Neonatologia Flashcards
Exame físico neonatal ideal para prematuros, principalmente < 29 semanas
new Ballard
RN pós termo
> 42 semanas
RN termo
37-41 semanas e 6 dias
RN pré-termo e suas classificações
- < 28 semanas → extremo
- 28-32 semanas → muito pré-termo
- 32-34 semanas → moderado
- 34-37 semanas → tardio
RN baixo peso
< 2500
RN muito baixo peso
< 1500
RN extremo baixo peso
< 1000
RN PIG
< p10
RN GIG
> p90
Definição de sífilis precoce
Manifestações clínicas em < 2 anos → lesões altamente contagiosas
Cite 5 manifestações clínicas da sífilis precoce
- Rinite sanguinolenta
- Placas mucosas
- Condiloma plano
- Pênfigo sifilítico
- Lesões ósseas (pseudoparalisia de Parrot)
- Outras: hemólise no período neonatal, pneumonia alba, síndrome nefrótica
Caracterize as lesões por pênfigo sifilítico
Exantema vesicobolhoso, as lesões vão descamando
Definição de sífilis congênita tardia
Manifestações clínicas em > 2 anos → sequelas
Cite 5 manifestações clínicas da sífilis tardia
- Nariz em sela
- Rágades
- Ceratite intersticial
- Surdez neurossensorial
- Fronte olímpica
- Articulações de Clutton
- Tíbia em sabre
- Alterações dentárias
Quais são as alterações dentárias típicas da sífilis tardia?
dente de Hutchinson e molares em amora
Quando o tratamento da gestante para sífilis é considerado adequado?
- Penicilina benzatina
- Adequado para a fase (doses e intervalo)
- Iniciado pelo menos 30 dias antes do parto
Sífilis no RN: quais exames solicitar se mãe não tratada / inadequadamente tratada?
VDRL de sangue periférico, LCR, hemograma, RX de ossos longos, perfil hepático
Conduta para RN com mãe não tratada para sífilis: como tratar se LCR alterado? Quando considerar o LCR como alterado?
- Penicilina cristalina IV por 10 dias (12/12h do dia 1 ao dia 7, 8/8h no dia 8 ao dia 10)
- VDRL positivo ou proteínas > 150 ou celularidade > 25
Conduta para RN com mãe não tratada para sífilis: com tratar se LCR normal + houver outra alteração nos exames?
Penicilina cristalina IV por 10 dias ou penicilina procaína IM por 10 dias
Conduta para RN com mãe não tratada para sífilis: com tratar se LCR normal + todos os exames normais?
Penicilina benzatina dose única
Mãe adequadamente tratada para sífilis: qual exame solicitar para o RN?
VDRL do RN
Mãe adequadamente tratada para sífilis + RN com VDRL ≥ materno em 2 diluições: qual a conduta?
Notifica
Solicita demais exames
Tratar com penicilina cristalina ou procaína por 10 dias
Mãe adequadamente tratada para sífilis + RN com VDRL < materno em 2 diluições + exame físico normal: qual a conduta?
Seguimento ambulatorial com seguimento durante os 2 primeiros anos com VDRL controles (1, 3, 6, 12 e 18 meses), podendo suspender o seguimento após dois testes consecutivos NR
Mãe adequadamente tratada para sífilis + RN com VDRL < materno em 2 diluições + exame físico alterado: qual a conduta?
Investigar outras infecções
Em que fase da gestação tem risco de desenvolver a síndrome da rubéola congênita?
primeira metade da gestação, principalmente até 16 semanas
Clínica da síndrome da rubéola congênita
- Surdez neurossensorial bilateral
- Alterações oculares → a mais específica é a catarata
- Cardiopatia → PCA +/- estenose de artéria pulmonar
Diagnóstico da síndrome da rubéola congênita
IgM positivo ou IgG persistentes
Isolamento viral por PCR ou cultura
Tratamento da síndrome da rubéola congênita
Sintomático
Em que fase da gestação tem risco de desenvolver varicela congênita?
Gestante < 20 semanas com varicela
Clínica da varicela congênita
- Lesões cicatriciais → padrão zosteriforme (acompanha o dermatómo)
- Hipoplasia dos membros
- Doença neurológica
Em que fase da gestação tem maior risco de desenvolver toxoplasmose?
Maior risco no fim da gravidez → manifestações menos graves ao nascimento
Clínica da toxoplasmose
Tríade de Sabin → coriorretinite, hidrocefalia obstrutiva, calcificações cranianas difusas
Diagnóstico da toxoplasmose congênita
Pesquisa de IgM
Comparação dos títulos de IgG do RN com os títulos maternos → se tiver maior indica infecção congênita
Tratamento da toxoplasmose congênita
Usar por 12 meses:
- Sulfadiazina
- Pirimetamina
- Ácido folínico
Indicação de CTC na toxoplasmose congênita
- Coriorretinite grave / em atividade
- Proteinorraquia > 1 g/dl
Como ocorre a transmissão do CMV congênito?
- Infecção materna aguda, reinfecção ou reativação
- Pode ser transmitida pelo leite materno
Clínica do CMV congênito?
- Criança PIG, microcefalia
- Rash petequial / purpúrico
- Calcificação periventricular
Diagnóstico do CMV congênito
Pesquisa do CMV na urina ou na saliva → para a infecção ser considerada como congênita tem que ser encontrado com < 3 semanas de vida
Tratamento do CMV congênito: drogas + indicação
- Tratar principalmente as sintomáticas e com sintomas mais graves
- Ganciclovir 6 mg/kg/dose 12/12h durante 6 semanas IV → muito grave
- Valganciclovir VO durante 6 meses → não tão grave, medicação alto custo
Principal sequela da infecção congênita por CMV
Surdez neurossensorial progressiva
Reanimação neonatal: perguntas iniciais
- ≥ 34 semanas?
- Respirando ou chorando?
- Tônus adequado em flexão?
Como realizar o clampeamento do cordão?
- Boa vitalidade + ≥ 34 semanas → aguardar pelo menos 60 segundos + colo da mãe
- Boa vitalidade + < 34 semanas → pelo menos 30 segundos + mesa de reanimação
- Má vitalidade → clampeamento imediato do cordão (estímulo tátil no dorso 2x antes)
Passos iniciais da reanimação neonatal em ≥ 34 semanas
- Aquecer → sala de parto entre 23-26 ºC e temperatura do RN de 35,5-37,5 ºC
- Secar
- Posicionar
- Aspirar SN
Passos iniciais da reanimação neonatal em < 34 semanas
- Aquecer → sala de parto entre 23-26 ºC e temperatura do RN de 35,5-37,5 ºC
- Saco plástico + touca dupla até chegar na UTI neo + monitorizar
- Posicionar
- Aspirar SN
Sequência da reanimação neonatal
- FC < 100, apneia e/ou respiração irregular → VPP
- Mantém FC < 100? Checar técnica → máscara laríngea → IOT
- Mantém FC < 60? MCE (3:1)
- Mantém FC < 60 após 1 minuto de reanimação? Epinefrina
Oximetria esperada para um RN
Primeiros 5 minutos de vida é de 70-80%
De 80-90 de 5-10min
> 85-95% após 10min
Sobre a VPP: como realizar? Qual a FiO2?
40-60 ventilações por minuto, durante 30 segundos
AA se ≥ 34 semanas ou 30% se < 34 semanas
Como realizar a monitorização de um RN?
Oxímetro no MSD + monitor cardíaco externo (2 nos braços, um em cada + 1 na perna)
RN com abdome escavado + necessidade de VPP: qual a suspeita?
Hérnia diafragmática
RN com mecônio + vigoroso: qual a conduta?
Se ≥ 34 semanas → colo materno
RN com mecônio + deprimido: qual a conduta?
- Clampeamento imediato + ASPAs
- VPP se necessário
- Após VPP → checa a técnica e aspiração traqueal através de IOT se necessário
Quando pensar que a icterícia neonatal não é fisiológica?
- Início < 24h (24-36h)
- Aumento > 5mg/dl/dia
- BT > 12-13
- Alteração clínica
- Icterícia persistente
- Sinais de colestase (colúria, acolia fecal) ou aumento da BD ≥ 1
Quais são as zonas de Kramer?
Zona 1 (BT 6) → cabeça e pescoço
Zona 2 (BT 9) → até umbigo
Zona 3 (BT 12) → até o joelho
Zona 4 (BT 15) → até tornozelos/antebraços
Zona 5 (BT 18) → palmas e plantas
Quais são as zonas de Kramer?
Zona 1
Icterícia precoce: em quais causas pensar?
Anemia hemolítica:
- Incompatibilidade ABO
- Incompatibilidade Rh
- Esferocitose
- Deficiência de G6PD
Quais exames solicitar para icterícia precoce?
- BT e frações
- Hematócrito ou Hb + reticulócitos
- Tipagem sanguínea e fator Rh
- Coombs direto
- Hematoscopia
- Teste do eluato
O que avalia o Coombs direto? Quando está positivo?
- Presença de anticorpos ligados nas hemácias
- Incompatibilidade Rh sempre positivo
- Incompatibilidade ABO pode estar positivo ou negativo
Hematoscopia com corpúsculos e Heinz: sugere qual causa de icterícia precoce?
DG6PD
Para que serve o teste do eluato?
Estudo dos anticorpos das hemácias para o diagnóstico de incompatibilidades
Não tem relação com gravidade
Esferócito e CD positivo: qual a suspeita?
Incompatibilidade ABO
Esferócito e CD negativo: qual a suspeita?
incompatibilidade ABO (+ comum) ou esferocitose
Principais causas de icterícia prolongada ou tardia sem colestase
Icterícia do leite materno
Icterícia do aleitamento materno
Conduta para icterícia do leite materno
Quadro autolimitado → não suspender aleitamento materno
Clínica + conduta para icterícia do aleitamento materno
Dificuldade na amamentação com perda ponderal > 10% na primeira semana
Oferecer mais leite para a criança
Principal causa de icterícia prolongada ou tardia com colestase
Atresia de vias biliares
Diagnóstico de atresia de vias biliares
- USG → sinal do cordão triangular
- Definitivo → colangiografia peroperatória
Conduta para atresia de vias biliares
Cirurgia de Kasai (portoenterostomia) nos primeiros 30 dias
Transplante hepático se insuficiência hepática / cirrose
Indicações de fototerapia para icterícia neonatal
- Bilirrubina > 17
- Icterícia nas primeiras 24h
- Bilirrubina na zona de alto risco
Indicações de exsanguineotransfusão para icterícia neonatal
casos excepcionais, se não for possível resolver com a fototerapia → bilirrubina do cordão > 4, sinais de encefalopatia, etc
Fisiopatologia da síndrome do desconforto respiratório
Diminuição do surfactante
Fatores de risco / proteção para síndrome do desconforto respiratório
Risco → RN pré-termo (< 34 semanas) + mãe diabética
Proteção = cortisol → RPMO + estresse fetal crônico
Clínica da síndrome do desconforto respiratório
- Desconforto respiratório iniciado nas primeiras horas de vida
- Diminuição progressiva da PO2 e aumento da PCO2
Radiografia da síndrome do desconforto respiratório
Infiltrado reticulogranular difuso + aerobroncograma
Volume pulmonar diminuído
Tratamento da síndrome do desconforto respiratório
- CPAP nasal na sala de parto
- Se não melhorar → surfactante exógeno nas primeiras 2h de vida
- Se acidose respiratória / hipoxemia com CPAP / apneia persistente → VM
- ATB
Prevenção da síndrome do desconforto respiratório
CTC antenatal
Agentes etiológicos da sepse precoce (1as 24-72h)
- Estreptococo do grupo B (GBS) → S. agalactiae
- Enterobactérias → E. coli
Agentes etiológicos da sepse tardia
- Estafilococos coagulase negativo e S. aureus
- Outros Gram-negativos
- Fungos → principalmente prematuro extremo
Fatores de risco para sepse neonatal
- Bolsa rota > 18h
- Corioamnionite
- Colonização materna por GBS
- Prematuridade
Clínica da sepse neonatal
- Pode haver período assintomático → até 48-72h
- Desconforto respiratório
- Sinais de doença sistêmica → hipotermia (principalmente prematura), hipoatividade
Imagem da sepse neonatal
Infiltrado reticulogranular difuso
Laboratório da sepse neonatal
Hemograma → relação I/T > 0,2- 0,3
Prova inflamatória
Identificação do agente → HMC, cultura do LCR, urinocultura
Tratamento da sepse neonatal
Infecção precoce → ampicilina + genta
Infecção tardia → CCIH do hospital
RN ≥ 35 semanas assintomático + mãe teve corioamnionite: qual a conduta?
HMC + ATB empírico ou observação (alta hospitalar após 36-48h dias)
RN ≥ 35 semanas assintomático + profilaxia intraparto inadequada: qual a conduta?
Observação por 36-48h
Fisiopatologia da taquipneia transitória do RN
Retardo da absorção do líquido pulmonar
Fatores de risco da taquipneia transitória do RN
- Cesárea eletiva → ausência de trabalho de parto
- A termo / pré-termo tardio
- Diabetes e asma materna
Clínica da taquipneia transitória do RN
Desconforto respiratório leve / moderado com início nas primeiras horas de vida de rápida resolução (< 72h)
Radiografia da taquipneia transitória do RN
- Congestão hilar
- Cefalização da trama vascular
- Líquido cisural, derrame
- Cardiomegalia
- Hiperinsuflação
Tratamento da taquipneia transitória do RN
- Oxigenoterapia com baixa concentração de O2 (< 40%)
- Suporte nutricional → risco de broncoaspiração no aleitamento materno
- Não fazer diurético
Fatores de risco para síndrome de aspiração meconial
- Líquido amniótico meconial → verificar unhas da criança (alaranjadas) e coto umbilical
- Sofrimento fetal → normalmente com asfixia
- Termo e pós-termo
Clínica da síndrome de aspiração meconial
Desconforto respiratório grave com início nas primeiras horas
Imagem da síndrome de aspiração meconial
- Infiltrados grosseiros
- Pneumotórax
- Volume pulmonar aumentado
Tratamento da síndrome de aspiração meconial
- Suporte ventilatório, pode precisar de VM
- Surfactante
Complicação da síndrome de aspiração meconial
Hipertensão pulmonar persistente por manutenção da RVP - mantém shunt D > E
Clínica e conduta da hipertensão pulmonar persistente
Cianose que não responde ao uso de oxigênio (sangue não passa pelo pulmão) + diferença de saturação pré e pós ductal (teste do coraçãozinho)
Óxido nítrico inalatório (vasodilatador pulmonar)
Como calcular o APGAR?
- Respiração: 0 → ausente, 1 → irregular, 2 → regular
- FC: 0 → ausente, 1 → < 100, 2 → > 100
- Tônus: 0 → flacidez, 1 → alguma flexão, 2 → movimentos ativos
- Irritabilidade: 0 → ausente, 1 → alguma reação (caretas), 2 → espirros, choro
- Cor: 0 → cianose / palidez, 1 → cianose de extremidades, 2 → róseo
Quando calcular o APGAR?
- Final do 1º e do 5º minuto
- Se < 7 → continuar avaliação de 5/5min até completar 20 minutos de vida
O que caracteriza a asfixia perinatal?
- Hipoxemia, isquemia e acidose metabólica