Max Weber e Karl Marx Flashcards

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Considerado um dos pensadores mais influentes da modernidade, Max Weber foi um dos precursores da sociologia econômica, a qual buscou compreender a sociedade de modo mais abstrato e integrada às condições históricas, culturais e sociais.
Por conseguinte, seus estudos recaíram sobre questões teórico-metodológicas no desenvolvimento de estudos histórico-sociológicos acerca da origem da civilização ocidental e seu lugar na história universal. Seus trabalhos de destaque são lidos até os dias atuais por estudiosos de Sociologia da Religião, Sociologia Política, Administração Pública, Economia, Filosofia e Direito.

Weber e a Sociologia
Sem espanto, acreditava que a função do sociólogo seria compreender o sentido das chamadas ações sociais, explicitando os nexos causais daquelas; assim, suas contribuições foram em direção à análise multicausal dos fenômenos sociais, onde destacará fatores culturais e materiais no surgimento das instituições modernas e do consequente processo de racionalização e desencantamento do mundo que as acompanham.
Por conseguinte, vale ressaltar que a sociologia weberiana é essencialmente hermenêutica e busca compreender a rede de significados que o homem teceu se “enroscou”, pois afirma que a sociedade seria o resultado das formas de relação entre seus sujeitos constituintes. Percebeu, portanto, que a ciência participa de um processo histórico geral de racionalização e intelectualização da vida, do qual o objeto da sociologia seria a realidade infinita, da qual somente poderíamos improvisar tipos ideais, que serviriam como modelos interpretativos (de ação social racional com relação a fins, ação social racional com relação a valores, ação social afetiva, ação social tradicional). Portanto, na medida em que a realidade é infinita, não fazemos senão um recorte, uma interpretação, como uma tentativa de explicá-la.
É curioso notar, por conseguinte, que, enquanto seu contemporâneo Durkheim se alicerça nas ciências naturais enquanto modelo metodológico de análise, Weber não acredita haver leis gerais que expliquem a totalidade do mundo social, pois, para ele, estas caminham de acordo com a dinâmica cultural e delas podemos apenas buscar as leis causais, as quais são suscetíveis de entendimento a partir da racionalidade científica.

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Biografia
Maximilian Karl Emil Weber nasceu em Erfurt, no dia 21 de Abril de 1864. Foi um dos maiores intelectuais alemães de sua época, destacando-se como jurista, economista e sociólogo. Suaa carreira acadêmica iniciou-se em 1882, quando Max Weber foi para a Faculdade de Direito da Universidade de Heidelberg, onde frequentará as aulas de economia política, história e teologia; mais tarde (1889), na Universidade de Berlim, irá tornar-se o doutor em Direito. Em 1893 casou-se com MarianneSchnitger, feminista, estudiosa e curadora das obras de Maximilian.

Nomeado professor de Economia nas Universidades de Freiburg (1894) e de Heidelberg (1896), Max Weber lecionou até 1900, quando foi afastado do magistério devido a um colapso nervoso, do qual se recuperou apenas em 1918, quando voltou a lecionar. Apesar disso, esteve engajado em outras atribuições, como consultoria e pesquisas acadêmicas, facilitadas devido seu cargo como Diretor-associado dos Arquivos de Ciências Sociais e Política Social. Nesse ínterim, Weber publicou seu primeiro esboço de um método sociológico, no artigo “Sobre algumas categorias da sociologia compreensiva” (1907).
Em 1917, já em Munique, Max Weber procurou elucidar os fatores fundamentais do processo de desencantamento do mundo perpetrados pela ciência. Não obstante, no decorrer da Primeira Guerra Mundial, foi diretor de hospitais militares de Heidelberg, até retornar ao ensino de economia em Viena e, posteriormente (1919) em Munique. Max Weber faleceu nessa mesma cidade, em 1920, vítima de pneumonia.
Obra
Sobre sua obra, devemos ter em vista que sofreu grande influência dos escritos de Immanuel Kant, especialmente da concepção kantiana de “a priori”, da qual Weber desenvolveu o conceito “tipo ideal”, segundo o qual as categorias da ciência social seriam uma construção subjetiva do pesquisador (sua interpretação). Essa temática permeia sua obra como um todo; contudo, é mais clara em “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo (1903)”, “Estudos sobre a Sociologia e a Religião (1921)” e “Estudos de Metodologia” (1922).
Não obstante, sua obra mais lida é o ensaio “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, onde destaca a importância de algumas características específicas do protestantismo ascético, principal responsável pelo nascimento do capitalismo moderno, com sua burocracia. Por conseguinte, Max Weber destacou como o protestantismo dos séculos XVI e XVII e o dogma da vocação profissional constituiu a base do moderno sistema econômico capitalista, pois institui um comportamento metódico, disciplinado e racional.

Curiosidades
Max Weber foi consultor alemão no estabelecimento do "Tratado de Versalhes" (1919), bem como um dos responsáveis por redigir a "Constituição de Weimar".
Weber foi o criador do "Artigo 48" da "Constituição de Weimar", que foi usado por Adolf Hitler para estabelecer seus poderes ditatoriais.
Max Weber influenciou e influencia uma miríade de autores até hoje, dos quais destacamos 
Norbert Elias (1897-1990), Anthony Giddens, Gilberto Freyre e Clifford Geertz (1926-2006).
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Q

Karl Marx (1818-1883) foi um filósofo, economista liberal, revolucionário alemão e um dos fundadores do socialismo científico. A obra de Marx influenciou a Sociologia, a Economia, a História e a até a Pedagogia.
Biografia
Karl Marx

Retrato de Karl Marx

Karl Marx nasceu em 05 de maio de 1818 na cidade Treviris, na Alemanha, no meio de uma família acomodada.
Ingressou primeiro na Universidade de Bonn e mais tarde, transferiu para a de Berlim com o intuiro de estudar Direito. Abandonaria o curso para se dedicar ao estudo da Filosofia na mesma instituição.
Ali, sofreria a influência dos Jovens Hegelianos que criticavam especialmente a religião e o Estado.
Em 1842, trabalhando no jornal “Gazeta Renana” conhece Friedrich Engels, com o qual escreveria e editaria inúmeros livros. Mais tarde, a gazeta é fechada e Marx vai para Paris.
Também se casa com a filha de um barão, Jenny Von Westaphalien, com quem teria sete filhos e dos quais somente três chegariam à vida adulta.
Igualmente teve um filho com a militante socialista e empregada, Helena Demuth. A paternidade da criança seria assumida por Engels.
Os anos seguintes não seriam fáceis, pois Marx liderou publicações que criticavam duramente o governo alemão. Ele foi expulso da França e da Bélgica a pedido do governo alemão.
Graças a uma arrecadação de fundos feita pelos seus admiradores e amigos, Marx parte para Londres onde continua suas investigações.
Karl Marx adoece de uma inflamação na garganta que o impede de falar e alimentar-se normalmente. Em consequência de uma bronquite e problemas respiratórios, faleceu em Londres, no dia 14 de março de 1883.

Na etapa seguinte, a meta seria o comunismo, que representaria o fim de todas as desigualdades sociais e econômicas, incluindo a dissolução do próprio Estado.
Em 1864, a fim de conjugar esforços, funda-se a “Associação Internacional dos Trabalhadores”, em Londres, que ficou conhecida posteriormente como a Primeira Internacional.
A entidade expandiu-se por toda a Europa, cresceu muito e acabou dividida, depois de um longo processo de dissidências internas. Em 1876, ele foi oficialmente dissolvida.

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Obras e Teorias
Com a colaboração do intelectual, também alemão, Friedrich Engels, Marx publicou o Manifesto Comunista.
Isso ocorreu às vésperas da Revolução de 1848 na França, a chamada Primavera dos Povos,
Nele, Marx critica o capitalismo, expõe a história do movimento operário e termina com o apelo pela união dos operários no mundo todo.
Em 1867, ele publica sua obra mais importante, O Capital, onde sintetiza suas críticas à economia capitalista.
Esta coleção causaria nas décadas seguintes uma revolução na maneira de pensar a economia, a sociologia e demais ciências sociais e humanas.
Leia mais em Materialismo Histórico
Crítica ao Capitalismo
Para Marx, as condições econômicas e a luta de classes são agentes transformadores da sociedade.
A classe dominante nunca deseja que a situação mude, pois se encontra em uma situação muito confortável. Já os desfavorecidos têm que lutar pelos seus direitos e esta luta é que moveria a História, segundo Marx.
Marx pensava que o triunfo do proletariado faria surgir uma sociedade sem classes. Isto seria alcançado pela união da classe trabalhadora organizada em torno de um partido revolucionário.
Também defende a “mais valia” quando explica que o lucro do patrão é obtido a partir da exploração da mão de obra do trabalhador.
Socialismo Científico
Ao elaborar uma teoria sobre as desigualdades sociais e propor uma forma para superá-las, Marx criou o que se denominou: “socialismo científico”.
Contra a ordem capitalista e a sociedade burguesa, Marx considerava inevitável a ação política do operariado, a revolução socialista, que faria surgir uma nova sociedade.
De início, seria instalado o controle do Estado pela ditadura do proletariado e a socialização dos meios de produção, eliminando a propriedade privada.

O Marxismo
Marx e Engels
Gravura retratando Engels e Marx discutindo suas teorias
As reações dos operários aos efeitos da Revolução Industrial fez surgir críticos que propunham reformulações sociais. Eles sugeriam a criação de um mundo mais justo e foram chamados de teóricos socialistas.
Entre os vários pensadores, o mais célebre teórico socialista foi o alemão Karl Marx, com passagem pela França e pela Inglaterra. Marx testemunhou as transformações sociais decorrentes da industrialização.
Leia mais em Marxismo.
Influência do Marxismo
As teorias de Karl Marx influenciaram a Revolução Russa de 1917, além de teóricos e políticos, entre eles:
Lênin
Stálin
Trótski
Rosa Luxemburgo
Che Guevara
Mao Tsé-Tung
Cada um deles entendia a teoria marxista e a buscava adaptá-lo à sua realidade específica. Assim, temos o “marxismo-lenismo”, o “socialismo moreno”, etc.
Vários foram os governos que se proclamaram socialistas como a URSS, Cuba, Coreia do Norte, entre muitos outros.
Frases de Marx
“Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa é modificá-lo”.
“A produção econômica e a organização social que dela resulta, necessariamente para cada época da história, constituem a base da história política e intelectual dessa época”.
“A história da sociedade até aos nossos dias é a história da luta de classes”.
“Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado”.
“Sem sombra de dúvida, a vontade do capitalista consiste em encher os bolsos, o mais que possa. E o que temos a fazer não é divagar acerca da sua vontade, mas investigar o seu poder, os limites desse poder e o caráter desses limites”.
Contexto Histórico: Resumo
Grandes transformações econômicas, políticas e sociais ocorreram na Europa no fim do século XVIII e início do século XIX.
Todas essas mudaças foram acompanhadas por teorias e doutrinas que buscavam condenar ou reformar a ordem capitalista burguesa.
Estruturaram-se então as teorias socialistas, vinculadas a um novo ramo da ciência, a economia política.
A Inglaterra era onde mais se verificava esta mudança. O país adquiria uma nova configuração social com a industrialização e o êxodo rural que forneceu a mão de obra das fábricas nas cidades.
Não existia nenhuma legislação trabalhista, as jornadas de trabalho nas fábricas, instaladas em locais insalubres, eram na maioria superiores a 14 horas. A miséria aumentava nas cidades.
Além das condições sub-humanas de trabalho, os operários enfrentavam enormes dificuldades em época de guerra. Neste período, a fome se disseminava pelo continente europeu, em consequência dos elevados preço dos gêneros alimentícios.
Mais grave ainda era o efeito provocado pelo emprego cada vez maior de máquinas no processo produtivo. Com isso, o trabalho humano ficava sujeito a receber uma remuneração cada vez menor.
O descontentamento só aumentava, à medida que cresciam as razões para os conflitos, prenunciando uma revolução social.
Surgiram as primeiras organizações trabalhistas, as trade unions, que buscavam organizar as lutas das classes operárias, sendo vistas como organizações criminosas pelos industriais.

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