Meningite Bacteriana Flashcards

1
Q

Meningite Bacteriana

Definição

A

Inflamação das leptomeninges ( aracnoide e pia-máter) que envolve o cérebro e a medula espinhal

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Q

Meningite Bacteriana

Etiologia até 2 meses

A
  • As bactérias que causam meningite refletem a flora materna
  • Enterobactérias ( E. coli, klebsiella, Aerobacter, Salmonella, Proteus)
  • Estreptococcus do grupo B (Agalactiae)
  • Listeria monocytogenes
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3
Q

Meningite Bacteriana

Etiologia a partir de 2 meses

A
  • Nisseria meningitidis (meningococo)
  • H. influenzae tipo B
  • Streptococcus pneumoniae
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4
Q

Meningite Bacteriana

Impacto vacinal

A
  • Antes da vacina: 34% dos casos de meningite pneumocócica foi reportado em menores de 5 anos/ Pós vacina: 17% dos casos foram reportados
  • Após introdução da vacina conjugada contra H. influenzae tipo B no calendário dos lactentes, houve redução de 95% da incidência e o virtual desaparecimento da meningite e outras doenças invasivas causadas pelo H. influenzae em crianças de 2 meses à 5 anos.
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5
Q

Meningite Bacteriana

Etiologias mais prevalentes

A
  1. Meningo tipo C
  2. Meningo tipo B
  3. Strepto
  4. H. influenzae tipo B
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6
Q

Meningite Bacteriana

Patogênese

A

Resulta da disseminação hematogênica de microorganismos de um local distante da infecção

  • Colonização da nasofaringe
  • Invasão e sobrevivência intravascular
  • Invasão meníngea e da barreira hematoliquórica
  • Mecanismo de defesa gerando resposta inflamatória no espaço subaracnóide
  • Aumento da pressão intracraniana, vasculite, alteração do fluxo sanguíneo cerebral e lesão neuronal
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7
Q

Meningite Bacteriana

Invasão bacteriana

A
  • Com menor frequência, pode ocorrer por invasão de um processo infeccioso adjacente as meninges → Sinusites, OMA, mastoidites, celulites orbitária e osteomielite craniana e vertebra
  • Pode ocorrer invasão direta do SNC pela bactéria, após trauma cranioencefálico com fraturas ósseas da calota e da base do crânio, estabelecendo comunicação entre pele ou mucosas e o LCR, ou após traumas cranianos penetrantes
  • Bactéria também pode atingir diretamente o SNC, através da pele, em crianças portadoras de malformações congênitas, como, meningomieloceles ou fístulas neuroectodérmicas
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8
Q

Meningite Bacteriana

Clínica

A
  • Inicia-se, de modo geral, com a clássica tríade sintomatológica: febre, cefaleia e vômitos
  • Quadro pode se instalar abruptamente ou paulatinamente
  • Fotofobia, inapetência, sensação de mal-estar, mialgia, artralgia, queda da acuidade visual e depressão do sensório
  • Convulsões generalizadas, de início precoce (até 2° dia do diagnóstico) estão presentes em 20-30% das crianças com meningite não relacionada à pior prognóstico.
  • Convulsões focais, de início tardio, podem correlacionar com outras complicações neurológicas
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9
Q

Meningite Bacteriana

Clínica Formas mais graves

A
  • Nas formas mais graves, comprometimento sensorial aprofunda-se com o passar do tempo, observando-se irritabilidade, sonolência, delírio, coma e morte.
  • Choque e presença de exantema petequial ou purpúrico são classicamente associados a doença meningocócica, mas podem ser causados por H. influenzae ou S. pneumoniae
  • Meningite meningocócica acompanha, em 60% dos casos, lesões cutâneas, petequiais ou purpúricas, que denunciam o quadro dde meningococcemia
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10
Q

Meningite Bacteriana

Síndrome de Waterhouse-Friderichsen

A
  • Forma de evolução extremamente rápida
  • Ocorre devido septicemia meningocócica, sem meningite
  • Se manifesta com sinais clínicos de choque e Coagulação intravascular disseminada (CIVD)
  • Ocorre palidez, sudorese, hipotonia muscular, taquicardia, pulso fino e rápido, queda da PA, oligúria e má perfusão periférica
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11
Q

Meningite Bacteriana

Exame físico

A
  • Febre
  • Hiperestesia difusa
  • Rigidez de nuca
  • Sinais meníngeos presentes (kerning e Brudzinsk)
  • Abaixo dos 3 meses de vida, a suspeita de meningite torna-se dificil, pois há sintomatologia diversa → hipotermia, recusa alimenatar, irritabilidade, apatia, cianose, convulsão, icterícia
  • Abaixo de 3 meses → Fazer exame da fontanela bregmática : abaulamento ou aumento da tensão da fontanela, aliado à febre, gemência, irritabilidade e vômitos há forte suspeita de ser meningite
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12
Q

Meningite Bacteriana

Diagnóstico

A
  1. Exame do LCR

Deve ser feito Imediatamente

OBS: NUNCA SE DEVE PRORROGAR A INTRODUÇÃO DE ATB → Terapêutica empírica deve ser iniciada sem demora, em todas condições citadas

2) Coleta de Hemocultura antes de iniciar terapêutica
* Taxa de positividade na hemocultura é alta em meningites causadas por H. influenzae, S.pneumoniae e meningococo. Mesmo em crianças que receberam ATB previamente

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13
Q

Meningite Bacteriana

Alterações Liquóricas

A
  • Aspecto levemente turvo à fracamente purulento. Porém líquor límpido, não afasta possibilidade de meningite purulenta
  • Hipercelularidade, geralmente, acima de 1.000/mm³, com predomínio de polimorfonucleares neutrófilos
  • Glicose: Ótimo para diferenciar Mn bacteriana de Mn viral. Nas primeiras horas, há queda da glicose, para níveis inferiores à 30mg.
  • Proteínorraquia elevada (100-200mg/dL)
  • Exame bacterioscópico direto consegue fazer diagnóstico etiológico em ⅔ dos casos de Mn purulenta
  • Bacterioscopia, em geral, é positiva na maioria das crianças com Mn por pneumococo, meningococo e bacilos gram negativos
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14
Q

Meningite Bacteriana

Diagnóstico etiológico

A
  • O diagnóstico de certeza do agente etiológico da MB é feito através da CULTURA. → Exame obrigatório e imprescindível, mesmo nos casos com líquor límpido e cristalino
  • Detecção de antígenos bacterianos no LCR: Contraimunoeletroforese (CIE) e teste de látex
  • PCR: Frequente na investigação etiológica dos processos infecciosos no SNC
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15
Q

Meningite Bacteriana

Tratamento

A
  • Nos pacientes sem sinais de desidratação que apresentam manifestações sugestivas da síndrome de secreção inapropriada do hormônio aintidiurético (Hiponatremia, aumento da concentração de sódio urinário, diminuição da osmolaridade sérica) → Restrição de líquidos para ⅔ à ¾ da necessidade diária de água, controle do sódio plasmático, controle do volume e densidade urinários, e da osmolaridade sérica e urinária
  • Tratamento DHEAB
  • Prevenção de convulsões
  • Prevenção HIC (Elevação da cabeça, uso de manitol (0,5-2g/kg) quando ocorrem sinais de HIC grave (apneia, bradicardia, miose ou midríase)
  • Intubação imediata com hiperventilação devem ser realizadas em caso de herniação cerebral
  • Crises convulsivas devem ser controladas com anticonvulsinantes habituais, como fenobarbital e fenitoína
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16
Q

Meningite Bacteriana

Tratamento com corticosteróide

A
  • Uso de dexametasona, antes ou junto com a primeira dose do antibiótico, diminui a incidência de sequelas neurológicas e de deficiência auditiva na meningite por haemophilus
  • Recomenda-se o uso de dexametasona na dosagem de 0,15mg/kg, por via IV, de 6/6 horas (0,6 mg/kg/dia) por 2 dias, para tratamento de MB em crianças com idade superior à 6 semanas
17
Q

Meningite Bacteriana

Antibioticoterapia em crianças com 0 e 60 dias

A

Ampicilina ( 200-300mg/kg/dia, dividida em 6/6 horas) + Cefotaxima (200mg/kg, dividida em 6/6 horas)

18
Q

Meningite Bacteriana

Antibioticoterapia em maiores de 2 meses

A
  • Vancomicina (60mg/kg, dividida em 6/6 horas) + Ceftriaxona (100mg/kg, dividida em 12/12 horas)
19
Q

Meningite Bacteriana

Antibioticoterapia em lactentes até 60 dias de idade

A

Ampicilina + cefalosporina de 3° geração ( Cefotaxima)

20
Q

Meningite Bacteriana

2ª Opção de antibioticoterapia para meningites que ocorrem nos 2 primeiros meses

A

Ampicilina associada a Aminoglicosídeo → gentamicina ou amicacina

21
Q

Meningite Bacteriana

Controle do tratamento

A
  • Em pacientes com MB que apresentam resposta adequada à antibioticoterapia, a coleta de LCR controle NÃO ESTÁ INDICADA

LCR de controle so deve ser realizado nas seguintes situações:

  • Resposta inadequada após 48 horas da antibioticoterapia apropriada
  • Lactentes menores de 2 meses
  • Paciente com meningite por gram negativos
  • Infecções causadas por pneumococo resistentes aos Antibióticos beta-lactâmicos

Duração do tratamento varia de acordo com agente isolado e resposta clínica

22
Q

Meningite Bacteriana

Patógenos prováveis para meningite bacteriana segundo idade e fatores de risco

A
23
Q

Meningite Bacteriana

Quimioprofilaxia

A

Indicada na doença meningocócica e meningite por Haemophilus influenzae.

Doença Meningocócica

  • Todos os contatos íntimos de pessoas com doença meningocócica invasiva durante os 7 dias que antecederam o início da doença no caso índice, independentemente do estado vacinal
  • Todos contatos domiciliares
  • Contatos de casos que ocorreram em creches, escolas
  • Contato em viagens superior a 8 horas

OBS: Profilaxia administrada mais de 2 semanas após exposição tem pouco valor

Deve ser iniciada até 24 horas depois do contagio

24
Q

Meningite Bacteriana

Contraindicações do exame de LCR

A
  • Paciente apresentar sinais neurológicos focais e sinais evidentes de hipertensão intracraniana ou edema cerebral agudo
  • Crianças com insuficiência respiratória aguda ou hipotensão → Posicionamento para punção liquórica pode comprometer ventilação e débito cardíaco
  • Pacientes com trombocitopenia grave ou distúrbios da coagulação
  • Infecção de pele (celulite ou abcesso) que recobre as vertebras lombares