Órgãos Reprodutores Femininos Flashcards
Quais as Funções dos Ovários?
Gametogénese (Ocitogénese), Esteroidogénese
Quais os Esteroides Principais Secretados pelos Ovários?
Estrogénios - promovem crescimento e maturação de órgãos sexuais internos e externos e são responsáveis pelas características sexuais femininas que se desenvolvem na puberdade e atuam também sobre as glândulas mamárias (estímulo do crescimento dos ductos e do estroma e do acúmulo do tecido adiposo)
Progesterona - preparam os órgãos sexuais internos para a gravidez, promovendo alterações secretoras no endométrio e promovendo a proliferação lobular.
Descreva a Estrutura do Ovário
Antes da puberdade tem uma superfície lisa e depois vai apresentando cicatrizes. Na fase de pós-menopausa apresenta apenas 1/4 do tamanho observado durante o período reprodutivo.
A Medula contém tecido conjuntivo laxo, massa de vasos sanguíneos contorcidos de calibre relativamente grande, vasos linfáticos e nervos;
O Córtex (região cortical) contém os folículos ovarianos em tecido conjuntivo ricamente celularizado, fibras musculares dispersas pelo estroma a envolver os folículos..
Coberto por epitélio germinativo (simples cuboide) que se pode tornar quase pavimentoso em algumas regiões (continuidade com o mesotélio). Entre o epitélio germinativo e o cortéx encontramos a túnica albugínea (tecido conjuntivo denso).
Os Folículos Ovarianos, cada um de seu tamanho e com um único oócito (cujo desenvolvimento fica parado ma meiose I após o nascimento e até à puberdade). Apenas um oócito amadurece por ciclo e ao longo da vida, todos aqueles que não chegam a sofrer maturação completa sofrem atresia.
Como se podem identificar os Folículos Ovarianos com base no seu estado de Desenvolvimento?
Folículos Primordiais
Folículos em Crescimento (primários e secundários)
Folículos Maduros (de Graaf)
Descreva o Folículo Primordial
Surgem no 3º mês do desenvolvimento fetal, com crescimento independente da estimulação das gonadotropinas. No ovário maduro estão no estroma do córtex. Circundam o oócito uma camada de células foliculares pavimentosas (todos intimamente apostos) delimitadas externamente por uma lâmina basal. Tem um núcleo excêntrico com cromatina finamente dispersa e um ou mais nucléolos grandes, sendo que o ooplasma contém corpúsculos de Balbiani (acumulado de membranas e vesículas de Golgi, retículo endoplasmático, centríolos, mitocôndrias e lisossomas) e lamelas anulares (semelhantes a uma pilha de perfis de invólucros nucleares sendo que cada pilha tem uma estrutura porosa, morfologicamente idêntica aos poros nucleares) e vesículas citoplasmáticas dispersas.
Que modificações ocorrem na passagem de folículo primordial para primário?
O oócito aumenta de tamanho e ocorre proliferação das células foliculares achatadas circundantes (tornam-se cuboides) para formar o folículo primário. O oócito vai secretando proteínas específicas organizadas num revestimento extracelular (zona pelúcida) entre as duas camadas previamente descritas, sendo que, nos humanos esta é composta pelas glicoproteínas ZP-1, ZP-2 e ZP-3, das quais a última é a mais importante por atuar como recetor para a ligação dos espermatozoides e indutor da reação acrossómica. Zona claramente visível ao MO como camada homogénea e refringente, que se cora intensamente com corantes acidófilos (e PAS).
A proliferação das células foliculares também passa de uma camada única para uma camada estratificada - membrana granulosa e estas células são agora as células da granulosa. Desenvolvem-se junções comunicantes entre as células da granulosa, mas na camada basal não se encontramzônulas de oclusão (ausência de barreira hematofolicular).
Aquando do Desenvolvimento Folicular descreva as alterações nas Células do Tecido Conjuntivo
As células do estroma formam uma bainha - teca folicular, imediatamente externa à lâmina basal. Esta diferencia-se em duas camadas:
-teca interna, células secretoras cuboides, altamente vascularizada. As células totalmente diferenciadas têm características de células produtoras de esteroides. Muitos recetores de LH para que produzam e secretem os androgénios percursores dos estrogénios. Contém ainda fibroblastos, feixes de colagénio e uma rede rica em pequenos vasos
Teca Externa - camada externa, principalmente células musculares lisas e feixes de fibras de colagénio-
Os limites entre as duas camadas não são distintos, apenas o limite entre a teca interna e a camada granulosa (lâmina basal) e é avascular durante o período de crescimento folicular.
Descreva a Maturação do Oócito
Ocorre no Folículo Primário e vai ocorrer simultaneamente a distribuição de organelos. Múltiplos elementos dispersos do Golgi, derivados dum único corpúsculo de Balbiani tornam-se dispersos e aumenta o nº de ribossomas livres, mitocôndrias, pequenas vesículas e corpúsculos multivesiculares (e RER). Gotículas lipídicas ocasionais e massas de pigmento lipocromo e apresentam ainda grânulos corticais (imediatamente abaixo do colema) com proteases libertadas por exocitose aquando da ativação pelo espermatozoide. Apresentam microvilosidades irregulares para o espaço perivitelino (oócito e células da granulosa), à medida que a zona pelúcida é depositada. Simultaneamente desenvolvem-se prolongamentos delgados das células da granulosa que se projetam em direção ao oócito (entremeando-se com as microvilosidades do oócito ou mesmo invaginando-se pela sua membrana).
Descreva o Folículo Secundário
O Folículo Primário vai-se dirigindo para a região mais profunda do estroma cortical pela proliferação das células da granulosa. Necessita-se de FSH, Fatores de Crescimento (epidérmico, IGF-I) e Iões de Cálcio para o Crescimento dos oócitos e dos folículos. Quando o estrato granuloso atinge a espessura de 6-12 camadas celulares surgem cavidades repletas de líquido rico em ácido hialurónico entre as células da granulosa. À medida que a quantidade de líquido aumenta, as cavidades vão coalescer, formando por fim o antro - daí o nome folículo antral. O Oócito tem posição excêntrica e o inibidor da maturação do oócito (das células da granulosa para o líquido do antro) vai parar o seu crescimento (relação inversamente proporcional). Enquanto o oócito cresceu, o antro também cresceu. O Estrato Granuloso, de espessura uniforme, exceto na região associada ao oócito vai apresentar um espessamento - cúmulo oóforo, que se projeta para o antro, circundado pela coroa radiada. As células emitem microvilosidades que penetram em toda a zona pelúcida e comunicam por junções comunicantes com as dos ovócito. No desenvolvimento folicular o nº de microvilosidades na camada granulosa aumenta (relacionado com o aumento do nº de recetores de LH). Entre as células da granulosa encontramos o Corpúsculo de Call-Exner (densamente corado e PAS-positivo), secretados pelas células da granulosa e contendo ácido hialurónico e proteoglicanos.
Descreva o Folículo Maduro de Graaf
Estende-se pela espessura do córtex e provoca abaulamento na sua superfície. A atividade mitótica das células da granulosa vai diminuindo e o estrato granuloso parece tornar-se mais fino à medida que o antro aumenta de tamanho, bem como os espaços entre as células. O Oócito e as células do cúmulo são gradualmente afastados das restantes células da granulosa para se preparar para a ovulação e as célula do cúmulo formam agora uma única camada de células da coroa radiada. As camadas da teca tornam-se mais proeminentes, surgindo gotículas lipídicas na interna (características associadas a células produtoras de esteroides).
LH estimula as células da teca interna a secretar androgénios (não produzem estrogénios por conterem aromatase). Como as células granulares contêm aromatase os androgénios são transportados até ao REL para processamento posterior e são catalisados em estrogénios como resposta ao FSH. Os estrogénios estimulam a proliferação das células da granulosa (e portanto o aumento de tamanho folicular).
Libertação de FSH ou LH aproximadamente 24h pré-ovulação. Em resposta ao surto de LH, os seus recetores na célula granulosa são infrarregulados e as células da granulosa param de produzir estrogénios e reinicia-se a primeira divisão meiótica do oócito (12-24 horas pós-surto) formando-se o oócito secundário e o primeiro corpúsculo polar. As células da granulosa e da teca sofrem luteinização e passam a produzir a progesterona.
Que Fatores levam à libertação do oócito secundário na 2ª metade do ciclo?
- Aumento no volume e na pressão do líquido folicular;
- Proteólise enzimática da parede folicular pelo plasminogénio ativado;
- Depósito de glicosaminoglicanos direcionado por hormonas entre o complexo oócito-cúmulo e o estrato granuloso;
- Contração das fibras musculares lisas na camada externa da teca, desencadeada por prostaglandinas
Que Fatores levam à libertação do oócito secundário na 2ª metade do ciclo?
- Aumento no volume e na pressão do líquido folicular;
- Proteólise enzimática da parede folicular pelo plasminogénio ativado;
- Depósito de glicosaminoglicanos direcionado por hormonas entre o complexo oócito-cúmulo e o estrato granuloso;
- Contração das fibras musculares lisas na camada externa da teca, desencadeada por prostaglandinas
O que ocorre durante a capacitação?
Após maturação no epidídimo os espermatozoides são capacitados no trato reprodutor feminino por alterações estruturais e funcionais para lhe conferir maior afinidade de ligação aos recetores da zona pelúcida. Quando esta é bem conseguida será confirmada pela hiperatividade dos espermatozoides. Neste processo ocorre:
-Aumento da atividade da adenilciclase (níveis crescentes de cAMP)
_Aumento da Taxa de Fosforilação da Tirosina
-Ativação dos canais de Ca2+ (elevado intracelularmente) - CatSpers, expressas exclusivamente nas membranas da cauda.
-Libertação de glicoconjugados do líquido seminal da cabeça do espermatozoide que inibem a ligação aos recetores da zona pelúcida
-Modificação extensa da membrana plasmática pela remoção do colesterol (inibidor predominante da capacitação) e redistribuição dos fosfolípidos e carboidratos.
Onde e como ocorre a fertilização?
Na ampola da trompa uterina. Chegam, deparando-se com um oócito secundário rodeado pela coroa radiada, a qual devem penetrar para chegar à zona pelúcida. A ligação a esta última vai permitir que se complete a capacitação ao desencadear a reação acromossómica. A Penetração é realizada por proteólise limitada da zona pelúcida e após a realizar, o espermatozoide entra no espaço perivitelino entre a zona pelúcida e o oolema. Aqui a membrana plasmática do oócito e o oolema fundem-se e o núcleo da cabeça do espermatozoide é incorporado no oócito, formando-se o pró-núcleo masculino.
O que possibilita a entrada das estruturas do espermatozoide para o oócito?
Quando entra no espaço peri-vitelino, e após a ancoragem ao oolema há impregnação do oócito (fusão do oolema com a membrana basal), permitindo que o núcelo do espermatozoide, o centrossoma, a peça intermediária com mitocôndrias e o quinocílio sejam incorporados no citoplasma do oócito. É durante esta impregnação que se termina a segunda divisão meiótica. As membranas de ambos os pró-núcleos dissolvem-se (sem fusão) e os cromossomas alinham-se no fuso mitótico comum, sendo aqui essencial o centrossoma masculino e todas as mitocôndrias do espermatozide são eliminadas.