Otites Flashcards
Qual a classificação das otites?
Aguda < 3 semanas
Subaguda 3 semanas a 3 meses
Crônica > 3 meses
O que são otites externas?
Infecções e/ou inflamações no meato acústico externo - desde o pavilhão auricular externo até a membrana timpânica.
O que é a otite externa localizada?
É a infecção e/ou inflamação da unidade pilossebácea do pavilhão auricular. Pode envolver um folículo formando um furúnculo ou mais gerando carbúculos. Gera otalgia intensa e eventual hipoacusia porque pode obstruir o conduto.
Qual o agente da otite externa localizada?
O staphylococus aureus
Qual o tratamento da otite externa localizada?
Assepsia
Drenagem cirúrgica
Curativo compressivo com ATB e corticoide tópico
Possível uso de ATB sistêmico em caso de febre ou maior acometimento do pavilhão - cefalexina (2 a 4g) em 7 dias
Analgésicos, anti inflamatórios e calor
O que é a otite externa aguda?
É a infecção/inflamação difusa de todo o canal auditivo externo, muito comum no verão relacionado a entrada de piscina/mar e a falta de mecanismos protetores. O paciente sente desconforto e plenitude, evoluindo para otalgia, hipoacusia, prurido e desconforto. Na otoscopia, tem eritema e edema, além de secreção serosa e purulenta.
Qual o principal agente da otite externa aguda e qual o tratamento?
O principal agente é a pseudomonas aeruginosa, mas pode ser por staphylococus epidermidis, klebsiella pneumoniae etc. O tratamento consiste na limpeza e assepsia e gotas otológicas de antibiótico + corticoide (ciproHC - ciprofloxacina + hidrocortisona) e analgesia. Caso febre, faz uso de ATB e corticoide sistêmico complementar ao tratamento tópico.
O que é a síndrome de Ramsey-Hunt?
É uma síndrome viral causada pelo herpes-zóster, sendo uma paralisia periférica unilateral. São erupções cutâneas, distúrbios de audição e equilíbrio com paralisia do nervo facial por comprometimento do corpo geniculado. Comum em pacientes imunodeprimidos e crianças.
Qual o tratamento da síndrome de Ramsey-Hunt?
Limpeza e assepsia
ACICLOVIR SISTÊMICO
Corticoides sistêmicos desde que o paciente não esteja descompensado
Analgesia - as vezes precisa de morfina
ATBs tópicos e sistêmicos
Por que as otites externas podem evoluir para a otite externa maligna?
Porque é uma doença grave, invasiva e necrosante e é uma complicação das otites externas. A infecção se inicia no CAE e progride invadindo a região da parótida, mastoide, orelha média e até mesmo base do crânio. Tem mortalidade de 25-35%. Ocorre em grupos de risco como idosos, diabéticos descompensados e imunodeprimidos - por isso, nesses grupos de risco, é importante haver uma atenção especial e fazer profilaxia com ATB sistêmico.
Qual o agente causador e quais as manifestações clínicas da otite externa maligna?
O agente causador é a pseudomonas aeruginosa. As manifestações são prurido, supuração, otalgia e hipoacusia. Pode evoluir acometendo o nervo facial, além de: meningites, abcessos cerebrais, trombose de seio sigmoide, neurite óptica, artrite séptica da ATM, septicemia e morte.
Quais os principais exames para se avaliar a otite externa maligna?
TC avalia atividade necrosante, RNM avalia invasão intracraniana mas para diagnóstico precoce e acompanhamento o exame de escolha é a cintilografia óssea pois ela que diagnostica focos de osteomielite.
Quais os critérios absolutos e relativos para o diagnóstico da otite externa maligna?
ABSOLUTO: confirmação da cintilografia
RELATIVOS: cultura positiva com pseudomonas, teciduo de granulação do assoalho do CAE, DM ou imunodeficiência, otalgia intensa
Qual o tratamento da otite externa maligna?
O paciente precisa ser hospitalizado
Limpeza e assepsia
Debridamento cirúrgico
Curativo com ATB tópico - ciprofloxacino
ATB
Oxigenoterapia hiperbárica auxilia na cicatrização
Mas sempre haverá cicatrizes estéticas
O que é a otite externa crônica recidivante?
É uma otite muito comum em países frios por conta do contato com a sauna, que “resseca” o conduto auditivo. Também é comum em mulheres, podendo gerar uma dermatite de contato. Mas pode ocorrer por conta de um agente infeccioso (staphylococcus epidermidis). É a diminuição da espessura, atrofia e ressecamento do epitélio do CAE. Isso gera um prurido intenso e hipoacusia, mas é indolor.
Qual o tratamento da otite externa crônica recidivante?
Limpeza e assepsia
Uso de ATB e corticoide tópico
Agentes ceratoplásticos tópicos em segunda fase do tratamento para evitar recidivas pois estimulam a renovação epitelial (ácido salicílico, retinoico, propilenoglicol…)
Otomicose ou otite externa fúngica tem quais fatores predisponentes?
A infecção da otomicose pode ser MISTA - fúngica E bacteriana, onde pode ser um quadro arrastado de otite em que o paciente não está melhorando com só antibioticoterapia. Os fatores predisponentes então seria a ausência de cera (que é antifúngica), calor, exsudações, distúrbios hormonais com muita sudorese, imunossupressão. O paciente tem muito prurido. Quando associado a bactéria, tem otalgia, secreção, desconforto, edema e hiperemia.
Quais os agentes da otomicose e qual o tratamento?
Aspergilus ou cândida (pode ter otorreia leitosa).
Limpeza e remoção dos fungos.
Antifúngico tópico
ATB tópico se infecção mista
Qual o perfil da otite externa eczematosa?
Prurido e descamação superficial associado a dermatites (atópica, seborreica, de contato) também psoríase, LES, neurodermatite, eczemas. O tratamento é específico, tratar o fator causal.
O que é a orelha média?
É composta pela membrana timpânica e pelos ossículos
Qual a classificação das otites médias?
Otite média aguda recorrente: quando +3 episódios/6 meses ou +4 episódios/12 meses
Otite média aguda persistente: quando persiste os sinais infecciosos após a terapia medicamentosa (um ou mais) - e tem aumento de vasdcularização, hiperemia, nível líquido visto por transparência
As otites médias são prevalentes em qual tipo de população e por que?
Na população pediátrica por conta de uma menor inclinação da tuba auditiva e por ela ser mais curta também. O músculo tensor do véu palatino é menos eficiente e como a criança fica mais horizontalizada durante a amamentação pode ser um fator predisponente também.
Quais as causas de otite média?
- Disfunção tubária: menor angulação e mais curta
- Obstrução física por hipertrofia de adenoides: o epitélio cilíndrico ciliado do trato respiratório é o mesmo que reveste as adenoides e a tuba auditiva. se a tuba auditiva está obstruida pelas adenoides, a secreção não desde e causa otite.
- Imaturidade do sistema imunológico até os 3 anos (IgA e IgG)
- Alergia respiratória e/ou alimentar
- Interrupção precoce do aleitamento materno
- Contato com crianças em creches, berçários e escolas
- Tabagismo passivo
Quais os principais agentes etiológicos das otites médias?
O principal é o STREPCOCCUS PNEUMONIAE. Mas também pode ser o haemophilus influenzae, moraxela catarrhalis. Em pacientes imunossuprimidos predomina S aureus até 6 semanas de vida.
Como é feito o diagnóstico clínico da otite média?
O paciente sente plenitude, otalgia com febre, otorreia purulenta. Na otoscopia tem hiperemia com abaulamento da membrana timpânica e acúmulo de secreção purulenta na orelha média. Pode ter ruptura da membrana com melhora da dor e hipoacusia.
Qual o tratamento da otite média?
- Antibiótico sistêmico: amoxicilina 50mg/kg é a primeira escolha; pode ser amoxicilina/clavulanato também. Devido a resistência à penicilina, há alternativas: macrolídios (claritromicina), ceftriaxona, quinolonas apenas >16 anos. O tratamento mínimo é de 14 dias e pode durar até 21 dias.
- Corticoides sistêmicos: sintomáticos, 5-7 dias de uso
- Gotas otológicas: atb (ciprofloxacino) + corticoide + analgésico de 10-15 dias
- Quadros tópicos há uso de anti-histamínicos
Quais as complicações da otite média?
Podem ser intra-temporais (mastoidite aguda é a principal complicação) ou intra-cranianas (abcesso epidural, hidrocéfalo)
O que é a otite média secretora?
É a presença de líquido na orelha média com ausência de processo infecioso. É o acúmulo de líquido seroso/mucoide, com membrana timpânica íntegra e sem sinais ou sintomas de um processo inflamatório agudo.
Quais os fatores de risco para uma otite média secretora?
- Otite média aguda prévia e precoce
- Idade de 6-13 meses
- Infecções virais, sazonalidade, creche
- Malformações craniofaciais
Quais os fatores que contribuem para o diagnóstico clínico?
O paciente geralmente não tem otalgia porque o líquido não é infectado. Apenas há prejuízo na audição - plenitude, hipoacusia, atraso na fala/rendimento escolar. Hiperemia com aumento da vascularização da membrana timpânica, com acúmulo de secreção. Gera aumento da reabsorção e aumento da viscosidade do líquido e leva à RETRAÇÃO DA MT -> ATELECTASIA DA MT POR REABSORÇÃO DE LÍQUIDOS.
Como pode ser feito o diagnóstico da otite média secretora?
- Audiometria por conta da perda de condução
- Timpanometria para avaliar a mobilização da membrana timpânica
- Vídeo endoscopia nasossinusal
- RX cavum (indicência de perfil
Qual o principal tratamento da otite média secretora?
Ela tem pouca resposta ao tratamento medicamentoso (antibióticos, descongestionantes, anti histamínicos, corticoesteroides, AINH, insuflação da tuba auditiva). Então o tratamento padrão ouro é o tratamento cirúrgico com colocação de dreno na MT - miringotomia e tubo de ventilação. Timpanoplastias quando atelectasia de MT.
O que é otite média crônica e qual a fisiopatogenia da otite média crônica?
Condição inflamatória crônica associada a PERFURAÇÕES AMPLAS E PERISTENTES DA MT + OTORREIA!
Crônico > 3 meses
A tuba auditiva tem uma equalização pressórica entre a orelha média e o meio externo. Quando a pressão se torna negativa, há uma retração na MT e pode levar a perfuração.
Qual o tipo de otite média crônica mais comum?
Otite crônica simples. Perfuração da MT + otorreia intermitente - SINTOMAS LEVES.
Tratamento: evitar contato com a água, limpeza e assepsia.
- ATB tópico (ciprofloxacino por 14 dias)
- ATB oral (amoxiciclina, amoxi/clavulanato, quinolonas por 21 dias)
- Corticoide tópico
- Tratamento cirúrgico - timpanoplastia; após 3 meses sem episódios agudos!
Quais as diferenças da otite crônica simples para a supurativa?
A supurativa é a inflamação crônica com otorreia persistente amarelo-esverdeada, odor fétido e otalgia mesmo sem contato com água. Tem perfurações maiores com comprometimento da mastoide!
- Na audiometria tonal, tem perdas auditivas mais graves e pode ser neurossensorial
- Na TC tem edema de orelha média e comprometimento de mastóide
O tratamento é igual da crônica simples, mudando que o tratamento cirúrgico é a timpanomasteidectomia (remove todo o tecido ósseo doente para fechar a perfuração timpânica).
O que é o colesteatoma?
É um tipo de otite média com comportamento pseudotumoral. Tem lesão do tecido epidérmico e conectivo em forma de saco invadindo a orelha média, ático e mastóide e formando epitélio escamoso destruindo a arquitetura original da orelha média. Mas isso é uma forma de cicatrização, a pele do conduto cresce para dentro.
Como é o quadro clínico da otite média colesteatomatosa?
Otorreia purulenta, zumbido, plenitude auricular, otorragia, tontura, otalgia, comprometimento do nervo facial, vertigens, surdez súbita.
Quais os exames complementares que podem ser feitos na otite média colesteatomatosa?
- Audiometria tonal - hipoacusia de conução
- TC - mostra destruição óssea da orelha média e osso temporal
Qual o principal tratamento do colesteatoma?
Remoção do tumor por meio da timpanomasteidectomia
Qual o processo inflamatório da orelha interna?
Labirintite.
Associado a sequelas graves da audição e equilíbrio.
Pode ser bacteriana (complicação de meningite, sífilis) ou viral (parotidite, sarampo, herpes zoster).
Perda auditiva progressiva e início brusco de vertigem incapacitante (náuseas, vômitos e febre).
TRATAR O FATOR CAUSAL -> cultura de líquor, anti inflamatórios e analgésicos.