Medicina de Família e Comunidade Flashcards
DEFINA OS 4 PRINCÍPIOS DA MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE:
- O médico de família e comunidade é um clínico qualificado.
- A atuação do médico de família e comunidade é influenciada pela comunidade.
- O médico de família e comunidade é um recurso de uma população definida.
- A relação médico-pessoa é fundamental para o desempenho do médico de família e comunidade
ATUAÇÃO DA MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE:
- Sintomas pouco específicos
- Constrói hipóteses diagnósticas
- Diagnóstico menos específico
- Foco na pessoa e continuidade do cuidado.
ATUAÇÃO DO ESPECIALISTA:
- Sintomas mais específicos
- Baixa construção de hipóteses
- Diagnóstico definitivo e específico
- Foco na doença, mínima continuidade
MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA (MCCP) É DEFINIDO COMO:
Propõe a integração entre os aspectos relacionados à doença e a perspectiva da pessoa doente, com o objetivo de garantir “que as características particulares e as preferências de cada pessoa sejam levadas em consideração e de que se chegue a um plano de tratamento elaborado de acordo com esses fatores” (Stewart, 2017).
Os componentes do MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA (MCCP) são 4:
1. Explorando a saúde, a doença e a experiência da doença.
2. Entendendo a pessoa como um todo (ciclo de vida e aspectos religiosos).
3. Elaborando um plano conjunto de manejo dos problemas (é um encontro de especialistas - o médico é especialista nos aspectos biomédicos do problema e a pessoa é especialista em sua experiência de saúde e de doença).
4. Intensificando a relação entre a pessoa e o médico. (criando empatia e vínculo)
O Ministério da Saúde define o Projeto Terapêutico Singular (PTS) como uma ferramenta da atenção básica caracterizada por ser:
Uma discussão coletiva entre os diversos membros da EQUIPE MULTIDISCIPLINAR (e apoio MATRICIAL se necessário, ou seja, interação com outra equipe), resultando em CONDUTAS TERAPÊUTICAS articuladas para um caso específico (singular) de um INDIVÍDUO, FAMÍLIA ou COMUNIDADE, com respeito às vulnerabilidades.
É necessário que os membros da equipe da atenção básica se comprometam com o Projeto Terapêutico Singular - PTS, reservando:
momentos fixos SEMANAL ou QUINZENAL
A liderança do PTS não é direcionada a um profissional específico, mas é sugerido que fique com:
aquele(s) mais vinculado(s) ao(s) sujeito(s) do Projeto – o chamado profissional de referência do PTS.
O médico idealmente deve contatar a família todas as vezes que um problema de uma pessoa possa influenciar ou fazer parte do contexto familiar (exemplo: uso de drogas). A única contraindicação é quando:
Existir risco de VIOLÊNCIA a alguém, seja ao usuário do serviço de saúde, ao próprio familiar, ou mesmo, ao médico.
CICLOS DE VIDA
As famílias passam por diversas transformações ao longo do tempo e algumas delas são “previsíveis e habituais”. Mudanças de componentes, saídas de casa, questões sociais e falecimentos podem afetar a estrutura familiar.
SOBRE CICLO DE VIDA DA CLASSE MÉDIA
1. Jovens solteiros:
2. Novo casal:
3. Família com filhos pequenos:
4. Família com adolescentes:
5. Filhos saindo de casa:
6. Estágio tardio da vida:
- Jovens solteiros: é o momento inicial da vida adulta, em que jovens solteiros saem de casa e passam a assumir responsabilidades.
- Novo casal: os jovens unem-se e formam novos casais, novas famílias, devendo adaptar-se e assumir compromissos maritais.
- Família com filhos pequenos: agora, o jovem casal passa a lidar com filhos pequenos, representando um novo desafio: ajustar a realidade do casal, unir-se em torno da educação das crianças (e suas consequências financeiras) e estabelecer o papel de pais e avós.
- Família com adolescentes: momento que tem como desafios reconhecer o início da independência dos filhos e lidar com a fragilidade dos avós.
- Filhos saindo de casa: momento do ciclo também chamado de “encaminhando os filhos” ou “ninho vazio”, refere-se à saída dos filhos de casa, quando eles vão começar o próprio ciclo fora de casa. O casal tem como desafio reinventar-se como apenas dois.
- Estágio tardio da vida: nesse último momento, as famílias passam a viver uma mudança de papéis, em que os idosos passam a ter menor controle e a geração do meio (filhos) assume um papel central. São frequentes as perdas nesse período, outro desafio para as famílias
CICLOS DE VIDA
As famílias passam por diversas transformações ao longo do tempo e algumas delas são “previsíveis e habituais”. Mudanças de componentes, saídas de casa, questões sociais e falecimentos podem afetar a estrutura familiar.
SOBRE CICLO DE VIDA DA CLASSE POPULAR
As etapas aqui são menos numerosas e marcadas pela necessidade de adaptação – já que, por vezes, os elementos da família têm de assumir funções que não são típicas de seu momento de vida.
1. Adolescente e jovem adulto solteiro:
2. A família com filhos:
3. Famílias no estágio tardio:
- Adolescente e jovem adulto solteiro: a transição entre a adolescência e a idade adulta são mal delimitadas e, às vezes, o adolescente necessita buscar sua autonomia e manter-se com seu trabalho.
- A família com filhos: a geração de filhos, não o casamento, é o primeiro momento da formação da nova família, em que o planejamento é precário ou não ocorre. O sistema conjugal é formado já no contexto dos filhos presentes.
- Famílias no estágio tardio: são comuns as famílias em que convivem três ou quatro gerações, o que ocorre devido à concepção precoce e o baixo nível educacional, que não permite a independência dos membros.
FERRAMENTAS DE ABORDAGEM FAMILIAR são instrumentos que o médico pode utilizar para:
compreender as dinâmicas familiares, identificar debilidades e propor intervenções que venham a reduzir a influência do contexto familiar no adoecimento das pessoas
AS 2 FERRAMENTAS DE ABORDAGEM FAMILIAR MAIS COMUNS SÃO:
GENOGRAMA
ECOMAPA
É uma ferramenta importantíssima de abordagem familiar, ele utiliza símbolos para fornecer uma visão ampla do contexto da família, incluindo aspectos hereditários, de doenças, relacionamentos e hábitos de vida.
GENOGRAMA
Não é obrigatório que o GENOGRAMA seja construído no primeiro contato com a família, porém é indispensável que:
Sejam incluídas no mínimo 3 gerações.
É o chamado caso-índice, a partir de quem se inicia o genograma:
Há duplo contorno em seu símbolo
Também de representação gráfica, destaca-se por expressar a relação entre a pessoa e o meio em que ela vive, por exemplo, mostrando como a pessoa vincula-se ao serviço de saúde, à igreja e às atividades comunitárias. Pode ser aplicado também à família. É a rede social da pessoa (ou da família):
Ecomapa
No ECOMAPA, as linhas espessas se relacionam a:
Ligações mais fortes que as linhas finas
No ECOMAPA, quanto mais longas as setas, indicam que:
Há uma maior dedicação rumo a quem está sendo apontado
ABORDAGEM COMUNITÁRIA relaciona-se a:
Relaciona-se à integração do serviço de saúde e a comunidade, de modo que o médico de família e comunidade e equipe se apropriem do conhecimento da realidade e criem um canal de diálogo com a população, a fim de enfrentar os problemas da comunidade.
Para Gusso e Ceratti (2019), a principal característica operacional que define a abordagem comunitária é:
Longitudinalidade
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO COMUNITÁRIA
Antes de se propor qualquer tipo de medida frente a um problema comunitário, é inevitável que o primeiro passo seja realizar um levantamento (diagnóstico) da situação daquela comunidade.
- Inicialmente, deve ocorrer a:
- Em seguida, segue-se o processo de:
- Por fim, a terceira etapa é:
1. Etapa preparatória: em que- a equipe vai se planejar para realizar o levantamento, por exemplo, delimitando a área por meio de mapas e estudando os indicadores socioeconômicos daquela área.
2. Territorialização: quando a equipe vai trabalhar com ferramentas como aplicação de questionários na comunidade, interação com as lideranças da população e grupos de discussão para conhecer as particularidades da comunidade
3. Conhecendo o território (muito além do que apenas o espaço, mas as dinâmicas “vivas” que nele ocorrem, como socioeconômicas, políticas, epidemiológicas etc.), a equipe pode, então, realizar o planejamento das ações. Afinal, não seria possível planejar sem se preparar e conhecer a área de atuação.
É uma abordagem para realizar um diagnóstico comunitário em que as condições de preparação, diagnóstico e planejamento não são possíveis de serem realizadas da forma adequada.
ESTIMATIVA RÁPIDA
EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE
Em 2013, o Ministério da Saúde instituiu a Política Nacional de Educação Popular em Saúde. A educação popular em saúde (EPS) prevê uma troca de conhecimentos entre a população e a equipe da atenção básica, de modo que a voz da comunidade promova alterações nas ações e serviços de saúde – cada vez mais direcionadas às necessidades específicas da população, transformando a realidade por meio do cuidado.
A atenção domiciliar é um importante elemento para garantir a integralidade do cuidado na atenção primária. No Brasil, ela foi definida pela Portaria 963/2013 do Ministério da Saúde e reformulada pela Portaria 825/2016. Vamos analisar os pontos fundamentais para as provas de Residência Médica.
É considerado como um possível ponto de atenção à saúde pela Portaria 4.279/2010 do Ministério da Saúde, o que é adequado, uma vez que, nele, podem ser desenvolvidas ações em todos os níveis de prevenção, como promoção da saúde, diagnóstico, reabilitação etc.
DOMICÍLIO
Modalidade de atenção à saúde integrada à Rede de Atenção à Saúde (RAS), caracterizada por um conjunto de ações de prevenção e tratamento de doenças, reabilitação, paliação e promoção à saúde, prestadas em domicílio, garantindo continuidade de cuidados
Atenção Domiciliar
Serviço complementar aos cuidados realizados na atenção básica e em serviços de urgência, substitutivo ou complementar à internação hospitalar, responsável pelo gerenciamento e operacionalização das Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (EMAD) e Equipes Multiprofissionais de Apoio (EMAP)
Serviço de Atenção Domiciliar
Pessoa(s) com ou sem vínculo familiar com o usuário apta(s) para auxiliá-lo em suas necessidades e atividades da vida cotidiana e que, dependendo da condição funcional e clínica do usuário, deverá(ão) estar presente(s) no atendimento domiciliar.
Cuidador
A atenção domiciliar deve prezar por diretrizes como a prática do (1) e da humanização, ser incorporada ao (2) e estimular a (3) do usuário, da família, do cuidador e dos profissionais da saúde
(1) acolhimento
(2) sistema de regulação (com a atenção básica coordenando o cuidado)
(3) participação ativa
O SERVIÇO DE ATENÇÃO DOMICILIAR deverá articular-se com os outros serviços da Rede de Atenção à Saúde, principalmente hospitais, serviços de urgência e atenção básica, buscando:
evitar demanda direta dos usuários.
Vamos conhecer as modalidades da atenção domiciliar:
1. AD 1:
2. AD 2:
3. AD 3:
1. AD 1: usuários que necessitem de cuidados com menor frequência e com menor necessidade de intervenções multiprofissionais; supõe-se estabilidade clínica e bons cuidados dos cuidadores. Os atendimentos são prestados pela atenção básica, com apoio do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF), ambulatórios especializados e centros de reabilitação.
2. AD 2: usuário com indicação de atenção domiciliar e que apresente condições para as quais se tentará evitar ou abreviar uma internação.
3. AD 3: AD 2 + necessidade de cuidados mais frequentes ou procedimentos complexos, como ventilação mecânica, paracentese de repetição, nutrição parenteral e transfusão sanguínea. A AD 2 e AD 3 têm suas ações executadas pelo Serviço de Atenção Domiciliar.
São condições para as quais se tentará evitar ou abreviar uma internação:
օ Afecções agudas ou crônicas agudizadas, como tratamentos parenterais ou reabilitação;
օ Afecções crônico-degenerativas, considerando o grau de comprometimento causado pela doença, que demande atendimento no mínimo semanal;
օ Necessidade de cuidados paliativos com acompanhamento clínico no mínimo semanal, com o fim de controlar a dor e o sofrimento do usuário;
օ Prematuridade e baixo peso em bebês com necessidade de ganho ponderal