INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA Flashcards
Aspectos gerais:
- Distúrbio mais comum do sist. venoso periférico (10-30%)
- Manifestação variável:
1) Telangiectasias até úlceras venosas crônicas
Fisiologia do retorno venoso
- Divisão do sist. venoso:
1) Superficial: acima da fáscia muscular
2) Profundo: abaixo da fáscia muscular
3) Perfurante: comunica os 2 sistemas - Fluxo venoso:
1) Distal -> proximal
2) Superficial -> profundo - Mecanismo que garantem o fluxo:
1) Válvulas venosas (trajeto unidirecional e não permite ida do sist. profundo para o superficial)
2) Contração da panturrilha
Fisiopatologia - Mecanismos:
- Obstrução do sist. profundo
1) Aumento da pressão do sist. venoso profundo
2) Resultado: destruíção das válvulas do sist. profundo e comunicante
3) Aumento da pressão do sist. venoso superficial c/ posterior destruição das válvulas
4) Resultado: acúmulo de sangue no MI em vez de seguir unidirecional ao coração - Degeneração das válvulas
1) Causa desconhecida
2) Resultado da destruição é parecido c/ obstrção do sist. profundo
3) Resultado: acúmulo de sangue no MI
Fisiopatologia - Eventos:
- Escoamento venoso comprometido
- Aumento da pressão venosa
- Dilatação venosa e aumento da permeabilidade vascular
- Edema e liberação de mediadores inflamatórios
- Extravazamenteo de macromoléculas, inflamação crônica e alterações cutâneas
É UM CICLO DE RETROALIMENTAÇÃO!
Etiologias:
- Congênita: nasce c/ patologia
- Primária: idiopático e multifatorial
1) Principal causa de IVC - Secundária: à obstrução do sist. venoso profundo
1) Principal: sequela de TVP
Fatores de risco:
- Idade avançada (principal fator de risco)
- HF de IVC
- Sexo feminino
- Multiparidade
- Obesidade
- Ortostase prolongada
- História prévia de TVP
- Sedentarismo
Quadro Clínico:
- Dor ou fadiga nas pernas
1) Piora ao ortostatismo prolongado
2) Melhora ao andar ou elevar os membros - Dilatação venosa
1) Resulta da alta pressão do sist. venoso - Edema vespertino (geralmente ausente pela manhã)
- Hipercromia cutânea (acúmulo de hemossiderina)
- Eczema (prurido, ressecada)
1) Processo inflamatório crônico - extravazamento de macromoléculas - Alterações finais: fibrose, atrofia da pele e tecido celular subcutâneo e ulcerações
1) Inflamação + fibrose: diminui vascularização da pele
2) Resultado: ulceração cutânea
Diferenciação da úlcera:
Venosa x Arterial:
- Localização: face medial da perna (+ comum) / distal, sem localização específica
- Dor: pouco/moderadamente dolorosa e melhora c/ elevação do membro (reduz o acúmulo de sangue) / MUITO DOLOROSA e melhora c/ membro pendente (facilita perfusão)
- Exsudato: muito exsudato que piora em ortostase / pouco exsudativa (nem chega sangue)
- Bordas: elevadas e irregulares / rasas e c/ margem bem definida
- Pulsos: geralmente presentes / geralmente ausentes
- Edema: presente / geralmente ausente
- Outras características:
1) Venosa: lipodermatosclerose e hiperpigmentação cutânea e comum história pregressa de TVP
2) Arterial: história de claudicação intermitente ou dor isquêmica em repouso
Classificação clínica - CEAP:
- C0: s/ sinais visíveis ou palpáveis de doença venosa crônica
- C1: Telangiectasias
- C2: Veias varicosas
- C3: Edema s/ alterações cutâneas
- C4: Alterações cutâmeas secundárias à insuf. venosa (hiperpigmentação, lipodermatosclerose)
- C5: Alterações cutâneas c/ úlcera venosa cicatrizada
- C6: Alterações cutâneas c/ úlcera venosa aberta
Diagnóstico:
- Quadro clínico
- USG c/ doppler colorido
1) Demonstra refluxo venoso
Tratamento - geral:
- Terapia compressiva: meia elástica ou bandagem compressiva
1) Favorece o retorno venoso
2) Compressão variável a depender da classe da insuficiência venosa
3) Utilizar durante o dia e retirar quando dormir ou tomar banho - Elevação do membro
1) Elevar o membro, por no mínimo 30 min 3-4x ao dia
2) Objetivo: melhorar o retorno venoso - Exercícios p/ panturrilha
1) Caminhada diária
2) Simples exercício de flexão do tornozelo sentado - Cuidados c/ a pele (atenção c/ portas de entrada)
Cuidados c/ a pele:
- Limpeza da pele
1) Utilizar sabonetes hidratantes p/ remover bactérias e crostas
2) Não utilizar sabão: resseca mais a pele - Emolientes
1) Película de óleo que lubrifica e limita a secura da pele, prurido e fissura
2) Aplicar após banho - Corticoide tópico
1) Sintomas específicos de dermatite de estase: eritema, inflamação, prurido e formação de vesículas
2) Exemplos: fluocinolona e betametasona
Tratamento - úlceras:
- Medidas gerais p/ insuf. venosa
- Debridamento químico (colagenase, papaina) ou mecânico lesão: camada de fibrina
- Aplicação de curativos: regularmente trocados
- Antibióticos na evidência de infecção:
1) Aumento do eritema de pele circunjascente à úlcera
2) Linfangite (representada por estrias vermelhas cruzando o membro)
3) Aumento rápido no tamanho da úlcera
4) Febre s/ outra etiologia aparente
Terapia ablativa:
- Estratégias: cirurgia, laser, agente esclerosante, espuma de polidocanol
- Indicações de terapia ablativa:
1) Casos refratários ao tratamento clínico
2) Infecção de repetição
3) Sangramento de varizes
4) Úlceras venosas refratárias
5) Varizes inestéticas, caso incomodem o paciente