MENINGITES Flashcards

1
Q

Anatomia das meninges:

A
  • Objetivo: proteção do SNC
  • Dura-máter:
    1) Rica em tecido fibroconjuntivo
    2) Contato c/ endósteo
    3) Possui vasos de grande calibre
  • Aracnoide:
    1) Barreira hematoliquórica: plexo coroide + aracnoide
  • Pia-máter:
    1) Mais fina e interna
    2) Capilares que trazem O2 e glicose
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2
Q

Barreira hematoliquórica (BHL) e permeabilidade:

A
  • Líquor:
    1) Produzido pela células ependimárias no plexo coroide
    2) Taxa de produção: 0,3-0,4 mL/h
    3) Armazenamento nos ventrículos e espaço subaracnoide
    4) Reabsorção: vilos aracnoides
  • Função do LCR:
    1) Proteção inata do SNC/choque mecânicos
    2) Distribuição de nutrientes: glicose e O2 p/ neurônios e células da glia
    3) Remoção de toxinas, CO2 e outros metabólitos
    4) Mantém a pressão hidrostática cerebral
  • BHL:
    1) Impermeável: células, grandes proteínas e anticorpos
    2) Permeabilidade: O2 e difusão facilitada de glicose
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3
Q

Meningite x encefalite:

A
  • Comum aos 2: febre, cefaleia, náuseas e letargia
  • Meningite: fotofobia, rigidez de nuca e leucocitose intensa no LCR
  • Encefalite: sinais focais, convulsões, RNC (pensar em sepse), leucocitose meno acentuada em LCR, alteração de imagem
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4
Q

Classificação quanto à tempo e causas:

A
  • Agudas: < 4 semanas de duração - virais e bacterianas
    1) Bacteriano e adquirido na comunidade:
    ° N. meningitidis
    ° S. pneumoniae
    ° H. influenzae
    °L. monocytogenes
    ° Neonatos: GBS e E. coli
    2) Bacteriano associado ao ambiente hospitalar:
    °S. aureus (principalmente MRSA)
    °S. coagulase negativo
    °P. aeruginosa
    3) Virais (principal): enterovírus, HIV, HSV, adenovírus
    4) Outros: neurossífilis, meningite amebiana
  • Crônicas: > 4 semanas de duração - micobactérias e fungos
    1) Micobactérias: M. tuberculosis e não-tuberculose
    2) Bacteriana: brucella spp, actinomyces spp, nocardia spp.
    3) Fúngica: cryptococcus, coccidioides brasiliensis
    4) Parasitas: neurocisticercose, toxoplasmose
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5
Q

Causas gerais:

A
  • Infecções: mais comum (virais, bactérias e etc)
  • Neoplasias: LMA
  • Doença do colágeno: LES, Behçet
  • Doenças sistêmicas: sarcoidose
  • Tóxicas: drogas intratecais ou contraste
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6
Q

Suspeitar quando:

A

TRÍADE:
- Cefaleia
- Febre
- Rigidez de nuca

Sempre examinar e fazer provas de irritação meníngea

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7
Q

Avaliação inicial:

A
  • SSVV: avaliar sinais de sepse
  • Hipoperfusão: pulso fino, perfusão lentificada e hipotensão
  • Neurológico: consicência, déficit focal, marcha e IRRITAÇÃO MENINGORRADICULAR
  • Disf. org.: hipoxemia, icterícia, oligúria, dist. de hemostasia
  • Mening. 2ª: sinais de endocardite, sinusite, mastoidite, pneumonia
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8
Q

Provas do exame físico:

A
  • Rigidez de nuca: incapacidade de encosta o queixo no peito, refere dor e faz força contra flexão
  • Sinal de desconforto lombar: dor lombar à flexão da coxa
  • Sinal de Brudzinksi: flexão do pescoço e faz flexão involuntária dos quadris e membros inferiores
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8
Q

Provas do exame físico:

A
  • Rigidez de nuca: incapacidade de encosta o queixo no peito, refere dor e faz força contra flexão
  • Sinal de desconforto lombar: dor lombar à flexão da coxa
  • Sinal de Brudzinksi: flexão do pescoço e faz flexão involuntária dos quadris e membros inferiores
  • Sinal de Kerning: DDH + coxa fletida em 90° - dor à estender a perna
  • Sinal de Laségue: pouco utilizado na meningite, mais usado p/ dor lombar (dor radicular) - DDH + extensão da pena até 45° em relação a outra e refere dor lombar
  • Sinal de Bikele:
    1) 1ª etapa: flexão do antebraço
    2) 2ª etapa: extensão do antebraço - dor ou resistência
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9
Q

Critérios de suspeição do MS:

A
  • Todos: febre, cefaleia, rigidez de nuca, vômitos, sinais de irritação meníngea (Kerning e Brudzinski), convulsão, petéquias e torpor
  • RN: adiciona a irritabilidade e abaulamento de fontanela

SUSPEITOU = NOTIFICOU (IMEDIATA - ATÉ 24H)

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10
Q

Ocasiões que a TC precederá o líquor:

A
  • Imunossuprimidos: HIV/AIDS, imunossuprimidos
  • História de doença no SNC: AVCs, lesão de massa ou infecções focais prévias
  • Convulsão inédita: na última semana, ou reentrantes
  • Papiledema: indica indiretamente hipertensão intracraniana
  • Nível de consciência anormal: meningoencefalite
  • Déficit neurológico focal: pupilas não isométricas, musculatura extrínseca ocular anormal, campos visuais anormais, paralisias, paresias e anormalidade de marcha
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11
Q

Punção lombar:

A
  • Realizada entre L3-L4 ou L4-L5
  • Técnica estéril c/ campos
  • Volume máximo: 20 mL
  • Se hipertensão de abertura: pressão final no max. metade a pressão de abertura
  • Diagnóstica, mas também pode ser terapêutica
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12
Q

Contraindicações de punção lombar:

A
  • Hipertensão intracraniana c/ efeito de massa (casos especiais a TC precede o LCR)
  • Coagulopatias (plaquetopenia < 50.000 ou INR > 1,5)
  • Infecção no local de punção
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13
Q

Complicações da punção lombar:

A
  • Cefaleia pós-punção: + frequente, incomum se agulha fina
    1) Hidratação
    2) Analgesia simples (preferência à base de cafeína)
    3) AINEs
    4) Blood patch (se refratário) - injeta sangue do próprio paciente no espaço epidural - normaliza a pressão hidrostática
  • Outras (+ raras): dor local, sangramento, infecção local, fístula pós-punção
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14
Q

Punção lombar - Pressão de abertura:

A
  • Medida antes da punção: raquimanômetro ou coluna de água
  • Varia conforme peso e idade
    1) Crianças < 8a: 0 a 100 mmH2O
    2) >8a e adultos: 60 a 200 mmH2O
    3) Obesos: 60 a 250 mmH2O
  • Hipotensão intracraniana < 60 mmH2O
    1) Rara - truma c/ vazamento de LCR
  • Hipertensão intracariana: > LSN
    1) Hidrocefalia obstrutiva, tumores, abscessos e hemorragias intracranianas
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15
Q

LCR - aspecto macroscópico:

A
  • Transparente: “água de rocha” - normal
  • Líquor hemorrágico:
    1) Hemácias crenadas: HSA - não separa na centrifugação
    2) Hemácias íntegras: acidental - separa na centrifugação
  • Líquor xantocrômico:
    1) Aumento de bilirrubinas, acúmulo de carotenóides
    2) Aumento de proteínas
  • Líquor turvo:
    1) Aumento de neutrófilos e linfócitos
    2) Mais comum das meningites bacterianas agudas
16
Q

LCR - Celularidade:

A
  • LCR normal:
    1) Adultos: 5 leucócitos/campo
    2) Neonatos: 20 leucócitos/campo
  • Acima disso: hiperleucorraquia (meningite) - ANALISAR DIFERENCIAL:
    1) PMN (polimorfonucleares): neutrófilos
    ° Meningite bacteriana
    OBS: apresentam predomínimo LMN nas 24-48h iniciais c/ posterior predomínimo de PMN (fenômeno de viragem liquórica)
    2) LMN (linfomononucleares): linfócitos e monócitos
    ° Meningites: virais, tubeculosa, fúngica, carcinomatosa, medicamentosa
    ° Neurossífilis/Neurocisticercose
    ° Toxoplasmose/leptospitose (asséptica)
    ° Doenças autoimunes
17
Q

LCR - Glicorraquia:

A
  • Valor estimado: 2/3 da glicose sérica ou glicemia capilar
  • Hipoglicorragia - alteração da resposta inflamatória:
    1) Consumo de energia no LCR
    2) Interrupção da difusão facilitada de glicose
  • Quanto maior consumo da glicose maior será a inflamação
18
Q

LCR - Proteinorraquia e lactato:

A

Proteinorraquia:
- Normalmente não atravessam BHL: até 40 mg/dL
- Inflamação: HIPERPROTEINORRAQUIA
1) Aumento da junção da distância das junções de oclusão
2) Migração de células de defesa
3) Lise bacteriana/fúngica - liberação de protéinas
- Quanto maior hiperproteinorraquia maior a inflamação

Lactato:
- Alta especif. p/ o diagnóstico de meningite bacteriana aguda

19
Q

Análise microbiológica e molecular:

A
  • Bacteriana: bacterioscopia, cultura, teste de aglutinação do látex
  • Virais: PCR-RT, NÃO FAZ SOROLOGIA
  • Fúngicas: fungoscopia, cultura de fungos, antígeno criptocócico no LCR (CrAg)
  • Tuberculosa: baciloscopia, cultura p/ micobactéria e PCR-RT
  • Parasitária: visualização direta do microrganismo
20
Q

Bacterioscopia - Dica de gram:

A
  • Azul/Roxa: POSITIVA
  • Vermelho/rosa: NEGATIVA

LEMBRAR: conta bancária no azul é POSITIVO e conta no vermelho é NEGATIVA

21
Q

Bacterioscopia - Análise:

A

Gram +:
- Cocos:
1) Diplocos - enterococos (asisstência à saúde/neonato)
2) Streptococcus (forma de corrente) - S.pneumoniae ou GBS (neonato)
3) Staphylococcus (cacho de uva) - S. aureus (assistência à saúde)
- Bacilos: L. monocytogenes (neonatos/idosos/imunossup.)

Gram -:
- Cocos:
1) Diplococos - N. meningitidis
- Bacilos:
1) H. influenzae
2) E. coli (assistência à saúde/neonato)
3) P. auriginosa

22
Q

Divisão etiolológica - idade:

A
  • Neonatos
    1) MO presentes no canal de parto
    2) GBS, E. coli, L. monocytogenes e enterococcus sp.
  • “O limbo” (1 mês até 24 meses)
    1) MO do canal de parto + MO colonizando nasofaringe
    2) S. pneumoniae, N. meningitidis, GBS, H. influenzae (tipo B), E. coli
  • 2 - 50 anos
    1) MO colonizam nasofaringe
    2) S. pneumoniae, N. meningitidis, H. influenzae
  • > 50a; imunossup.; gestantes e idosos
    1) MO colonizam nasofaringe + def. celular
    2) S. pneumoniae, N. meningitidis, H. influenzae, L. monocytogenes (p/ cobrir tem que adicionar ampicilina)
23
Q

Etiologia - meningite secundária:

A
  • Fratura de crânio aberta:
    1) Comunicação entre pele e meninges
    2) S. aureus (MSSA/MRSA)
  • Fratura de base crânio:
    1) MO colonizadoras de nasofaringe
    2) S. pneumoniae, N. meningitidis, H. influenzae
  • Pós operatório
    1) comunicação pele e meninges + dispositivos invasivos (cateteres de derivação) c/ ou s/ biofilme
    2) S. aureus, P. aeruginosa, Enterobacterias (Klebisiella sp., E. coli., Pseudomonas sp.)
24
Q

Aglutinação do látex:

A
  • LCR c/ anticorpos contra a bactéria em questão
  • Coloca p/ regir c/ esferas de poliestireno c/ Ag de superfície:
    1) S. pneumoniae, N. meningitidis e H. influenzae
  • Aglutinou: positivo
  • Bom para diagnóstico rápido e dúvida no gram
  • Permite introduzir profilaxia de comunicantes
  • Desvantagens:
    1) Não oferece informação sobre suscetibilidade
    2) Não tem kit comercial p/ GBS, E. coli e enterobactérias (neonatos)
25
Q

PCR em tempo real:

A
  • Amplifica material genético (RNA ou DNA)
  • Alta sensibilidade e especificidade
  • Desvantagens:
    1) Pode ser negativo se inóculo for pequeno
    2) Alto custo
  • Aplicações: meningites virais (kits) e meningite tuberculosa
26
Q

Cultura e Antibiograma:

A
  • Identifica gênero e a espécie
  • Fornece substrato p/ teste de suscetibilidade
  • Importante: se MIC baixa para Penicilina - droga de escolha no lugar ceftriaxona
27
Q

Meningite Virais - Características:

A
  • Causa mais comum e benigna
  • Etiologia + comum: enterovírus
  • Idade + comum: crianças até 5 anos
  • Transmissão: fecal-oral (pico no verão e outono)
  • Outras causas: caxumba, herpesvírus, HIV agudo, arboviroses
  • Sintomas mais comuns: dor retrorbitária e fotofobia
  • LCR: LMN, proteína e glicose normais
    1) Enterovírus faz proteínorraquia, porém NUNCA > 150
  • Tto: sintomáticos e suporte
  • Antivirais EV: aciclovir (HSV 1 e 2, VZV e ganciclovir (HSV 1 e 2, VZV, CMV, EBV e HHV-6)
28
Q

Meningite Viral - Quadro clínico diferencial:

A
  • Enterovírus: rash, diarreia
  • HIV agudo: mialfia, linfadenopatia, faringite e rash maculopapular
  • HSV-2 : lesões genitais, causando meningite viral recorrente
  • Caxumba: parotidite associada