Diabetes Flashcards
homeostase normal da glicose é fortemente regulada por três processos inter- relacionados:
produção de glicose no fígado;
• a captação de glicose e a utilização pelos tecidos periféricos, principalmente músculos
esqueléticos; e
• ações da insulina e de hormônios contrarregulatórios, como o glucagon na captação de
glicose e no metabolismo.
Durante o estado de jejum, os níveis baixos de insulina e altos de glucagon facilitam
gliconeogênese hepática e a glicogenólise (quebra de glicogênio) enquanto diminuem a síntese de glicogênio, evitando assim a hipoglicemia.
estímulo mais importante para a síntese e liberação de insulina é
a própria
glicose.
-insulina promove a captação de glicose e a utilização nos tecidos.
→ O músculo esquelético é o principal local responsivo à insulina para a utilização de glicose pós-alimentação, e é critico para evitar a hipoglicemia e manter a homeostase da glicose.
INSULINA
Além de promover a síntese lipídica, a insulina também inibe a degradação lipídica nos adipócitos.
→ Similarmente, a insulina promove a captação de aminoácidos e a síntese proteica enquanto inibe a degradação proteica.
DIABETES MELLITUS- características gerais
→ Diabetes mellitus é caracterizado por um grupo de distúrbios metabólicos que compartilha a característica subjacente comum de hiperglicemia.
→ A hiperglicemia no diabetes mellitus é resultante do defeito na secreção de insulina, na ação da insulina ou, mais comumente, ambas.
→ A hiperglicemia crônica e a desrregulação metabólica concomitante podem estar associadas a danos secundários em múltiplos sistemas de órgãos, especialmente rins, olhos, nervos e vasos sanguíneos.
→ A Diabetes mellitus é considerada uma das mais importantes DCNT.
DIABETES MELLITUS Sinais e sintomas da DM
• poliúria (micção frequente); • polidipsia (sensação de sede); • polifagia (sensação de fome); • fadiga e feridas que não cicatrizam; • visão turva; • prurido; • neuropatias; • infecções vaginais recorrentes em mulheres; • perda de peso em pacientes com DM1. → Na maioria dos casos estes sintomas manifestam-se de forma gradual e lenta, sendo que muitos indivíduos não apresentam qualquer sintoma durante os primeiros anos da doença, sendo apenas diagnosticados com DM através de exames de rotina.
DIABETES MELLITUS Tipo 1 geral
→ O diabetes do tipo 1 é uma doença autoimune caracterizada pela destruição das células β e uma deficiência absoluta de insulina.
→ A destruição das ilhotas é causada principalmente por células efetoras imunológicas que reagem contra antígenos endógenos das células β.
→ É responsável por aproximadamente 5% a 10% de todos os casos de diabetes, sendo o subtipo mais comum diagnosticado nos pacientes mais jovens do que 20 anos de idade.
CETOACIDOSE DIABÉTICA
→ A Cetoacidose diabética é uma complicação metabólica aguda do diabetes caracterizada por hiperglicemia, hipercetonemia e acidose metabólica.
→ Ocorre quando as concentrações de insulina são insuficientes para suprir as necessidades metabólicas básicas do organismo.
→ A insulina normalmente bloqueia a cetogênese pela inibição do transporte de derivados de ácidos graxos livres na matriz mitocondrial, mas na ausência de insulina, a cetogênese prossegue.
→ A deficiência de insulina pode ser absoluta (p. ex., durante lapsos de administração de insulina exógena) ou relativa (p. ex., quando as doses usuais de insulina não suprem as necessidades metabólicas durante estresse fisiológico
→ A hiperglicemia causa diurese osmótica com perda significativa de líquidos e eletrólitos.
→ Causa náuseas, vômitos e dor abdominal e pode evoluir para edema cerebral, coma e morte.
→ Indivíduos em estado de CD podem também apresentar hálito com odor de frutas em razão de exalarem acetona.
→ Sintomas de descompensação mais grave incluem dor abdominal, letargia e sonolência.
→ Pacientes podem estar hipotensos e taquicárdicos por desidratação e acidose; podem respirar rápido e profundamente para compensar a acidemia (respiração de Kussmaul). → É diagnosticada pela detecção de cetonemia e acidose metabólica com hiato aniônico positivo, na presença de hiperglicemia
→ É mais comum nos pacientes com DM1, podendo ser a primeira manifestação de DM1.
→ A cetoacidose diabética é menos comum no diabetes mellitus tipo 2, mas pode ocorrer em situações de estresse fisiológico excepcional. O diabetes tipo 2 propenso à cetose é uma variante do diabetes tipo 2, que às vezes ocorre em pacientes obesos, geralmente de descendência africana (inclusive afro-americanos ou afro-caribenhos).
→ Os diabéticos com propensão à cetose (também conhecida como diabetes Flatbush) podem apresentar comprometimento significativo da função das células beta das ilhotas pancreáticas com hiperglicemia e, portanto, têm maior probabilidade de cetoacidose diabética no caso de hiperglicemia importante
DIABETES MELLITUS Tipo 2 geral
→ O diabetes do tipo 2 é causado pela combinação de resistência periférica à ação da insulina e uma resposta secretória inadequada das células β pancreáticas.
→ Aproximadamente 90% a 95% dos pacientes diabéticos têm o diabetes do tipo 2, sendo que a grande maioria dos acometidos são obesos.
→ Embora classicamente considerada como “de início na vida adulta”, a prevalência do tipo 2 em crianças e adolescentes está aumentando a passos alarmantes.
→ Os dois efeitos metabólicos que caracterizam o diabetes tipo 2 são
(1) a resposta diminuída dos tecidos periféricos à insulina (resistência à insulina); e
(2) disfunção da célula β que é manifestada como secreção inadequada de insulina
diante da resistência à insulina e da hiperglicemia.
DIABETES MELLITUS Tipo 2 etiologia
→ Evidências adicionais para a base genética emergiram de estudos recentes de associação ampla do genoma em larga escala, os quais identificaram mais de uma dúzia de lócus de suscetibilidade.
→ Os fatores ambientais, com o estilo de vida sedentário e os hábitos alimentares e sedentarismo inequivocamente desempenham um papel central (mais evidente quando a associação com a obesidade for considerada) no desenvolvimento da DM2.
Os fatores dietéticos influenciam significativamente o risco de desenvolvimento de DM2, tais como:
• consumo excessivo de bebidas açucaradas;
• ingestão de tipo de gorduras saturadas e trans;
• consumo excessivo de carboidratos simples e de farinhas refinadas.
→ As implicações no metabolismo ocasionadas pela privação crônica do sono também têm sido associadas ao desenvolvimento da DM2.
→ Vários medicamentos podem provocar a predisposição para a DM2, tais como:
• Glicocorticóides e tiazidas;
• Antipsicóticos atípicos;
• Estatinas.
→ Mulheres que tenham tido diabetes gestacional apresentam maior risco de desenvolvimento de DM2.
DIABETES MELLITUS Tipo 2 Fatores de Risco
Idade ≥ 45 anos;
• História familiar de DM (pais, filhos e irmãos);
• Excesso de peso (IMC > 24,9 kg/m2);
• Sedentarismo;
• HDL-c baixo ou triglicérides elevados;
• Hipertensão arterial;
• Doença coronariana;
• DM gestacional prévio;
• Macrossomia ou história de abortos de repetição ou mortalidade perinatal;
• Uso de medicação hiperglicemiante (por exemplo, corticosteróides, tiazídicos e beta-
bloqueadores).
FISIOPATOLOGIA DA DM2
Resistencia á insulina (RI)
→ A DM2 deve-se primariamente pela resistência à insulina.
→ A RI é definida como a incapacidade das células em responder de forma adequada ao nível normal de insulina.
→ Ocorre principalmente nos músculos, fígado e tecido adiposo. O fígado liberta impropriamente glicose para o sangue.
→ Pesquisas indicam que a perda da sensibilidade à insulina nos hepatócitos é provavelmente o maior contribuinte da patogenia da resistência à insulina.
→ A RI leva à captação diminuída de glicose no músculo, glicólise e oxidação reduzida de ácidos graxos no fígado, e à incapacidade de suprimir a gliconeogênese hepática.
→ A proporção de resistência à insulina é individualmente variável, assim, nem todas as pessoas com resistência à insulina desenvolvem diabetes, uma vez que também é necessário que haja incapacidade das células pancreáticas em segregar insulina.
FISIOPATOLOGIA DA DM2 Disfunção das Células β
→ No DM2, as células β aparentemente esgotam sua capacidade de se adaptar às demandas prolongadas da resistência periférica à insulina.
→ Em estados de resistência à insulina, a secreção de insulina é inicialmente mais alta na tentativa de compensar os altos níveis de glicose provenientes da dieta alimentar.
→ O estado hiperinsulinêmico é uma compensação da resistência periférica e pode frequentemente manter a glicose plasmática normal durante anos. No entanto, a compensação das células β se torna inadequada, e há uma progressão para a hiperglicemia.
→ O estado inflamatório ocasionado pelo excesso de NEFAs e a sinalização atenuada da insulina (lipotoxicidade) predispõem tanto para a resistência à insulina quanto para a falha das células β.
→ Ocorre substituição amiloide das ilhotas, sendo um achado característico em 90% dos indivíduos com o DM2 prolongado, sendo diretamente tóxica para as ilhotas, analogamente ao papel desempenhado pelas placas amiloides na doença de Alzheimer.
FISIOPATOLOGIA DA DM2 Resistencia á insulina (RI) e obesidade
→ A associação epidemiológica da obesidade com DM2 tem sido reconhecida por décadas, onde a obesidade visceral observada em mais de 80% dos pacientes.
→ A obesidade tem efeitos profundos na sensibilidade dos tecidos à insulina, e, como consequência, na homeostase sistêmica da glicose.
→ A resistência à insulina está presente mesmo na obesidade simples desacompanhada pela hiperglicemia, indicando uma anormalidade fundamental na sinalização da insulina nos estados de excesso de gordura.
→ O risco para o diabetes aumenta proporcionalmente ao aumento do IMC.
→ Não somente a quantidade absoluta de gordura, mas também a distribuição da gordura corporal exerce efeito na sensibilidade à insulina, visto que a obesidade central (gordura abdominal) está mais provavelmente ligada à resistência à insulina do que os depósitos de gordura periféricos (glútea/subcutânea).
FISIOPATOLOGIA DA DM2 Relação excesso de peso e desenvolvimento da DM2
→ As adipocinas são hormônios liberados pelo tecido adiposo em resposta a alterações no
estado metabólico. A leptina e a adiponectina melhoram a sensibilidade à insulina pela acentuação direta da atividade da proteína cinase ativada por AMP (AMPK), uma enzima que promove a oxidação dos ácidos graxos no fígado e no músculo esquelético.
→ Os níveis de adiponectina e leptina estão reduzidos na obesidade, contribuindo assim para a resistência à insulina.
→ As citocinas produzidas pelo tecido adiposo inflamado induzem a RI pelo aumento do estresse oxidativo celular, o qual, por sua vez, ativa múltiplas cascatas de sinalização que antagonizam a ação da insulina nos tecidos periféricos.
→ O PPARγ é um receptor nuclear e um fator de transcrição expresso no tecido adiposo, participante da diferenciação dos adipócitos. A ativação do PPARγ promove a secreção das adipocinas anti-hiperglicêmicas como a adiponectina, e transferem a deposição dos NEFAs para o tecido adiposo e não para o fígado e o músculo esquelético.
→ A obesidade atenua ou inibe a ativação do PPARγ