Órgãos Reprodutores Masculinos Flashcards
Como é feita a Determinação do Sexo e o Desenvolvimento dos Testículos?
Sexo Genético - determinado aquando da fertilização (presença ou ausência de Y)
Sexo Gonádico - determinado pela existência do gene SRY (presente no cromossoma Y) funcionando como um interruptor principal que controla cascatas de ativações de genes nos cromossomas 9, 11, 17, 19 e X. O FT TDF tem um domínio molecular que se liga a uma região específica do DNA alterando a sua estrutura para que outros FT se possam ligar promovendo a expressão de outros genes necessários à determinação do sexo masculino como:
-WT-1 (desenvolvimento do sistema urogenital e regulação da transcrição de SRY)
-SOX-9 (ativa AMH que produz o fator inibidor mulleriano)
-SF-1 (regula a expressão de genes esteroidogénicos)
-DAX-1
De que tecidos embrionários derivam os testículos?
Mesoderme intermediário - forma cristas urogenitais e origina as células de Leydig (células intersticiais) e células mioides (células contráteis peritubulares)
Epitélio Mesodérmico - reveste as cristas urogenitais e origina cordões epiteliais digitiformes (cordões sexuais primários) que crescem na mesoderme intermediária e são colonizadas por células germinativas primordiais e estes cordões originam as células de Sertoli.
Células Germinativas Primordiais - migram do saco vitelino para as gónadas em desenvolvimento (incorporadas nos cordões sexuais primários) e dividem-se e diferenciam-se em espertatogónias.
Os cordões sexuais primários (células germinativas primordiais, células préSertoli e camada circundante de células mioides e acabam por se diferenciar nos cordões seminíferos) vão originar os túbulos seminíferos, túbulos retos e rede testicular. O Sexo Hormonal é determinado pela testosterona, pelo MIF e DHT:
O mesênquima que separa os cordões seminíferos dá origem às Células de Leydig que produzem testosterona estimulando o desenvolvimento do primórdio indiferenciado do testículo e crescimento e diferenciação dos Ductos Mesonéfricos de Wolff. A Conversão da mesma em di-hidrotestosterona permite ainda o desenvolvimento e diferenciação da genitália externa e a produção do Fator Inibidor Mulleriano pelas células de Sertoli inibe a divisão celular dos ductos paramesonéfricos.
Descreva a Estrutura dos Testículos
Cápsula de Tecido Conjuntivo Denso (Túnica Albugínea, espessa na superfície posterior projetando-se para o interior) que divide o testículo em lóbulos incompletos, mais internamente encontra-se a túnica vascular (t. conjuntivo laxo e vasos sanguíneos).
Cada Lóbulo tem 1-4 túbulos seminíferos, onde se produzem os espermatozoides, um estroma de Tecido Conjuntivo onde se encontram as Células de Leydig (produtoras de testosterona). Os túbulos formam ansas contorcidas cujas extremidades se encontram próximas do mediastino (em trajeto reto e curto) formando aqui o túbulo reto que se continua com a rede do testículo.
Descreva a Estrutura dos Túbulos Seminíferos
Epitélio Estratificado Complexo e Incomum com as seguintes células:
-Células de Sertoli: suporte, não se replicam depois da puberdade, células colunares com longos prolongamentos apicais e laterais que circundam as células espermatogénicas adjacentes e que ocupam os espaços entre elas - não são identificadas em preparações de rotina com H&E. Determinam a organização estrutural dos túbulos - estendem-se por toda a espessura do epitélio seminífero.
-Células Espermatogénicas: replicam-se e diferenciam-se regularmente em espermatozoides maduros, derivam de células germinativas primordiais do saco vitelino que colonizam as cristas gonádicas no desenvolvimento inicial do testículo, apresentando-se em diferentes estágios de desenvolvimento, organizadas em camadas pouco definidas, entre as células de Sertoli. As mais imaturas (espermatogónias) estão na lâmina basal e as mais maduras (espermátides) estão na porção apical da célula de Sertoli, margeando o lúmen do túbulo.
A Lâmina Prórpia (tecido peritubular) é tecido conjuntivo em múltiplas camadas que carece de fibroblastos típicos, 3-5 camadas de células mioides (características de células musculares lisas - lâmina basal e grande número de filamentos de actina e RER) que ajudam na movimentação dos espermatozoides e o líquido testicular até aos ductos excretores, e fibras de colagénio, externas à lâmina basal do epitélio seminífero.
Descreva as Células de Leydig
Grandes células polignonais eosinófilas que contêm gotículas de lípidos e pigmento de lipofuscina, cristais de Reinke (cristais citoplasmáticos em formato de bastões que, provavelmentem representam um produto proteico da célula), REL bem desenvolvido (eosinofilia) ao qual estão associadas as enzimas necessárias à produção de testosterona a partir do colesterol. Apresentam ainda mitocôndrias com cristas tubulovesiculares.
Indique quais as Secreções das Células de Leydig e qual a sua Importância
No início da vida fetal estas secretam testosterona necessária em várias etapas:
No embrião (juntamente com outros andrógenos) é essencial para o desenvolvimento normal das gónadas no feto masculino. Secretam também uma proteína semelhante à insulina 3 que estimula a descida do testículo durante o desenvolvimento
Na puberdade a testosterona é responsável pelo início da produção de espermatozoides, secreção das glândulas sexuais acessórias e desenvolvimento das características sexuais secundárias. Aqui a secreção de INSL3 também promove divisões meióticas nos túbulos seminíferos.
No adulto a secreção de testosterona é fundamental para a manutenção da espermatogénese e das características sexuais secundárias, ductos excretores genitais e glândulas sexuais acessórias. Para além de INSL3 secretam ainda oxitocina que estimula a contração das células mioides que circundam os túbulos seminíferos, movendo os espermatozoides em direção aos ductos deferentes.
Quais as fases da Espermatogénese?
Fase Espermatogónica
Fase Espermatocítica
Fase Espermatídica
Descreva a Fase Espermatogónica
As Células Tronco espermatogónicas sofrem múltiplas divisões formando espermatogónias de diferentes morfologias:
Espermatogónias do Tipo A escuras - núcleos ovoides com cromatina finamente granular, basófila, acreditando-se que estas sejam as CT do epitélio seminífero. Dividem-se em intervalos irregulares originando um par de espermatogónias Ad que permanecem como CT de reserva e outro de tipo Ap
Espermatogónias do Tipo A pálidas - núcleos ovoides com cromatina finamente granular, pouco corada, comprometidas com o processo de diferenciação sofrendo mitoses sucessivas para aumentar o seu número, sendo também denominadas por CT de renovação.
Espermatogónias do Tipo B - núcleos esféricos com cromatina condensada em grandes agregados pelo invólucro nuclear em torno do nucléolo central.
Qual a particularidade da divisão das espermatogónias Ad em Ap e qual a sua importância?
As células filhas permanecem conectadas por uma fina ponto citoplasmática e que se mantém nas seguintes divisões mitóticas e meióticas. Tais conexões mantêm-se intactas até aos últimos estágios da maturação permitindo o desenvolvimento sincrónico de cada clone a partir de um par original de células Ap.
Ordene, por ordem cronológica os 3 tipos de espermatogónias na 1ª fase da espermatogénese
Ad>Ap>B
Descreva a Fase Espermatocítica
Da divisão mitótica das espermatogónias B resultam os espermatócitos primários. Estes fazem a replicação do DNA imediatamente antes da meiose ficando com o número cromossómico normal (2n) mas o dobro do DNA (4d)
Na meiose I há redução do nº de cromossomas e de DNA - 1n, 2d, haploide formando o espermatócito secundário.
Na meiose II não há replicação de DNA, apenas divisão, formando-se agora células haploides com um só cromatídeo (1n, 1d)
Descreva as Fases Meióticas da Fase Esermatocítica
A prófase dura até 22 dias e no final desta podemos encontrar 44 autossomas e X,Y todos com 2 cromatídeos. Os cromossomas homólogos emparelhados trocam o seu DNA -crossing over, em que se organizam numa estrutura tripartida (complexo sinaptonémico), e uma vez concluindo os cromossomas homólogos separam-se, permanecendo os cromatídeos juntos, e é de realçar que os cromossomas de origem materna e paterna não se separam na placa metafisária., havendo distribuição aleatória. Depois de concluída a 2ª divisão meiótica obtemos dois espermatídios haploides, cada um com 23 cromossomas de filamentos simples e 1d.
Descreva a Fase Espermatídica (e que outro nome lhe podemos dar?)
Espermiogénese. Aqui os espermatídios sofrem remodelação enquanto se diferenciam em espermatozoides maduros. Ocorrem quando os espermatídios estão fixos à membrana das células de Sertoli por junções especializadas. Tais alterações ficam então descritas:
- Fase de Golgi
- Fase de Capuz
- Fase Acrossómica
Quanto à Espermatogénese, descreva as modificações da Fase de Golgi
Grânulos PAS positivos acumulados nos complexos de Gogli, pró-acrossómicos, ricos em glicoproteínas formam a vesícula acrossómica, adjacente ao invólucro e para além disso os centríolos migram da região justanuclear para o polo posterior do espermatídeo, em que o centríolo maduro se alinha em ângulo reto com a membrana plasmática e este inicia a montagem de 9 duplas de microtúbulos periféricos e 2 centrais (axonema da cauda do espermatozoide).
Quanto à Espermatogénese, descreva as modificações da Fase de Capuz
A Vesícula Acrossómica espalha-se pela metade anterior do núcleo -capuz acrossómico e a outra metade perde os seus poros e torna-se mais espessa e o conteúdo nuclear condensa-se, graças às protaminas que se incorporam na cromatina durante a espermiogénese, substituindo as histonas nucleares.
Quanto à Espermatogénese, descreva as modificações da Fase Acrossómica
O Espermatídio orienta-se para que a cabeça fique profundamente na célula de Sertoli e aponta para a lâmina basal, sendo que o flagelo estende-se no lúmen do túbulo seminífero. O núcleo achata-se e alonga-se e, tal como o acromossoma, migra para ficar adjacente à membrana plasmática anterior, havendo deslocação do citoplasma para posterior. O microtúbulos citoplasmáticos organizam-se numa bainha - manguito, da margem posterior do acromossoma ao polo posterior do espermatídio.
O que acontece aos centríolos na Espermatogénese?
Regressam à superfície posterior do núcleo e o centríolo imaturo fixa-se a um sulco superficial no núcleo, sendo depois modificados para formar a peça de conexão ou região do colo do espermatozoide em desenvolvimento -9 fibras.
Descreva a Formação da Peça Intermediária do Espermatozoide
A membrana move-se posteriormente para cobrir o flagelo em crescimento, o manguito desaparece e as mitocôndrias migram do resto do citoplasma formando a bainha helicoidal em redor das fibras da região do colo e de sua extensão posterior imediata.
O que se encontra distal à Peça Intermediária?
Bainha fibrosa - duas colunas longitudinais e várias pontes. Circunda as 9 fibras longitudinais da Peça Principal e estende-se quase até à extremidade do flagelo. Trata-se então da Peça Terminal
Quanto à Espermatogénese, descreva as modificações da Fase de Maturação
Útlima fase de modificação, reduz-se o excesso de citoplasma ao redor do flagelo para formar o espermatozoide maduro e este é fagocitado pelas células de Sertoli (corpos residuais, com os quais permanecem as pontes intercelulares). Os espermatídios deixam de se encontrar conectados.