Medidas De Saúde Coletiva Flashcards
A engenharia reversa mostrou que as Medidas de Saúde Coletiva correspondem a 8,6% do total de questões de Medicina Preventiva, ocupando assim o 4° lugar entre os temas mais cobrados. E olhe que interessante: dentro desse tema, é notável a preferência das bancas pelos indicadores de morbidade e de mortalidade (veja o gráfico a seguir).
- O que são Indicadores de morbidade?
- O Coeficiente de Incidência também é conhecido como
1. São medidas que contabilizam as doenças e/ou agravos existentes em um determinado espaço geográfico.
Essa contagem pode ser feita de duas formas:
1.1. Podemos contar todos os indivíduos que estão doentes naquela localidade, independentemente da causa. Quando isso acontece, temos a morbidade geral, que é representada pelo coeficiente de morbidade geral. Informa o número de indivíduos doentes para um determinado número de habitantes. Esse indicador não informa risco de adoecimento. Apenas informa a fração de indivíduos que estão doentes na localidade, independentemente da causa.
1.2. Podemos contar apenas os casos específicos de uma determinada doença ou agravo. Nesse sentido, teremos a morbidade específica, que, por sua vez, é mensurada pelas famosas prevalência e incidência!
2. Risco absoluto
Quanto aos indicadores de saúde, o COEFICIENTE exemplifica valores (1) e mede o (2)
- Relativos
- Risco
Quanto aos indicadores de saúde, o ÍNDICE exemplifica valores (1) e mede uma (2)
- Relativos
- Proporção
É o número de casos novos de uma determinada doença, ou de um agravo, em uma localidade, em um dado intervalo de tempo. É uma medida absoluta.
INCIDÊNCIA
Número de casos novos da doença supracitada em relação à população em risco dessa doença no mesmo intervalo de tempo. É uma medida relativa. Avalia o risco absoluto (ou a probabilidade) de uma população adquirir uma doença.
Coeficiente de incidência
ATENÇÃO: Embora sejam conceitos diferentes, muitas bancas utilizam os termos coeficiente ou taxa de incidência como sinônimos. Falaremos mais sobre isso a seguir.
- Coeficiente mede o…
- Incidência mede o:
- Índice mede uma…
1. Risco
2. Risco: O coeficiente de incidência verifica quantos indivíduos mudaram seus status de saudáveis para doentes em relação ao total de indivíduos que estavam expostos ao adoecimento. Assim, esse indicador avalia o risco de contrair a doença naquela população.
3. Proporção
Coeficiente medido quando é dividido o número de casos novos de uma doença em intervalo de tempo pela população exposta (ou em risco de adoecimento) durante o mesmo intervalo de tempo.
Coeficiente de incidência
O conceito correto de incidência traz sempre a população em risco no denominador!
Existem diversos tipos de incidência, mas apenas 3 são cobrados em provas de Residência Médica:
1. INCIDÊNCIA ACUMULADA
2. DENSIDADE DE INCIDÊNCIA
3. COEFICIENTE DE ATAQUE
É o tipo de incidência calculada para populações estáticas, isto é, comunidades que não apresentam fluxos migratórios significativos e cujos habitantes podem ser acompanhados ao longo de todo o período de observação. Como é possível conhecer o desfecho de todos os participantes, ela informa o risco médio de adoecimento.
INCIDÊNCIA ACUMULADA
FÓRMULA:
Número de casos novos de dengue / População em risco X 100.
É o tipo de incidência calculada para populações dinâmicas, isto é, comunidades que apresentam fluxos migratórios importantes. Utilizada para populações abertas. Não informa o risco médio de adoecimento, pois não sabemos quantos eventos, de fato, ocorreriam se todos permanecessem na localidade. Porém, informa a velocidade com que os casos novos da doença surgem na unidade do tempo, considerando um determinado número de pessoas para isso
DENSIDADE DE INCIDÊNCIA
Fórmula:
Número de casos da doença / (Número de pessoas observadas x tempo de observação)
Nada mais é do que um nome especial dado para a incidência acumulada quando o fenômeno avaliado é um surto! Como o surto é o aumento do número de casos de uma doença em uma população muito específica (como creches, quartéis ou festas de casamentos), temos que esse coeficiente é dado pela seguinte fórmula:
Número de casos novos de uma doença de uma população específica / número de indivíduos susceptíveis nessa população
COEFICIENTE DE ATAQUE
O surto é ocasionado por uma infecção transmitida por fonte comum pontual, isto é, os suscetíveis são expostos à fonte de infecção ao mesmo tempo.
É o número total de casos de uma doença (ou agravo) em uma determinada localidade, considerando um determinado
momento de uma linha do tempo.
PREVALÊNCIA
O que pode aumentar a prevalência?
Incidência
A proporção de prevalência é corriqueiramente chamada pelas bancas de residência médica de coeficiente ou taxa de prevalência.
A FÓRMULA DE PROPORÇÃO DE PREVALÊNCIA PONTUAL =
NÚMERO TOTAL DE CASOS DE UMA DOENÇA EM UMA DETERMINADA LOCALIDADE / POPULAÇÃO RESIDENTE NA LOCALIDADE X 10 elevado a N
A principal diferença entre a prevalência e a incidência reside no fato de que, na primeira, a população é avaliada em um único momento de uma linha do tempo. Por isso, também chamamos essa prevalência de pontual. Em contrapartida, na incidência, avaliamos a população ao longo de um intervalo de tempo. Logo, a prevalência…
Não afere risco
O que reduz a prevalência?
Morte e cura
Se, em determinada população, temos uma droga que cura a doença, a prevalência aumenta ou diminui?
Diminui
Se, em determinada população, temos uma droga que melhora a doença, a prevalência aumenta ou diminui?
Aumenta
Existem diversos tipos de prevalência, mas 2 são os mais comuns:
1. prevalência pontual
2. prevalência de período
É possível contarmos quantos casos de uma determinada doença, ou de um agravo, existiram ao longo de um intervalo de tempo. Esse tipo de prevalência contabiliza o número de casos existentes no primeiro dia do intervalo de tempo (prevalência pontual) mais o número de casos novos que surgem ao longo do tempo (incidência). Quando isso acontece, temos a:
Prevalência de período
Um ponto importantíssimo: quando a banca solicitar o cálculo da prevalência de período, você não deve descontar a velocidade de defecção, isto é, o número total de indivíduos doentes que a localidade perdeu naquele período: curas + óbitos + emigrações.
EXEMPLO PREVALÊNCIA DE PERÍODO
Por exemplo, suponha que um determinado município apresentou 1.050 casos de hanseníase em 01/02/2020 (prevalência pontual). Ao longo do mês de fevereiro, mais 100 casos foram diagnosticados (incidência). Em contrapartida, 10 pacientes evoluíram para o óbito, 30 receberam alta por cura e 2 saíram da localidade (emigrações). Portanto, a velocidade de defecção da doença naquele período foi igual a 42. Se a população na metade do período (14/02/2020) for igual a 11.500 habitantes, a proporção de prevalência será:
Proporção de Prevalência de Período = (1.050 casos pré-existentes + 100 casos novos) / 11.500 habitantes na metade do período x 100 = 10%.
Observe que não descontamos a velocidade de defecção. Portanto, a prevalência de período funciona como uma espécie de acumulado de casos no intervalo de tempo estudado.
A prevalência de período, apesar de incluir a incidência, NÃO informa RISCO de adoecimento. Ela apenas contabiliza os casos que existiam naquele período.
FATORES QUE INFLUENCIAM NA PREVALÊNCIA DE UMA DOENÇA
- Incidência da doença:
- Imigração de doentes
- Número de indivíduos curados ou percentual de cura da doença
- Número de óbitos ou letalidade da doença
- Emigração de doentes:
1. Incidência da doença: quanto maior a incidência da doença, maior será sua prevalência
2. Imigração de doentes: quanto maior a imigração de doentes, maior a prevalência
3. Número de indivíduos curados ou percentual de cura da doença: quanto maior o número de indivíduos curados, menor a prevalência.
4. Número de óbitos ou letalidade da doença: quanto maior a letalidade, menor será a prevalência.
5. Emigração de doentes: quanto maior for a saída de indivíduos doentes da localidade, menor será a prevalência da doença
CONCEITOS PREVALÊNCIA
Prevalência = (Incidência + Imigração) – (Curas + Óbitos + Emigrações)
Curas + Óbitos + Emigrações = velocidade de defecção
Prevalência (P) = Incidência (I) x Tempo de duração da doença (D)
A introdução de novos tratamentos que aumentam a sobrevida da doença, mas sem promover a cura, acabam por aumentar a prevalência da doença na população. Isso porque a letalidade diminui e o tempo de duração da doença aumenta.
E a incidência? Em princípio, permanece inalterada! Por exemplo, a introdução de novos hipoglicemiantes orais contribuiu para o aumento da sobrevida e da prevalência do diabetes mellitus, mas não foi capaz de alterar a incidência da doença, uma vez que o aparecimento de casos novos não é influenciado pelo tratamento