Pancreatite aguda e crônica Flashcards
Quais as diferenças entre a pancreatite aguda edematosa e a necrosante?
Pancreatite aguda edematosa: sem necrose extensa, complicações sistêmicas, curso autolimitado (3-7 dias). Mortalidade de 1%;
Pancreatite aguda necrosante: necrose extensa, hemorragia retroperitoneal, quadro sistêmico grave, curso de 3-6 semanas. Mortalidade de 30-60%.
Cite causas da pancreatite aguda (11).
Cálculo biliar;
Agudização da pancreatite crônica alcoólica;
Idiopática (relacionada ou a lama biliar ou a disfunção do esfincter de Oddi);q
Hipertrigliceridemia (>1.000mg/dL);
Tumores pancreáticos;
Iatrogenia (durante cirurgias);
Pancreatite hereditária;
Alterações metabólicas (hiperparatireoidismo);
Medicamentos;
Infecções;
Traumas.
Quais as manifestações clínicas da Pancreatite aguda?
Dor abdominal aguda em andar superior do abdome, de rápida progressão, de forma contínua e durando dias. Irradiação para o dorso. Alívio em posição genopeitoral;
Náuseas;
Vômitos;
Icterícia (suspeitar de pancreatite biliar);
Dependendo da gravidade, pode apresentar sinais sistêmicos: febre, desidratação, taquicardia, taquipneia, derrame pleural, dispneia, hipotensão, palidez, confusão mental, coma, choque hipovolêmico e distributivo (vasodilatação sistêmica), Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo, insuficiência renal (pré-renal ou necrose tubular aguda).
Exame abdominal: subestima a gravidade do paciente. Distensão abdominal, dor leve à palpação, Blumberg positivo ou não.
Os exames laboratoriais para o paciente com pancreatite aguda, embora inespecíficos, tem importante valor prognóstico. Quais os principais achados?
Leucocitose e PCR elevada(SIRS);
Hiperglicemia (SIRS ou necrose extensa nas ilhotas);
Hipocalcemia (saponificação dos AGs liberados);
Ureia e creatinina elevadas;
TAP e PTTa elevados;
AST/ALT elevados (suspeitar de etiologia biliar)
Cite dd da pancreatite aguda. (8)
Úlcera perfurada; Colecistite aguda; Colelitíase; Coledocolitíase; Isquemia mesentérica; Obstrução intestinal aguda; IAM inferior; Gravidez ectópica.
Muitas vezes, não é possível confirmar o diagnóstico pela clínica e exames laboratoriais. Nesses casos, a laparotomia exploratória está indicada.
Como é feito o diagnóstico de pancreatite aguda?
Clínico + exames
Amilase e lipase: >3x. A amilase permanece alta até o 5o dia e a lipase até o 7o. Após, a dosagem delas perde o poder diagnóstico.
Em casos mais confusos ou graves: TC ou RNM.
Por que sempre está indicada a USG para pancreatite aguda?
Diagnóstico etiológico da principal causa: litíase biliar.
Solicitar rX na pancreatite aguda?
Sim. Permite avaliar os pulmões (derrame pleural, atelectasia, SDRA) e o abdome.
Como é tratada a pancreatite aguda?
Analgesia, reposição volêmica e dieta zero.
Determinar forma leve ou grave.
Observar possíveis complicações.
Retornar com dieta enteral em momento oportuno.
Paciente com massa palpável e dor em epigástrio. Teve pancreatite aguda há 4 semanas. Qual o provável diagnóstico?
Pseudocisto pancreático.
Quais os 11 critérios de Ranson para o prognóstico da pancreatite aguda?
Na admissão: Idade >55 anos; Leucocitose >16.000 Glicemia >200 LDH >350 AST >250
Primeiras 48h: Hct reduzido >10% Ureia aumentada >10mg/dl Cálcio <8mg/dl Perda de líquidos >6L PaO2 <60 Base excess mais negativo que -4
Acima de 3 critérios, é pancreatite grave.
Quais as manifestações clínicas da pancreatite crônica?
Dor abdominal intermitente em andar superior do abdome, com intensidade variável (leve à muito severa). Geralmente se inicia ou é piorada após refeições. Irradiação para o dorso. Alívio em posição genopeitoral; Emagrecimento e desnutrição; Esteatorreia (insuficiência pancreática exócrina em fase avançada da doença); Diabetes mellitus (insuficiência pancreática endócrina em fase avançada da doença).
Como é feito o diagnóstico da pancreatite crônica?
Clínico + exames.
Teste da secretina: avalia a secreção das enzimas pancreáticas e bicarbonato após infusão venosa de secretina e colecistoquinina;
Rx: detecta calcificações (fase avançada). Baixa sensibilidade (negativos não descartam a doença);
TC e USG: atrofia, calcificações, pseudocistos;
USG endoscópica;
Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (CPER): estenoses, dilatações e tortuosidades do ducto pancreático. Pode gerar pancreatite aguda.
Quais as causas de pancreatite crônica?
Alcoolismo (>100g/dia);
Idiopático;
Autoimune (idosos do sexo masculino, associado a outras doenças autoimunes);
Hereditário (pacientes jovens, não alcoólatras e com histórico familiar. Risco elevado de câncer pancreático);
Trauma.