Dissecção de Aorta Torácica Flashcards
1
Q
Quais os fatores de risco para Dissecção de Aorta (DA)?
A
- HAS (72%)
- Aterosclerose (31%)
- Outros:
- Aneurisma aórtico pré-existente
- Uso de cocaína e crack (picos hipertensivos relacionadosnà liberação adrenérgica)
- Atividade física extenuante
- Doença do tecido conjuntivo (Marfan, Ehler-Danlos)
- Valva aórtica bicúspide
- Coarctação da aorta
- Síndrome de Turner
2
Q
Classificação da DA por DeBakey e Stanford
A
3
Q
Manifestações clínicas da DA
A
- Tipo A:
- Início súbito de dor torácica em região anterior do tórax, mais precisamente retroesternal, de grande intensidade, associada a náuseas e sudorese.
- Após alguns minutos ou horas, a intensidade da dor vai reduzindo-se, dando lugar a uma dor na região dorsal do tórax, devido à extensão da dissecção para a aorta descendente.
- Se a dissecção continuar até a aorta abdominal, a dor “migra” para a região lombar (47% dos casos), podendo ter irradiação também para o abdome (22% dos casos).
- Caráter da dor é variável:
- “rasgante” ou “cortante”
- pode ser idêntica à dor do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM),
- dor do tipo “pontada” é a mais encontrada.
- Tipo B:
- Dor súbita na região dorsal torácica ou toracolombar.
- Dores lombar e abdominal são mais observadas neste tipo de dissecção
- A DA abdominal pode comprometer as artérias renais, ocasionando a hipertensão grave renovascular.
- A dissecção retrógrada pode acometer os óstios coronarianos levando a um real IAM
4
Q
Quais são as evidências sugestivas de DA especialmente do tipo A?
A
- O envolvimento da subclávia ou da inominada (tronco braquicefálico) leva a diferença significativa na intensidade do pulso e/ou na pressão arterial sistólica (diferença > 20 mmHg) entre os membros superiores;
- Deficit neurológico focal ou sopro carotídeo intenso, devido à dissecção da inominada ou da carótida;
- Sopro de insuficiência aórtica aguda, devido à dissecção dos folhetos valvares aórticos, que podem deformar-se e prolapsarem para o ventrículo na diástole.
5
Q
Quais são as complicações maisa temidas da DA?
A
- Tamponamento cardíaco,
- Compressão do mediastino (choque com turgência jugular);
- Choque hemorrágico franco associado à síndrome do derrame pleural (hemotórax) ou ascite (hemoperitônio).
- Tamponamento cardíaco: principal causa de óbito nesses pacientes, sendo resultado da ruptura da aorta em direção a cavidade pericárdica; esta complicação é mais encontrada em mulheres.
6
Q
Exames complemnetares na DA
A
- Ecocardiograma transtorácico:
- Sensibilidade de 60-85%, sendo mais alta para a DA da aorta ascendente e demonstrando menor sensibilidade para lesões de arco aórtico e de aorta torácica descendente.
- Ecocardiograma Transesofágico (ETE):
- Sensibilidade de 98% e especificidade de 90% para o acometimento da aorta ascendente e torácica descendente, não visualizando com clareza o arco aórtico.
- Nos fornece informações (em casos de propagação proximal da dissecção) a respeito da presença ou não de regurgitação aórtica ou de derrame pericárdico.
- Exame ideal em pacientes instáveis hemodinamicamente.
- Angio-TC
- Delimita com precisão a extensão da dissecção e o acometimento das principais artérias ramos da aorta.
- Sensibilidade e especificidade de 96 e 100%, respectivamente
- Imagem mais característica é o sinal do duplo lúmen aórtico
- Angio-RM
- Sensibilidade e especificidade de 98%,
- Desvantagem é o tempo prolongado na aquisição de imagens, o que pode ser prejudicial em doentes instáveis
7
Q
Tratamento clínico da DA
A
- UTI
- Morfina: controle da dor
- Drogas para reduzir a Pressão Arterial (PA) e a força contrátil do miocárdio (dP/dT), principais propagadores da dissecção:
- Propranolol intravenoso (1 a 10 mg de ataque seguido da dose de 3 mg/h),
- Labetalol (dose inicial de 20 mg, seguida de 20 a 80 mg a cada dez minutos, até um total de 300 mg),
- Metoprolol ou o esmolol, visando uma frequência cardíaca em torno de 60 bpm e uma PA sistólica ≤ 120 mmHg.
- O labetalol possui vantagem teórica, que seria seu efeito alfabloqueador, o que contribuiria com mais ênfase na queda da PA.
8
Q
Quando indicar tratamento cirúrgico na DA?
A
- Tipo A
- Presença de trombo mural devido ao risco elevado de tamponamento cardíaco e de ruptura aórtica
- Tipo B quando complicadas
- Dor persistente;
- Dilatação aneurismática da aorta;
- Envolvimento de vasos arteriais (ramos da aorta) com isquemia de órgãos (rim, intestino) ou de membros inferiores;
- Propagação distal (dor recorrente ou persistente);
- Evidência de dissecção retrógrada até a aorta ascendente