Linguagens Flashcards
Bernoulli Enem 4 - questão 35
Século vinte. Um estouro nos aprendimentos. Os homens que sabiam tudo se deformaram como babéis de borracha. Rebentaram de enciclopedismo.
ANDRADE, O. Falação. In: Poesia pau-brasil. Disponível em: https://digital.bbm.usp.br. Acesso em: 27 fev. 2023.
O poema em prosa de Oswald de Andrade traz um olhar crítico sobre a história nacional ao:
A. prever o triunfo do progresso.
B. exaltar os avanços da educação.
C. exagerar as realizações humanas.
D. reconhecer o pensamento erudito.
E. ironizar a busca por conhecimento.
Letra E
Bernoulli Enem 4 - questão 40
Ao final de Tudo em todo lugar ao mesmo tempo, você provavelmente vai se perguntar por que diabos está chorando. Como diabos um filme de lutinha com universos paralelos e dedos feitos de salsicha pode ser tão sensível e universal? Quando passar o transe provocado por essa mistura louca de absurdo elevado ao extremo, humor nonsense e ficção científica, no entanto, haverá provavelmente uma certeza. A de que este é o melhor filme do ano – se não, o melhor dos últimos anos. Com um elenco irretocável, uma direção criadora de algumas das imagens mais criativas e visualmente deslumbrantes e um final extremamente humano, a produção prova que grandes ideias podem superar orçamentos gigantescos.
SOTO, C. Disponível em: https://g1.globo.com. Acesso em: 1 mar. 2023. [Fragmento adaptado]
Como estratégia de progressão do texto, o autor simula uma interlocução com o público, a fim de:
A. explicitar seu ponto de vista.
B. selecionar leitores qualificados.
C. abordar informalmente o assunto. D. encadear os elementos da análise. E. persuadir o leitor pela identificação.
Letra E
Bernoulli Enem 4 - questão 41
Vizinho,
Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia, consternado, a visita do zelador, que me mostrou a carta em que o senhor reclamava contra o barulho em meu apartamento. Recebi depois a sua própria visita pessoal – devia ser meia-noite – e a sua veemente reclamação verbal. Não sei o seu nome nem o senhor sabe o meu, ficamos reduzidos a ser dois números, dois números empilhados entre dezenas de outros. Prometo sinceramente adotar, depois das 22 horas, de hoje em diante, um comportamento de manso lago azul. Prometo. Quem vier à minha casa (perdão; ao meu número) será convidado a se retirar às 21:45, e explicarei: o 903 precisa repousar das 22 às 7 pois às 8:15 deve deixar o 783 para tomar o 109 que o levará até o 527 de outra rua, onde ele trabalha na sala 305. Nossa vida, vizinho, está toda numerada; e reconheço que ela só pode ser tolerável quando um número não incomoda outro número, mas o respeita, ficando dentro dos limites de seus algarismos. Peço-lhe desculpas – e prometo silêncio.
BRAGA, R. Recado ao senhor 903. In: Crônicas para gostar de ler. São Paulo: Ática, 2006. [Fragmento]
Considerando que a crônica se estrutura como uma carta do narrador a um vizinho, a referência a numerais opera como um recurso para a progressão textual, uma vez que eles:
A. introduzem os argumentos da tese do narrador.
B. demonstram a divisão de espaço sem convivência.
C. promovem a identificação com o cotidiano do leitor.
D. facilitam o reconhecimento de todos os personagens.
E. quantificam os dramas da convivência entre os vizinhos.
Letra C
Bernoulli Enem 4 - questão 42
Letra C
Bernoulli Enem 4 - questão 43
Padre Maximilian: 47 anos.
Poeta: 17 anos, aspecto extremamente frágil.
Carcereiro (também um dos prisioneiros judeus): 40 anos, aspecto vigoroso. Estudante: 20 anos.
Joalheiro: 50 anos, aspecto frágil.
Mulher: 30 anos, forte.
SS Hans: Ajudante do SS.
Nota
Quando a peça se inicia, os personagens já estão há algum tempo na cela da fome. Portanto, os estados de debilidade, comoção intensa, desespero e delírio fundem-se frequentemente. O Padre Maximilian usa uma batina de aspecto grotesco, sem mangas.
HILST, H. As aves da noite (1968). Porto Alegre: L&PM, 2018. p. 39.
O fragmento antecede o início do enredo, constituindo globalmente o texto dramático, o que se justifica pelo(a):
A. orientação para leitura da peça.
B. intenção de encenação da história.
C. enfoque nas idades das personagens.
D. explicitação da existência de um narrador.
E. delimitação das características das personagens.
Letra B
Bernoulli Enem 4 - questão 44
Letra a
Bernoulli - Unicamp 2 - questão 44
Letra B
Bernoulli - Unicamp 2 - questão 45
Os anos 90 foram marcados pela violência que explodiu nas ruas da Cidade de Deus. A guerra pelo controle do tráfico de drogas, que vinha sendo disputada há tempos, ganhou contornos ainda mais sangrentos com a entrada em cena de novas facções criminosas. A comunidade se tornou palco de confrontos diários entre traficantes e policiais, com moradores sendo frequentemente vítimas colaterais desse embate. Para muitos, a Cidade de Deus se tornou sinônimo de medo e insegurança, um lugar a ser evitado a todo custo.
(BARCELLOS, Caco. Cidade de Deus: a história de uma guerra urbana. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.)
A alternativa que melhor expressa a ideia central do parágrafo extraído do livro-reportagem do jornalista Caco Barcellos é:
a) O ambiente de medo e terror na Cidade de Deus na década de 90 foi o período com mais vítimas colaterais.
b) A Cidade de Deus era um lugar pacífico até os anos 90, quando a entrada de novas facções criminosas tornou a comunidade palco de confrontos.
c) A guerra pelo controle do tráfico de drogas na Cidade de Deus começou nos anos 90 e se intensificou com a entrada de novas facções criminosas.
d) A Cidade de Deus, um lugar que era sinônimo de segurança, foi transformada nos anos 90 pela violência entre facções criminosas pelo controle do tráfico de drogas.
Letra C
Bernoulli - Unicamp 2 - questão 47
Vê-se no espelho; e vê, pela janela, A dolorosa angústia vespertina: Pálido, morre o sol… Mas, ai! termina Outra tarde mais triste, dentro dela;
Outra queda mais funda lhe revela
O aço feroz, e o horror de outra ruína: Rouba-lhe a idade, pérfida e assassina, Mais do que a vida, o orgulho de ser bela!
Fios de prata… Rugas… O desgosto Enche-as de sombras, como a sufocá-la Numa noite que aí vem… E no seu rosto
Uma lágrima trêmula resvala,
Trêmula, a cintilar, – como, ao sol posto,
Uma primeira estrela em céu de opala…
(BILAC, Olavo. In: Tarde. Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br. Acesso em 31/03/2023.)
No poema, o eu lírico recorre a uma figura de linguagem que
a) humaniza as coisas e seus sentimentos.
b) repete a ideia da angústia pelo anoitecer.
c) compara a morte do sol a um fio de prata.
d) ironiza as marcas na pele provocadas pelo sol.
Letra A
Bernoulli - Unicamp 2 - questão 49
O diretor, no escritório do estabelecimento, ocupava uma cadeira rotativa junto à mesa de trabalho. Sobre a mesa, um grande livro abria-se em colunas maciças de escrituração e linhas encarnadas. Aristarco, que consagrava as manhãs ao governo financeiro do colégio, conferia, analisava os assentamentos do guarda-livros. De momento a momento, entravam alunos. Alguns acompanhados. A cada entrada, o diretor lentamente fechava o livro comercial, marcando a página com um alfanje de marfim; fazia girar a cadeira e soltava interjeições de acolhimento, oferecendo episcopalmente a mão peluda ao beijo contrito e filial dos meninos. Os maiores, em regra, recusavam-se à cerimônia e partiam com um simples aperto de mão.
(Adaptado de POMPEIA, Raul. O Ateneu. Disponível em http://www. dominiopublico.gov.br. Acesso em 31/03/2023.)
O narrador de O Ateneu, ao elencar as ações do diretor escolar, constrói o personagem, tendo em vista que
a) informa sobre sua rotina.
b) revela um conflito narrativo.
c) expõe a subjetividade do homem.
d) caracteriza a hierarquia social no colégio.
Letra B
Bernoulli - Unicamp - questão 54
A verdade é que me sentia tolhido. Casa, hábitos, pessoas davam-me ares de outro tempo, exalavam um cheiro de vida clássica. Não era raro o uso de capela particular; o que me pareceu único foi a disposição daquela, a tribuna de família, a sepultura do chefe, ali mesmo, ao pé dos seus, fazendo lembrar as primitivas sociedades em que florescia a religião doméstica e o culto privado dos mortos. Logo que as senhoras saíram da tribuna, por uma porta interior, voltamos à sacristia, onde o Padre Mascarenhas esperava com o coronel e os outros. Da porta da sacristia, passando por um saguão, descemos dois degraus para um pátio, vasto, calçado de cantaria, com uma cisterna no meio. De um lado e outro corria um avarandado, ficando à esquerda alguns quartos, e à direita a cozinha e a copa. Pretas e moleques espiavam-me, curiosos, e creio que sem espanto, porque naturalmente a minha visita era desde alguns dias a preocupação de todos. Com efeito, a casa era uma espécie de vila ou fazenda, onde os dias, ao contrário de um rifão peregrino, pareciam-se uns com os outros; as pessoas eram as mesmas, nada quebrava a uniformidade das cousas, tudo quieto e patriarcal.
(ASSIS, Machado de. Casa Velha. Disponível em http://www.dominiopublico. gov.br. Acesso em 31/03/2023.)
A maneira como o narrador descreve a casa revela como preocupação um traço central no Realismo, que é
a) o caráter simbólico das religiões.
b) as relações sociais estabelecidas.
c) a riqueza de detalhes nas descrições. d) a valorização das sociedades primitivas.
Letra B
Fuvest 1 - wr at home - questão 65
Letra A
Fuvest 1 - wr at home - questão 68
Letra C
Fuvest 1 - wr at home - questão 71
Letra D
Enem 1 - Bernoulli - questão 8
Um turista brasileiro morreu após ser atingido por um bloco de gelo que desprendeu do teto de uma caverna na cidade de Ushuaia, na Argentina. O acidente aconteceu na quarta-feira, 2, em uma área de acesso proibido conhecida como “Cueva de Jimbo”, ou Caverna de Gelo, dentro do Parque Nacional da Terra do Fogo. Os visitantes entraram na Caverna de Jimbo, uma formação situada nas zonas glaciares, mesmo tendo o acesso proibido devido ao frequente desprendimento de pedras e fragmentos de gelo. A tragédia foi registrada por um dos turistas.
Tendo em vista os recursos textuais e linguísticos utilizados, o autor do fragmento tem como objetivo:
A. narrar um fato ocorrido.
B. alertar os novos viajantes.
C. defender o turismo seguro.
D. informar sobre as zonas glaciais.
E. noticiar os perigos da Terra do Fogo.
Letra A
Enem 1 - Bernoulli - questão 11
Chega de abafar os gritos
Chega de abusar dos ritos
Chega de fingir que acha bom, quando está mal
Chega de calar
Na hora exata de dizer
Uma palavra que podia ser
A chave de acordar
COSTA, A.; DUNCAN, Z. Abertura. Biscoito Fino, 2019.
O eu lírico da canção de Ana Costa e Zélia Duncan apresenta uma mensagem social construída a partir da:
A. relação de oposição entre o gritar e o calar.
B. associação entre os abusos reais e o sonho.
C. convocação da resistência contra a violência.
D. elaboração de palavras de apoio aos marginalizados.
E. expressão da ausência de empatia com os oprimidos.
Letra C
Enem 1 - Bernoulli - questão 24
A polícia suburbana
Noticiam os jornais que um delegado inspecionando, durante uma noite destas, algumas delegacias suburbanas, encontrou-as às moscas, comissários a dormir e soldados a sonhar.
Dizem mesmo que o delegado-inspetor surripiou objetos para pôr mais à mostra o descaso dos seus subordinados.
Os jornais, com aquele seu louvável bom senso de sempre, aproveitaram a oportunidade para reforçar as suas reclamações contra a falta de policiamento nos subúrbios.
Leio sempre essas reclamações e pasmo. Moro nos subúrbios há muitos anos e tenho o hábito de ir para a casa alta noite.
Uma vez ou outra encontro um vigilante noturno, um policial e muito poucas vezes é-me dado ler notícias de crimes nas ruas que atravesso.
A impressão que tenho é de que a vida e a propriedade daquelas paragens estão entregues aos bons sentimentos dos outros e que os pequenos furtos de galinhas e coradouros não exigem um aparelho custoso de patrulhas e apitos.
Aquilo lá vai muito bem, todos se entendem livremente e o Estado não precisa intervir corretivamente para fazer respeitar a propriedade alheia.
Penso mesmo que, se as coisas não se passassem assim, os vigilantes, obrigados a mostrar serviço, procurariam meios e modos de efetuar detenções e os notívagos, como eu, ou os pobres-diabos que lá procuram dormida, seriam incomodados, com pouco proveito para a lei e para o Estado.
Os policiais suburbanos têm toda a razão. Devem continuar a dormir. Eles, aos poucos, graças ao calejamento do ofício, se convenceram de que a polícia é inútil.
Ainda bem.
BARRETO, L. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 18 maio 2021.</www.dominiopublico.gov.br>
A linguagem figurativa torna os textos mais expressivos e cria simbologias. Na descrição das delegacias realizada pelo autor, esse tipo de linguagem tem o intuito de:
A. generalizar o assunto, buscando o entendimento do leitor pouco proficiente.
B. legitimar uma tese polêmica, embasando uma reprovação a um órgão oficial.
C. qualificar a crítica contra os jornais, revelando a desenvoltura verbal do autor.
D. garantir o tom coloquial do gênero literário, construindo expressões populares.
E. amenizar o posicionamento do narrador, gerando imprecisão com a realidade.
Letra D
Enem 1 - Bernoulli - questão 31
Nos últimos meses, o preço do café vem subindo por toda a Europa. No Brasil, principal produtor mundial, houve fortes geadas em julho de 2021, elevando o preço para 5,55 dólares o quilo. Em julho de 2022, o preço chegou a 5,80 dólares, antes de recuar para 4,80 dólares em agosto.
Especialistas sugerem que uma xícara de café em cafeterias da Europa deveria custar entre 5 e 6 euros, especialmente na Alemanha. A barista Nicole Battefeld argumenta que o produto também deveria ser vendido mais caro nos supermercados, a pelo menos 20 euros o quilo. “Estamos simplesmente usurpando os agricultores do dinheiro investido. É uma outra forma de colonialismo: nós nunca nos demos conta totalmente de quanto trabalho está envolvido.”
Battefeld observa que o café fair trade (produzido e comercializado segundo padrões de comércio justo), com contratos que oferecem aos fazendeiros 3 dólares por quilo, é apenas uma solução parcial. A barista frisa que preços do comércio justo subiram míseros 10 centavos de euro ao longo dos últimos 20 anos.
Para a maioria dos pequenos agricultores da América Latina, os custos trabalhistas e de produção aumentaram. Segundo especialistas, muitos deles assinaram contratos a termo com multinacionais antes da pandemia, portanto, não lucrarão com os preços mais altos atualmente adotados.
MATALUCCI, S. Café, a bebida que ameaça virar luxo na Europa. Disponível em: <www.dw.com>. Acesso em: 8 nov. 2022.</www.dw.com>
Os argumentos apresentados na reportagem defendem uma ideia sobre a venda do café, segundo a qual o(a):
A. público europeu tem optado por consumir a bebida em casa.
B. pequeno agricultor sofre com as sanções das multinacionais.
C. crise climática favorece a cafeicultura no mercado internacional.
D. aumento do quilo do produto beneficia parcialmente os cafeicultores.
E. comércio justo prejudica os contratos dos produtores latino-americanos.
Letra D