Órgãos Reprodutores Masculinos Flashcards

1
Q

Como é feita a Determinação do Sexo e o Desenvolvimento dos Testículos?

A

Sexo Genético - determinado aquando da fertilização (presença ou ausência de Y)
Sexo Gonádico - determinado pela existência do gene SRY (presente no cromossoma Y) funcionando como um interruptor principal que controla cascatas de ativações de genes nos cromossomas 9, 11, 17, 19 e X. O FT TDF tem um domínio molecular que se liga a uma região específica do DNA alterando a sua estrutura para que outros FT se possam ligar promovendo a expressão de outros genes necessários à determinação do sexo masculino como:
-WT-1 (desenvolvimento do sistema urogenital e regulação da transcrição de SRY)
-SOX-9 (ativa AMH que produz o fator inibidor mulleriano)
-SF-1 (regula a expressão de genes esteroidogénicos)
-DAX-1

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2
Q

De que tecidos embrionários derivam os testículos?

A

Mesoderme intermediário - forma cristas urogenitais e origina as células de Leydig (células intersticiais) e células mioides (células contráteis peritubulares)
Epitélio Mesodérmico - reveste as cristas urogenitais e origina cordões epiteliais digitiformes (cordões sexuais primários) que crescem na mesoderme intermediária e são colonizadas por células germinativas primordiais e estes cordões originam as células de Sertoli.
Células Germinativas Primordiais - migram do saco vitelino para as gónadas em desenvolvimento (incorporadas nos cordões sexuais primários) e dividem-se e diferenciam-se em espertatogónias.
Os cordões sexuais primários (células germinativas primordiais, células pré­Sertoli e camada circundante de células mioides e acabam por se diferenciar nos cordões seminíferos) vão originar os túbulos seminíferos, túbulos retos e rede testicular. O Sexo Hormonal é determinado pela testosterona, pelo MIF e DHT:
O mesênquima que separa os cordões seminíferos dá origem às Células de Leydig que produzem testosterona estimulando o desenvolvimento do primórdio indiferenciado do testículo e crescimento e diferenciação dos Ductos Mesonéfricos de Wolff. A Conversão da mesma em di-hidrotestosterona permite ainda o desenvolvimento e diferenciação da genitália externa e a produção do Fator Inibidor Mulleriano pelas células de Sertoli inibe a divisão celular dos ductos paramesonéfricos.

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3
Q

Descreva a Estrutura dos Testículos

A

Cápsula de Tecido Conjuntivo Denso (Túnica Albugínea, espessa na superfície posterior projetando-se para o interior) que divide o testículo em lóbulos incompletos, mais internamente encontra-se a túnica vascular (t. conjuntivo laxo e vasos sanguíneos).
Cada Lóbulo tem 1-4 túbulos seminíferos, onde se produzem os espermatozoides, um estroma de Tecido Conjuntivo onde se encontram as Células de Leydig (produtoras de testosterona). Os túbulos formam ansas contorcidas cujas extremidades se encontram próximas do mediastino (em trajeto reto e curto) formando aqui o túbulo reto que se continua com a rede do testículo.

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4
Q

Descreva a Estrutura dos Túbulos Seminíferos

A

Epitélio Estratificado Complexo e Incomum com as seguintes células:
-Células de Sertoli: suporte, não se replicam depois da puberdade, células colunares com longos prolongamentos apicais e laterais que circundam as células espermatogénicas adjacentes e que ocupam os espaços entre elas - não são identificadas em preparações de rotina com H&E. Determinam a organização estrutural dos túbulos - estendem-se por toda a espessura do epitélio seminífero.
-Células Espermatogénicas: replicam-se e diferenciam-se regularmente em espermatozoides maduros, derivam de células germinativas primordiais do saco vitelino que colonizam as cristas gonádicas no desenvolvimento inicial do testículo, apresentando-se em diferentes estágios de desenvolvimento, organizadas em camadas pouco definidas, entre as células de Sertoli. As mais imaturas (espermatogónias) estão na lâmina basal e as mais maduras (espermátides) estão na porção apical da célula de Sertoli, margeando o lúmen do túbulo.
A Lâmina Prórpia (tecido peritubular) é tecido conjuntivo em múltiplas camadas que carece de fibroblastos típicos, 3-5 camadas de células mioides (características de células musculares lisas - lâmina basal e grande número de filamentos de actina e RER) que ajudam na movimentação dos espermatozoides e o líquido testicular até aos ductos excretores, e fibras de colagénio, externas à lâmina basal do epitélio seminífero.

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5
Q

Descreva as Células de Leydig

A

Grandes células polignonais eosinófilas que contêm gotículas de lípidos e pigmento de lipofuscina, cristais de Reinke (cristais citoplasmáticos em formato de bastões que, provavelmentem representam um produto proteico da célula), REL bem desenvolvido (eosinofilia) ao qual estão associadas as enzimas necessárias à produção de testosterona a partir do colesterol. Apresentam ainda mitocôndrias com cristas tubulovesiculares.

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6
Q

Indique quais as Secreções das Células de Leydig e qual a sua Importância

A

No início da vida fetal estas secretam testosterona necessária em várias etapas:
No embrião (juntamente com outros andrógenos) é essencial para o desenvolvimento normal das gónadas no feto masculino. Secretam também uma proteína semelhante à insulina 3 que estimula a descida do testículo durante o desenvolvimento
Na puberdade a testosterona é responsável pelo início da produção de espermatozoides, secreção das glândulas sexuais acessórias e desenvolvimento das características sexuais secundárias. Aqui a secreção de INSL3 também promove divisões meióticas nos túbulos seminíferos.
No adulto a secreção de testosterona é fundamental para a manutenção da espermatogénese e das características sexuais secundárias, ductos excretores genitais e glândulas sexuais acessórias. Para além de INSL3 secretam ainda oxitocina que estimula a contração das células mioides que circundam os túbulos seminíferos, movendo os espermatozoides em direção aos ductos deferentes.

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7
Q

Quais as fases da Espermatogénese?

A

Fase Espermatogónica
Fase Espermatocítica
Fase Espermatídica

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8
Q

Descreva a Fase Espermatogónica

A

As Células Tronco espermatogónicas sofrem múltiplas divisões formando espermatogónias de diferentes morfologias:
Espermatogónias do Tipo A escuras - núcleos ovoides com cromatina finamente granular, basófila, acreditando-se que estas sejam as CT do epitélio seminífero. Dividem-se em intervalos irregulares originando um par de espermatogónias Ad que permanecem como CT de reserva e outro de tipo Ap
Espermatogónias do Tipo A pálidas - núcleos ovoides com cromatina finamente granular, pouco corada, comprometidas com o processo de diferenciação sofrendo mitoses sucessivas para aumentar o seu número, sendo também denominadas por CT de renovação.
Espermatogónias do Tipo B - núcleos esféricos com cromatina condensada em grandes agregados pelo invólucro nuclear em torno do nucléolo central.

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9
Q

Qual a particularidade da divisão das espermatogónias Ad em Ap e qual a sua importância?

A

As células filhas permanecem conectadas por uma fina ponto citoplasmática e que se mantém nas seguintes divisões mitóticas e meióticas. Tais conexões mantêm-se intactas até aos últimos estágios da maturação permitindo o desenvolvimento sincrónico de cada clone a partir de um par original de células Ap.

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10
Q

Ordene, por ordem cronológica os 3 tipos de espermatogónias na 1ª fase da espermatogénese

A

Ad>Ap>B

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11
Q

Descreva a Fase Espermatocítica

A

Da divisão mitótica das espermatogónias B resultam os espermatócitos primários. Estes fazem a replicação do DNA imediatamente antes da meiose ficando com o número cromossómico normal (2n) mas o dobro do DNA (4d)
Na meiose I há redução do nº de cromossomas e de DNA - 1n, 2d, haploide formando o espermatócito secundário.
Na meiose II não há replicação de DNA, apenas divisão, formando-se agora células haploides com um só cromatídeo (1n, 1d)

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12
Q

Descreva as Fases Meióticas da Fase Esermatocítica

A

A prófase dura até 22 dias e no final desta podemos encontrar 44 autossomas e X,Y todos com 2 cromatídeos. Os cromossomas homólogos emparelhados trocam o seu DNA -crossing over, em que se organizam numa estrutura tripartida (complexo sinaptonémico), e uma vez concluindo os cromossomas homólogos separam-se, permanecendo os cromatídeos juntos, e é de realçar que os cromossomas de origem materna e paterna não se separam na placa metafisária., havendo distribuição aleatória. Depois de concluída a 2ª divisão meiótica obtemos dois espermatídios haploides, cada um com 23 cromossomas de filamentos simples e 1d.

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13
Q

Descreva a Fase Espermatídica (e que outro nome lhe podemos dar?)

A

Espermiogénese. Aqui os espermatídios sofrem remodelação enquanto se diferenciam em espermatozoides maduros. Ocorrem quando os espermatídios estão fixos à membrana das células de Sertoli por junções especializadas. Tais alterações ficam então descritas:

  • Fase de Golgi
  • Fase de Capuz
  • Fase Acrossómica
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14
Q

Quanto à Espermatogénese, descreva as modificações da Fase de Golgi

A

Grânulos PAS positivos acumulados nos complexos de Gogli, pró-acrossómicos, ricos em glicoproteínas formam a vesícula acrossómica, adjacente ao invólucro e para além disso os centríolos migram da região justanuclear para o polo posterior do espermatídeo, em que o centríolo maduro se alinha em ângulo reto com a membrana plasmática e este inicia a montagem de 9 duplas de microtúbulos periféricos e 2 centrais (axonema da cauda do espermatozoide).

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15
Q

Quanto à Espermatogénese, descreva as modificações da Fase de Capuz

A

A Vesícula Acrossómica espalha-se pela metade anterior do núcleo -capuz acrossómico e a outra metade perde os seus poros e torna-se mais espessa e o conteúdo nuclear condensa-se, graças às protaminas que se incorporam na cromatina durante a espermiogénese, substituindo as histonas nucleares.

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16
Q

Quanto à Espermatogénese, descreva as modificações da Fase Acrossómica

A

O Espermatídio orienta-se para que a cabeça fique profundamente na célula de Sertoli e aponta para a lâmina basal, sendo que o flagelo estende-se no lúmen do túbulo seminífero. O núcleo achata-se e alonga-se e, tal como o acromossoma, migra para ficar adjacente à membrana plasmática anterior, havendo deslocação do citoplasma para posterior. O microtúbulos citoplasmáticos organizam-se numa bainha - manguito, da margem posterior do acromossoma ao polo posterior do espermatídio.

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17
Q

O que acontece aos centríolos na Espermatogénese?

A

Regressam à superfície posterior do núcleo e o centríolo imaturo fixa-se a um sulco superficial no núcleo, sendo depois modificados para formar a peça de conexão ou região do colo do espermatozoide em desenvolvimento -9 fibras.

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18
Q

Descreva a Formação da Peça Intermediária do Espermatozoide

A

A membrana move-se posteriormente para cobrir o flagelo em crescimento, o manguito desaparece e as mitocôndrias migram do resto do citoplasma formando a bainha helicoidal em redor das fibras da região do colo e de sua extensão posterior imediata.

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19
Q

O que se encontra distal à Peça Intermediária?

A

Bainha fibrosa - duas colunas longitudinais e várias pontes. Circunda as 9 fibras longitudinais da Peça Principal e estende-se quase até à extremidade do flagelo. Trata-se então da Peça Terminal

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20
Q

Quanto à Espermatogénese, descreva as modificações da Fase de Maturação

A

Útlima fase de modificação, reduz-se o excesso de citoplasma ao redor do flagelo para formar o espermatozoide maduro e este é fagocitado pelas células de Sertoli (corpos residuais, com os quais permanecem as pontes intercelulares). Os espermatídios deixam de se encontrar conectados.

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21
Q

Descreva o Processo de Espermiação

A

Ocorre no Final da Fase de Maturação, quando os espermatídios são libertos das células de Sertoli no lúmen do túbulo seminífero, envolvendo remoção progressiva dos complexos juncionais especializados entre as células de Sertoli e os espermatídios e depois então estes soltam-se. Pela presença de Beta1-integrinas pensa-se que este processo sofra controlo enzimático.

22
Q

Descreva a Estrutura de um Espermatozoide Maduro

A

Apresenta uma cabeça achatada e pontiaguda com um capuz acromossómico que cobre os 2/3 anteriores do núcleo e contém hialuronidase, neuraminidase, fosfatase ácida e uma proteína semelhante à tripsina (acrosina). As enzimas anteriormente descritas são fundamentais para a penetração do espermatozoide na zona pelúcida do óvulo (reação acromossómica).
A Cauda é subdividida no colo, peça intermediária, peça principal e peça terminal. O Colo contém os centríolos e a origem das fibras granulosas. A Peça Intermediária contém as mitocôndrias (energia para a motilidade), envolvidas helicoidalmente em redor das fibras granulosas e do complexo axonémico. A Peça Principal contém a bainha fibrosa externa às fibras granulosas e complexo axonémico. A Peça Terminal contém apenas o complexo axonémico.

23
Q

Descreva as Diferenças entre o Espermatozoide recém-libertado e o Espermatozoide totalmente maturado

A

O espermatozoide recém-libertado é imóvel e transportado a partir dos túbulos seminíferos pelo líquido secretado pelas Células de Sertoli e isto é facilitado pelas contrações peristálticas das células contráteis peritubulares da lâmina própria. Chegam aos túbulos retos (apenas células de Sertoli) e no mediastino do testículo estes entram para a rede do testículo (epitélio simples cuboide) e daqui passam para os ductos deferentes até ao ducto do epidídimo onde adquirem motilidade e sofrem várias alterações:

  • Condensação adicional de DNA nuclear (histonas->protaminas), diminuindo o tamanho da cabeça
  • Redução adicional do citoplasma, forma mais delgada
  • Alterações dos lípidos, proteínas e glicosilação da membrana plasmática
  • Alterações da membrana acromossómica externa (decapacitação) em que se adiciona o fator de deacapacitação à superfície para inibir a capacidade de fertilização dos espermatozoides
24
Q

Que fatores devem ser responsáveis pela iniciação da motilidade dos espermatozoides?

A

Alterações do nível de monofosfato de adenosina cíclico, iões de cálcio e pH intracelular que regulam a atividade flagelar pelas alterações a fosforilação das proteínas.

25
Q

Descreva o Ciclo do Epitélio Seminífero

A

As células espermatogénicas em diferenciação têm os tipos celulares agrupados entre si devido à existência de pontes celulares e assim todas as fases de diferenciação ocorrem de modod sequencial em determinado locla do túbulo seminífero. Cada associação celular é considerada um estágio do processo cíclico. No Homem definem-se 6 estágios deste ciclo (mais claramente identificados em roedores - 14 estágios). Nos Humanos a espermatogénese tem a duração de 74 dias (16 dias para o ciclo do epitélio seminífero)

26
Q

Descreva as Células de Sertoli

A

São as células epiteliais colunares altas, que não se replicam e repousam na lâmina basal espessa de múltiplas camadas do epitélio seminífero. São Células de Sustentação para os espermatozoides em desenvolvimento. Contêm um REL extenso e um RER desenvolvido, bem como pilhas de lamelas anulares. Têm ainda muitas mitocôndrias esféricas e alongadas, Golgi desenvolvido e número variável de lisossomas, gotículas lipídicas, vesículas e grânulos de glicogénio.

27
Q

Descreva as Células de Sertoli

A

São as células epiteliais colunares altas, que não se replicam e repousam na lâmina basal espessa de múltiplas camadas do epitélio seminífero. São Células de Sustentação para os espermatozoides em desenvolvimento. Contêm um REL extenso e um RER desenvolvido, bem como pilhas de lamelas anulares. Têm ainda muitas mitocôndrias esféricas e alongadas, Golgi desenvolvido e número variável de lisossomas, gotículas lipídicas, vesículas e grânulos de glicogénio. O núcelo eucromático (atividade intensa) é ovoide ou triangular podendo exibir invaginações profundas, local e formato variável, sendo que em algumas espécies contém estrutura tripartida singular - nucléolo com RNA ladeado por um par de corpúsculos com DNA (cariossomas). No Homem encontram-se corpúsculos de inclusão característicos (Charcot-Bottcher) no citoplasma basal, visíveis em preparações histológicas de rotina (no MET são feixes defilamentos pouco ordenados, paralelos ou convergentes, retos e densos) sendo que podem estar envolvidos no transporte de lípidos e na sua utilização pelas Células de Sertoli.

28
Q

Descreva o citoesqueleto das Células de Sertoli

A
  • Microtúbulos, abundantes e orientados paralelamente ao eixo longitudinal, nucleados na periferia da célula (e não a partir do centro de organização do microtúbulo). Extremidades (-) para o ápice e (+) para a base. Atuam no Transporte Vesicular e Reposicionamento dos Espermatídios alongados inseridos nestas células;
  • Filamentos Intermediários, vimentina, formam uma bainha perinuclear que circunda e separa o núcelo dos outros componentes citoplasmáticos e estendem-se até às junções semelhantes a desmossomas que unem as células de Sertoli adjacentes e os hemidesmossomas;
  • Filamentos de Actina, próximos das junções intercelulares, reforçam e estabilizam as especializações de junções intercelulares da membrana plasmática da célula de Sertoli.
29
Q

Descreva o Complexo Juncional das células de Sertoli

A

Estão ligadas entre si por um complexo juncional incomum entre células de Sertoli que apresenta uma zônula de oclusão muito firme e ainda 2 componentes citoplasmáticos: Cisterna Achatada de REL (paralela à membrana na região de junção) e Feixes de Filamentos de Actina (hexagonal, entre as cisternas de REL e as membranas plasmáticas).
Este CJ estabelece dois compartimentos epiteliais: Compartimento Epitelial Basal e outro Luminal. Os espermatogónios e espermatócitos primários imaturos estão restritos ao compartimento basal (entre as junções e a lâmina basal), enquanto que os mais maduros e os espermatídios estão restritos ao luminal. Para transitarem de um compartimento para o outro forma-se um novo complexo entre os polongamentos das células de Sertoli que se estendem sob os espermatócitos recém-formados e degradação do complexo acima destes - na diferenciação das células espermatogénicas os processos de meiose e espermiogénese ocorrem no compartimento luminal.
Em ambos os compartimentos as células espermatogénicas são circundadas por prolongamentos complexos das células de Sertoli - função de sustentação, bem como fagocitose e degradação dos corpos residuais, bem como de células que não tenham conseguido completar a diferenciação.
Este cria ainda a Barreira Hematotesticular - compartimentalização fisiológica no epitélio seminífero em relação à composição de iões, aminoácidos, hidratos de carbono e proteínas, pelo que a composição do plasma sanguíneo e linfa testicular difere muito do líquido dos túbulos seminíferos e ductos excretores. Os produtos secretores exócrinos das células de Sertoli estão altamente concentrados no lúmen dos túbulos e mantêm uma elevada concentração de Testosterona - microambiente favorável. Esta barreira isola as células germinativas haploides geneticamente diferentes (antigénicas) do sistema imune do homem adulto.

30
Q

Diferencie os Complexos Juncionais das Células de Sertoli dos Complexos que ocorrem no local em que os espermatídios estão fixados.

A

Há também um complexo juncional de aspeto semelhante na célula de Sertoli, no local em que os espermatídios estão
fixadas. No entanto, não há zônula de oclusão, e o espermatídio carece de cisternas achatadas de REL e de feixes de
filamentos de actina. Outras especializações juncionais das células de Sertoli incluem as junções comunicantes entre células de Sertoli, junções semelhantes a desmossomas entre as células de Sertoli e células espermatogénicas de estágio inicial e hemidesmossomas na interface entre as células de Sertoli e a lâmina basal.

31
Q

Descreva as Funções Secretoras das Células de Sertoli

A

Apresentam funções secretoras endócrinas e exócrinas. Secretam o líquido que facilita a passagem dos espermatozoides em amadurecimento, bem como fatores necessários para a progressão das espermatogónias em espermatozoides. Secretam uma proteína de Ligação a Androgénios que concentra a testosterona no compartimento luminal do túbulo seminífero.
Estas apresentam recetores de FSH e de testosterona, que regulam esta função.
Ao nível da Secreção Endócrina podemos identificar:
-Inibina (feedback que inibe a libertação do FSH pela adeno-hipófise)
-Ativador do Plasminogénio (converte o plasminogénio na plasmina)
-Transferina (transporta ferro)
-Ceruloplasmina (transportador de cobre)
-Glicoproteínas que funcionam como Fatores de Crescimento ou fatores parácrinos (fator inibidor muleriano, fator de células tronco e fator neurotrófico derivado de células gliais)

32
Q

Descreva os Ductos Intratesticulares

A

Na extremidade de cada Túbulo Seminífero observa-se uma transição abrupta para os Túbulos Retos e esta porção terminal do Túbulo Seminífero apenas apresenta revestimento de Células de Sertoli e há estreitamento dos túbulos para acabarem num revestimento de epitélio simples cuboide. Os túbulos retos desembocam na Rede Testicular - canais interconectados no tecido conjuntivo altamente vascularizado do mediastino. Estes canais são revestidos por um epitélio simples cuboide ou colunar baixo com um único cílio apical e poucas microvilosidades apicais curtas.

33
Q

Descreva o desenvolvimento do Sistema de Ductos Excretores

A

O Desenvolvimento Inicial das Células de Leydig e o início de Secreção de Testosterona estimulam o ducto mesonéfrico (de Wolff) a diferenciar-se no sistema de ductos excretores, sendo que a porção adjacente ao testículo torna-se contorcida e diferencia-se no ducto do epidídimo e vários túbulos mesonéfricos remanescentes contactam com os cordões seminíferos em desenvolvimento, formando os ductos eferentes que conectam a rede do testículo com o ducto do epidídimo. A porção Distal do ducto mesonéfrico adquire um revestimento espesso de músculo liso e passa a constituir o ducto deferente cuja extremidade vai originar o ducto ejaculatório e as glândulas seminais.

34
Q

Descreva o Sistema de Ductos Excretores

A

Cerca de 20 ductos eferentes conectam a rede testicular ao ducto do epidídimo e, quando os ductos eferentes deixam o testículo tornam-se altamente espiralados formando os cones vasculares (as bases pertencem à cabeça do epidídimo e abrem-se no ducto do epidídimo). Os Ductos Eferentes são revestidos por um epitélio pseudo-estratificado colunar que contém agrupamentos de células altas e baixas (superfície luminal em dentes de serra). Entremeadas nas colunares podemos encontrar células basais que atuam como CT epiteliais. As colunares altas são ciliadas e as curtas, não ciliadas, apresentam numerosas microvilosidades e invaginações caniculares da superfície apical (vesículas pinocíticas, corpúsculos densos envolvidos por membranas, lisossomas e outras estruturas citoplasmáticas associadas a atividade endocítica). A maior parte do líquido secretado nos túbulos seminíferos sobre reabsorção nos ductos eferentes.
Nos Ductos Excretores observamos uma Camada de Músculo Liso na porção inicial dos ductos eferentes, com várias células de espessura e dispõem-se numa bainha circular. Estão intercaladas fibras elásticas, sendo que o transporte dos espermatozoides requer tanto a ação ciliar como muscular.

35
Q

Descreva o Epidídimo

A

Consiste nos ductos eferentes e no ducto do epidídimo, com vasos, músculo liso e uma cobertura de tecido conjuntivo. O seu ducto é altamente espiralado. Divide-se na cabeça, corpo e cauda, sendo que os ductos eferentes ocupam a cabeça e o ducto do epidídimo ocupa o corpo e cauda, sendo neste último que os espermatozoides adquirem a sua motilidade e capacidade de fertilizar um oócito (dependente de andorgénios).
Apresenta Epitélio Pseudo-Estratificado Colunar com 2 tipos celulares:
-Células Principais (diminuem o tamanho da cabeça para a cauda), apresentam microvilosidades longas e modificadas (estereocílios) que diminuem ao chegar à cauda;
-Células Basais, pequenas e esféricas, na lâmina basal, sendo estas as CT.
Podemos ainda encontrar células Halo - linfócitos migratórios.

36
Q

Descreva o Papel das Células do Epidídimo na Absorção e Secreção

A

A maior parte do líquido não reabsorvido pelos ductos eferentes é reabsorvido pelo epidídimo proximal e as células epiteliais fagocitam corpos residuais remanescentes, bem como espermatozoides que degenerem neste local. Assim o citoplasma apical das células principais contém numeroas invaginações nas bases dos estereocílios (vesículas recobertas, corpos multivesiculares e lisossomas).
As células principais também secretam glicerofosfocolina, ácido siálico e glicoproteínas que, além do glicocálice e dos esteroides, ajudam na maturação dos espermatozoides. Células com numerosas cisternas de RER a circundar o núcleo basal, Golgi supranuclear bem desenvolvido e ainda REL e RER no citoplasma apical.

37
Q

Descreva o Ducto Deferente

A

(Vas Deferens) continua a cauda do epidídimo, ascende na borda posterior do testículo, próximo a vasos e nervos e chega ao abdomen passando pelo canal inguinal. Próximo da bexiga amplia-se para formar a Ampola do Ducto Deferente unindo-se ao Ducto da Vesícula Seminal, continuando através da Próstata como o ducto ejaculatório.
Revestido por Epitélio Pseu-Estratificado Colunar, semelhante ao do epidídimo, com Células Colunares Altas com esterocílios para o lúmen e as Células Basais arredondadas repousam na lâmina basal. Ao invés do epidídimo não apresenta um lúmen liso em preparações histológicas - pregas longitudinais profundas.
A Ampola apresenta pregas ramificadas e mais altas da mucosa (divertículos glandulares) e tem revestimento muscular mais fino (sem camadas longitudinais desde a proximidade do ducto ejaculatório). Tem epitélio com função secretora - grânulos de pigmento amarelo.

38
Q

Descreva o Ducto Deferente

A

(Vas Deferens) continua a cauda do epidídimo, ascende na borda posterior do testículo, próximo a vasos e nervos e chega ao abdomen passando pelo canal inguinal. Próximo da bexiga amplia-se para formar a Ampola do Ducto Deferente unindo-se ao Ducto da Vesícula Seminal, continuando através da Próstata como o ducto ejaculatório.
Revestido por Epitélio Pseu-Estratificado Colunar, semelhante ao do epidídimo, com Células Colunares Altas com esterocílios para o lúmen e as Células Basais arredondadas repousam na lâmina basal. Ao invés do epidídimo não apresenta um lúmen liso em preparações histológicas - pregas longitudinais profundas.
A Ampola apresenta pregas ramificadas e mais altas da mucosa (divertículos glandulares) e tem revestimento muscular mais fino (sem camadas longitudinais desde a proximidade do ducto ejaculatório). Tem epitélio com função secretora - grânulos de pigmento amarelo.

39
Q

Descreva as Glândulas Sexuais Acessórias

A

Glândulas Seminais - tubulares, pregueadas, alongadas e pareadas, na parede posterior da bexiga. O seu Ducto Excretor curto combina-se com a ampola do ducto deferente para formar o Ducto Ejaculatório. Evaginações dos Ductos Mesonéfricos.
A Parede Contém uma mucosa, uma fina camada de músculo liso e um revestimento fibroso.
Na mucosa encontramos pregas primárias, secundárias e terciárias (aumenta a área de superfície secretora), epitélio pseudo-estratificado colunar (células altas não ciliadas, com morfologia de células secretoras de proteínas - RER e vacúolos secretores, e células pequenas e esférias na lâmina basal, idênticas às do restante sistema de ductos)

40
Q

Descreva a Secreção das Glândulas Seminais

A

Material viscoso amarelo-esbranquiçado com frutose (principal substrato metabólico dos espermatozoides), açúcares simples, aminoácidos, ácido ascórbico e prostaglandinas. A contração do revestimento de músculo liso destas glândulas durante a ejaculação descarrega a sua secreção nos ductos ejaculatórios, ajudando a eliminar os espermatozoides da uretra.
Tanto a sua função secretora como a morfologia é controlada pela testosterona.

41
Q

Descreva a Função Principal da Próstata e a sua Estrutura Geral

A

Tem como função principal a secreção de um líquido claro e ligeiramente alcalino, que contribui para a formação do líquido seminal e apresenta 30-50 glândulas tubuloalveolares em 3 camadas concêntricas (mucosa interna, submucosa intermediária e camada periférica em que se encontram as glândulas prostáticas principais). As glândulas da camada mucosa secretam diretamente para a uretra e as outras duas camadas contêm ductos que se abrem nos seios prostáticos, em cada lado da crista uretral - parede posterior da uretra.

42
Q

Descreva o Parênquima Prostático Adulto

A

Apresenta 4 Zonas: Zona Central, Zona Periférica, Zona de Transição e Zona Perituretral. Salienta-se ainda que na superfície anterior da próstata, anteriormente à uretra se encontra o estroma fibromuscular, composto por tecido conjuntivo denso irregular, com grandes quantidades de fibras musculares lisas.

43
Q

Descreva a Zona Central do Parênquima Prostático

A

Circunda os ductos ejaculatórios, cerca de 25% do tecido glandular (resistente ao carcinoma e à inflamação). Células morfologicamente distintas - citoplasma mais proeminentes, ligeiramente basófilo, núcleos maiores em diferentes níveis das células adjacentes. Parece ter origem embrionária da inclusão de células do ducto mesonéfrico na próstata em desenvolvimento.

44
Q

Descreva a Zona Periférica do Parênquima Prostático

A

70% do Tecido Glandular, circunda a Zona Central e ocupa as porções posterior e lateral da glândula

45
Q

Descreva a Zona de Transição do Parênquima Prostático

A

Circunda a Parte Prostática da Uretra, 5% do Tecido Glandular e contém as glândulas mucosas

46
Q

Descreva a Zona Periuretral do Parênquima Prostático

A

Contém glândulas mucosas e submucosas

47
Q

Descreva as enzimas produzidas pelas células epiteliais da Próstata

A

Antígeno Prostático Específico (PSA) - protease, considerado um dos marcadores tumorais de maior importância clínica. Em condições normais é secretado pelo nos alvéolos da próstata sendo depois incorporado no líquido seminal. Apenas uma parte muita pequena circula no sangue

  • Fosfatase Ácida Prostática - regula o crescimento e o metabolismo celular do epitélio glandular da próstata
  • Fibrinolisina - liquefaz o sémen
48
Q

Descreva as Glândulas Bublorretais (de Cowper)

A

Estruturas do tamanho de uma ervilha, no diafragma urogenital. O seu ducto une-se à porção inicial da parte esponjosa da uretra. Compostas por glândulas tubuloalveolares, estruturalmente semelhantes às glândulas secretoras de muco. Epitélio Simples Colunar com altura variável de acordo com o estado funcional da glândula (controlo da testosterona).
A Secreção glandular clara, semelhante a muco, contém grandes quantidades de galactose e galactosamina, ácido galacturónico, ácido siálico e metilpentose.

49
Q

Descreva as Glândulas Bublorretais (de Cowper)

A

Estruturas do tamanho de uma ervilha, no diafragma urogenital. O seu ducto une-se à porção inicial da parte esponjosa da uretra. Compostas por glândulas tubuloalveolares, estruturalmente semelhantes às glândulas secretoras de muco. Epitélio Simples Colunar com altura variável de acordo com o estado funcional da glândula (controlo da testosterona).
A Secreção glandular clara, semelhante a muco, contém grandes quantidades de galactose e galactosamina, ácido galacturónico, ácido siálico e metilpentose.

50
Q

Descreva o Sémen

A

Contém líquidos e espermatozoides dos testículos e produtos secretores do epidídimo, ducto deferente, próstata, glândulas seminais e glândulas bulboretrais. O líquido seminal fornece nutrientes e proteção para aos espermatozoides. O Sémen é alcalino e ajuda a neutralizar o ambiente ácido da uretra e vagina. Contém ainda prostaglandinas que podem influenciar o trânsito dos espermatozoides nos ductos do sistema reprodutor (masculino e feminino) podendo desempenhar um papel na implantação do óvulo fertilizado.

51
Q

Descreva o Pénis

A

Duas massas dorsais de tecido erétil - corpos cavernosos, e uma massa ventral de tecido erétil - corpo esponjoso, no interior do qual a uretra esponjosa segue o seu caminho. Estes 3 corpos são unidos pela túnica albugínea.
Os Corpos Cavernosos têm espaços vasculares irregulares, revestidos por endotélio e circundados por uma camada fina de músculo liso, formando trabéculas na túnica albugínea interconectado e entrecruzando o corpo cavernoso. O Tecido Conjuntivo Intersticial tem ainda bastantes terminações nervosas e vasos linfáticos.
A Pele do Pénis é fina e e adere laxamente ao tecido conjuntivo subjacente, exceto na glande, onde está fortemente aderida. Não há Tecido Adiposo no Tecido Subcutâneo, mas há uma fina camada de músculo liso, contínua com o dartos da bolsa escrotal. Encontram-se ainda várias glândulas sebáceas na pele do pénis, imediatamente proximal à glande. O Pénis é inervado por fibras motoras somáticas e viscerais com terminações distribuídas por todo o tecido.