Insuficiência Venosa Crônica Flashcards
Quais são os principais fatores determinantes do retorno venoso?
- Valvas venosas
- Volume sanguíneo
- Ciclo respiratório
- Ciclo cardíaco
- Função de bomba dos músculos da panturrilha
OBS: Qualquer alteração em um ou mais desses elementos pode resultar em doença venosa
O sistema venoso dos MMII pode ser dividido em quais segmentos?
- Superficial
- Safena magna
- maior veia do corpo
- vai do arco venoso dorsal do pé, ascende na porção medial da perna e coxa ate a virilha, desembocando na veia femoral
- Safena parva
- vai do maéolo lateral, percorre a perna posteriormente e drena na veia poplítea, na altura da fossa poplítea.
- Safena magna
- Profundo
- Veias que acompanham as artérias de mesmo nome
- Maior parte da drenagem dos MMII (85%)
- Vasos perfurantes
- Comunicam os sistemas superficial e profundo
Quais são os componentes da “bomba” venosa dos MMII?
- Musculatura esquelética da perna (principalmente da panturrilha),
- Veias superficiais e profundas
- Sinusoides intramusculares.
O que garante o sentido ascendente do fluxo sanguíneo nos MMII?
As válvulas no sistema perfurante e nas junções safeno-femoral e safeno-poplítea
Quais são os principais mecanismos da Insuficiência Venosa Crônica?
- Incompetência valvular
- Alterações definitivas na parede das veias
- Aumento patológico da pressão nas veias
Quais os fatores de risco para Insuficiência Venosa Crônica?
- > 50 anos
- Sexo feminino
- Hormônios sexuais femininos
- Hereditariedade
- Postura durante atividade profissional
- TVP
- Tumores pélvicos
- etc.
Manifestações clínicas?
- Alterações estéticas
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Dor
- Surge ao fim do dia, após longos períodos em posição ortostática (ou mesmo sentado)
- Alívio ao deitar, ao elevar as pernas ou mediante o uso de meias elásticas de compressão graduada
-
Sensação de peso
- Idem a dor
-
Desconforto nos MMII
- Idem a dor
- Os sintomas podem exarcebar nos primeiros dias do ciclo menstrual
-
Exame Físico:
- Vasrizes
- Telangectasias
- Veias reticulares (veias dilatadas no subcutâneo)
- Eczema varicoso
- Dermatite ocre
- Lipodermatofibrose
- Úlceras (casos avaçados)
Quais são as complicações da Insuficiência Venosa Crônica?
- Úlceras
- Tromboflebite (ou flebite) superficial
- Erisipela de repetição
Classificação CEAP da Insuficiência Venosa Crônica
Diagnóstico e Avaliação?
- História e exame físico: principal
- USG Doppler
- Determina grau de comprometimento e local afetado
- Flebografia
- Fornece a maior quantidade de informações.
- A flebografia ascendente avalia a parede, aspecto das válvulas e o lúmen venoso
- A flebografia descendente caracteriza aspectos funcionais, como o refluxo venoso.
- Recomendado quando as técnicas não invasivas forem incapazes de orientar o tratamento
Qual o objetivo no tratamento da Insuficiência Venosa Crônica?
Alívio dos sintomas e Melhora estética dos MMII
Como se dá o tratamento clínico da Insuficiência Venosa Crônica?
- Meias elásticas de compressão graduada:
- Compressão entre 20 a 30 mmHg.
- Compressões superiores a 35 mmHg são recomendadas para prevenir a recorrência de úlceras.
- As meias devem ser calçadas assim que o paciente acorde e utilizadas durante todo o dia.
- Medidas comportamentais:
- Elevar as pernas por um breve período, por pelo menos duas vezes ao dia
- Deambular
- Bota de Unna:
- Pacientes com úlceras ativas
- Consiste em curativo compressivo utilizando óxido de zinco, gelatina e glicerina
Quais são as principais indicações de cirurgia na insuficiência Venosa Crônica?
- Questões estéticas,
- Sintomas refratários ao tratamento clínico,
- Sangramento proveniente de uma variz,
- Lipodermatofibrose,
- Tromboflebite superficial
- Úlcera de estase venosa com sinais de infecção (desbridamento).
Quais são as principais técnicas cirúrgicas empregadas na Insuficiência Venosa Crônica?
- Safenectomia: recomendada na presença de acometimento extenso ou de sintomas intensos. Consiste na ligadura dos vasos colaterais e passagem de guia intraluminal com posterior avulsão da veia safena magna ou parva. Está contraindicada em casos de TVP;
- Valvuloplastia: é caracterizada por correção das válvulas venosas com objetivo de recuperar sua função, ou seja, torná-las competentes. É raramente indicada, sendo recomendada após insucesso de safenectomia;
- Retirada de microvarizes.
Qual o tratamento da Insuficiência Venosa Crônica tendo como base o Projeto Diretrizes da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular?
-
Telangiectasias e veias reticulares (C1):
- O tratamento de escolha é a escleroterapia estética.
- Para maior eficácia, o tratamento conservador deve ser associado com uso de meias elásticas;
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Veias varicosas (C2):
- Na presença de refluxo em junção safeno-femoral ou safeno-poplítea ou ainda na presença de tributárias ou perfurantes insuficientes está indicado o tratamento cirúrgico.
- Meias com compressão acima de 40 mmHg e uso de bandagens são medidas efetivas no pós-operatório;
-
Edema (C3):
- Meias elásticas de compressão graduada acima de 35 mmHg são efetivas.
- Medicamentos venoativos (diosmina, dobesilato de cálcio, rutina e extrato de castanha da Índia) devem ser utilizados como terapêutica complementar e parecem melhorar o edema.
- A correção cirúrgica do refluxo em junção safeno-femoral e safeno- -poplítea pode ser benéfica;
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Alterações Tróficas (C4):
- Meias elásticas de compressão graduada acima de 35 mmHg.
- Não existem evidências de melhora com tratamento cirúrgico.
-
Úlcera Cicatrizada (C5):
- Indicação de cirurgia.
- Meias elásticas de compressão graduada acima de 35 mmHg são eficazes na prevenção da recorrência das úlceras;
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Úlcera Ativa (C6):
- Meias e bandagens elásticas podem ser usadas, bem como medidas comportamentais.
- O uso de antibiótico tópico NÃO está indicado.
- A antibioticoterapia só está recomendada na presença de infecção com manifestações sistêmicas.
- Na presença de refluxo em junção safeno-femoral ou safeno-poplítea deve ser indicado o tratamento cirúrgico.
- Na ausência de refluxo ou após TVP, não existem evidências de benefícios da cirurgia.