ITU na Gestação Flashcards
DEFINIÇÃO
Resposta inflamatória dos tecidos de qualquer parte do trato urinário à invasão bacteriana ou, mais raramente, a fungos e a vírus
PATÓGENOS NA URINA
Infecção
Colonização
Contaminação
EPIDEMIOLOGIA
੦ infecção bacteriana mais comum
੦ mais frequente em mulheres
੦ 7 milhões de consultas por ano
੦ mais de 1 milhão de visitas em pronto-socorro
੦ 100 mil hospitalizações ao ano
੦ infecção hospitalar mais frequente
੦ 2x mais comum em mulheres
POPULAÇÕES SUSCETÍVEIS
Crianças pequenas
Mulheres grávidas
Idosos
Pacientes com lesões medulares
Usuários de sonda vesical
Diabéticos
Imunossuprimidos
Como colher a urocultura, pensando em
infecção de urina?
1 - limpar bem a região genital, principalmente ao redor do meato uretral
2- o recipiente deve ser estéril
3- evitar o contato da urina com a pele, como grandes lábios ou o prepúcio
4- o primeiro jato de urina é desprezado
5- a urocultura deve ser levada imediatamente para o laboratório após a sua coleta
VALORES DE BACTERIURIA
Se sintomas:
Mulheres -> 1.000 UFC/mL
Homens -> 100.000 UFC/mL
Com cateter urinário -> 100 UFC/mL
*** Punção suprapúbica -> qualquer valor
VALORES DE BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA
੦ mulheres -> 2 amostras com 100.000 UFC ou mais
੦ homens -> 1 amostra com 100.000 UFC ou mais
੦ pacientes com cateteres urinários -> 100 ou
100.000 UFC (controverso)
QUANDO TRATAR BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA?
੦ gestantes
੦ pré-operatório de procedimento urológicos com potencial de sangramento de mucosa
–> CONTROVERSO: nos primeiros meses após transplante renal
QUANDO É INFECÇÃO URINÁRIA DE REPETIÇÃO?
3 ou mais em um ano ou 2 ou mais em 6 meses
DIFERENÇA ENTRE RECORRÊNCIA, REINFECÇÃO E PERSISTÊNCIA
- RECORRÊNCIA: nova infecção após resolução documentada da ITU
- Reinfecção: novo evento – bactéria de outro sítio
- Persistência: mesma bactéria – foco trato urinário
EM CASO DE PERSISTÊNCIA DA ITU, O QUE FAZER?
Investigar o trato urinário
- rim = litíase de infecção
- ureter = coto ureteral após nefrectomia
- bexiga = cisto do úraco infectado, fístula colovesical
- próstata = prostatite bacteriana crônica
- uretra = divertículo de uretra
- todos = corpo estranho
FATORES COMPORTAMENTAIS RELACIOANDOS A REINFECÇÃO
- relação sexual
- novo parceiro no último ano
- uso de espermicida
- ITU antes dos 15 anos
- HF (mãe) com ITU
O QUE PODE ESTAR ASSOCIADO A PIÚRIA?
Tuberculose/calculose/vaginites/vulvites/ cistite química (ciclofosfamida)/ uretrites
DIFERENÇA ENTRE INFECÇÃO URINÁRIA NÃO COMPLICADA E COMPLICADA
NÃO COMPLICADA = Sem alterações sistêmicas
COMPLICADA =
Alterações anatômicas/sistêmicas
Alterações obstrutivas
Alterações anatomofuncionais
Metabólicas
Cateter de demora
Origem nosocomial
Homens
ETIOLOGIA - AGENTE
੦ mulheres: microbiota fecal (colonização do introito vaginal)
੦ E. coli: 85%
੦ Staphylococcus saprophyticus
* 10% mulheres sexualmente ativas
੦ Klebsiella/Proteus/Enterobacter
੦ nosocomiais: Pseudomonas/Serratia
੦ Proteus: produzem urease (pH alcalino)
* precipitação de fosfato e formação de cálculo (fosfato amoníaco-magnesiano: estruvita)
INFECÇÃO PÓS-COITO. CONDUTA?
Infecções com relação temporal à atividade sexual
- Ingerir dose de antibiótico antes ou imediatamente depois das relações
** Nitrofurantoína 100 mg
** SMX + TMP 400 mg + 80 mg
*** Cefalexina 500 ou 250 mg
ETIOLOGIA – POPULAÇÃO GERIÁTRICA
Apresentação atípica
Alta prevalência de bacteriúria assintomática
Incontinência urinária na mulher
Prostatismo no homem
E. coli – 50%
Frequentes infecções polimicrobianas
ETIOLOGIA
੦ fatores comportamentais
** atividade sexual
** uso de espermicidas: aumenta colonização
੦ diabetes mellitus
** ITU assintomática + comum
** fator de risco para pielonefrite
੦ lesão espinal ou cateterismo vesical
੦ gravidez
CLASSIFICAÇÃO
ITU BAIXA
- Cistite
- Uretrite
- Orquite
- Epidimite
- Prostatite
ITU ALTA
- Pielonefrite aguda
- Pielonefrite crônica
- Pielonefrite xantogranulomatosa
- Pielonefrite enfisematosa
- Abscessos perinefrético e paranefrético
FATORES DO MECANISMOS DE DEFESA DO HOSPEDEIRO
- pH e osmolaridade
- Diurese
- Camada de mucopolissacárides
- Junção ureterovesical
- Defesa imunológica
- Secreções prostáticas
VIRULÊNCIA BACTERIANA NA ETIOLOGIA
- Cepas nefritogênicas
- Elementos de aderência (fimbrias tipo 1 e P)
- Lipossacarídeos antiperistálticos
- Lipossacarídeos antifagocitários
- Produção de hemolisinas (maior citotoxicidade)
VIAS DE AQUISIÇÃO
- Ascendente: mais frequente
- Fatores mecânicos, defecação, sudorese, higiene pessoal, uretra feminina mais curta, colonização do períneo por enterobactérias
- Hematogênica: rara – tuberculose, Abscessos renais e perinefréticos
- Linfática: rara
- Extensão direta: abscessos intraperitoneais, abscessos perivesicais, fístulas do trato geniturinário
SINAIS E SINTOMAS NA CISTITE AGUDA
Disúria
Polaciúria
Urgência
Hematúria
Dor hipogástrio
–> Disúria + polaciúria na ausência de vaginite: probabilidade 90%
ANAMNESE NA CISTITE AGUDA
੦ história de cistite prévia
੦ atividade sexual
੦ uso de espermicidas
Relacionados
੦ nível baixo de estrogênio
੦ cistocele
੦ incontinência urinária
SINAIS E SINTOMAS DA PIELONEFRITE AGUDA
Sintomas de cistite aguda + Febre, náuseas ou vômitos, lombalgia (Giordano), queda do estado geral
*** Processo sistêmico
QUESTIONAMENTOS NA INFECÇÃO URINÁRIA DE REPETIÇÃO
Relação com ato sexual?
Hábito intestinal?
Vulvovaginites associadas?
Ingesta hídrica insuficiente?
Poucas micções?
Menopausa?
MEDIDAS GERAIS NO TTO
- Incentivar ingesta hídrica
- Orientar não ficar muito tempo sem urinar
- Hábito intestinal diário
- Micção após relações
- Tratar vulvovaginites
TTO DA BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA
NÃO tratar
NÃO precisa repetir exames de urina.
** Só se tiver sintomas ou GESTANTE
TRATAMENTO DA CISTITE AGUDA
- Fosfomicina trometamol 3 g – dose única – boa excreção urinária, cerca de 90% de sensibilidade no Brasil
- Nitrofurantoína 100 mg– 6/6h 5 a 7 dias (12/12h –indisponível no Brasil!)
- Pivmecilinam – indisponível no Brasil
- Sulfametoxazol + trimetoprima 400/80 mg (se sensível, no Brasil mais de 30% de resistência. A recomendação é não usar, caso haja mais 20% de resistência no país)
QUANDO PEDIR EXAMES NA CISTITE AGUDA
Urina 1 e urocultura com contagem de colônias + antibiograma
੦ infecções de repetição
੦ evolução arrastada
੦ pielonefrites
੦ gestantes (rastreamento entre 12-16 semanas de gestação, repetir se + ou alto risco – DM, anormalidades do trato urinário, gemelar)
TRATAMENTO DA INFECÇÕES DE REPETIÇÃO
- Antibiótico profilático (cefalexina, nitrofurantoina, sulfametoxazol+ trimetoprima) por 2 a 6 meses
- Vacinas (Urovaxom®)
- Cranberry?
- Reposição estrógeno tópico
Uma mulher de 60 anos apresenta 6 infecções urinárias (ITU) ao ano. As culturas de urina têm mostrado a presença de E. coli. A conduta do médico deve ser tratar a ITU:
por 10 dias, com base na cultura de urina, e depois manter profilaxia por 90 dias
TTO DA PIELONEFRITE
- iniciar tratamento parenteral
- fluoroquinolonas
- aminopenicilina mais um inibidor betalactamase
- cefalosporinas (grupo 2 ou 3)
- aminoglicosídeos
- duração total de 14 a 21 dias
–> MELHORA EM 72H =
* terapia oral
* urinocultura 4 a 10 dias após o término da terapia
* avaliação urológica, se indicada
–> SEM MELHORA/PIORA =
* revisão da cultura e sensibilidade
* avaliação urológica para fatores complicadores
* drenagem de obstrução ou abscesso
EFEITOS ADVERSOS ASSOCIADOS AO USO DE QUINOLONAS
੦ rotura de tendões
੦ distúrbios do sistema nervoso central, incluindo delirium
੦ hipoglicemia
੦ agravamento dos sintomas em pacientes com myastenia gravis
TRATAMENTO DA CISTITE NA GESTANTE
- Fosfomicina 3 g dose única
- Nitrofurantoina 100 mg 6/6h, 7 dias
- Amoxicilina + clavulanato 500/125 mg 8/8h ou 875/125 mg 12/12h, 7 dias
- Cefuroxima 250 mg 8/8h, 7 dias
TRATAMENTO DE INFECÇAO POR CANDIDA
Candiduria assintomática -> não tratar
Se sintomas:
- Fluconazol 200 mg/d -> 7-14 dias
- Anfotericina B 0,3 mg/kg/d ->dose única ou até 7 dias