OCLUSÃO ARTERIAL AGUDA (OAA) Flashcards
Definição:
Evento SÚBITO que leva à oclusão arterial e isquemia de um membro
Etiologias possíveis:
Secundária à:
1) Trombose
2) Embolia
Trombose arterial - aspectos gerais:
- Definição: formação de trombos no interior de alguma parte do sist. vascular (SECUNDÁRIA À ATEROSCLEROSE)
- Principal responsável pelos casos de OAA
- Mecanismos:
1) Redução de fluxo - Tríade de Virchow
2) Ulceração de placa - Tríade de Virchow
Trombose arterial - Clínica:
- Menos exuberante:
1) Oclusão crônica –> circulação colateral
2) Resultado: sustentação da viabilidade do membro por + tempo
Ebolismo (tromboembolismo) arterial - aspectos gerais:
- 80%: origem cardíaca
1) Outras fontes: trombos murais aneurisma (hipofluxo periférico) - Tromboembolismo: trombo se desprende do local que se formou e obstrui a circulação
- Atenção: FA, flutter e discinesia ventricular (IAM recente)
- Não costuma ter acometimento ateroscletórico importante das artérias
Embolismo (tromboembolismo) arterial - locais comuns:
- Bifurcação da a. femoral (+ comum)
- Bifurcação da a. ilíaca comum
- A. poplítea
- Bifurcação da a. aórta
Quadro clínico OAA:
6 P’s:
- Pain (dor): intensa nas primeiras horas
1) Reduz progressivamente: lesão isquêmica das terminações nervosas
- Palidez: ausência de sangue
- Poiquilotermia: região distal à isquemia (resfriada) e proximal (quente)
- Pulso: redução/ausência do pulso
- Parestesia: secundária à lesão nervosa
- Paralisia: mais tardiamente
Elementos prognósticos:
- Tempo de evolução: quanto mais tempo, mais grave
- Sítio de obstrução:
1) Aa terminais (principal/única responsável por irrigar algum segmento) obstruídas - pior prognóstico - Circulação colateral: presença - bom prognóstico
Classificação Rutherford
Rutherford I (viável)/ IIa (risco potencial)/ IIb (risco imediato)/ III (inviável)
- Dor: leve / moderada / intensa / variável
- Enchimento capilar: intacto / diminuído / diminuído / ausente
- Déficit motor: ausente / ausente / parcial (paresia) / paralisia completa ou rigidez (rigor mortis)
- Déficit sensorial: ausente / ausente ou mínimo (dedos) / déficit sensorial de outros segmentos (além dos dedos) / perda profunda de sensibilidade ou anestesia
- Doppler arterial: audível / inaudível / inaudível / inaudível
- Investigação diagnóstica: AngioTC ou arteriografia / AngioTC ou arteriografia / arteriografia em sala cirúrgica / AngioTC ou arteriografia
- Tto: avaliação de urgência / revasc. de urgência / revasc. de emergência / amputação
BIZU: DECORAR RUTHERFORD IIb
Exames de suporte diagnóstico:
- AngioTC e arteriografia (confirmação do Dx)
- Atenção: Rutherford IIb I - não faz exames antes da cirurgia
OAA trombótica x OAA embólica:
- Amplitude dos pulsos:
1) Trombose: aterosclerose - alteração do pulso contralateral
2) Embolia: pulso preservado contralateral - Ectoscopia dos membros:
1) Trombose: aterosclerose - pele atrófica, rarefação dos pelos, onicodistrofia
2) S/ alterações: membro s/ grandes alterações - Sintomatologia prévia:
1) Trombose: aterosclerose - claudicação intermitente
2) Embolia: sinais de FA/Flutter - Fatores etiológicos:
1) Trombose - aterosclerose: DLP, HAS, DM, tabagista
2) Embolismo: s/ fatores de risco (IAM prévio) - Índice tornozelo braquial
1) Medir o membro saudável e membro c/ OAA
2) Membro não acometido: < 0,9 - indica acometimento prévio (aterosclerose) - Aspecto da arteriografia
Índice tornozelo-braquial:
- Realizado c/ sonar doppler (igual de gestante)
- Divisão de 2 valores:
1) PAS dos 2 membros superiores
2) PAS do membro inferior que se deseja medir - artérias dorsal do pé e tibial posterior - Resultados:
1) ITB direito: maior PAS do MID/maior PAS dos MMSS
2) ITB esquerdo: maior PAS do MIE/maior PAS dos MMSS - Valores:
1) Normal: valores iguais - ITB aprox. 1 (0,9-1,3)
2) < 0,9 - indica obstrução arterial
3) > 1,3 - calcificação das aa. do membro inferior
Arteriografia:
Ajuda a diferenciar a etiologia da obstrução
- Padrão da obstrução:
1) Trombose: “ponta de lápis” - formato da aterosclerose
2) Embolismo: “meia-lua” - formato do trombo
- Circulação colateral:
1) Trombose: bem desenvolvido
2) Embolismo: pouco desenvolvido
- Parede dos vasos:
1) Trombose: tortuosas, calcificadas
2) Embolismo: não tortuosas e lisas
Tratamento - Medidas iniciais:
- Anticoagulação plena
1) Escolha: HNF
2) Objetivo: impedir crescimento do êmbolo - Hidratar
1) Tratar hipovolemia
2) Objetivo: vascularizar o membro acometido - Aquecimento do membro
1) Favorece vasodilatação
2) Objetivo: fazer alguma perfusão
Tratamento - Terapia definitiva:
- Varia a depender da causa: embolia x trombose
- Modalides:
1) Trombólise sistêmica
2) Cirurgia endovascular
3) Cirurgia aberta
Trombólise sistêmica:
- Pode ser utilizada na TROMBOSE e EMBOLIA
- Contraindicações:
1) Membro sob risco imediato (Rutheford IIb):
° Trombólise demora um pouco à acontecer e pode falhar
2) Embolos proximais (femorais e aortoilíacos)
° Embolos grandes e robustos que raramente serão tratados por trombílise
° Afeta grande área de circulação (preferir cirurgia)
3) Embolia secundária a trombo intramural (aneurisma)
4) CI relacionada ao risco de sangramento
Cirurgia endovascular:
- Procedimento realizado por punção
- Trata: TROMBOSE e EMBOLIA
- Formas de realização:
1) Administração intra-arterial de trombolíticos
2) Fragmentação mecânica e aspiração do trombo/embolo - Angionplastia - trombose - usar um cateter, balão e stent
Cirurgia aberta:
Todas as técnicas que necessitem de arteriotomia (abrir a artéria)
- Trombectomia e embolectomia sob visualização direta:
1) Trombo: tira o trombo e retira lesão ateroscletórica junto
2) Embolo: tira o embolo e arteriorrafia
- Embolectomia c/ cateter de Forgarty
1) Passa o cateter pela área de obstrução
2) Abre o balão da ponta e volta puxando p/ região da arteriotomia
3) Melhor nos casos de êmbolo (mais regular, menos calcificações, paredes mais tranquilas)
- Bypass: enxerto de veia, que vai fazer um atalho p/ o sangue
Resumo das terapias:
- Embolia: trombólise sistêmica, tromboembolectomia sob visão direta ou cateter de Forgarty
- Trombose: trombólise sistêmica, tromboendarterectomia, bypass e angioplastia
Indicação de amputação do membro:
- Rutherford III
Complicações pós reperfusão:
- Síndrome compartimental
- Sd. metabólica mionefropática de Haimovici
1) Acidose lática
2) Mioglobunúria
3) Hipercalemia
Síndrome compartimental:
- Isquemia aumenta substância pró-inflamatória
- Substância: aumenta permeabilidade vascular
- Revasvularização –> edema muscular importante
- Fáscia do membro inferior - inelástica
- Feixe neurovascular começará a ser comprimido
Quadro clínico Sd. compartimental:
- Iniciais:
1) Edema tenso do membro (madeira)
2) Dor intensa c/ piora à extensão passiva (dorsiflexão)
3) Parestesia - Tardio: palidez, redução da temperatura, paresia, redução dos pulsos
Tratamento Sd. compartimental:
- ## Fasciotomia: permitir que o músculo possa expandir
Sd. metabólica mionefropática de Haimovici:
- Tríade:
1) Acidose lática: resultado do metabolismo anaeróbio
2) Mioglobinúria e hipercalemia: morte das células -> mioglobina p/ sangue e potássio intracelular - Inicialmente: restrito ao membro pela obstrução
- Reperfusão: substância levada à circulação sistêmica
1) Mioglobina: faz IRA grave - urina escura e oligúria/anúria
2) Hipercalemia: arritmias cardíacas graves