Lesões corrosivas de esôfago - Ed Flashcards
Quais as características de lesões corrosivas de esôfago em crianças?
- Geralmente a ingestão de corrosivos é acidental
- Principalmente de produtos de limpeza
- Lesões mais leves pois quando sentem o gosto ruim deixam de ingerir
Quais as características da ingestão de corrosivos em adultos?
- Normalmente é intencional (tentativa de suicídio)
- Corrosivos mais intensos
- Geralmente causam lesões mais graves pois ingerem mais quantidade e devido ao caráter intencional
Características e etiologia das substâncias cáusticas (ácidos e bases). I. Ingestão mais ou menos dolorosa II. Tipo de necrose que causa III. Lesões mais ou menos graves IV. Cite exemplos
Ácidos:
I. Ingestão mais dolorosa
II. Necrose de coagulação = ocorre a desnaturação da maior parte das proteínas estruturais e das enzimas, degrada o DNA e a condensação da cromatina além de perder o contorno nuclear das células.
III. Lesões menos graves, pois há menor ingestão por ser muito dolorosa
IV. Ácido clorídrico e ácido muriático
Bases:
I. Ingestão menos dolorosa
II. Necrose de liquefação = lise total da área tecidual com necrose, a qual é amolecida ou líquida.
III. Lesões mais graves, pois o paciente ingere maior quantidade por ser menos dolorosa
IV. Soda cáustica e hidróxido de sódio
Por que as lesões corrosivas tem facilidade de penetrar o esôfago e causar perfurações?
Porque o esôfago não possui a camada serosa, ou seja, como não existe uma camada externa protetora, quando ocorrem lesões corrosivas tem maior chance de ocorrer perfurações.
Explique a sequência de acontecimentos fisiopatológicos após o contato do esôfago com substâncias corrosivas.
Lesão inicial, 24H após, 7 dias, 10-15 dias, 6 semanas e menos de 3 meses.
- Lesão incial: lesão na mucosa
- 24H após: Edema local, inflamação clássica, hemorragia, trombose microvascular
- 7 dias após: Perda da mucosa, deposição de fibroblastos e processo de granulação (com objetivo de formar uma nova mucosa)
- 10 a 15 dias após: Reparação cicatricial (ocorrerá a formação de estenoses)
- 6 semanas após: Completa reepitelização da mucosa
- Menos de 3 meses: Retração cicatricial e formação de estenoses
As lesões esofágicas dependem de quais fatores para ocorrerem?
- Natureza da substância corrosiva (ácido ou base)
- Concentração das substâncias
- Quantidade ingerida
Histologicamente como classifico as lesões esofágicas por substâncias corrosivas?
Primeiro, segundo e terceiro grau.
Descreva as lesões corrosivas de primeiro grau.
Lesão limitada à mucosa. Há a presença de hiperemia, edema e necrose superficial da mucosa.
Descreva as lesões corrosivas de segundo grau.
Lesões profundas. Há a presença de exsudação, necrose profunda da mucosa e exposição da musculatura esofágica.
Descreva as lesões corrosivas de terceiro grau.
Lesão de todas as camadas do esôfago e estômago. A chance de perfuração esofágica é muito alta, podendo causar mediastinite posterior.
Quais os principais sintomas após ingestão de substâncias corrosivas?
Disfagia, odinofagia, vômito e hematêmese.
Porque após 6 semanas de ingestão de substâncias corrosivas os pacientes relatam melhora dos sintomas?
Pois com 6 semanas ocorre total reepitelização da mucosa, havendo melhora TEMPORÁRIA dos sintomas.
Porque em menos de 3 meses os pacientes voltam a relatar piora dos sintomas? Qual o principal sintoma e porque ele ocorre?
Disfagia. Em menos de 3 meses ocorre retração cicatricial e estenoses.
Quais os sintomas mais alarmantes relacionados à via aérea superior?
Rouquidão, afonia e estridor
Durante a amanmese quais perguntas são imprescindíveis?
- Qual substância ingerida?
- Qual a quantidade da substância ingerida?
- Há quanto tempo foi ingerida?
- Ingestão foi acidental ou suicida?
O que deve-se avaliar no exame físico?
Avaliação da cavidade oral, faringe, laringe. Deve-se realizar uma laringoscopia para avaliar as vias aéreas superiores.
Qual o primeiro exame a ser solicitado após a ingestão de substâncias corrosivas?
Qual a finalidade neste contexto?
TC. Tem como objetivo avaliar possíveis complicações como perfurações
Devo solicitar outro exame complementar além da TC?
Não há necessidade. Exceto se não há tomografia disponível. Nesse caso, deve-se solicitar um Rx de tórax e de abdome pois ele pode ser útil para avaliar complicações como pneumotórax e pneumomediastino.
Classificação endoscópica das lesões corrosivas do TGI - Classificação de Zargar
Grau I: Edema e eritema
Grau IIA: Hemorragia, erosões, bolhas, úlceras superficiais e exsudato
Grau IIB: Lesões Circunferenciais
Grau III: Úlceras múltiplas e profundas de cor preta (esôfago negro)
Grau IV: Perfuração
Cite as complicações precoces e tardias das lesões corrosivas de esôfago
Precoces: Esofagite aguda (1-30o dia) , as complicações precoces mais graves são: Broncoaspiração e Broncopneumonia aspirativa
Tardias: Estenoses e Carcinoma de esôfago.
Qual as medidas e os tratamentos para lesão de mucosa com ausência de perfuração?
- Elevação da cabeceira para evitar broncoaspirações e para proteger as vias aéreas
- Cuidados com a via aérea
- Hidratação Endovenosa e Reposição Eletrolítica
- Analgesia
- Antibioticoterapia somente em casos de perfuração, laparotomia, toracotomia e broncoaspiração
- Nutrição enteral/parenteral
Qual o tratamento em presença de perfuração?
Toractomia em caso de perfuração de esôfago torácico
Laparotomia em caso de perfuração de esôfago distal ou estômago
Qual o tratamento tardio?
Tratar a estenose. Pode-se fazer ressecção cirúrgica ou por bypass além da possibilidade de realizar dilatação das estenoses por EDA.
O que não é recomendado fazer?
Lavagem gástrica, usar diluentes, passar SNG, neutralizar o pH, antiácidos, corticóides, antibióticos de largo espectro sem indicação, induzir o vômito.
Paciente chegou na emergência com lesão corrosiva de esôfago, o que faço imediatamente?
Solicito TC de tórax e abdôme e coloco-o em dieta zero.