Individuais Flashcards

1
Q

Terapia Focada em Esquemas (TFE): Fundamentos

A

Terapia focada nos esquemas (J. Young et al., 1990; 1999) = terapia integrativa,
* expande os tratamentos cognitivo-comportamentais, combina estratégias cognitivas, comportamentais, psicodinâmicas, relações objetais, construtivistas e humanistas.
* Terapia esquemas pode ser breve, intermédia ou longa em função do paciente
Surge a partir da teoria de A. Beck, em particular da sua aplicação às perturbações de personalidade e perturbações psicológicas graves e crónicas.

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2
Q

Evolução da TC para TFE

A

TC e TCC são habitualmente de tempo limitado, focadas no treino de competências, na redução de sintomas e solução de problemas da vida corrente do cliente  Evidência empírica da eficácia das TCC.

No entanto apresentam alguns Problemas:
* Taxa de recaída ronda os 30%, ou seja alguns clientes não são eficazmente ajudados por estes tratamentos.
* Maior fracasso na resposta ao tratamento por clientes com Perturbações de Personalidade e perturbações crónicas.
* Alguns pacientes com características de personalidade que perturbam a adesão e eficácia dos tratamentos

Exemplo A e B (1)

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3
Q

Evolução da TC para a TFE: Pressupostos da TC breve

A

TC breve destinada ao tratamento das perturbações depressivas e ansiosas
* os clientes têm acesso aos sentimentos, pensamentos e memórias com um treino breve;
* possuem problemas identificáveis nos quais se pode focar a terapia;
* os clientes estão motivados para se envolverem na terapia bem como nas tarefas que ela implica (ex. tarefas para realizar dentro e fora da sessão)
* Os clientes são capazes de se envolverem numa relação de colaboração com o terapeuta
* as dificuldades na relação terapêutica não são um problema significativo a abordar na terapia; geralmente a RT não é um ingrediente ativo da terapia
* todas as cognições e padrões comportamentais podem ser modificados através da análise de evidência empírica, debate lógico, experimentação, passos graduais e prática, estratégias típicas da intervenção cognitiva
Estes pressupostos não se aplicam a clientes com problemas crónicos e com perturbações de personalidade.

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4
Q

Evolução da TC para a TFE: Mecanismos de manutenção do problema

A

Apresentados por clientes com PPs e problemas crónicos, o que impede a TC breve de funcionar
* Menos disponíveis para fazer TPC, para aprender estratégias de autocontrolo, preferem obter orientações dos terapeutas…
* Dificuldades em aceder a pensamentos e emoções –> bloqueio de pensamentos e imagens / memórias perturbadores.
* Evitam aprofundar trabalho sobre si próprios –> evitam memorias ou sentimentos negativos.
* Evitam situações e comportamentos que são essenciais para o seu progresso. Este evitamento é uma resposta aprendida // protetora que é reforçada negativamente pela redução do afeto negativo.
* Os sintomas de ansiedade / depressão são ativados por estímulos associados à infância, mas estes memórias são evitados para evitar a emoção.
* Extrema resistência, pouca flexibilidade e menor responsividade às estratégias cognitivas e as melhorias demoram imenso tempo a emergir.
* Rigidez e desesperança em relação à mudança. Os problemas caracterológicos são egosintónicos, os padrões autodestrutivos parecem ser parte de si (história da minha vida) e é difícil imaginarem-se a ser diferentes. A mudança é ameaçadora.
* Dificuldades na relação –> espelham as relações interpessoais fora da terapia –> relação terapêutica é central para avaliar problemas e planear o tratamento. exemplo
o PPB –> dificuldade em formar RT seguras, estáveis
o PPN; Paranoide… Desligados, hostis, incapazes de colaborar..

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5
Q

Evolução da TC para a TFE: Conclusão

A

Quadros (2) e nota

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6
Q

Conceito de esquema: Modelo cognitivo de Beck

A
  • Esquemas cognitivos –> estrutura cognitiva = representações nucleares e estáveis do conhecimento que o sujeito faz de si, do mundo e dos outros, e que orientam o processamento da informação; definem modos específicos de construção da realidade / estruturas de significação.
  • Do ponto de vista evolutivo, os esquemas servem uma função adaptativa – organizam a nossa experiência do mundo em padrões de significado (reduzindo a complexidade / caos do ambiente), selecionando informação. Podem ser positivos ou negativos, precoces ou tardios.
  • Esquemas cognitivos negativos –> processos cognitivos disfuncionais (distorções, erros e omissões nesse mesmo processamento de informação) –> produtos cognitivos que mantêm o esquema (porque diminuem a dissonância cognitiva e impossibilitam a vivência de experiências desconfirmatórias do esquema )
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7
Q

Conceito de esquema: Modelo da J. Young da TFE

A

Esquemas precoces e mal adaptados (EPM) - No trabalho com PP, Young e colaboradores definiram um conjunto de esquemas precoces mal adaptativos.
* Padrão ou tema abrangente e desadaptativos, que inclui memórias, emoções cognições e sensações corporais, em relação a si próprio e aos outros.
* Desenvolve-se na infância ou adolescência, elaborado ao longo da vida.
* Disfuncional num determinado grau e resistentes à mudança.
* Nem sempre são conscientes e quando ativados são acompanhados por elevados níveis emocionais

Tabela (2)

Os esquemas são dimensionais –> Podem ter diferentes níveis de rigidez ou resistência à mudança
Maior severidade –> maior quantidade de situações que os ativam, mais intenso é o afeto negativo, maior duração.
* Ex.1 crianças com dois pais críticos na infância… (e.g. JT; esquema de defeito pervasivo…)
* Ex.2 apenas um dos pais é critico… Pode ativar o esquema apenas na presença de figuras de autoridade do mesmo género…
Alguns autores sugerem que para cada EPM há uma esquema positivo e adaptativo correspondente (teoria da polaridade de Elliott, Elliott e Larsen, 1997) // baseado na teoria do desenvolvimento de Erikson.

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8
Q

Origens dos Esquemas

A

Necessidades emocionais nucleares não satisfeitas durante a infância, nos contextos significativos.
Todas as pessoas têm estas necessidades. Um pessoa psicologicamente saudável é alguém que consegue estas necessidades emocionais satisfeitas de uma forma adaptada.

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9
Q

Origens dos Esquemas: necessidades universais

A
  1. Vinculação segura aos outros /Pertença ( segurança, estabilidade, afeto, aceitação)
  2. Autonomia, competência e sentido de identidade
  3. Liberdade para expressar as emoções e desejos válidos
  4. Espontaneidade e jogo/ brincadeira
  5. Limites realistas e autocontrolo
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10
Q

Origem dos esquemas: como se formam os EPMs

A

Satisfação da necessidades emocionais nucleares em função da interação entre temperamento inato da criança e ambiente precoce –> se há frustração, formam-se os EPMs
* As experiências tóxicas/danosas da infância são as origens primárias dos EPM
* Os EMP mais fortes geralmente desenvolvem-se na família nuclear (em larga extensão as dinâmicas da família são as dinâmicas do mundo precoce da criança)
* Ao longo do desenvolvimento outros contextos ganham mais relevância
* Os EMP desenvolvidos mais tarde tendem a não ser tão poderosos e pervasivos (ex. EPM de isolamento social

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11
Q

Origem dos esquemas: temperamento

A

Cada criança tem um temperamento distinto e único desde a nascença (dimensões biológicas da personalidade).
Dimensões do temperamento emocional que supostamente são inatas e relativamente imutáveis em psicoterapia:
Labilidade ——não reatividade
Distímica ——-otimista
Ansiedade —–calma
Obsessiva ——-distraível
Passiva ———agressiva
Irritável ———risonha
Tímida ———-sociável
O temperamento é uma mistura única destas dimensões

Diferentes temperamentos expõem as crianças a diferentes circunstancias de vidas
Ex. uma criança agressiva pode suscitar mais experiencias de violência parental
O mesmo tratamento parental pode ativar reações diferentes em crianças com temperamentos diferentes
Ex. rejeição maternal criança tímida pode ficar mais dependente da mãe; (mais risco EPM) criança mais sociável pode fazer outras ligações positivas e significativas  resiliência
O ambiente precoce extremamente favorável ou aversivo pode superar o temperamento emocional num grau significativo.
Um temperamento emocional extremo pode produzir psicopatologia na ausência de aparente justificação ambiental…

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12
Q

Origem dos esquemas: conclusão da origem dos EPMs

A
  • Na frustração “tóxica” das necessidades de estabilidade, amor, compreensão
  • Na traumatização - a criança é maltratada, criticada, controlada ou vitimizada
  • Em ter “demasiado de uma coisa boa”
  • Na identificação e internalização seletivas de outros significativos, com as os seus pensamentos, emoções, experiências
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13
Q

Domínios e tipos de esquemas precoces mal adaptativos

A

Young e Coautores propões a existência de 5 domínios (categorias gerais de necessidades emocionais não satisfeitas) que podem levar ao desenvolvimento de 18 EPMs
Domínios:
1. Desconexão e rejeição
2. Autonomia e desempenho prejudicados
3. Limites insuficientes
4. Orientação para o outro/ Focalização nos outros
5. Hipervigilância e inibição

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14
Q

1º Domínio: características, famílias, EPM

A

1º Domínio: Desconexão e rejeição
Domínio ligado ao sentimento de frustração com relação às expectativas de segurança, estabilidade, carinho, empatia, partilha de sentimentos, aceitação.
Estas necessidades não foram satisfeitas de um modo previsível

Famílias
Frias
Instáveis
Abusivas
Desligadas
Rejeitantes

EPM
Privação emocional
Abandono/instabilidade
Desconfiança/abuso
Isolamento social
Defeito / vergonha

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15
Q

1º Domínio: EPM principal

A

Abandono /instabilidade: perceção de instabilidade ou pouca segurança no suporte disponível e relação com os outros. Sentido de que os outros significativos não serão capazes de continuar a dar suporte, conexão, força, proteção pratica porque são emocionalmente instáveis e imprevisíveis (ex., de repente zangam-se, vão embora). Os outros não são confiáveis. Abandonarão em favor de alguém melhor

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16
Q

2º Domínio: características, famílias, EPM

A

2º Domínio: Autonomia e desempenho prejudicados
Domínio ligado a sentimentos de incapacidade experimentados pelo indivíduo no que se refere à possibilidade de se separar dos outros conquistando a autonomia necessária para sobreviver de forma independente e com bom desempenho.

Famílias
Hiper protetoras
Não reforçadora da performance com autonomia
Intrusivas/bloqueando processo de diferenciação
Emaranhadas

EPM
Fracasso
Dependência/Incompetência funcional
Vulnerabilidade ao perigo/doença
Self-emaranhado-ou-subdesenvolvido

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17
Q

2º Domínio: EPM principal

A

Dependência/incompetência: crença de que se é incapaz de realizar as responsabilidade diárias de forma competente, sem ajuda significativa dos outros (ex., resolver problemas diários, tomar boas decisões…). Experiência de desamparo.

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18
Q

3º Domínio: características, famílias, EPM

A

3º Domínio: Limites insuficientes
Possível de ser identificado pela deficiência nos limites internos, pela ausência de responsabilidade com os outros e/ou pela dificuldade de orientação para a concretização de objetivos distantes.
Prejuízos no respeito dos direitos dos outros, na reciprocidade, na cooperação e no compromisso com metas ou desafios.
Apresenta-se como egoístas, mimados, narcísicos, irresponsáveis

Famílias
Permissividade, sobre indulgência
Falta de direção
Ausência de confronto apropriado de limites
Indefinição de regras para assumir responsabilidade e cooperar, definir objetivos

EPM
Grandiosidade/ titularidade
Autocontrolo ou autodisciplina insuficiente

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19
Q

3º Domínio: EPM principal

A

Grandiosidade/ titularidade: crença de que se é superior aos outros, que se tem direitos e privilégios especiais; não se limitar pelas regras de reciprocidade que orientam a interação social.
* Insistência em que se deve ter o que se quer, independentemente de ser realista, o que os outros consideram razoável ou com custos para os outros.
* Exagerado foco na superioridade (ex., estar entre os mais bem sucedidos, mais famosos) de modo a conseguir poder e controlo.
* Pode envolver excessiva competitividade em relação aos outros, forçar o seu ponto de vista, controlar o comportamento dos outros de acordo com os seus desejos, sem empatia ou preocupação com os sentimentos dos outros.

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20
Q

4º Domínio: características, famílias, EPM

A

4º Domínio: Orientação para o outro/ Focalização nos outros
Funcionamento com foco excessivo nos desejos e sentimentos dos outros, em função da constante busca de obtenção de amor e evitar retaliação.
Muitas vezes, a pessoa abdica das suas próprias necessidades com o intuito de obter aprovação, podendo suprimir a consciência dos próprios sentimentos e tendências naturais

Famílias
Demonstração de amor condicional: as crianças devem suprimir aspetos de si mesmo para obter amor, atenção e aprovação.
As necessidades e desejos emocionais dos pais, ou a aceitação social e status, são mais valorizados do que as necessidades e sentimentos da criança

EPM
Subjugação
Autossacrifício
Procura de aprovação / reconhecimento

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21
Q

4º Domínio: EPM principal

A

Autossacrifício: excessivamente centrado de forma voluntária nas necessidades dos outros, no dia-a-dia, em detrimento das suas próprias necessidades e gratificação.
* Prevenir causar dor nos outros, evitar culpa de se sentir egoísta, manter a ligação com os outros que é percebida como necessária.
* Sensibilidade aguda à dor dos outros. Por vezes há o sentimento de que as próprias necessidades não foram adequadamente satisfeitas e o ressentimento em relação aqueles de quem cuidaram.

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22
Q

5º Domínio: características, famílias, EPM

A

5º Domínio: Hipervigilância e inibição
Refere-se ao bloqueio da felicidade, autoexpressão, relaxamento, relacionamentos íntimos e ao comprometimento da própria saúde em razão da ênfase excessiva na supressão dos sentimentos, dos impulsos e das escolhas pessoais espontâneas.
Regras e expectativas rígidas internalizadas sobre desempenho e comportamento ético geralmente integram este padrão de funcionamento

Famílias
Sombria, Exigente e por vezes punitiva
Ênfase na performance, obrigações, perfecionismo, regras, esconder emoções e evitar erros. Pessimismo subjacente e preocupação que algo escape se fracassarmos na vigilância e cuidado a todo o momento

EPM
Negativismo e pessimismo:
Inibição emocional:
Metas exigentes/inalcançáveis/hipercriticimo
Castigo

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23
Q

5º Domínio: EPM principal

A

Metas exigentes / inalcançáveis / hipercriticismo: crença profunda de que se deve esforçar por atingir metas de comportamento e rendimento muito elevadas, normalmente para evitar críticas.
* Tipicamente resulta em sentimentos de pressão ou dificuldade para descansar, hipercrítica em relação a si e aos outros, prejuízo significativo no prazer, relaxamento, saúde, autoestima, relações satisfatórias…
* Frequentemente apresentam perfecionismo: atenção ao detalhe, subestimação das boas performances; regras rígidas e “deveres” em muitas áreas da vida ( moral, cultura, ética, religião) ou preocupação com tempo e eficiência, necessidade de conseguir mais

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24
Q

Estilos e respostas de coping: esquema vs estratégia

A

A terapia dos esquemas diferencia entre esquema e estratégias que o individuo usa para lidar com o esquema. Estratégias –> estilos de coping
Os estilos de coping surgem como uma forma de lidar com os esquemas desadaptativos
Estilos de coping são em geral adaptativos na infância = mecanismos de sobrevivência saudáveis
Tornam-se mal adaptativos quando a criança cresce porque os EC perpetuam o esquema, mesmo quando as condições do sujeito mudam e há outras opções mais positivas.
Cada cliente usa diferentes estilos de coping em diferentes situações, em diferentes estádios da sua vida, para lidar com o mesmo esquema.
Assim os estilos de coping não são estáveis ao longo do tempo, embora o esquema seja.

EPM –> ameaça / frustração de necessidades emocionais nucleares
Medo de emoções intensas –> ameaça

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25
Q

Estilos de coping

A

Estilos de coping mal adaptativos: respostas comportamentais, cognitivas e emocionais.
1. processos de rendição ao esquema, (paralisia)
2. processos de evitamento do esquema (fuga)
3. processos de sobrecompensação do esquema (luta).
Exemplo: Três clientes que lidam com o esquema de defeito/vergonha com diferentes mecanismos:
1º. procura amigos e companheiros críticos
2º. evita estar perto de qualquer outra pessoa
3º. adota atitude critica e superior com os outros

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26
Q

Estilos de coping: Estilo de rendição

A

Estilo de rendição
O estilo de rendição está mais associado a processos de reforço dos esquemas: distorções cognitivas e padrões de comportamentos autoderrotistas.
Aceitação e rendição à confirmação do esquema –> aceitam que o esquema é verdadeiro
* Procura de relações que reiteram as situações geradoras do esquema
* Reagem com excessiva emoção face a situações ativadoras do esquema
* Agem de forma a confirmar o esquema // sem se aperceberem repetem os padrões do esquema
Ex. cliente com um EPM de defeito/vergonha, prestará mais atenção a pistas de rejeição por parte dos outros, menosprezando, ou até não identificando como tal, sinais de aprovação por parte do grupo. (distorce a realidade no sentido de confirmar e manter inalterado o esquema)

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27
Q

Estilos de coping: Estilo de evitamento

A

O estilo de evitamento está associado a tentativas de não entrar em contato com o sofrimento decorrente da ativação do EPM (nível cognitivo, emocional ou comportamental).
A ativação dos EPM é acompanhada por níveis elevados de afeto negativo

Estratégias comportamentais, cognitivas e emocionais com as quais o sujeito tenta desviar-se de pensamentos ou situações que podem ativar o esquema e a sua experiência emocional. Podem ser processos automáticos ou intencionais. [Ex. ausência de expressão emocional face a acontecimentos traumáticos, esquecimento de dados autobiográficos significativos ( e.g., abuso)]
Evitam pensar em temas relacionados com o esquema, tenta não sentir / experienciar as emoções ligadas ao esquema,
Ex., beber em excesso, consumir drogas, envolvimentos sexuais promíscuos, sobrereações, limpar compulsivamente, workaholics.
Ex., evitar relações intimas ou mudanças de emprego…, alguns rejeitam áreas de vida onde se sentem muito vulneráveis

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28
Q

Estilos de coping: Estilo de sobrecompensação

A

O estilo de compensação está associado ao padrão oposto ao esperado no EPM.
* Os processos de sobrecompensação do esquema podem ser vistos como tentativas parcialmente bem sucedidas dos clientes para desafiar os seus esquemas.
* A sobrecompensação é uma forma de escapar à dor e ao sentimento de vulnerabilidade e desespero com que o individuo cresceu.
* Se a sobrecompensação ativa comportamentos equilibrados em algumas situações, se tem em atenção as experiências dos outros, pode levar a resultados ajustados e desejáveis.
* Mas habitualmente a sobrecompensação leva a comportamentos exagerados, desajustados / e contra-ataque.
Ex. alguns doentes que tenham experienciado privação emocional significativa enquanto crianças, comportam-se, quando adultos, de uma forma narcísica.
* Quando a sobrecompensação falha o esquema é ativado intensamente
Ex. o narcisista pode acabar por alienar os amigos e entrar num estado de privação, ativando assim o EPM primário.

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29
Q

Estilos de coping associados aos EPMs principais: 1º domínio

A

Desconexão e rejeição –> Abandono/Instabilidade
Rendição: Seleciona parceiros e outros significativos que estão indisponíveis ou são imprevisíveis;
Evitamento: Evita qualquer tipo de relacionamento intimo por medo de abandono;
Sobrecompensação: Afasta-se dos parceiros e outros significativos devido a comportamentos de possessão, controladores…

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30
Q

Estilos de coping associados aos EPMs principais: 2º domínio

A

Autonomia e desempenho prejudicados –> Dependência/Incompetência
Rendição: Pede por ajuda excessivamente; verifica as suas decisões com outros; escolhe parceiros demasiado protetores que fazem tudo por si;
Evitamento: procrastina nas suas decisões; evita agir de forma independente ou de ter responsabilidades normais de um adulto;
Sobrecompensação: demonstra auto-dependência excessiva, mesmo quando pedir ajuda a outros seria normal e saudável

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31
Q

Estilos de coping associados aos EPMs principais: 3º domínio

A

Limites Insuficientes –> Grandiosidade
Rendição: tem relacionamentos desiguais ou sem carinhos com parceiros e outros significativos; comporta-se de forma egoísta; descarta as necessidades e sentimentos dos outros; atitude de superioridade;
Evitamento: Evita situações na qual não pode sobressair;
Sobrecompensação: Dá prendas extravagantes ou contribui caridosamente para compensar pelo comportamento egoísta.

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32
Q

Estilos de coping associados aos EPMs principais: 4º domínio

A

Orientação para o Próximo –> Autossacrifício
Rendição: Envolve-se em auto-negação; faz demasiado pelos outros e não o suficiente por si;
Evitamento: Evita relacionamentos próximos;
Sobrecompensação: fica com raiva dos significativos por não reciprocarem ou por não mostrarem apreciação por si; decide parar de fazer coisas pelos outros.

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33
Q

Estilos de coping associados aos EPMs principais: 5º domínio

A

Hipervigilância –> Hipercriticismo/ Standards implacáveis
Rendição: Tenta comportar-se na perfeição; cria standards altos para si e para os outros;
Evitamento: Evita aceitar tarefas de trabalho; procrastina;
Sobrecompensação: Deita fora os standards altos e contenta-se com uma performance baixa-média
Sobrecompensação: Dá prendas extravagantes ou contribui caridosamente para compensar pelo comportamento egoísta.

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34
Q

Desenvolvimento dos estilos de coping

A

Em função do temperamento:
* Temperamento passividade –> rendição ou evitamento
* Temperamento de agressividade –> sobrecompensação
Em função da modelagem + internalização seletiva das figuras de vinculação.

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35
Q

Respostas de coping

A

São as respostas ou comportamentos concretos através dos quais os estilos de coping se manifestam
* Estilo de coping é um traço == repertório de respostas de coping que o individuo tende a usar para manter, evitar ou compensar o esquema
* Resposta de coping é um estado == resposta especifica num dado tempo
Ex. após rutura relacional. O homem com esquema de abandono –> bebe até ficar ficar embriagado (Estilo Coping evitamento + resposta de coping beber)
Muitos clientes usam uma combinação de respostas e estilos de coping (podendo oscilar entre vários estilos

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36
Q

Modos de esquemas

A

Derivam de combinações de esquemas e estilos de coping que tendem a associar-se e a serem ativados em conjunto
São estados emocionais e respostas de coping, adaptativos e não adaptativos, que todos nós experienciamos.

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37
Q

Modos de esquemas: categorias gerais

A

Grupos de 4 categorias gerais:
A. Modo criança
B. Modo de coping disfuncional C. Modo pais disfuncionais
D. Modo adulto funcional
Alguns clusters de esquemas e respostas de coping são ativados em conjunto
Ex. no modo de criança vulnerável = o afeto é de criança desamparada, frágil, assutada e triste. Neste modo o cliente pode ter ativado os esquemas de privação emocional, abandono, vulnerabilidade

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38
Q

Modelo focado nos estados correntes: categoria A

A

A – Os modos de criança são inatos e universais.
Todas as crianças nascem com potencial para se manifestarem:
* Criança vulnerável: crianças abandonada, abusada, com privação, rejeitada;
* Criança zangada: manifestação da raiva sem olhar às consequências por frustração das necessidades;
* Criança indisciplinada / impulsiva: expressa emoções, atos e desejos seguindo inclinações naturais sem ponderar consequências;
* Criança feliz: as necessidades estão satisfeitas no momento;

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39
Q

Modelo focado nos estados correntes: categoria B

A

B – Modos de coping
* Rendido/acomodado: criança passiva, desanimada, concordante com os outros;
* Protetor/desligado: desligada da dor do esquema, desligada emocionalmente, abusiva de substancias, autoestimulante, evitando pessoas e utilizando outras formas de escape;
* Sobrecompensador: ataca de volta, maltratando outros, com comportamentos extremos numa tentativa de desaprovar o esquema.

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40
Q

Modelo focado nos estados correntes: categoria C

A

C – Modos parentais disfuncionais
O cliente torna-se como os pais, internalizando-os
* Pais punitivos: pune um dos modos da criança por ser mau
* Pais exigentes: continuamente empurra a criança para altas exigências/standard

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41
Q

Modelo focado nos estados correntes: categoria D

A

D – Modo adulto saudável
Cuida e modera os outros modos

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42
Q

TFE (P): Objetivo

A

Objetivo da Terapia Focada nos Esquemas é a tomada de consciência psicológica e controlo consciente sobre os esquemas (a pessoa entender que tem um determinado esquema desadaptativas dá um maior controlo e noção à pessoa de como funciona)
 O terapeuta ajuda o cliente a identificar os seus esquemas e a tornar-se consciente das memórias de infância, emoções, sensações corporais, cognições e estilos de coping associados ao esquema.
 A consciência do esquema e dos estilos de coping ajudam a ganhar alguma possibilidade de controlo sobre as suas respostas;
 Regular a expressão das memórias emocionais (regulação dos circuitos da amígdala), através do controlo por parte do córtex;
 Aumentar o controlo consciente sobre esquemas, enfraquecer as memórias, emoções, sensações corporais, cognições e comportamentos associados ao esquema

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43
Q

TFE (P): Avaliação e Fase de Educação - Objetivos

A

Objetivos
1. Ajudar e identificar os esquemas e a compreender as suas origens na infância e na adolescência; (a identificação dos esquemas é difícil – ex. uma pessoa que aparente ser bastante confiante até podendo parecer narcísica, pode na realidade ter um esquema de insegurança, ao qual sobrecompensa)
2. Esclarecer sobre o modelo dos esquemas;
3. Ensinar e identificar e a reconhecer os estilos de coping mal adaptativos e como as respostas ajudam a manter o esquema;
4. Ensinar sobre modos esquemáticos primários e ajudar a compreender como passam de um modo para outro;
5. É importante a compreensão intelectual das operações dos esquemas, mas também o seu processo emocional.

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44
Q

TFE (P): Avaliação e Fase de Educação - Estratégias

A

 Entrevista de história de vida;
 Questionário de esquemas (Young); Questionários parentais; Questionário de evitamento; Questionário de Compensação.
 Automonitorização;
 Exercícios de imaginação que ativem o esquema ajudando a fazer ligações emocionais entre os problemas presentes e os da infância;
 Desenvolver uma conceptualização do caso com foco nos esquemas;
 Negociação da terapia focada nos esquemas = estratégias comportamentais, cognitivas, emocionais/experienciais/ foco na relação terapêutica
Negociação dos objetivos de terapia (o que é que a pessoa quer obter da terapia? Quais são os limites?)

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45
Q

TFE (P): Fase de Mudança

A

Articular estratégias cognitivas, comportamentais, experienciais, interpessoais de modo flexível, dependendo das necessidades do cliente;
O protocolo de intervenção não é rígido, deve ser responsivo às necessidades do cliente.

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46
Q

TFE (P): Fase de Mudança - Técnicas Cognitivas

A
  1. Testar a validade do esquema;
  2. Analisar a evidência que suporta o esquema;
  3. Avaliar as desvantagens e vantagens dos estilos de coping;
  4. Conduzir diálogos entre o lado do esquema e do lado saudável;
  5. Construir flashcards do esquema;
  6. Preencher diários do esquema.
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47
Q

TFE (P): Fase de Mudança - Questões para análise de evidência contra o esquema

A
  1. Alguma vez alguém o/a amou ou gostou de si?
  2. Já tentou ser uma boa pessoa?
  3. Há alguma coisa boa em si?
  4. Há alguém com quem se preocupe?

    Desenvolvimento de uma lista de boas qualidades do cliente, que pode usar como contraponto ao esquema

Neste tipo de situações tendo em conta a resposta do cliente podemos começar a ir para um caminho de auto-confirmação. Aí devemos recorrer à imaginação e não à realidade objetiva. Questões como “Como saberia se alguém gosta de si?” podem reencaminhar a consulta.
Se a evidência não desconfirma o esquema os clientes são convidados a avaliar o que podem fazer para mudar esses aspetos da sua vida -> passamos a utilizar estratégias experienciais

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48
Q

TFE (P): Fase de Mudança - estratégias experienciais

A

 Confrontar os esquemas em termos emocionais (imaginação/diálogos) expressando as emoções sobre o que lhes aconteceu em criança;
 Em imaginação = confrontar os adultos protegendo e confortando a sua criança vulnerável, falam sobre o que precisavam e não receberam. Exemplo: carta aos pais/cuidadores de infância;
 Praticam a comunicação com outros através de imaginação e role-play (cadeira vazia), contribuindo para o seu empoderamento.

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49
Q

TFE (P): Fase de Mudança - estratégias comportamentais

A

 Trabalhos de casa como objetivo de substituir respostas de coping mal adaptativas
 O cliente é ajudado a perceber como algumas decisões/escolhas de parceiro perpetuam o esquema, e incentivado a fazer escolhas mais saudáveis que cortem os padrões de autoproteção;
 Ajudar a planear e preparar TPC com novos comportamentos a partir do que foi trabalhado na sessão (ex. escolher aceitar um convite para sair e abdicar de jogar Xbox)

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50
Q

TFE (P): Relação Terapêutica (RT)

A

O terapeuta avalia e trata o esquema, estilos de coping e modos quando emergem na RT;
O terapeuta serve como antidoto do esquema do cliente;
O cliente internaliza o terapeuta como um adulto saudável que confronta o esquema e prossegue a vida emocional.
1. Confrontação empática: explicitando a ativação do esquema e dos estilos de coping na RT com empatia;
2. Uso da parentificação limitada: fornecer de modo apropriado e nos limites da RT, as necessidades do cliente que não foram satisfeitas pelos pais;

A forma como se olha para a relação terapêutica nesta terapia é semelhante das terapias psicodinâmicas. A interação com o terapeuta é uma reflexão dos seus padrões de relacionamento (ex. se a pessoa se mostra desconfiada de nós, assumimos que também nas suas relações pessoais, tem este papel de desconfiança)

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51
Q

Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT): Contexto

A

ACT em contexto
Primeira geração: Terapia Comportamental – foco direto na mudança comportamental
Segunda geração: Terapia Cognitiva e Terapia Cognitivo- Comportamental – foco na mudança cognitiva
Terceira geração: abordagens baseadas no mindfulness e na aceitação – foco na alteração da relação com as experiências internas

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52
Q

Modelos CBT - 2ª Geração (CBT2)

A

Modelos estruturalistas de cognição centrada no self:
* estruturas supraordenadas (hierarquicamente superiores) centradas no self (crenças sobre self; esquema do self)
* Foco no conteúdo dos esquemas / estruturas cognitivas (fantasias, pensamentos…)
Esquema do self - fornece orientação, consistência, coordenação e integração aos estados mentais.
Cognitivo-racionalistas (A. Beck)

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53
Q

CBT2- Mudanças de 1ª ordem

A

Mudanças de primeira ordem:
exploração e mudança direta das avaliações cognitivas (pensamentos automáticos) sobre a realidade e também mudança de esquemas

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54
Q

CBT2 - Críticas

A

 mudança exige mudanças de 2ª ordem (nos esquemas): metacognitivas = crenças sobre as emoções sobre os comportamentos e outras cognições
 A mudança cognitiva pode ocorrer através de outros meios que não explicitamente desafiando cognições desadaptativas (não há evidência que comprove que mudança efetivamente se dê devido a mudança nos esquemas);
 As cognições podem mediar a mudança, mesmo quando as cognições não são explicitamente abordadas no tratamento.

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55
Q

Modelos CBT - 3ª geração (CBT3)

A

Foca-se na função que os pensamentos têm para a pessoa
Modelos centrados no processo, contexto e análise funcional
 extensões das abordagens comportamentais e cognitivas, ➔ mais focadas na relação com pensamento e emoção do que no seu conteúdo (na 2º geração TCC e TC: o foco é na deteção e alteração do conteúdo desadaptativos)
 a importância atribuída aos esquemas do self é drasticamente reduzida
 enfase nos processos funcionais: Cognição como tendo uma função regulatória e não estrutural
 foco no presente / contexto
 enfase na dialética entre aceitação e mudança (há coisas que podemos mudar e outras que podemos/devemos aceitar)

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56
Q

CBT3: Problemas/perturbações emocionais

A

Não dependem de representações mentais do self (crenças do Self; esquemas do self…). Na realidade resultam da regulação disfuncional da interação entre:
1. processos voluntários (atenção e controlo executivo)
2. processos automáticos e processo associativos carregados de emoções

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57
Q

CBT3: Processo terapêutico concentra-se em:

A

funções metacognitivas: como a atenção voluntária e o controlo executivo consciente ou em processos experienciais e interpessoais –> eles parecem ser polos opostos (um exige atenção e o outro não) mas eles sobrepõe-se e interagem

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58
Q

CBT3: Objetivos do processo terapêutico conciliam

A

Objetivos do processo terapêutico - conciliam:
1. Aceitação das experiências
2. Compromisso com a mudança
3. Mudar a função dos acontecimentos psicológicos que as pessoas experienciam

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59
Q

CBT3: Processo terapêutico + objetivos

A

Quadrado (9)

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60
Q

CBT3: temas dos modelos de 3ª geração

A

As abordagens de TCC da terceira geração são caracterizadas por uma variedade heterogénea de temas:
 aceitação,
 intervenção experiencial
 fusão cognitiva,
 compromisso,
 compaixão,
 flexibilidade
 aspetos de desenvolvimento,
 valores
 dialética,
 emoções,
 metacognição
 meditação
 mindfulness,
 temas interpessoais, relacionamento terapêutico e espiritualidade

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61
Q

CBT3: Terapias - mindfulness

A

Tratamentos baseados em Mindfulness
Princípio: foco no momento presente e consciência sem julgamentos
Objetivo: melhorar o bem-estar emocional, aumentando a consciência de como as reações automáticas comportamentais e cognitivas, como pensamentos, sensações e emoções, podem causar sofrimento emocional.
Estratégias:
 Encorajar aceitação da experiência emocional com abertura e curiosidade.
 ativar a atenção voluntária, (que se concentra) no momento presente e sem julgamentos.

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62
Q

ACT: info

A

ACT - terapia de 3ª geração (surgiu nos anos 80 mas só começou a ser + usada a partir dos anos 2000) que combina mindfulness e aceitação com psicologia comportamental
 Foco no contexto e função dos fenómenos psicológicos
 Enfâse em estratégias contextuais e experienciais
 Foco na construção de repertório eficazes, flexíveis e abrangentes
 Abordagem contextual do comportamento (aberto e coberto): o que importa são os atos em contexto

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63
Q

ACT: Background

A

Background
 Falta de suporte científico para os princípios cognitivos – falta de evidência/suporte empírico da associação dos princípios da mindfulness com os princípios cognitivos
 TCC com forte evidência empírica no tratamento de problemas psicológicos
 Sem evidência robusta em como as estratégias cognitivas aumentam a eficácia terapêutica – ou seja, não há evidência de que a mudança/melhoria ocorra devido à mudança cognitiva/utilização das estratégias cognitivas

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64
Q

ACT: Fundamentos teóricos

A

Contextualismo Funcional (Functional Contextualism)
 Experiências (e.g. pensamento, emoções, memórias) não são inerentemente problemáticas - depende do contexto
 Quando a pessoa se funde com ou evita os seus pensamentos, emoções e memórias – tóxico, causando sofrimento
 Quando a pessoa se consegue distanciar ou aceitar a experiência, os pensamentos, emoções, memórias têm muito menos impacto.  Podem continuar a ser dolorosos mas não nos impedem de viver uma vida com significado.

65
Q

ACT: Fundamentos teóricos - Contextualismo funcional vs. Modelo mecanicista

A

Contextualismo Funcional vs Modelo Mecanicista
Objetivo: transformar a relação com pensamentos e sentimentos ( não é fazer remoção nem substituição…é transformar)
Contexto:
 Mudança de atitude (ex: mindfulness) face a pensamentos, sentimentos, sensações, memórias
 Novo enquadramento: experiências comuns do ser humano que fazem parte de uma vida significativa (não as podemos eliminar)
Função do comportamento:
 Qual o propósito deste comportamento?
 O que pretende alcançar?

66
Q

ACT: Fundamentos teóricos - Relational frame theory

A

Relational Frame Theory – Teoria do Enquadramento Relacional
Enquadramento relacional é a base da linguagem e cognição humana:
a) Relações derivam dos acontecimentos (semelhança, oposição, hierarquia, comparação…),
b) Vastas redes relacionais,
c) Transferências de funções entre acontecimentos relacionados – ex. se for dito que existe um fruto na Austrália que é exatamente igual ao limão mas que tem o dobro do tamanho e se chama zumabu, nós temos capacidade de “transferir” as características da experiência associada ao limão para essa fruta
A linguagem não representa a realidade mas cria realidades de modo arbitrário. Estas regras de linguagem influenciam as nossas reações aos acontecimentos ou estímulos e os comportamentos são guiado por regras verbais.
Por meio da linguagem e das regras implícitas, os seres humanos podem:
 criar semelhanças e diferenças entre eventos… fazer previsões…estabelecer causalidades, perspetivar no tempo e espaço, avaliar os acontecimentos…, responder como se um acontecimento passado estivesse presente, antecipar experiências de acontecimentos.
 Se na aplicação dessas regras implícitas ao mundo interno, a nossa mente se torna escrava dessas regras, surge sofrimento.
RFT está na base da ACT: propõe que não podemos fugir destas relações (regras implícitas sociais / culturais) - as razões porque sofremos com os nossos pensamentos têm as mesmas raízes/ processos das nossas forças

67
Q

ACT: Características

A

 Intervenção cognitiva e comportamental com foco nos processos de mindfulness e aceitação + processos de mudança comportamental e de compromisso
 Objetivo central: flexibilidade psicológica
 Modelo bottom-up: começa com a experiência imediata do cliente (presente)e constrói a terapia a partir dessa base, focando na consciência plena e na aceitação das experiências internas

68
Q

ACT: Características distintas

A

Características distintivas
 Alterar a nossa relação com as experiências internas
 Atenção consciente no aqui e agora
 Notar experiências internas perturbadoras permitindo que permaneçam na nossa consciência sem julgamento
 Deixá-las passar – Nós temos uma tendência para notar as nossa próprias experiências e julgá-las… nesta terapia objetiva-se o não julgamento e o “deixar passar”

69
Q

ACT: Processos chave

A

Quadro (10)
Aceitação, difusão, e self como contexto associam-se à mindfulness e processos de aceitação, os restantes associam-se a processos de mudança de compromisso e comportamento.

70
Q

ACT: Processos chave - Perda de contacto com o presente

A

o importante é estar noutro lugar onde acontecimentos difíceis não ocorrem que amplificam a fusão cognitiva e evitamento experiencial.

71
Q

ACT: Processos chave - Evitamento experiencial

A

forma central de lidar com a dor Tentamos não ter as experiências internas: não pensar, distrair, beber, consumo substancias …, não falar sobre…evitar as experiências internas (tentamos alterar a frequência, duração e intensidade da experiência)

72
Q

ACT: Processos chave - Fusão cognitiva

A

pensamento e emoções são reais… Vemos os nossos pensamentos como literais, mesmo os que são desagradáveis ou difíceis, ficamos bloqueados e emaranhados neles. Vemos o mundo através deles.? Dominância do passado e do futuro, mantemo-nos a tentar resolver os problemas que virão, e presos nos “E Se…”, ou ruminando no passado…, dominados por cognições…,em vez do aqui e agora.

73
Q

ACT: Processos chave - Vínculo ao self como Conceito

A

“Sou o tipo de pessoa que …” Conceito que temos sobre nós próprios que vamos contruindo sobre as nossas experiências, sobre o tipo de pessoas que somos, “narrativas dominantes” que se tornam disfuncionais, não ajudam a adaptação da pessoa, mas são mantidas por regras rígidas e absolutistas, falta de contato com os nossos valores. E a exploração dessa história pode ser experienciada como indesejável…

74
Q

ACT: Processos chave - Falta de clareza de valores

A

rigidez e evitamentos impedem o foco nos valores, escolha do que realmente importa… Contexto das pessoas: qual a abertura para expressarem e identificarem os valores: sobre o que lhes importa?, quem importa? Se pudesse escolher, como seria a sua vida no passado, agora, …? (parte importante do trabalho terapêutico)

75
Q

ACT: Processos chave - Inação

A

resulta do evitamento e de falha/ confusão de valores na organização da vida pessoal. não fazer coisas, sendo inativo, desistindo das coisas, sendo impulsivo mas não persistindo nas coisas … Ou persistindo no evitamento de memorias, pensamentos, emoções e ações…

76
Q

ACT: Processos chave - Contacto com momento presente

A

não ser dominados pelas histórias do Self, mas vendo-as como uma história sobre como tem sido a minha vida

77
Q

ACT: Processos chave - Disponibilidade ou aceitação

A

não é resignação, mas a abertura para o que é a experiência, o que pode emergir…, abertura para o que é oferecido, para o que a vida oferece. E depois temos escolha, ficar ou não com isso. Aceitação implica escolha.
Disponibilidade = qualidade de escolha ativa = estamos disponíveis para experienciar o que estamos a experienciar?

78
Q

ACT: Processos chave - Defusão cognitiva

A

criar distanciamento. Na fusão o mundo torna-se nos pensamento; quando distanciamos entre nós e o que a mente nos oferece sob a forma de pensamentos…, estes tornam-se mais claros estando em contacto com o momento presente

79
Q

ACT: Processos chave - Self como contexto

A

self experiencial (sinto-me triste) / self como observador - distanciando(estou a pensar que estou triste)

80
Q

ACT: Processos chave - Valores

A

Estar em contacto e ter clareza sobre o que valorizo, que valores escolho, o que me interessa ou importa, se eu for livre de escolher, o que escolho?

81
Q

ACT: Processos chave - Compromisso e ação

A

agir de acordo com o que valorizo

82
Q

ACT: Processos chave - Resumindo…

A

 É a forma como nos relacionamos com as nossas experiências que importa
 Fundamentalmente diferente da perspetiva de pensamentos incorretos que necessitam ser corrigidos ou alterados para promover bem-estar

83
Q

ACT: Desafiar os pressupostos da ‘normalidade’

A

 Dor psicológica faz parte da experiência humana
 A parte saudável da nossa mente naturalmente amplifica esta dor
 A dor psicológica é uma parte comum da experiência humana (Harris, 2006),não é anormal
 No centro do sofrimento psicológico (Hayes et al., 1996):
* Excessiva fusão com experiências internas indesejadas e/ou
* Lutar contra experiências internas indesejadas
 Menor predisposição para experiências internas difíceis:
* ↑ Experiências internas indesejadas
* ↓ Envolvimento com o momento presente

84
Q

ACT: Ingredientes essenciais

A

 Em que direções valiosas quer que a sua vida de mova?
 O que se está a pôr no caminho?
 Perceber o evitamento e controlo com problemas
 Reduzir evitamento experiencial e fusão: Estratégias de aceitação, mindfulness, defusão e self-observador
 Ao serviço de uma vida guiada por valores
 Não existe uma ordem ‘correta’

85
Q

ACT: Objetivos

A

 Construir uma vida com significado ao mesmo tempo que experienciamos experiências interna difíceis
 Reduzir o controlo que os pensamentos e sentimentos têm sobre o nosso comportamento
 Aumentar a ligação com o aqui e agora
 Usar os nossos valores para determinar ações
 Criado propositadamente como um modelo transdiagnóstico

86
Q

Como é que ACT pode ajudar?

A

Imagem (11)

87
Q

ACT: 2 processos transdiagnósticos chave

A

Fusão Cognitiva
Evitamento Experiencial
Transdiagnóstico – processos psicológicos subjacentes uma grande variedade de dificuldade de saúde mental

88
Q

ACT: 2 processos transdiagnósticos chave - Fusão Cognitiva

A

 Emaranhamento excessivo com pensamentos e sentimentos
 Ver os pensamentos como verdades literais (Eu sou um fracasso), em vez de ver como eventos passageiros da mente; reconstrução fluída da realidade
 Usar pensamentos e sentimentos para determinar o que podemos e não podemos fazer

89
Q

ACT: 2 processos transdiagnósticos chave - Evitamento Experiencial

A

 Através de linguagem e cognição, a dor psicológica pode ser evocada a qualquer momento
 Estamos predispostos a evitar perigo e dor
 Faz sentido evitar pensamentos, sentimentos, memórias, e locais indesejados que os evocam/desencadeiam
 É um problema se for:
o Rígido
o Inflexível
o Interfere com os nossos valores
 Amplifica/Exacerba o sofrimento

90
Q

ACT: processos

A

Aprender a perceber “sintomas” como eventos psicológicos inofensivos, mesmo que desconfortáveis e transitórios.
As intervenções da ACT centram-se em dois processos principais:
1. Desenvolver a aceitação de experiências privadas indesejadas que estão fora do controlo pessoal.
2. Compromisso e ação para viver uma vida valorizada.
↳Para produzir maior flexibilidade psicológica

91
Q

ACT: processos - fase inicial

A

Fase inicial: Explorar e enfraquecer o evitamento experiencial
Ajudar o cliente a identificar evitamento experiencial na sua vida: ‘O que é que deixou de fazer ou que sentiu falta esta semana para manter a ansiedade (…) de lado?’
Considerar os custos e benefícios a curto e longo prazo
 ‘Na sua experiência o evitamento tem funcionado?’
 Ajuda-/a a aproximar-se ou a afastar-se daquilo que realmente é importante para si?
Validar – em termos lógicos, é uma ideia que funciona!

92
Q

ACT: processos - alternativa à fase inicial

A

Uma alternativa – aumentar a aceitação
 ‘Dar espaço’ para acontecimentos internos indesejados
 Explorar e observar ativamente o crescimento e queda de experiências internas difíceis, com curiosidade, compaixão, e sem julgamento
 Escolher ativamente permitir-se estar com estas experiências e mover-se em direção aos seus valores

93
Q

ACT: Workability

A

O “estar no presente” é conseguido permitindo que a workability exerça mais controlo sobre o comportamento; e usando a linguagem mais como uma ferramenta para observar e descrever eventos, e não simplesmente para predizê-los e julgá-los.
O seu comportamento/pensamentos estão a funcionar para lhe proporcionar uma vida preenchida e com sentido?
 Se sim, continua o que estás a fazer.
 Se não, consideraria fazer algo diferente?
O que funciona a curto prazo para nos vermos livres de pensamentos e sentimentos indesejados , frequentemente não funciona a longo-prazo para construir uma vida preenchida e com sentido.
Critérios de Workability

94
Q

ACT: Workability - critérios

A

Esquema (12)

95
Q

Modelo ACT

A

Imagem (12)

96
Q

ACT: Mindfulness

A

Muitos dos problemas surgem por estarmos em piloto automático.
 Fazer coisas sem prestar atenção consciente
 Reagir às experiências em vez de responder
 Não estar em sintonia com o aqui e agora, com as nossas experiências internas e externas
Por isso surge a necessidade de praticar o mindfulness de modo a estar em contacto com o presente.
 Conjunto de competências psicológicas
 Prestar atenção ao momento presente:
o Abertura
o Curiosidade
o Flexibilidade
 Treinar a mente para estar de forma consciente com o aqui e agora
 Reduzir respostas automáticas – agir em vez de reagir
 Notar e deixar passar os pensamentos sem julgamento:
o Leaves on a stream
o Getting off the mind train
o Clouds in the sky

Reflexões (13)

97
Q

ACT: Aceitação - aumento

A

Quadros (13)

Abrir espaço para experiências internas indesejadas
Explorar e observar ativamente como estas experiências internas difíceis aumentam e diminuem em intensidade
 Curiosidade
 Compaixão
 Sem julgamento
Ativamente escolher dar permissão a estas experiências para ficarem no aqui e agora e mover-se numa direção com significado para si

98
Q

ACT: Aceitação - termo problemático

A

O deixar estes sentimentos estarem aqui consigo, criar espaço para eles, “deixar os passageiros estarem aqui”, “permitir a presença deles” parece que está a perguntar “O que está disposta/o/u a experienciar, neste momento, que vai de encontro às coisas que mais valoriza?“. Isto parece remeter para a resignação, passividade, ou derrota -> Contudo implica o envolvimento ativo e com significado com a sua vida

99
Q

ACT: Aceitação - 3 A´s

A

Acknowladge (Reconhecer)
Allow (permitir)
Accomodate (acomodar)

100
Q

ACT: Defusão

A

Fusão e Defusão
Defusão tem como objetivo:
 Alterar a forma como cliente experiencia os seus pensamentos
 Ver pensamentos como pensamentos e não como verdades
 Criar distanciamento
Permite diminuir o quanto acredito num pensamento e não tanto uma mudança imediata na frequência do pensamento

Quadro (13)

101
Q

ACT: Defusão - exercícios

A

Observar os nossos pensamentos em vez de ver através dos nossos pensamentos.
 Folhas na corrente
 Sair do comboio da minha mente
 Créditos de um filme
 Aquela música antiga

102
Q

ACT: Self observador e Self como contexto

A

Self como conceito: sentido do self determinado pelo conteúdo das nossas experiências internas

Vs.

Self observador: sentido do self mais estável, consistente, presente ao longo da nossa vida (Eu sou o contexto em que estes pensamentos, emoções e memórias vêm e vão)

103
Q

ACT: Valores e Ação com compromisso - O que são valores?

A

Quadros (14)
Uma direção para viver e escolher
Não é algo que possamos possuir nem obter
Escolhidos livremente, reforçados intrinsecamente
Estar presente e experienciar a vida de um modo mais pleno
 Amar e ser amado/a/u
 Ser compassivo/a /u e gentil
 Conectar com os outros
 Conhecer mais
 Curiosidade
 Igualdade e Justiça

104
Q

ACT: Valores e Ação com compromisso - Valores

A

Tornar direções com valor em objetivos:
 Compromisso diário para ações de acordo com os nossos valores:
 Ex. ‘Ser uma mãe amorosa e disponível’:
o Ir ao parque/jardim com os meus filhos
o Estar presente na hora de deitar e enquanto leio uma história
Barreiras
 O que surge entre si e que importa para si?
 Aceitação, defusão, e mindfulness
Valores podem ser ao mesmo tempo encorajadores e dolorosos - ‘values and vulnerability poured from same jug’
Determinar compromissos pequenos e a curto-prazo que vão de encontro aos nossos valores

105
Q

ACT: Self-Compassion

A

Atitude emocionalmente positiva do self (Neff, 2003):
 Sentir-se tocado /sensibilizado por e aberto ao próprio sofrimento
 Oferecer ‘gentileza/bondade’ através de compreensão sem julgamento à nossa própria dor, imperfeições e fracassos.
Self -compassion como uma sensibilidade ao sofrimento em nós próprios, com o compromisso de prevenir e ao mesmo tempo aliviar este sofrimento (Gilbert et al., 2017)
Origem na filosofia budista

106
Q

ACT: Evidência empírica

A

Mais de 50 meta-análises sobre ACT com grupos clínicos
 Bai et al., (2020): O ACT para depressão superou os grupos de controle inativos e foi equivalente aos grupos de controle ativo, por exemplo. TCC
 Gloster et al., (2020): eficácia transdiagnóstica do ACT; equivalente a TCC
 Coto-Lesmes et al. (2020): grupo ACT depressão e ansiedade, superior aos grupos controle e equivalente à TCC
 A-Tjak et al. (2015): O ACT superou os grupos de controle (ES = 0,57) e foi tão eficaz quanto as terapias estabelecidas
 Graham et al., (2016): condições de longo prazo; dados promissores, mas várias limitações observadas
 Hughes et al. (2017): dor crônica; superior ao controle, mas poucas comparações ativas
 Poderes et al. (2009): o ACT superou os grupos de controle (ES = 0,42) e eficácia semelhante aos tratamentos estabelecidos (ES = 0,18)
 Ost (2014): média geral ES 0,42, sem sig dif CBT

107
Q

ACT: “Forças” e Limitações da ACT

A

Algumas medidas apresentam pobre validade: Acceptance and Action Questionnaire-II (AAQ-II)
Estudos com maior qualidade apresentam um tamanho do efeito mais baixo (ex: A-Tjak et al.,)
Ost (2014): estudos são
 Tipicamente menos manualisados
 Grupos de controlo inativos
 Falta de independência do investigador
 Menor financiamento
Qualidade metodológica dos estudos tem vindo a aumentar (ex: A-Tjak et al., 2015)

108
Q

ACT: Recomendações

A

 Horas de contacto equivalente quando se usa TAU como grupo de controlo
 Monitorizar a competência dos terapeutas
 Monitorizar o uso de tratamentos concorrentes
 Aumentar a voz de grupos sub-representados

109
Q

ACT: Minorias, etnias e diferentes culturas, e/ou pessoas vulneráveis? - Questões culturais

A

 Cultura ocidental: Individualismo
 Cultura Oriental: Coletivismo

110
Q

ACT: Minorias, etnias e diferentes culturas, e/ou pessoas vulneráveis? - Cultura e etnia

A

Cultura e etnia
 ACT desconstrói ideias ocidentais sobre saúde mental
 Sistema individual de valores: ‘O que é importante para si?
 Integração de ideias ocidentais e orientais

111
Q

ACT: Minorias, etnias e diferentes culturas, e/ou pessoas vulneráveis? - Desafios

A

Desafios
 Imposição de perspetivas ocidentais noutras culturas e etnias
 Imperativo testar a aplicabilidade e eficácia destes modelos noutras cultura

112
Q

Modelos construtivistas

A

Esquema (15)
Positivismo é o comportamentalismo: o que existe e o que nós vemos é a realidade (consigo conhecer as coisas simplesmente observando)
Realismo é o cognitivismo: foca-se nos mecanismos por trás do que é observável – aceita alguma subjetividade (construção da realidade)
Construtivismo: a realidade é aquilo que nós construímos – a experiência pessoal é o interesse.

Construtivismo vs Realismo:
“Não me corre nada bem” “Eu falho em tudo o que faço” – distorções cognitivas (Catastrofização)
No realismo pegamos na experiência e tentamos encaixar a conceitos que já temos (catastrofismo)
No construtivismo tentamos encaixar o conceito na experiência da pessoa – construtos pessoais – esta pessoa vê a vida através da lente “pessimismo” (ex.)

113
Q

Modelos construtivistas: cultura pós-moderna

A

A cultura pós-moderna assume:
1- a natureza fragmentada e heterogénea da realidade - a noção que cada pessoa tem da realidade é relativa
2- o carácter histórico e contextual e portanto provisório do conhecimento - O nosso conhecimento é contextual, depende do nosso contexto histórico
3- a possibilidade de conhecimentos alternativos - como depende da realidade, podem existir várias versões da “verdade”
O paradigma construtivista ganhou força e oportunidade num contexto social e cultural pós-moderno, aberto à novidade e à diversidade
As abordagens construtivistas à psicoterapia emergem num contexto evolutivo da própria psicologia e da psicoterapia, com mais força nos anos 90, em que a necessidade da afirmação como ciência estava já ultrapassada ( como acontecia nos 50 / 60)

114
Q

Objetivismo vs. construtivismo

A

Tabela (15)

115
Q

Contribuições ao construtivismo

A

Contribuições ao construtivismo
* Contribuições de várias tradições da psicologia ( comportamental, cognitiva, existencial-humanista, psicodinâmica, sistémica e transpessoal)
* Contribuições da antropologia, biologia, neurociência cognitiva, filosofia, sociologia, …)
* Abordagem que cria pontes e equilibra perspetivas (contrastes), em particular entre mente / corpo, cognição / emoção, self/sociedade, e ciência / espiritualidade

116
Q

Construtivismo: Informações

A

 “Construir” significa: organizar / criar ordem (de modo a dar coerência às nossas experiências)
 Ordem é essencial para a perceção e fundamental para o significado
 Construtivismo enfatiza a reorganização permanente e dinâmica
 Relação entre a mudança e a experiência ( ninguém sobe o mesmo rio duas vezes - não é só a agua que corre e o rio que muda, a pessoa também é mudada pela experiência)
 Mais que ser recipientes passivos da experiência, nós construímos o nosso conhecimentos por meio de categorias

117
Q

Construtivismo em psicologia / psicoterapia

A

 Não somos prisioneiros do nosso passado nem livres para escolher qualquer futuro
 Somos protetores “do que colocamos junto ao nosso “coração” (nossas construções) – a nossa visão da realidade, o nosso sentido de nós próprios, os nossos valores e o nosso sentido de controlo
 Quando nos pedem para mudar isto, como acontece ao longo do nosso desenvolvimento, o desafio para mudar pode ser avassalador – a mudança necessita de tempo
Oferece uma escolha promissora nas formas de pensar sobre e como lidar com os processos de mudança humana

118
Q

MC: Processos de mudança humana

A

O construtivismo sugere que é típico para o humano tipificar / criar categorias.
 Os problemas acontecem quando as categorias são inadequadas para a nossa experiência. É quando precisamos de uma revolução no nosso pensamento e no nosso ser (reconstrução de categorias)
 Períodos de desorganização e flutuação na nossa experiência são naturais e partes necessários no nosso desenvolvimento. Este períodos habitualmente não são agradáveis mas refletem a promessa e a possibilidade dos nossos processo de ser

119
Q

MC: O que acontece quando as formas antigas de ser falham para satisfazer novas exigências?

A

 Somos formas de vida flexível: encontramos formas de continuar, tentamos novas alternativas
 Uma das enfases centrais do construtivismo é que a mudança é a essência da vida
 Ordem não é o oposto de desordem. São processos complementares – Para reconstruir categorias, muitas vezes é necessário desorganizá-las para posteriormente organizá-las de uma forma mais adaptativa e adequada
 Estabilidade / estrutura não é o oposto de processo
 O mesmo se aplica à continuidade e mudança na nossa vida psicológica – há os processos psicológicos que são essenciais para a nossa existência / continuidades estruturais: traços, verdadeiro self, personalidade…

120
Q

MC: As pessoas podem mudar?

A

Sim, mas raramente é simples, fácil e agradável
 A mudança humana é complexa e difícil
 Mudar os nossos padrões habituais é um enorme desafio – Isto não significa que não somos capazes mas que somos sábios para apreciar a autoproteção conservadora do processos de mudança (nesta perspetiva é importante respeitar os movimentos de auto-proteção da pessoa – a forma como se construiu)
 A mudança é um processo arriscado e muitas vezes solitário - nesta perspetiva, quando os clientes se recusam a alguma mudança, devemos perceber isto como uma incapacidade ou dificuldade do cliente e por isso adaptarmos para algo mais simples ou tentamos compreender porque é que a pessoa recusa, e a partir disto trabalhar
 O mesmo se aplica à continuidade e mudança na nossa vida psicológica – há os processos psicológicos que são essenciais para a nossa existência / continuidades estruturais: traços, verdadeiro self, personalidade…

121
Q

MC: Pode uma pessoa ajudar outra a mudar?

A

Pode uma pessoa ajudar outra a mudar? (Há uma influência e Rogers (humanismo) - ser empático e curioso sobre a forma como a pessoa funciona)
Sim,
 muitos dos processos de mudança acontecem no contexto da relação humana – somos fundamentalmente seres relacionais
 As nossas relações com os outros são fundamentais para a nossa sobrevivência e adaptação
Algumas relações aprisionam-nos em padrões que impedem e complicam a nossa mudança e outras relações oferecem oportunidades de mudança

122
Q

MC: São algumas formas de ajuda melhores que outras?

A

Sim. Formas mais efetivas de ajudar tendem a ser:
1- mais sensíveis às suas necessidades, à sua historia desenvolvimento, seus estilos de aprendizagem, seus ciclos de aprendizagem, as circunstancias da sua vida em mudança, suas relações comunidades, culturas…
2- mais criativas, mais afirmativas e mais respeitadoras das nossas capacidades para o desenvolvimento
Refletem uma perspetiva construtivista sobre o ser humano e a mudança humana

123
Q

Construtivismo e natureza humana: Temas

A

Agência Ativa
Ordem
Self
Relação simbólico-social
Desenvolvimento ao longo da vida

124
Q

Agência Ativa

A

A experiência humana envolve Agência ativa
 Os seres humanos são agentes ativos nas suas experiências/vidas
 Construtivismo não nega a nossa capacidade para reagirmos espontaneamente ou de modo condicionado, mas os nossos esforços para sobreviver são fundamentalmente proativos.
 Nós antecipamos. E a nossa postura nestes processos de ação influencia a forma e a direção das nossas experiências
 Estamos a todo o momento envolvidos em atos de seleção

125
Q

Ordem

A

O segundo principio do construtivismo reconhece que precisamos de ordem:
 Organizamos os nossos mundos e respondemos à ordem dentro deles – é por causa desta ordem que respondemos a diferentes situações de forma diferentes - ex. podemos estar muito stressados numa certa situação e menos stressados noutra
 Desenvolvemos padrões e criamos significados e muito disto sem nos apercebermos que o estamos a fazer (tácito) - não temos a noção que estamos a criar categorias e construir significado (≠ inconsciente)
 Padrões de significado que formam a estrutura de raiz do nosso padrão e vida. Isto aplica-se às nossas ações físicas, padrões de pensamento, sentimentos
 Demoramos muito a mudar, – as mudanças mais importantes nas nossas vidas podem requerer ruturas e reparações no verdadeiro tecido das nossas vida

126
Q

Self

A

Organizamos o nosso mundo, organizando-nos primeiro a nós
 Nas fases precoces da vida passamos por um processo de individuação numa identidade coerente e diferenciada, o corpo e as suas fronteiras tornam-se um eixo para a organização da experiência.
 Self como um processo singular que se auto-organiza em articulação com a experiência e em coerência com a ordem pessoal
 O sentido do Self emerge e muda primariamente na relação com os outros.

127
Q

Relação simbólico-social

A

 Muita da ordem que procuramos e do significado que criamos emerge de que sentimos com os outros
 A auto-organização ativa do self ocorre não apenas no corpo mas simultaneamente com e através de ligações sociais e simbólicas
 Umas das formas de organizar a nossa experiência e de nos relacionarmos com os outros é através de histórias – uma grande parte da nossa construção de significado é experienciada e expressa através de narrativas (linguagem): nossas narrativas / nossos selves

128
Q

Desenvolvimento ao longo da vida

A

 Enfase nos processos desenvolvimentais ao longo da vida - ciclos ou espirais da experiência.
 Vivemos a nossa vida a procurar um equilíbrio que não se consegue na perfeição.
 mudanças graduais  manutenção da nossa ordem pessoal
 mudanças maiores  descontinuidade / evolução  revolução pessoal – Em face de desafios grandes:
o rigidez e desorganização (resistimos à mudança)
o Variabilidade / diferenciação da ordem anterior (tentativas de reorganização)

129
Q

Epistemologia construtivista na psicologia / psicoterapia

A

1- Conhecimento proactivo: ser humano como um participante ativo no processo de construção da sua experiência, assume um papel de agente ativo e proativo na co-construção do conhecimento
2- Estrutura nuclear morfogénica: o conhecimento é representado numa hierarquia multidimensional, com os níveis tácitos a definirem o leque de experiências a nível superficial
3- Desenvolvimento auto-organizativo: sistema aberto, embora limitado, de significações da experiência num processo dinâmico, cíclico e coerente

130
Q

Fases da terapia construtivista

A

Página 17

131
Q

Desafios do construtivismo aos terapeutas: Numerar desafios

A

Página 17/18

132
Q

Desafio da causalidade linear

A

Página 17/18

133
Q

Desafio do conhecimento e poder absoluto do terapeuta

A

Página 18

134
Q

Desafio à responsabilidade do terapeuta

A

Página 18

135
Q

Desafio ao conceito de resistência terapêutica

A

Página 18

136
Q

Relação terapeutica no construtivismo

A

Página 18

137
Q

História construtivista

A

Página 18

138
Q

Implicações do construtivismo para a psicoterapia

A

Página 18

139
Q

Diferentes teorias construtivistas

A

Página 18

140
Q

Principios centrais do construtivismo pessoal

A

Página 18

141
Q

G. Kelly - postulado fundamental

A

Página 19

142
Q

G. Kelly - O ser humano como cientista pessoal

A

Página 19

143
Q

G. Kelly - uma teoria sobre teorias pessoais

A

Página 19

144
Q

Construtos pessoais + corolário da dicotomia

A

Página 19

145
Q

conhecimento como diferenciação

A

Página 19

146
Q

estratégias para conhecer os construtos

A

Página 19

147
Q

Construtos pessoais + corolário da construção

A

Página 20

148
Q

Corolário da organização

A

página

149
Q

Construtos nucleares e periféricos + corolário da escolha

A

Página 20

150
Q

Ciclo da experiência

A

Página 20

151
Q

Construtivismo e mudança humana + corolário da sociabilidade

A

Página 20

152
Q

Alternativismo construtivo

A

Página 21

153
Q

Disfunção Psicológica

A

Página 21

154
Q

O maior repto e a maior tarefa do ser humano é transcender o óbvio

A

Página 21

155
Q

Dilema implicativo

A

Página 21

156
Q

Implicações para a psicoterapia construtivista pessoal

A

Página 22

157
Q

Psicoterapia deve viabilizar a estrutura do sistema de construtos

A

Página 22

158
Q

Psicoterapia como processo de colaboração científica

A

Página 22