Obesidade Flashcards
Obesidade definição
obesidade é uma doença multifatorial crônica grave, sendo caracterizada como uma patologia de desordem metabólica, que apresenta como principal característica o acúmulo exagerado de gordura corporal, responsável por comprometer a saúde do indivíduo.
Obesidade - Classificação
- Obesidade grau I com IMC entre 30 e 34,9 kg/m2;
- Oesidade grau II com IMC entre 35 e 39,9 kg/m2;
- Obesidade grau III com IMC ≥ 40,0 Kg/m2 [4].
→ Em relação aos idosos, são considerados indivíduos acima do peso:
•Idosos com IMC >27,0 Kg/m2, segundo Lipschitz (1994).
OBESIDADE
Tipos de obesidade segundo a localização do acúmulo de gorduras
central
•A gordura está acumulada no tronco e na cavidade abdominal (no mesentério e ao redor das vísceras, como o fígado);
•Está associada ao maior risco de diversas doenças
•Em razão de sua alta capacidade lipolítica tende a liberar maiores quantidades de ácidos graxos livres (AGL) na veia porta hepática, elevando a produção de lipoproteína
periférica
•Ocorre acúmulo de gordura em regiões periféricas do corpo, como quadril, nádegas e coxas.
Centrípeta
Ocorre depósito de gorduras nas partes superiores do corpo como pescoço e nuca;
•Relacionada com a lipodistrofia característica da Síndrome de Cushing;
Obesidade etiologia
Apesar do estilo de vida ser um fator importante, a obesidade é uma patologia complexa, possuindo uma etiologia multifatorial, tais como: •Fatores biológicos; •Históricos; •Sócio-econômicos; •Psicossociais; •Culturais.
Mas também se caracteriza pleo consumo excessivo de calorias e/ou falta de exercícios físicos, mas também pode ocorrer por:
•fatores genéticos;
•distúrbios endócrinos;
•uso de alguns medicamentos
Estilo de vida moderno
aumentando o consumo de alimentos com alta densidade calórica, com alta palatabilidade, com baixo poder sacietógeno e de fácil absorção e digestão.
Favorece o aumento da ingestão alimentar e, portanto, contribui para o desequilíbrio energético
→ A necessidade de se realizar refeições em curto espaço de tempo pode alterar os mecanismos de saciedade, podendo resultar em alterações comportamentais relacionadas ao hábito alimentar
sistema de prazer e recompensa (não homeostático)
correria e à falta de tempo decorrente à correria do dia-a-dia devido ao excesso de tarefas profissionais podem levar à Interrupção da prática de esportes e à diminuição do gasto energético diário.
Mecanismos influenciadores de ganho de peso
a privação ou a diminuição do tempo de sono, pode ocasionar na diminuição da secreção de leptina e TSH, aumento dos níveis de grelina e diminuição da tolerância à glicose, incluindo aumento da fome e do apetite.
também conduz à diminuição da produção da melatonina, desempenhando um papel importante na regulação da ordem temporal circadiana, sendo necessária para a síntese adequada, secreção e ação da insulina.
FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE
Depende d a interação entre diversos fatores que podem acarretar na desregulação de mecanismos humorais e neurais complexos que controlam o apetite e a saciedade.
→ Os mecanismos neuro-humorais reagem a sinais genéticos, nutricionais, ambientais e psicológicos, e desencadeiam uma reação metabólica através do estímulo de centros localizados no hipotálamo.
R egulam o equilíbrio energético podem ser subdivididos em três componentes:
•O sistema periférico ou aferente: responsável pela produção de sinais de diversos locais. Seus componentes principais são:
- leptina e adiponectina produzidas pelas células gordurosas;
- grelina produzida pelo estômago;
- peptídeo YY (PYY) produzido no íleo e no cólon;
- insulina produzida pelo pâncreas.
•O núcleo arqueado no hipotálamo: responsável por processar e integrar os sinais neuro-humorais periféricos e produzir sinais eferentes por meio de subconjuntos de neurônios de primeira ordem (POMC e CART) e de segunda ordem (NPY e AgRP) que se comunicam entre si.
•O sistema eferente que transporta os sinais produzidos nos neurônios de segunda ordem do hipotálamo controla a ingestão alimentar e o gasto energético.
Os neurônios POMC/CART aumentam o gasto energético e a perda de peso através da produção do hormônio anorexigênico estimulante de α-melanócitos (MSH) e da ativação dos receptores da melanocortina 3 e 4 (MC3/4R).
→ Os neurônios NPY/AgRP promovem a ingestão de alimentos (efeito orexigênico) e ganho de peso, através da ativação dos receptores Y1/5 nos neurônios secundários.
FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE
Leptina
leptina é um hormônio sintetizado pelas células gordurosas,
→
→ A secreção de leptina é estimulada quando as gorduras armazenadas são abundantes.
Os níveis de leptina são regulados por múltiplos mecanismos pós-transcricionais que afetam a sua síntese, secreção e renovação
→ Acredita-se que o metabolismo da glicose estimulada pela insulina seja um fator importante na regulação dos níveis de leptina.
→ No hipotálamo, a leptina estimula os neurônios POMC/CART que produzem neuropeptídeos anorexigênicos e inibe os neurônios NPY/AgRP que produzem neuropeptídeos que induzem a ingestão de alimentos (orexigênicos).
→ Em indivíduos com peso estável, as atividades das vias opostas POMC/CART e NPY/AgRP são equilibradas de maneira apropriada.
→ Entretanto, quando há armazenamentos inadequados de gordura corporal, a secreção de leptina é reduzida e a ingestão de alimentos, aumentada.
Dessa forma, abundância de leptina estimula a atividade física, produção de calor e gasto energético.
→ A termogênese, um importante efeito catabólico mediado pela leptina,
→
Grelina
um hormônio que atua na regulação do apetite, sendo produzida no estômago e no núcleo arqueado do hipotálamo.
→ É o único hormônio conhecido que aumenta a ingestão de alimentos (efeito orexigênico).
secreção da grelina se encontra aumentada em períodos de jejum prolongado, estimulando a fome e diminuindo a saciedade, conduzindo à necessidade da necessidade da ingestão alimentar.
age através da ligação do receptor dos secretagogos do hormônio de crescimento (GH)
→ Embora o mecanismo exato da ação da grelina não tenha sido identificado, pesquisas indicam que provavelmente atua estimulando os neurônios NPY/AgRP a aumentarem a ingestão alimentar.
→ Os níveis da grelina aumentam antes das refeições e diminuem entre 1 e 2 horas após a ingestão.
→ Entretanto, em indivíduos obesos a supressão pós-prandial da grelina é atenuada, levando à manutenção da obesidade.
PYY
secretado das células endócrinas no íleo e no cólon.
→ Os níveis plasmáticos de PYY são baixos durante o jejum e aumentam logo após a ingestão alimentar.
→ O PYY atua estimulando os neurônios POMC/CART no hipotálamo, causando redução na ingestão
→ Os níveis de PYY geralmente são reduzidos em indivíduos com síndrome de Prader-Willi
Insulina
Controle da glicemia.
→ Para atuar no controle da glicose, a insulina capta a glicose plasmática em excesso e reabastece o glicogênio muscular. Após ocorrer o transbordamento do glicogênio muscular, a glicose em excesso é enviada ao tecido adiposo.
→ Quando ocorre uma hiperglicemia, os níveis de insulina são aumentados e, ocorre a captação da glicose sanguínea para o interior do tecido adiposo, gerando maior acúmulo de gorduras. Dessa forma, a insulina atua também no metabolismo das gorduras.
→ A insulina também participa da captação dos aminoácidos e da síntese de proteínas para dentro do tecido muscular.
→ A amilina, um peptídeo secretado com insulina pelas células β pancreáticas auxilia na redução da ingestão alimentar, por agir no estimulo dos neurônios POMC/CART no hipotálamo, vem sendo alvo de pesquisas para o tratamento da obesidade e diabetes
Adiponectina
hormônio produzido principalmente por adipócitos.
→ Seus níveis sanguíneos são bastante altos, cerca de 1.000 vezes maiores do que os outros hormônios polipeptídicos, e são mais baixos em obesos do que em indivíduos magros.
→ Pesquisas mostraram que injeções de adiponectina em ratos estimulam a oxidação de ácidos graxos no músculo, causando redução na acúmulo de gordura, por isso foi chamada foi chamada de “molécula que queima gordura” e de “anjo da guarda contra a obesidade”.
→ A adiponectina direciona ácidos graxos aos músculos para a oxidação, reduzindo também o influxo de ácidos graxos no fígado, bem como o conteúdo total de triglicerídeos hepáticos.
→ A adiponectina reduz a produção de glicose no fígado, causando um aumento na sensibilidade à insulina, protegendo contra a síndrome metabólica
Adiponectina mecanismo de ação
adiponectina circula como um complexo de agregados , e liga-se a dois receptores,
•Esses receptores são encontrados em diversos tecidos,
•A ligação da adiponectina aos seus receptores aciona sinais que ativam a proteína ativada pelo monofosfato de adenosina cíclico, que, por sua vez, fosforila e inativa a acetil coenzima A carboxilase, uma enzima-chave necessária para a síntese dos ácidos graxos, facvorecendo a oxidação dos mesmo.
Tecido adiposo
As células do tecido adiposo, os adipócitos, possuem a capacidade de armazenar triglicerídeos
Tecido adiposo branco
armazena os triglicerídeos em uma única e grande gota lipídica que ocupa a porção central da célula, deslocando o citoplasma, núcleo e demais organelas para a periferia.
→ Possui distribuição generalizada pelo organismo, envolvendo ou mesmo se infiltrando por quase toda a região subcutânea, por órgãos e vísceras ocas da cavidade abdominal
Principais funções do adipócito branco:
•Fornecer e armazenar energia
•Fornecer proteção mecânica, amenizando o impacto de choques e permitindo um adequado deslizamento de feixes musculares, uns sobre os outros, sem comprometer a sua integridade funcional;
•Excelente isolante térmico, por possuir distribuição mais abrangente, incluindo derme e tecido subcutâneo;
• Capacidade de secretar hormônios e, portanto, possui papel endócrino, participando da regulação metabólica.
Tecido adiposo marrom
marrom tem como principal característica ser termogênico, ou seja, regular a produção de calor e conseqüentemente a temperatura corporal.
→ O adipócito marrom é menor, possui várias gotículas de triglicerídeos de diferentes tamanhos, citoplasma relativamente abundante e numerosas mitocôndrias.
→ A sua capacidade de produzir calor é pelo fato de que suas mitocôndrias não possuem o complexo enzimático necessário para a síntese de ATP e utilizam a energia liberada principalmente dos ácidos graxos para a termogênese por meio da proteína desacopladora-1 (UCP-1, também conhecida como termogenina), localizada na membrana mitocondrial interna.
a quantidade desse tecido em adultos não é tão pequena.
→ Em pessoas obesas, a porcentagem de tecido adiposo marrom é bem menor do que em pessoas eutróficas, sendo alvo de pesquisas para associa esta condição com o desenvolvimento da obesidade,