Filosofia Alemã: Hegel, Marx e Nietzche Flashcards
Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1830) foi um filósofo alemão idealista que abriu novos campos de estudo na História, Direito, Arte, entre outros, através dos seus postulamentos e da lógica dialética.
O pensamento de Hegel influenciou pensadores como Ludwig Feuerbach, Bruno Bauer, Friedrich Engels e Karl Marx.
Biografia
Hegel nasceu em 27 de agosto de 1770, em Stuttgart, na Alemanha. Era o mais velho de três irmãos, filhos de um funcionário público do ducado de Württemberg. Fez seus estudos em casa com tutores e a mãe, mas também no colégio local, onde permaneceu até os 17 anos.
Aprendeu latim com a mãe, além de estudar grego, francês e inglês e muito cedo teve contato com os clássicos gregos e romanos. Apesar de sua sólida educação humanista, Hegel teve uma ótima formação científica. Perdeu a mãe aos 13 anos, e ficou aos cuidados de uma irmã, Cristiana.
Com incentivo do pai, em 1788, ingressou no seminário da Universidade Tübingen a fim de ser pastor. Entre seus companheiros estavam o filósofo Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling (1775- 1854) e o poeta Friedrich Hölderlin (1770 - 1843).
Quando Hegel tinha 18 anos, ocorre a Queda da Bastilha, e mais tarde os eventos que comporiam a Revolução Francesa. Entre as consequências do fato histórico está a posterior invasão da Prússia pelo exército francês.
A essa altura, a Alemanha não estava organizada como Estado unificado sendo conglomerado de ducados, principados e condados.
Hegel
Hegel ensinando a seus discípulos
Em 1793, começa a atuar como tutor privado em Berna, na Suíça. No ano seguinte, aconselhado por Hölderlin, começa a análise dos escritos de Immanuel Kant (1724-1804) e Johann Fichte (1762-1814).
Em conjunto com Schelling, Hegel escreveu “O Mais Antigo Programa de um Sistema de Idealismo Alemão”. Entre as ideias da obra está a de que o Estado é puramente mecânico.
Por isso é necessário transcender o Estado e os homens livres devem ser tratados como parte da engrenagem que permite seu funcionamento.
Hegel deixa a tutoria em 1779, e passa a viver da herança paterna. A partir de 1801, Hegel vai trabalhar na Universidade de Jena, onde permanece até 1803, em companhia de Schelling.
No período em que deu aulas em Jena, Hegel esgotou o legado deixado pelo pai e passou a trabalhar no jornal de orientação católica Bamberger Zeitung, em Nuremberg. Nessa fase da vida, se casa, tem três filhos e continua os estudos da Fenomenologia.
Enquanto viveu em Nuremberg, Hegel publicou vários fascículos de a “Ciência da Lógica” nos anos de 1812, 1813 e 1816. A partir de 1816, o filósofo aceita ser professor de filosofia na Universidade de Heidelberg.
Morre em Berlim, em 14 de novembro de 1831, vítima de uma epidemia de cólera.
Filosofia
A filosofia de Hegel pode ser compreendida através de sua obra principal “A Fenomenologia do Espírito”, escrita em 1807.
Trata-se de uma introdução ao sistema lógico criado por Hegel que compreende três partes: a Lógica, Filosofia da Natureza e a Filosofia do Espírito.
Este livro pretende superar a dualidade entre o sujeito cognoscente e o sujeito cognitivo e assim aproximá-lo do Absoluto, da Ideia Absoluta, da Verdade.
Para chegar ao Absoluto, o homem precisa questionar suas certezas e neste caminho de dúvidas, estará pronto para pensar filosoficamente e então, conhecer o Absoluto.
O Absoluto age através do homem e se manifesta no desejo que este tem de conhecer a verdade. Desta forma, quanto mais o sujeito se conhece, mais está perto do Absoluto.
Para Hegel tudo aquilo que pode ser pensado é real e tudo que é real pode ser pensado. Não existiria, a priori, limite para o conhecimento, na medida em que a racionalização pode ser realizada através do sistema dialético.
Dialética
A dialética é um conceito filosófico que é utilizado por vários pensadores. A dialética de Platão, por exemplo, seria uma forma de diálogo onde era possível chegar a obter o conhecimento.
Hegel aponta que toda ideia – tesis – pode ser contestada através de uma ideia contrária, a antítese.
Essa disputa entre a tesis e antítese seriam a dialética. Assim, o processo é regido por uma lógica dialética. No entanto, longe de prejudicar a tesis, a discussão entre duas ideias opostas dariam origem a síntese que seria uma ideia aperfeiçoada.
O método dialético proposto por Hegel inclui a noção de movimento, processo ou progresso para chegar ao resultado do conflito de opostos.
Estas ideias seriam aproveitadas por filósofos posteriores como Karl Marx e Friedrich Engels.
Hegel x Marx
Se para Hegel o que faz movimentar o mundo são as ideias, Marx vai afirmar que será a luta de classe e as relações de produção.
Isto porque Marx era um filósofo materialista que levava em conta as condições materiais da vida humana, da sobrevivência do dia a dia.
Assim, a História seria movida pela ação daqueles que não detém os meios de produção em chegar a uma posição mais elevada.
De certa maneira, podemos afirmar que a dialética de Hegel ficava no plano das ideias e do irrealizável. Enquanto Marx, buscava adaptar a dialética para o mundo real.
Frases de Hegel
“A tarefa da filosofia é entender o que é a razão.”
“Nada de grande se realizou no mundo sem paixão.”
“A realidade é racional e que toda a racionalidade é real.”
“A necessidade geral da arte é a necessidade racional que leva o homem a tomar consciência do mundo interior e exterior e a lazer um objeto no qual se reconheça a si próprio.”
“A história ensina é que os governos e as pessoas nunca aprendem com a história.”
“Quem quer algo de grande, deve saber limitar-se. Quem, pelo contrário, tudo quer, nada, em verdade, quer e nada consegue.”
Obras
- Fenomenologia do Espírito (1807)
- Propedêutica Filosófica (1812)
- Ciência da Lógica (1812-1816)
- Enciclopédia das Ciências Filosóficas (1817)
- Princípios da Filosofia do Direito (1820)
Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu em 15 de outubro de 1844 na cidade de Röcken na Alemanha. Seu pai foi uma pessoa erudita e seus avós eram pastores protestantes. Cresceu em Saale, com sua mãe, duas tias e da avó. Em 1858, Nietzsche obteve uma bolsa de estudos para célebre escola de Pforta. Em seguida partiu para Bonn, onde se consagrou nos estudos de teologia e filosofia.
No ano de 1871, divulgou “O Nascimento da Tragédia”. Posteriormente, em 1879, iniciou sua ampla crítica dos valores, escrevendo “Humano, Demasiado Humano”. Em 1881 teve a percepção de “O Eterno Retorno”, onde o mundo passa indefinidamente pela alternância da criação e da destruição, da alegria e do sofrimento, do bem e do mal. Nos anos de 1882-1883 escreve, na baía de Rapallo, “Assim falou Zaratustra”.
No outono de 1883 retorna para a Alemanha e reside em Naumburg, com da mãe e da irmã. Em 1882, produziu “A Gaia Ciência”; posteriormente as obras “Para Além de Bem e Mal” (1886), “O Caso Wagner” (1888), “Crepúsculo dos Ídolos” (1888), “Nietzsche contra Wagner” (1888), “Ecce Homo” (1888), “Ditirambos Dionisíacos” (1895). Faleceu na cidade de Weimar, Alemanha, dia 25 de agosto de 1900.
Principais Pensamentos
Nietzsche situou um marco constitutivo entre os atributos “Apolíneos” e o “Dionisíacos”, donde Apolo figura como ícone de lucidez, harmonia e ordem, enquanto Dionísio representaria embriaguez, exuberância e desordem.
Ademais, baseado no niilismo, subverteu a filosofia tradicional, tornando-a um discurso patológico que aprecia a doença enquanto um ponto de vista sobre a saúde e vice-versa. Enfim, nem a saúde, nem a doença são entidades e as oposições entre bem e mal, verdadeiro e falso, doença e saúde, são somente alternativas superficiais.
Anticristo
Este conceito advém da crítica à ética cristã enquanto a moral de escravos; pois séculos de moral cristã, enfraqueceu as potências vivificantes da sociedade ocidental, notadamente das suas elites, na medida em que o moralismo doutrinou o homem a oprimir-se de todos os seus impulsos.
Além disso, Nietzsche imagina o mundo terrestre como um vale de sofrimento, em oposição ao mundo da felicidade eterna do além vida. De outro modo, a arte trágica é pensada como contraposta à decadência e arraigada na antinomia entre a “vontade de potência” (futuro) e o “eterno retorno” (futuro numa repetição), o que não denota uma volta do mesmo nem uma volta ao mesmo, dado que é fundamentalmente seletivo.
Nietzsche e a História
Rompeu com a analogia entre a Filosofia e a História que havia sido formada pelo filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831), onde esta seria compreendida enquanto uma crônica da racionalidade, a qual considera o excesso de história hostil e perigoso à vida, pois limita a ação humana.
Instinto e Razão
Opunha-se à ideia segundo a qual os eventos históricos instruíam os homens a não repeti-los, segundo a teoria do eterno retorno, que compreende o assentimento diante de “destruições do mundo” cíclicas.
Super-homem
Nietzsche foi um antidemocrático e um antitotalitário. O “super-homem nietzschiano” não é um ser cuja vontade “deseje dominar”, posto que se interprete vontade de potência como anseio de dominar, onde se faz dela algo dependendo dos valores instituídos.
Por outro lado, vontade de potência, significa “criar”, “dar” e “avaliar”. Seria então alguém além do bem e do mal, depreendido de uma cultura decadente para gênese de uma nova elite, não corrompida pelo cristianismo e pelo liberalismo.
Em outras palavras, intelectuais responsáveis pela transmutação de todos os valores e proteção de uma cultura ameaçada pela banalidade democrática, forma histórica de decadência do Estado conhecido por pensar em si ao invés de ponderar sobre a cultura e sempre estar zeloso na formação de cidadãos dóceis. Daí sua tendência a impedir o desenvolvimento da cultura livre, tornando-a estática e estereotipada.
Curiosidades
•Nietzsche teve um colapso mental em 1889.
Em 1867, Nietzsche foi convocado para servir ao exército, porém sofreu um acidente e consequentemente, foi dispensado.
- Novamente, em 1870, Nietzsche irá servir ao exército como enfermeiro.
- Nietzsche recolocou abertamente o confronto posto pelos românticos quando contrapunham os instintos à razão.