Contextos Flashcards
A família como contexto social primário
Vinculação – modelo interno da relação: a primeira relação que temos quando somos bebés vai servir de modelo para as relações posteriores (ex. se uma mãe com depressão negligencia o bebé quando chora, este vai aprender que não pode confiar, e posteriormente não vai confiar nas suas relações). Afetos. Disponibilidade dos outros. Os vínculos condicionam o nosso sentido de valor próprio/identidade (ex. no ex, anterior, a criança no futuro poderia ter crenças como “eu não sou boa o suficiente” devido ao estilo de vinculação desorganizado);
Pertença
Identidade
Padrões de Relação
Papéis e funções – irmão, tio, primo, neto…. Todas estas são funções/papéis que aprendemos na família e que nos permitem relacionar de formas diferentes, e o que é esperado de nós tendo em conta esses papéis;
Cultura e valores – Forma como a família nos auxilia ou não na integração social
A família é um sistema:
Conjunto complexo de elementos ligados por vínculos que interagem entre si e com o exterior mantendo o equilíbrio ao longo do seu ciclo vital, traduzindo em diferentes estádios evolutivos (as famílias mudam com o tempo, tem crises e desenvolvimentos nas suas relações, estruturas e funções)
Propriedades do sistema família
- Totalidade
- Feedback
- Equifinalidade
- Homeostase
- Morfogénese
- Causalidade circular ou não linearidade
Propriedades do sistema família: Totalidade
Totalidade – a família é mais do que a soma dos seus elementos (ex. as relações que se constituem entre as pessoas acabam por fazer com que a família seja um simples conjunto de unidades). Envolve inter-relação e interdependência dos comportamentos de todos os membros da família.
Propriedades do sistema família: Feedback
Feedback – o sistema familiar interage internamente e com o seu exterior. Em função da informação que recebe, ajusta o seu comportamento de forma de assegurar a continuidade.
o Sinergia – interação em que as partes de um todo concorrem para um mesmo resultado.
o Entropia – desordem, deterioração ou ausência de sinergia (numa família deve haver um equilíbrio para que o sistema não cesse de existir ex. o relacionamento com um homem disfuncional pode provocar desequilíbrios na entropia de uma família, quando esta tenta aceitar o relacionamento mesmo que este tenha um impacto negativo
Propriedades do sistema família: Equifinalidade
Equifinalidade – o sistema familiar procura atingir os mesmos objetivos por diferentes vias (ex. pais e filhos podem ter métodos diferentes para tentar manter a família coesa). Implica flexibilidade e adaptabilidade.
Propriedades do sistema família: Homeostase
Homeostase – processo de autorregulação que mantém a estabilidade preservando o funcionamento.
Propriedades do sistema família: Morfogénese
Morfogénese – processo de mudança da organização interna por absorção dos aspetos externos do meio (alterações da dinâmica interna familiar para a adaptação, o que cria o risco de desorganizar).
Propriedades do sistema família: Causalidade circular ou não linearidade
Causalidade circular ou não linearidade – Cada efeito no sistema pode retroativamente alterar a causa que o determinou. Há um sistema de influências recíprocas em que cada um influencia os outros e é influenciado por eles
Em suma, a família é um sistema:
- aberto
- dinâmico
- com finalidade
o interna – proteção psicossocial dos seus membros
o externa – acomodação a uma cultura e transmissão dessa mesma cultura. - interdependente - uma mudança num dos elementos provoca mudanças nos demais
- autorregulado - regras e papéis que regulam as relações
o universais e explícitas
o variáveis e implícitas - que contém outros subsistemas: Entre os membros da família existem vínculos específicos de que decorrem relações particulares, formando-se reagrupamentos de membros.
Sistema familiar= subsistema parental + subsistema conjugal + subsistema fraternal/filial
Fronteiras/limites: definição
regras, padrões e normas que regulam a interação dos membros de cada subsistema entre si (interpessoais) e do subsistema com o exterior.
Fronteiras/limites: Podem ser:
- Rígidas vs difusas – flexibilidade e permeabilidade
o Ex, fronteira difusa interpessoal – “desde que tivemos filhos nunca mais tivemos tempo como casal” – o subsistema conjugal deixou-se “invadir” pelo subsistema parental (as fronteiras não estão claras) - Nítidas vs ambíguas
Fronteiras/limites: Impactam
Coesão familiar: dependem dos vínculos afetivos e ligação/distância entre os membros da família (grande coesão - vínculos fortes e a distância entre membros é pequena)
Comunicação familiar: Circulação de informação na família e com o exterior
Fronteiras/limites: (Sub)sistemas
Desmembrados/desligados: coesão extremamente baixa, fronteiras rígidas
Separados: coesão baixa a moderada;
Ligados: coesão moderada a alta;
Emaranhados/aglutinados: coesão extremamente alta, fronteiras difusas
Fronteiras/limites: Tipos de família
Família aglutinada
Família desligada
Fronteiras/limites: Família aglutinada
Excesso de comunicação e preocupação
Perda de limites
Excessiva dependência entre os seus membros com perda de autonomia
Fronteiras/limites: Família desligada
Comunicação debilitada
Limites muito rígidos
Baixa dependência entre os seus membros
Numa família podem existir:
- Alianças
- Adaptabilidade
- Coligações
- Hierarquia
- Auto-organização
Numa família podem existir: Alianças
uniões relacionais positivas entre certos membros do sistema familiar com um interesse/objetivo comum
o Ex: aliança parental - coparentalidade
Numa família podem existir: Adaptabilidade
capacidade de um sistema sobreviver, transformando-se ao longo do seu ciclo de vida. Processo dinâmico alimentado pelo feedback que procura a estabilidade na mudança.
Capacidade da família e dos seus subsistemas para alterar a sua estrutura de poder, interação, regras e papéis em função dos contextos, situações, mudanças ou momentos de crise específicos do desenvolvimento
a) sistema rígido: adaptação extremamente baixa;
b) sistema estruturado: adaptação baixa a moderada;
c) sistema flexível: adaptação moderada a alta;
d) sistema caótico: adaptação extremamente alta.
Numa família podem existir: Coligações
uniões relacionais de dois ou mais membros contra um terceiro
o Triangulações - envolvem 3 pessoas, duas das quais pertencem (passam de mensagem entre os membros)
Numa família podem existir: Hierarquia
autoridade e diferenciação de papéis entre país e filhos
o Funcionalidade da família hierarquia clara e inequívoca
o Disfuncionalidade: horizontalização ou inversão de papéis (parentificação)
Numa família podem existir: Auto-organização e nota
o sistema familiar é influenciado por forças internas e externas, organizando-se de forma a manter o equilíbrio e a estabilidade e a preservar a sua autonomia.
A perspetiva sistémica sobre as famílias não se foca nos défices, mas procura compreender os seus arranjos e dinâmicas, mobilizando os recursos e potenciando as suas capacidades para superar os desafios com que se confrontam.
Ciclo Vital
- As famílias desenvolvem-se.
- Há “uma sequência previsível de transformações na organização familiar, em função do cumprimento de tarefas bem definidas; a essa sequência dá-se o nome de ciclo vital e essas tarefas caracterizam as suas etapas.” (Relvas, 2006, p.16)
- O ciclo vital da família compreende a interação das características dos sujeitos e das suas relações, dos sistemas e das suas relações internas e com os contextos externos em que a família se insere.
Formação do casal –> Família com filhos pequenos –> Família com filhos na escola –> Família com filhos adolescentes –> Família com filhos adultos
Crise
Crises são momentos de mudança interna ou externa, oportunidades de evolução e um risco de disfuncionamento e patologia. A sua resolução processa-se através da mudança contínua.
Podem implicar grande stress e sofrimento familiar
As crises podem ser:
a) normativas – transições desenvolvimentais
b) não normativas - circunstanciais, imprevisíveis, acidentais e inesperadas
Existem diferentes configurações familiares, podendo ser:
Famílias nucleares: composta por pai, mãe e filhas;
Famílias adotivas: sem relações consanguíneas entre pais e filhos;
Famílias homoafetivas: compostas por casais homossexuais, incluindo ou não crianças;
Famílias transgénero: composta por pessoas em uma delas o casal se reconhece como transgénero, incluindo ou não crianças;
Famílias extensas: com 3 ou 4 gerações;
Famílias monoparentais: chefiadas somente pelo pai ou pela mãe;
Famílias reconstituídas: (ou recasadas) após o divórcio.
Relações de pares: No início da adolescência
Esquema (2)
Processos de homogeneização dos grupos de pares
Tabela (3)
Homogeneidade: as condições que eu tenho (características, gostos, comportamentos, rotinas…) devem ser iguais aos do grupo, para pertencer; estas necessidades não surgem necessariamente pressões do grupo, muitas vezes são escolhas pessoais provindas da necessidade de pertença
A adolescência é um período de elevada…
conformidade
sensibilidade socioafetiva
suscetibilidade à influência dos pares
A adolescência é um período de elevada conformidade
Na adolescência (início e meio) atinge o seu ponto máximo:
a conformidade com os pares => [Conformidade => Uniformidade]
a semelhança entre amigos com comportamentos problemáticos autorrelatados
A adolescência é um período de elevada sensibilidade socioafetiva
A evidência da neuropsicologia recente sugere que os adolescentes são especialmente responsivos ao feedback dos pares, mais ainda dos amigos.
A adolescência é um período de elevada suscetibilidade à influência dos pares
Mudanças estruturais na escola e nos contextos de tempo livre
Alterações de contextos, menor supervisão dos pais impõem como consequência adaptativa a necessidade dos pares, criando condições favoráveis à sua influência.
Discrepância entre maturidade e autonomia (ex. o adolescente que conduz sem carta eo facto de ele ser capaz de o fazer, não implica que tenha maturidade para o fazer)
Desenvolvimento da identidade
Diferenciação dos pais / Procura de iguais
A influência dos pares tende a diminuir com a resolução da aquisição da identidade
Modelos explicativos da influência dos pares: Teoria da distinção ótima
As pressões de conformidade fazem-se sentir em áreas significativas para a identidade do grupo. A distinção é tolerada quando não conflitua com as prioridades do grupo.
O sujeito procura o equilíbrio entre a integração num grupo coeso similar, salvaguardando a sua individualidade.
Modelos explicativos da influência dos pares: Modelos cognitivos de influência social
Papel no envolvimento, deliberado ou não, em condutas de conformidade:
da perceção da valorização pelos outros do comportamento
das experiências e trocas interpessoais que envolvem gratificações – ex. ter um determinado comportamento para ser recompensado pelo grupo (ex. elogios)
da motivação para reduzir tensões, dissonâncias cognitivas, desgastes e desequilíbrios.
Modelos explicativos da influência dos pares: Modelo Influência – Compatibilidade
Modelo sintetizador, o grupo de pares procura aumentar a influência de modo a aumentar a semelhança e por isso a compatibilidade (partilham atitudes, interesses e comportamentos, o que facilita a convivência)
Imagens (3)
3 tipos de grupos
Díades/Relações de amizade (2 pessoas)
Grupo de pares (Pequenos grupos ou Grandes grupos)
Caraterísticas das relações de amizade
Pares (há alguma característica que é igual e por isso “pares”): = idade, = poder, = contextos sociais frequentados
Influência dos pares
Tabela (4)
Amizades são:
Voluntárias
Recíprocas
Necessidades socioafetivas (amor, vinculação, intimidade, lealdade, apoio,segurança)
conhecer + gostar
Amizades: Qualidades
5 qualidades das amizades:
a) Companheirismo
b) Conflito
c) Ajuda
d) Segurança
e) Proximidade
Fatores de risco e proteção nas relações de pares: Isolamento social e ausência de relações de amizade
Fator De Risco
> sofrimento emocional
problemas sociais e académicos
comportamentos disruptivos
baixo desempenho académico
menos comportamentos pró-sociais
Fator De Proteção: consumos