros ➛ D. Fernando feito refém para garantir a execução deste acordo.
1438 ➛ D. Duarte morre, e deixa que se entregue Ceuta, mas o Capitão de Ceuta recusou. D. Fernando morre em cativeiro e Ceuta ficou na posse portuguesa.
Expansão Portuguesa em Marrocos - Reinado de D. Afonso V e de D. João II:
- Interregno (D. Pedro)
- Política de ocupação guerreira (D. Afonso V)
Interregno da expansão rumo a Marrocos ➛ Devido às longas negociações e porque D. Pedro não era entusiasta da conquista marroquina.
D. Afonso V ➛ Política de ocupação territorial guerreira devido às alterações sócio-políticas pós Batalha de Alfarrobeira (1449).
Em consequência das guerras de D. Afonso V com Castela, D. João assumiu o poder, orientado para a atividade mercantil.
A independência política da costa relativamente a Fez e Marraquexe propiciava o desenvolvimento de formas de ocupação não armadas.
Expansão Portuguesa em Marrocos - Reinado de D. Manuel I
D. Manuel (sucessor de D. João II) atingiu o apogeu do poder português em Marrocos ➛ Política de conquista territorial pelas armas.
Feitas as tréguas com Castela pelo Tratado de Sintra (1509), D. Manuel tomou medidas para a conquista do reino de Fez: Constituição da zona de mouros de pazes; Conquista de Azamor (1513); Fixação portuguesa em África.
Desastre da expedição contra Mamora, em 1515, pôs fim à ofensiva em Marrocos.
Características e Impacto
Expansão Portuguesa em Marrocos (Séc. XV-XVI)
Ritmo irregular: Períodos de intensa atividade seguidos de períodos calmos.
2 Sentidos (Motivações): busca por riquezas e a propagação da fé cristã.
Estratégia: Criar Fortalezas (Controlo do comércio/proteger rotas marítimas); Alianças com Tribos Locais (Consolidou controlo sobre o território).
Impacto Político: Centralização do poder em Marrocos, à medida que os líderes locais se uniam para resistir à invasão.
Impacto Social: Introduziu novas ideias/tecnologias em Marrocos.
Política Externa e Necessidades do Espaço Ultramarino:
- Política Externa (Marrocos)
- Necessidades do Espaço Ultramarino
Política Externa: Marrocos buscou alianças com estados muçulmanos para resistir à expansão portuguesa.
Necessidades do Espaço Ultramarino: Maior necessidade de recursos para sustentar o império português ➛ maior exploração de recursos marroquinos.
Praças Marroquinas - População
◆ Cristãos: Ocupavam a zona central da cidade, na periferia do castelo.
1. Moradores: Dedicavam-se a atividades quotidianas (carpinteiros, carniceiros, mercadores, pedreiros, etc). Integravam a guarnição militar, em caso de necessidade.
2. Militares: Homens que se dedicavam somente à atividade militar. Cada militar recebia uma tença em mantimento e dinheiro.
◆ Mouros: Viviam sob dependência portuguesa, em quarteirões separados.
1. Mouros de pazes: Pagavam tributos e integravam exércitos, a troco da proteção portuguesa. Sob alçada de um alcaide (nomeado pelo rei) que aplicava justiça, recolhia tributo, e comandava tropas mouras.
◆ Judeus: Habitavam um quarteirão à parte, sob a alçada de um rabi-mor. Intermediários/intérpretes entre cristãos e muçulmanos. D. Manuel isentou-os dos impostos das mercadorias que trouxessem/levassem, por terra.
Praças Marroquinas - Administração
◆ Capitão: Chefe militar supremo das praças. Tinha autoridade e jurisdição sobre todas as atividades, e respondia diretamente perante o rei.
◆ Contador: Responsável pelos assuntos relativos à fazenda. Substituía o capitão em caso de impedimento ou morte.
◆ Feitoria: Gerida pelo feitor. Funções económicas, das trocas de mercadorias à recolha de produtos, direitos e impostos alfandegários.
◆ Alfândega: Receber/registar impostos alfandegários dos produtos que entravam e saíam das cidades.
◆ Adail: Chefia todas as operações militares.
◆ Alcaide: Responsável pelo castelo.
Praças Marroquinas - Abastecimento
Abastecimento = Problema constante ➛ D. Manuel criou uma feitoria na Andaluzia (rica em trigo) que beneficiava da presença portuguesa em África.
Ameaças à expansão Portugesa em Marrocos
Ameaça Externa: Império Otomano; Império de Carlos V; Corsários (atraídos pela riqueza do Atlântico e Marrocos); Contrabando de armas em África (por estrangeiros).
Ameaça interna: Dinastia Saadiana (Xerifes do Suz) ➛ Guerra Santa contra Portugal (1511) e Unificaram Marrocos até 1659.
As praças portuguesas eram incapazes de garantir a segurança das rotas marítimas, e perderam a ligação com os mercados de ouro. O avanço dos Xerifes de Suz exigia a tomada de medidas de defesa.
Do fim da expansão em Marrocos ao abandono de praças:
- Projeto de D. João III
- Razões de D. João III para a reformular a política em Marrocos
- Tentativa de salvar praças
- Conselho Real
Projecto marroquino de D. João III: Limitar a presença portuguesa às praças de importância estratégica (Tânger e Ceuta) ➛ Oposição de fidalgos/prelados.
1529 ➛ O Duque de Bragança, apoiando-se na opinião de Vasco da Gama, sugere ao rei que largue a Índia (excepto Goa e Cochim), e entregue as praças de África do Norte a Carlos V (excepto Azamor e Safim — ricas em trigo).
Razões de D. João III para a reformular a política em Marrocos: Carências militares/financeiras e más condições de defesa de algumas praças.
Oposição da nobreza ➛ D. João III tentou salvar praças. Realizou tréguas parciais com os xerifes (1537), e um acordo de paz com o rei de Fez (1538).
Conselho Real (1541/42) ➛ Discute-se a política ultramarina nas terras de conquista: África (conquista para povoar); Índia (conquista para comerciar).
1549 ➛ Fez foi conquistada pela Dinastia Saadiana.