Parte II - História Medieval - Portugal, da formação à crise do séc. XIV Flashcards
Portugal, da formação à crise do séc. XIV
Romanos, Suevos e Visigodos
Séc.III a.C. ➛ Romanos fixam-se em Portugal = Latim + Cristianismo
411 ➛ Invasão dos suevos ➛ Reino Suevo
585 ➛ Unificação da Hispânia sob o Reino Visigótico
De Al-Ândalus ao Condado Portucalense
711 ➛ Exércitos muçulmanos (Norte África) passam o estreito de Gibraltar e dominam a Península Ibérica ➛ Al-Ândalus
Cristãos inconformados enviados para as Astúrias ➛ núcleos de resistência.
Batalha de Covadonga (722) ➛ Vitória cristã.
Tomada de Portucale (868) ➛ com Afonso III, chegam ao rio Douro.
Al-Ândalus desfez-se em reinos Taifas cuja fragilidade política/militar favoreceu o início da Reconquista com Fernando I, de Leão e Castela (1064).
1085 ➛ Afonso VI, atingiu a linha do Tejo + Tomada de Toledo
Batalha de Zalaca (1086) ➛ Almorávidas derrotam Afonso VI. Raimundo e Henrique, de Borgonha, vêm ao auxílio. Como recompensa, Afonso VI deu a:
◆ Raimundo ➛ Urraca e o condado de Galiza.
◆ Henrique ➛ Teresa e o Condado Portucalense (contrato feudo-vassálico) em 1096
Do Condado Portucalense à Monarquia - Afonso Henriques
Pacto Sucessório (1105) ➛ Desejo de autonomia de D. Henrique.
Morre Afonso VI (1109) ➛ Crise na monarquia. Nobreza apoia Henrique.
Morre Henrique (1112) ➛ interferência dos Trava no condado Portucalense ➛ D. Teresa intitula-se rainha e alia-se aos Trava.
Batalha de São Mamede (24 de Junho de 1128) ➛ D. Teresa + Trava vs. Afonso Henriques: príncipe do condado
Batalha de Ourique (1139) ➛ Afonso Henriques vence ➛ Rei dos portugueses
Tratado de Zamora (1143) ➛ Afonso VII de Castela reconhece o estatuto jurídico de Portugal como um reino independente.
Desastre de Badajoz (1169) ➛ Rei de Leão vence/aprisiona Afonso Henriques
1179 ➛ O papa Alexandre III reconhece Afonso Henriques como Rei de Portugal.
1185 ➛ Morre Afonso Henriques ➛ deixou o trono ao filho, Sancho I.
Batalha de São Mamede
Batalha de São Mamede (24 de Junho de 1128) ➛ D. Teresa + Trava vs. Afonso Henriques: príncipe do condado
Do Condado Portucalense à Monarquia:
Reinado de D. Sancho I
1185 ➛ Morre Afonso Henriques ➛ deixou o trono ao filho, Sancho I.
D. Sancho I fez concessões à Ordem de Avis/Santiago, reforçando defesas. A instabilidade militar/social prolongou-se até ao final da vida do rei.
D. Afonso II, O Gordo
Do Condado Portucalense à Monarquia
1211 ➛ Morre D. Sancho I ➛ Afonso II no trono.
Afonso II ➛ Início do registo oficial da documentação da Coroa. Não participou em expedições, mas criou uma monarquia onde o rei era soberano ➛ Concentração do poder régio suscitaram contestação.
Batalha de Navas de Tolosa (1212) ➛ Afonso VIII de Castela derrota Almóadas ➛ Expansão cristã para sul.
1214 ➛ O rei de Castela acalmou as dificuldades militares de Afonso II, e Inocêncio III absolveu-o das censuras eclesiásticas.
1220 ➛ Inquisições Gerais (cadastro das terras e direitos da Coroa).
1223 ➛ Crise política/militar islâmica ➛ período de taifas.
D. Sancho II, O Inútil
1223 ➛ Sancho II sobe ao trono — mantêm-se as rivalidades entre apoiantes e os opositores do reforço do poder régio.
1226 ➛ Conquista de Elvas fracassou ➛ Piorou tensões na nobreza.
➛ Infante D. Afonso, irmão de Sancho II, partiu para Bolonha.
Crise + Instabilidade política = Guerras feudais, abusos, insegurança/anarquia generalizaram-se perante a incapacidade do rei de garantir justiça.
Crise + Choques com bispos — Gregório IX excomungou Sancho II (1238).
1245 ➛ Considerado o rei inútil, Sancho II foi deposto por Inocêncio IV e substituído pelo irmão D. Afonso ➛ Guerra Civil ➛ Vitória de D. Afonso.
1248 ➛ D. Sancho II morre exilado sem herdeiro — D. Afonso intitula-se rei.
1249 ➛ Fim da Reconquista Portuguesa.
População e Grupos Sociais (Séc. XIII - XV):
- Peste Negra
- Minorias étnico-religiosas
Crescimento demográfico no Ocidente Europeu entre os séc. X-XIII.
Séc. XIII — primeiros registos de distribuição da população, importância de núcleos e tipos de povoamento (população distribuía-se pelas zonas férteis do interior).
Peste Negra (1348) — População diminuiu — A fragilidade imunitária e falta de higiene pública, contribuíram para o alto número de vítimas de peste.
Centros urbanos cresceram devido ao afluxo populacional.
Minorias étnico-religiosas:
Mouros: agricultura/mesteres, de estatuto social/peso político reduzidos.
Judeus: artesanato/comércio, mais peso económico e importância social.
Economia (Séc. XIII - XV):
- Medidas legislativas
- Desenvolvimento agrícola
- Economia durante e após a Reconquista
- Comércio
Sociedade da Reconquista ➛ Dimensão militar até ao séc. XIII.
Medidas legislativas proibindo a saída de metais preciosos e a produção de cereais deficitária ilustram as carências estruturais ➛ Expansão assente no aumento da produção e desenvolvimento do comércio.
Produção agrícola: novas técnicas/processos de exploração, introdução de novas culturas e fertilizantes naturais.
Na Reconquista — ciclo de economia guerreira.
Fim da Reconquista — ciclo económico de produção/troca ➛ Moeda alastrou.
Incremento do comércio, mas não era a atividade económica dominante.
Afonso III, Conde de Bolonha e Rei de Portugal
Afonso III ➛ Cartas de foral ➛ Delegados concelhios nas Cortes em 1254.
O rei fixou-se em Lisboa, onde adquiriu propriedade que se adaptava/enriquecia com o investimento urbano.
A intervenção legislativa do rei na economia intensificou-se — tabelamento de preços/salários, desvalorização da moeda.
Serviços da chancelaria foram reforçados. Crescimento da burocracia central no governo de Afonso III = pacificação da nobreza.
Clero ➛ após a aliança/apoio do papa para depor Sancho II, a relação do rei com o clero/papado deteriorou-se.
1268 ➛ Os bispos portugueses apresentaram ao papa queixas contra Afonso III — ruptura do rei com a hierarquia eclesiástica do reino — Excomungação de Afonso III.
1279 ➛ Afonso III declarou obediência ao papa Nicolau III e foi-lhe levantada a excomunhão pouco antes de morrer.
Reinado de D. Dinis (1279 - 1325)
1279 ➛ D. Dinis sobe ao trono, e herda o conflito com a Igreja. Proíbe a compra de bens pelas instituições eclesiásticas — Resolvido na concordata Quarenta Artigos.
Bolsa de Mercadores (1293) ➛ liberdade de tráfego entre Portugal e Inglaterra.
Tratado de Alcanizes (1297) — entre D. Dinis e Fernando IV ➛ Fixa fronteira.
Marinha de guerra ➛ desenvolver comércio; combater pirataria muçulmana.
Português substitui Latim nos documentos da chancelaria régia
1319 ➛ Passagem dos bens da Ordem do Templo (extinta) para a Ordem de Cristo, criada por D. Dinis.
D. Dinis era anti-senhorial ➛ Inquisições Gerais ➛ descontentamento da nobreza ➛ Guerra Civil (1319 - 1324) ➛ Morre D. Dinis, isolado face à nobreza
Afonso IV e Relações com Castela:
- Casamentos Cruzados
- Guerra (1336-1339)
- Batalha do Salado
1328 ➛ Acordo entre Portugal e Castela — casamentos cruzados para reforçar laços (D. Maria, filha de Afonso IV, com Afonso XI; D. Pedro com D. Branca, prima de Afonso XI).
Maus tratos infligidos pelo rei de Castela a D. Maria ➛ relações entre os reinos deterioraram-se. D. Pedro rejeitou D. Branca, e casou com Constança Manoel, filha do líder da oposição ao rei de Castela.
Conflitos familiares/políticos ➛ Guerra (1336-1339) — Pressão do papa e perigo muçulmano ➛ estabelecimento da paz em 1339.
1340 ➛ Exército muçulmano atravessa Gibraltar, une-se a Granada.
Afonso XI pediu auxílio e Afonso IV correspondeu ➛ Batalha do Salado (1340) ➛ Cristãos vencem.
A Guerra do Estreito continuou, mas poderio islâmico em declínio.
Inês, a dos Castro
Inês de Castro, filha bastarda de um nobre Galego, fixou-se em Portugal, integrada no séquito de D. Constança, que casou com D. Pedro.
D. Pedro solicitou ao papa dispensa para casar com Inês — Preocupou Afonso IV e a nobreza, receosos da interferência dos Castro na política portuguesa.
Política em Castela atribulada. Em 1354, uma facção nobiliárquica que se opunha ao rei, entre os quais estava Álvaro de Castro (irmão de Inês) aliciou D. Pedro a aceitar a coroa de Castela.
Álvaro de Castro gozava de influência junto de D. Pedro. Com a vitória sobre Castela, o infante e Inês seriam reis dos 2 reinos.
Executores de Inês: Diogo Pacheco, filho da mais proeminente figura da corte; Álvaro Gonçalves, meirinho-mor; e Pêro Coelho, nobre próximo do rei.
Morre Inês de Castro (1355) → Guerra Civil entre Afonso IV e D. Pedro. A paz foi estabelecida em Agosto.
Crise Social e Reformas Políticas:
- Lei Pragmática
- Fome e Peste
- Auge das dificuldades no reinado de D. Fernando
- Desvalorização da moeda
- Leonor Teles
- Grande Cisma do Ocidente
1340 → Lei Pragmática — refrear gastos/consumos sumptuários.
Peste Negra (1348) catalisou a crise — Economia agrária em rutura.
Crise (séc. XIV) — fome e peste. As medidas do rei para impedir o abandono dos campos (Salários e contratos fixados; Patrões obrigados a pagar salários) não foram suficientes → Impotência da lei.
As dificuldades atingiriam o seu auge com D. Fernando, filho de D. Pedro. Em Portugal, os maus anos agrícolas, a peste e as guerras com Castela agravaram a situação económico-social. D. Fernando I obrigou ao cultivo dos campos para garantir a produção de cereais.
Aumento de impostos/desvalorização da moeda → Tensão social → Revoltas.
O casamento de D. Fernando com Leonor Teles suscitou oposição entre sectores da nobreza, que manifestavam o desagrado pelo peso dos Teles.
Grande Cisma do Ocidente (1378-1417) → 2 papas → divisões no clero.
Os alinhamentos internacionais de D. Fernando, no Cisma e na Guerra dos Cem Anos, variaram consoante circunstâncias.