Contextos Flashcards

1
Q

A família como contexto social primário

A

 Vinculação – modelo interno da relação: a primeira relação que temos quando somos bebés vai servir de modelo para as relações posteriores (ex. se uma mãe com depressão negligencia o bebé quando chora, este vai aprender que não pode confiar, e posteriormente não vai confiar nas suas relações). Afetos. Disponibilidade dos outros. Os vínculos condicionam o nosso sentido de valor próprio/identidade (ex. no ex, anterior, a criança no futuro poderia ter crenças como “eu não sou boa o suficiente” devido ao estilo de vinculação desorganizado);
 Pertença
 Identidade
 Padrões de Relação
 Papéis e funções – irmão, tio, primo, neto…. Todas estas são funções/papéis que aprendemos na família e que nos permitem relacionar de formas diferentes, e o que é esperado de nós tendo em conta esses papéis;
 Cultura e valores – Forma como a família nos auxilia ou não na integração social

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2
Q

A família é um sistema:

A

Conjunto complexo de elementos ligados por vínculos que interagem entre si e com o exterior mantendo o equilíbrio ao longo do seu ciclo vital, traduzindo em diferentes estádios evolutivos (as famílias mudam com o tempo, tem crises e desenvolvimentos nas suas relações, estruturas e funções)

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3
Q

Propriedades do sistema família

A
  1. Totalidade
  2. Feedback
  3. Equifinalidade
  4. Homeostase
  5. Morfogénese
  6. Causalidade circular ou não linearidade
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4
Q

Propriedades do sistema família: Totalidade

A

Totalidade – a família é mais do que a soma dos seus elementos (ex. as relações que se constituem entre as pessoas acabam por fazer com que a família seja um simples conjunto de unidades). Envolve inter-relação e interdependência dos comportamentos de todos os membros da família.

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5
Q

Propriedades do sistema família: Feedback

A

Feedback – o sistema familiar interage internamente e com o seu exterior. Em função da informação que recebe, ajusta o seu comportamento de forma de assegurar a continuidade.
o Sinergia – interação em que as partes de um todo concorrem para um mesmo resultado.
o Entropia – desordem, deterioração ou ausência de sinergia (numa família deve haver um equilíbrio para que o sistema não cesse de existir  ex. o relacionamento com um homem disfuncional pode provocar desequilíbrios na entropia de uma família, quando esta tenta aceitar o relacionamento mesmo que este tenha um impacto negativo

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6
Q

Propriedades do sistema família: Equifinalidade

A

Equifinalidade – o sistema familiar procura atingir os mesmos objetivos por diferentes vias (ex. pais e filhos podem ter métodos diferentes para tentar manter a família coesa). Implica flexibilidade e adaptabilidade.

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7
Q

Propriedades do sistema família: Homeostase

A

Homeostase – processo de autorregulação que mantém a estabilidade preservando o funcionamento.

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8
Q

Propriedades do sistema família: Morfogénese

A

Morfogénese – processo de mudança da organização interna por absorção dos aspetos externos do meio (alterações da dinâmica interna familiar para a adaptação, o que cria o risco de desorganizar).

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9
Q

Propriedades do sistema família: Causalidade circular ou não linearidade

A

Causalidade circular ou não linearidade – Cada efeito no sistema pode retroativamente alterar a causa que o determinou. Há um sistema de influências recíprocas em que cada um influencia os outros e é influenciado por eles

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10
Q

Em suma, a família é um sistema:

A
  • aberto
  • dinâmico
  • com finalidade
    o interna – proteção psicossocial dos seus membros
    o externa – acomodação a uma cultura e transmissão dessa mesma cultura.
  • interdependente - uma mudança num dos elementos provoca mudanças nos demais
  • autorregulado - regras e papéis que regulam as relações
    o universais e explícitas
    o variáveis e implícitas
  • que contém outros subsistemas: Entre os membros da família existem vínculos específicos de que decorrem relações particulares, formando-se reagrupamentos de membros.

Sistema familiar= subsistema parental + subsistema conjugal + subsistema fraternal/filial

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11
Q

Fronteiras/limites: definição

A

regras, padrões e normas que regulam a interação dos membros de cada subsistema entre si (interpessoais) e do subsistema com o exterior.

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12
Q

Fronteiras/limites: Podem ser:

A
  • Rígidas vs difusas – flexibilidade e permeabilidade
    o Ex, fronteira difusa interpessoal – “desde que tivemos filhos nunca mais tivemos tempo como casal” – o subsistema conjugal deixou-se “invadir” pelo subsistema parental (as fronteiras não estão claras)
  • Nítidas vs ambíguas
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13
Q

Fronteiras/limites: Impactam

A

Coesão familiar: dependem dos vínculos afetivos e ligação/distância entre os membros da família (grande coesão - vínculos fortes e a distância entre membros é pequena)
Comunicação familiar: Circulação de informação na família e com o exterior

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14
Q

Fronteiras/limites: (Sub)sistemas

A

 Desmembrados/desligados: coesão extremamente baixa, fronteiras rígidas
 Separados: coesão baixa a moderada;
 Ligados: coesão moderada a alta;
 Emaranhados/aglutinados: coesão extremamente alta, fronteiras difusas

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15
Q

Fronteiras/limites: Tipos de família

A

Família aglutinada
Família desligada

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16
Q

Fronteiras/limites: Família aglutinada

A

Excesso de comunicação e preocupação
Perda de limites
Excessiva dependência entre os seus membros com perda de autonomia

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17
Q

Fronteiras/limites: Família desligada

A

Comunicação debilitada
Limites muito rígidos
Baixa dependência entre os seus membros

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18
Q

Numa família podem existir:

A
  • Alianças
  • Adaptabilidade
  • Coligações
  • Hierarquia
  • Auto-organização
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19
Q

Numa família podem existir: Alianças

A

uniões relacionais positivas entre certos membros do sistema familiar com um interesse/objetivo comum
o Ex: aliança parental - coparentalidade

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20
Q

Numa família podem existir: Adaptabilidade

A

capacidade de um sistema sobreviver, transformando-se ao longo do seu ciclo de vida. Processo dinâmico alimentado pelo feedback que procura a estabilidade na mudança.
Capacidade da família e dos seus subsistemas para alterar a sua estrutura de poder, interação, regras e papéis em função dos contextos, situações, mudanças ou momentos de crise específicos do desenvolvimento
a) sistema rígido: adaptação extremamente baixa;
b) sistema estruturado: adaptação baixa a moderada;
c) sistema flexível: adaptação moderada a alta;
d) sistema caótico: adaptação extremamente alta.

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21
Q

Numa família podem existir: Coligações

A

uniões relacionais de dois ou mais membros contra um terceiro
o Triangulações - envolvem 3 pessoas, duas das quais pertencem (passam de mensagem entre os membros)

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22
Q

Numa família podem existir: Hierarquia

A

autoridade e diferenciação de papéis entre país e filhos
o Funcionalidade da família  hierarquia clara e inequívoca
o Disfuncionalidade: horizontalização ou inversão de papéis (parentificação)

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23
Q

Numa família podem existir: Auto-organização e nota

A

o sistema familiar é influenciado por forças internas e externas, organizando-se de forma a manter o equilíbrio e a estabilidade e a preservar a sua autonomia.
A perspetiva sistémica sobre as famílias não se foca nos défices, mas procura compreender os seus arranjos e dinâmicas, mobilizando os recursos e potenciando as suas capacidades para superar os desafios com que se confrontam.

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24
Q

Ciclo Vital

A
  • As famílias desenvolvem-se.
  • Há “uma sequência previsível de transformações na organização familiar, em função do cumprimento de tarefas bem definidas; a essa sequência dá-se o nome de ciclo vital e essas tarefas caracterizam as suas etapas.” (Relvas, 2006, p.16)
  • O ciclo vital da família compreende a interação das características dos sujeitos e das suas relações, dos sistemas e das suas relações internas e com os contextos externos em que a família se insere.

Formação do casal –> Família com filhos pequenos –> Família com filhos na escola –> Família com filhos adolescentes –> Família com filhos adultos

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25
Q

Crise

A

Crises são momentos de mudança interna ou externa, oportunidades de evolução e um risco de disfuncionamento e patologia. A sua resolução processa-se através da mudança contínua.
Podem implicar grande stress e sofrimento familiar
As crises podem ser:
a) normativas – transições desenvolvimentais
b) não normativas - circunstanciais, imprevisíveis, acidentais e inesperadas

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26
Q

Existem diferentes configurações familiares, podendo ser:

A

Famílias nucleares: composta por pai, mãe e filhas;
Famílias adotivas: sem relações consanguíneas entre pais e filhos;
Famílias homoafetivas: compostas por casais homossexuais, incluindo ou não crianças;
Famílias transgénero: composta por pessoas em uma delas o casal se reconhece como transgénero, incluindo ou não crianças;
Famílias extensas: com 3 ou 4 gerações;
Famílias monoparentais: chefiadas somente pelo pai ou pela mãe;
Famílias reconstituídas: (ou recasadas) após o divórcio.

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27
Q

Relações de pares: No início da adolescência

A

Esquema (2)

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28
Q

Processos de homogeneização dos grupos de pares

A

Tabela (3)
Homogeneidade: as condições que eu tenho (características, gostos, comportamentos, rotinas…) devem ser iguais aos do grupo, para pertencer; estas necessidades não surgem necessariamente pressões do grupo, muitas vezes são escolhas pessoais provindas da necessidade de pertença

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29
Q

A adolescência é um período de elevada…

A

conformidade
sensibilidade socioafetiva
suscetibilidade à influência dos pares

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30
Q

A adolescência é um período de elevada conformidade

A

Na adolescência (início e meio) atinge o seu ponto máximo:
 a conformidade com os pares => [Conformidade => Uniformidade]
 a semelhança entre amigos com comportamentos problemáticos autorrelatados

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31
Q

A adolescência é um período de elevada sensibilidade socioafetiva

A

A evidência da neuropsicologia recente sugere que os adolescentes são especialmente responsivos ao feedback dos pares, mais ainda dos amigos.

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32
Q

A adolescência é um período de elevada suscetibilidade à influência dos pares

A

Mudanças estruturais na escola e nos contextos de tempo livre
 Alterações de contextos, menor supervisão dos pais impõem como consequência adaptativa a necessidade dos pares, criando condições favoráveis à sua influência.
Discrepância entre maturidade e autonomia (ex. o adolescente que conduz sem carta  eo facto de ele ser capaz de o fazer, não implica que tenha maturidade para o fazer)
Desenvolvimento da identidade
 Diferenciação dos pais / Procura de iguais
 A influência dos pares tende a diminuir com a resolução da aquisição da identidade

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33
Q

Modelos explicativos da influência dos pares: Teoria da distinção ótima

A

 As pressões de conformidade fazem-se sentir em áreas significativas para a identidade do grupo. A distinção é tolerada quando não conflitua com as prioridades do grupo.
 O sujeito procura o equilíbrio entre a integração num grupo coeso similar, salvaguardando a sua individualidade.

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34
Q

Modelos explicativos da influência dos pares: Modelos cognitivos de influência social

A

Papel no envolvimento, deliberado ou não, em condutas de conformidade:
 da perceção da valorização pelos outros do comportamento
 das experiências e trocas interpessoais que envolvem gratificações – ex. ter um determinado comportamento para ser recompensado pelo grupo (ex. elogios)
 da motivação para reduzir tensões, dissonâncias cognitivas, desgastes e desequilíbrios.

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35
Q

Modelos explicativos da influência dos pares: Modelo Influência – Compatibilidade

A

Modelo sintetizador, o grupo de pares procura aumentar a influência de modo a aumentar a semelhança e por isso a compatibilidade (partilham atitudes, interesses e comportamentos, o que facilita a convivência)
Imagens (3)

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36
Q

3 tipos de grupos

A

Díades/Relações de amizade (2 pessoas)
Grupo de pares (Pequenos grupos ou Grandes grupos)

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37
Q

Caraterísticas das relações de amizade

A

Pares (há alguma característica que é igual e por isso “pares”): = idade, = poder, = contextos sociais frequentados

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38
Q

Influência dos pares

A

Tabela (4)

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39
Q

Amizades são:

A

 Voluntárias
 Recíprocas
 Necessidades socioafetivas (amor, vinculação, intimidade, lealdade, apoio,segurança)
 conhecer + gostar

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40
Q

Amizades: Qualidades

A

5 qualidades das amizades:
a) Companheirismo
b) Conflito
c) Ajuda
d) Segurança
e) Proximidade

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41
Q

Fatores de risco e proteção nas relações de pares: Isolamento social e ausência de relações de amizade

A

Fator De Risco
 > sofrimento emocional
 problemas sociais e académicos
 comportamentos disruptivos
 baixo desempenho académico
 menos comportamentos pró-sociais

Fator De Proteção: consumos

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42
Q

Fatores de risco e proteção nas relações de pares: Influência dos amigos

A

Fator De Risco -> amigos desviantes
 + comportamentos de externalização
 comportamentos delinquentes
 comportamentos violentos
 depressão
 comportamento sexual promíscuo
 consumos
 inadaptação escolar

Fator De Proteção -> amigos pró-sociais
 competências sociais
 autoestima
 gestão do stress
 adaptação escolar
 Proteção contra
a) ansiedade social
b) problemas internalizantes e externalizantes
c) vitimação dos pares

43
Q

Fatores de risco e proteção nas relações de pares: Pequenos Grupos

A

Influência em função das caraterísticas dos seus membros
Fator de proteção  Facilita e promove:
 A adaptação escolar
 Protege contra sintomas internalizantes
 Resultados académicos, comportamentais e sociais positivos nas raparigas

44
Q

Fatores de risco e proteção nas relações de pares: Grandes grupos

A

 Trilogia rejeição dos pares + comportamentos de externalização + problemas de adaptação escolar
 Rejeição dos pares  consumos no final da adolescência + afiliações com pares desviantes + problemas parentais
 Rejeição dos pares  depressão e ansiedade
 Elevada aceitação dos pares
o < solidão
o > desempenho académico
o melhores competências sociais
o > sentido de pertença à escola
↳Protege contra:
o quebras na autoestima
o o envolvimento com amigos em consumos de álcool
o o envolvimento com amigos em comportamentos delinquentes

 A popularidade pode ser problemática – relacionada com o cumprimento de normas
Associada ao risco de:
o consumos
o atividade sexual
o dificuldades académicas
o envolvimento direto e indireto em comportamentos agressivos e transgressivos para manter o estatuto social
o altos níveis de problemas de externalização

45
Q

Impacto social: Grupos

A

O pequeno grupo – organizados com base em afinidades, em função do género. Modalidades de inclusão/exclusão intra e inter grupo.
O grande grupo: a informação que os membros têm dos outros provém mais de fontes indiretas do que da interação direta.

46
Q

Impacto social: Dimensões da perceção

A

2 dimensões da perceção social:
 preferência social - o total dos sentimentos positivos - negativos do grupo em relação a um indivíduo (número total de nomeações dos que mais gostam - número total de nomeações dos que menos gostam);
 impacto social - a saliência do indivíduo no grupo de pares (número total de indicações de pares)
o Indivíduos de alto impacto são:
a) populares (altos níveis de gosto pelos pares)– termo com a conotação genérica de poder & domínio.
o popularidade percebida (ou popularidade) - perceção dos pares da influência social e do domínio de um indivíduo no grupo de pares.
o aceitação social ou popularidade sociométrica - quantidade de gosto dos pares
b) rejeitados (altos níveis de não gosto)
c) controversos (altos níveis de gosto e não gosto).
o Indivíduos de impacto médio – positivamente avaliados pelos seus pares, mas com impacto moderado (nº de indicações comedido).
o Indivíduos de baixo impacto social - raramente são indicados pelos pares, não sendo nem claramente apreciados nem rejeitados

47
Q

Desenvolvimento positivo, aprendizagem e competências sócio-emocionais no escolar/pré-escolar

A

Recentes modelos e teorias centradas no desenvolvimento positivo mudaram o foco (de problemas, défices e mal adaptação) para a promoção de competências, pontos fortes e bem-estar. Por conseguinte, o interesse nos processos através dos quais as crianças se desenvolvem com sucesso tornou-se o principal motor para o estudo dos contextos e experiências que ajudam as crianças a florescer.

48
Q

Qual é o significado de desenvolvimento positivo?

A

 Enquanto a disfunção se refere às dificuldades da criança em regular os comportamentos em diferentes situações, a competência é a expressão da integração de novas capacidades e conhecimentos que promovem comportamentos saudáveis e adaptativos, ou seja, uma adaptação positiva do self em múltiplos contextos desafiantes
 Os comportamentos associados ao desenvolvimento positivo incluem, entre outros, a competência social com pares e adultos em situações quotidianas, a autorregulação da cognição e da emoção na sala de aula/atividades ou em casa, ou a demonstração de autonomia, responsabilidade e atitudes empáticas e pró-sociais.
 Especificamente, o desenvolvimento socioemocional refere-se à capacidade progressiva da criança compreender, exprimir e gerir as suas emoções de uma forma social e culturalmente ajustada, estabelecer relações positivas e significativas e adaptar-se de forma saudável aos seus contextos de vida.
 Aqui, a aprendizagem socioemocional, como parte essencial da educação e do crescimento de cada criança, é uma dimensão relevante do seu desenvolvimento socioemocional, sendo crucial para o bem-estar de todas as crianças, com impacto a curto, médio e longo prazo.

49
Q

Aprendizagem Socioemocional (SEL)

A

A Aprendizagem Socioemocional (SEL) refere-se ao “processo através do qual todas as crianças, jovens e adultos adquirem e mobilizam o conhecimento, competências e atitudes necessários para :
 desenvolver identidades saudáveis;
 gerir emoções e atingir objetivos pessoais e coletivos;
 sentir e demonstrar empatia pelos outros;
 iniciar e manter relações de suporte;
 tomar decisões responsáveis e cuidadosas.”

50
Q

SEL = Participação, Inclusão

A

 A SEL procura promover a equidade e a excelência educacional por meio de parcerias efetivas entre escola, família e comunidade, que estabelecem ambientes de aprendizagem, experiências e relacionamentos baseados na confiança e na colaboração, um currículo estruturado e significativo com instrução direta e avaliações contínuas.
 A SEL pode ajudar a diminuir diversas formas de desigualdade e empoderar crianças, jovens e adultos para cocriar instituições prósperas e contribuir para comunidades seguras, s+audáveis e justas

51
Q

Áreas de competências SEL

A

A CASEL (2013, 2020) identifica cinco áreas de competências SEL interrelacionadas:
Autoconhecimento
Autorregulação
Consciência Social
Competências Relacionais
Tomada de decisão responsável

É notório como as competências SEL servem como guia para a regulação do comportamento, pois elas:
 influenciam transversalmente o comportamento em diversos contextos
 fornecem suporte à adaptação da criança aos diferentes objetivos e situações nas quais se encontra

52
Q

Áreas de competências SEL: Autoconhecimento

A

Autoconhecimento
Compreensão das suas próprias emoções, pensamentos e comportamentos, e a relação entre estes, avaliando ajustadamente os seus próprios pontos fortes e dificuldades.
Algumas destas competências incluem:
 Reconhecer recursos pessoais, linguísticos e culturais
 Desenvolver interesses pessoais
 Demonstrar honestidade
 Experienciar autoeficácia

53
Q

Áreas de competências SEL: Autorregulação

A

Autorregulação
Capacidade para autorregular emoções, comportamentos e pensamentos de forma a lidar eficazmente com situações quotidianas.
Algumas destas competências incluem:
 Compreender e mobilizar estratégias de gestão do stress
 Demonstrar autodisciplina
 Definir objetivos pessoais e de cooperação
 Utilizar capacidades de planeamento

54
Q

Áreas de competências SEL: Consciência Social

A

Consciência Social
Desenvolver a capacidade de ser empático, colocando-se na perspetiva da outra pessoa, de respeitar contextos culturais diversos e reconhecer as normas e suportes sociais.
Algumas destas competências incluem:
 Identificar pontos fortes/qualidades das outras pessoas
 Demonstrar preocupação pelos sentimentos das outras pessoas
 Expressar gratidão
 Identificar dificuldades e oportunidades nas situações

55
Q

Áreas de competências SEL: Competências Relacionais

A

Competências Relacionais
Construir relações saudáveis e significativas, incluindo a capacidade de comunicar, cooperar e negociar conflitos de forma eficaz.
Algumas destas competências incluem:
 Capacidade de resolução de problemas de forma colaborativa
 Procurar e oferecer ajuda quando necessário
 Resistir a pressão social negativa
 Defender os direitos das outras pessoas

56
Q

Áreas de competências SEL: Tomada de decisão responsável

A

Tomada de decisão responsável
Fazer escolhas construtivas em relação a comportamentos pessoais e sociais que refletem considerações éticas e de segurança, enquanto se avalia as consequências dos próprios comportamentos.
Algumas destas competências incluem:
 Experienciar curiosidade
 Antecipar consequências das ações
 Considerar o seu papel na promoção do bem-estar das outras pessoas
 Avaliar o seu impacto nas outras pessoas e nos contextos

57
Q

Resultados da SEL

A

As competências SEL têm vindo a ser progressivamente reconhecidas como “competências-chave do século XXI”.
Têm sido associadas a:
 Atitudes positivas em relação a si próprio/a e a outras pessoas;
 Capacidades de autorregulação enriquecidas e níveis mais baixos de perturbação emocional;
 Processos de transição facilitados e melhores resultados académicos;
 Reforço do bem-estar mental e resiliência das crianças, educadores/as e comunidades ;
 Preparação dos indivíduos com competências importantes para o futuro desempenho como alunos, cidadãos e trabalhadores;
 Efeito na prevenção/redução de problemas de saúde mental e comportamentos de risco (e.g., violência, abandono escolar e bullying);
 Efeitos comportamentais → melhor ajustamento comportamental e comportamento pró-social (e.g., altruísmo), redução de comportamentos antissociais e problemas de comportamento;
 Impactos significativos em vários contextos culturais e socioeconómicos.

58
Q

A ligação entre a Educação e a SEL

A

O desenvolvimento de competências sociais e emocionais tem sido sublinhado como uma prioridade central na Educação, tendo havido esforços para criar consistência acerca da sua importância e de práticas que a promovam, assim como para reforçar a implementação de programas SEL a nível local, nacional e europeu. Os programas SEL devem ser sistémicos e abrangentes.

Contextos (famílias, instituições educativas, comunidades):
 Promover parcerias autênticas;
 Criar uma cultura inclusiva

Adultos (Pai/Mãe, Profissionais):
 Promoção do seu desenvolvimento socioemocional;
 Prevenir e resolver problemas socioemocionais.

As competências socioemocionais podem ser ensinadas durante todo o ciclo de vida, mas a literatura tem apresentado várias razões pelas quais a SEL deve começar o mais cedo possível e ser encorajada nos ambientes mais significativos da criança.
Esquema (7)

59
Q

Promoção Da Sel: A Promoção De Comportamentos Positivos

A

A Promoção de Comportamentos Positivos (PBS, “Positive Behaviour Support”) é uma abordagem que utiliza métodos educacionais para apoiar as crianças no desenvolvimento de comportamentos socialmente desejados, tendo em consideração as suas necessidades específicas, facilitando simultaneamente transformações mais amplas no contexto educativo e na vida escolar.
A Promoção de Comportamentos Positivos em toda a escola [(SW/PW-PBS)- SchoolWide/ProgramWide], baseada nos princípios PBS, diz respeito a toda a comunidade educativa. Refere-se a uma abordagem sistémica/holística que estabelece os apoios socioculturais e comportamentais necessários para que a escola constitua um ambiente de aprendizagem positivo, seguro e eficaz para todas as crianças . Como abordagem educativa, inclui práticas baseadas em evidência que se centram no ensino e no reforço de comportamentos positivos, minimizando a ocorrência de comportamentos desafiantes.
Como uma estrutura multinível baseada em evidências, a SW/PW-PBS apoia a saúde comportamental, académica, social, emocional e mental dos alunos. Inclui, igualmente, práticas que promovem a competência socioemocional de todas as crianças (nível universal), respondem a necessidades socioemocionais e comportamentais de crianças em risco (nível seletivo) e apoiam crianças com dificuldades socioemocionais ou comportamentais persistentes (nível intensivo/adicional) Modelo Pirâmide.
Os benefícios da implementação de uma abordagem SW/PW-PBS incluem, entre outros, melhorias comportamentais e socioemocionais e melhor saúde mental das crianças, maior satisfação profissional e bem-estar dos/as profissionais, e vivência de um clima social positivo. É uma forma de criar ambientes de aprendizagem positivos, previsíveis, equitativos e seguros, onde todos prosperam.

60
Q

Modelo Pirâmide

A

Esquema (7)

61
Q

Modelo Pirâmide: Nível 3

A

Nível 3: Poucos
 Avaliação Funcional do Comportamento/Avaliação Psicológica
 Planeamento Envolvente Centrado na Criança
 Suporte Individualizado, Abrangente e Intensivo

62
Q

Modelo Pirâmide: Nível 2

A

Nível 2: Alguns
 Prática Adicional de Competências Comportamentais, Sociais e Emocionais
 Oportunidades Adicionais de Reforço Positivo e Lembretes
 Acesso a Apoios Educativos e Aumento da Supervisão de Adultos
 Aumento da Comunicação Escola-Família

63
Q

Modelo Pirâmide: Nível 1

A

Nível 1: Todos
 Definição de Expectativas Positivas em toda a escola
 Priorização das Competências Sociais, Emocionais e Comportamentais Apropriadas/Desejadas
 Alinhamento das Expectativas da Sala de Aulas com os Comportamentos e as Competências Desejadas na Escola
 Incentivo e Reconhecimento dos Comportamentos Apropriados
 Prevenção/Resposta a Comportamentos Indesejados de Forma Respeitosa e Inclusiva
 Parceria Escola-Família

64
Q

Abordagens Whole-School

A

Nos contextos educativos, a SW/PW-PBS é uma abordagem que tem como objetivos facilitar processos e práticas que promovam a aprendizagem socioemocional (SEL) das crianças, estabelecer uma cultura educacional positiva, e criar um ambiente de suporte e bem-estar. Esta abordagem holística visa promover uma mudança sistémica em que todos os elementos da comunidade educativa são envolvidos na cocriação de um clima social positivo
A implementação eficaz desta abordagem num ambiente de aprendizagem seguro significa que os comportamentos positivos são encorajados de forma abrangente no contexto educativo, para além da sala de aulas ou o gabinete de psicologia.
É esperado, por isso, que as crianças tenham amplas oportunidades para se desenvolver num ambiente inclusivo e beneficiar de diversificadas oportunidades para uma aprendizagem significativa.
A PBS, que traduz um modelo pirâmide, engloba cinco conceitos principais. Todos os aspetos da sua estrutura, desde a fundamentação teórica até à implementação, estão estreitamente ligados pelos conceitos de sistemas, dados, práticas e resultados que, quando funcionam adequadamente e em sincronia, conduzem à equidade. Este podem ser promovidos pelo suporte ao desempenho dos profissionais, suporte à tomada de decisão, apoio comportamental da criança e desenvolvimento de competências sociais e sucesso académico.

65
Q

As componentes SW/PW-PBS

A

Inclui oito componentes que apoiam o comportamento das crianças e a sua competência social e emocional, mas também promovem o desenvolvimento profissional dos/as profissionais dos contextos educativos.
 Filosofia e propósito comuns
 Liderança
 Identificar o comportamento desejado
 Aprender e praticar o comportamento desejado
 Incentivar o comportamento desejado
 Formação, desenvolvimento e apoio aos/às profissionais
 Acompanhamento e Avaliação Contínuos
 Desencorajar o comportamento inapropriado

66
Q

Ensinar comportamentos através de um processo de aprendizagem de competências

A

Exemplos de Competências Sociais e Emocionais a Ensinar
 Seguir regras, rotinas e indicações
 Identificar emoções em si própria e nos outros
 Controlar a raiva e os impulsos
 Resolução de problemas
 Sugerir temas de brincadeiras e atividades aos pares
 Partilhar brinquedos e outros materiais
 Dar a vez
 Ajudar adultos e pares
 Dar elogios
 Compreender como e quando pedir desculpa
 Expressar empatia pelas emoções dos outros
 Reconhecer que a raiva pode interferir com a resolução de problemas
 Aprender a reconhecer a raiva em si própria e nos outros
 Aprender a acalmar-se
 Aprender formas adequadas de expressar a raiva
 Fazer amigos e manter amizades
 Ganhar confiança
 Resolver conflitos
 Gerir o stress e a ansiedade
 Aprender normas sociais
 Tomar decisões adequadas
 Resistir a pressão social negativa
 Aprender os seus pontos-fortes e pontos-fracos
 Ganhar consciência do que os outros estão a sentir

67
Q

Grupos: Relações

A

Relações
Relações intragrupo: O que ocorre entre os membros de um grupo. (foco do presente módulo)
Relações intergrupos O que ocorre entre membros de grupos diferentes.

68
Q

Grupos: Johnson and Johnson

A

Existem diferentes definições de grupo
Na conceptualização de “Grupo” por Johnson e Johnson são enfatizadas as dimensões:
* Interdependência entre membros
* Perceção de pertença
* Realização de um objetivo
* Satisfação de necessidades
* Interação estruturada a partir de papéis e normas
* Influência recíproca dos membros

69
Q

Grupos: Interação e interdependência em grupos

A

Interação e interdependência em grupos (Smith e Mackie, 2000)
Interdependência social: Confiança nos membros do grupo relativamente a sentimentos de ligação, recompensas sociais e emocionais e a uma identidade social positiva.
Interdependência da tarefa: Confiança nos membros do grupo relativamente à mestria dos resultados que derivam da tarefa de grupo.

70
Q

Diferentes tipos de grupos

A
  • Endogrupo e Exogrupo
  • Grupo Formal e Grupo Informal
  • Grupo Primário e Grupo Secundário
  • Grupo de Pertença e Grupo de Referência
  • Grupo Restrito e Categoria Social
71
Q

Diferentes tipos de grupos: Exemplo clássico de grupos informais

A

Tabela (8 e 9)

72
Q

Dimensões temporais dos grupos

A

desenvolvimento do grupo
Socialização do grupo

73
Q

Dimensões temporais dos grupos: desenvolvimento do grupo

A

Desenvolvimento do grupo (Tukman, 1965; Tuckman & Jensen, 1977): Padrões de mudança que ocorrem ao longo do ciclo de vida do grupo (formação → dissolução)
Tabela (9)

74
Q

Dimensões temporais dos grupos: Socialização do grupo

A

Socialização do grupo (Moreland e Levine, 1982): Processo pelo qual as pessoas progridem desde recém-chegadas até membros plenos de um grupo.
Tabela (9)

75
Q

Processos de interação em grupos

A

Tomada de decisão
* Pensamento em grupo
* Polarização de grupo
Produtividade do grupo
* Tipo de Tarefas

76
Q

Pensamento de grupo

A

Pensamento de grupo
“É um modo de pensar, em que a procura prematura de consenso, por parte dos elementos do grupo, anula de alguma forma a sua capacidade para avaliar com realismo vias alternativas de ação”
Análise de diversos acontecimentos históricos (Irving Janis, 1972):
* Invasão de Cuba na Baía dos Porcos
* Escalada da Guerra do Vietname
* Ataque de Pearl Harbor
Segundo o autor, os grupos foram, de algum modo, vítimas de Pensamento de Grupo nas suas tomadas de decisão.
De acordo com o autor, este fenómeno é mais suscetível de ocorrer em grupos:
* fortemente coesos
* com fortes laços interpessoais
* com imagem muito positiva

77
Q

Pensamento de grupo: Condições facilitadoras

A

Tabela (10)

78
Q

Pensamento de grupo: Sintomas

A

Tabela (10)

79
Q

Pensamento de grupo: Estratégias para evitar

A

Estratégias para evitar o Pensamento Grupal
ex., procedimentos adoptados pela administração Kennedy aquando da crise dos mísseis em Cuba
* Cultivar um clima aberto de discussão
* Evitar isolar o grupo de críticas externas
* Atribuir a cada membro o papel de “avaliador crítico”
* Comportamentos de liderança
o Evitar ser demasiado diretivo ou exercer influência indevida sobre o grupo (ex., o líder evitar dar a sua opinião antes da discussão)

80
Q

Polarização da interação grupal: Investigação de James Stoner

A

Tabela (10)

81
Q

Polarização da interação grupal: Polarização do grupo

A

Polarização do grupo
* As decisões vão no sentido da opinião da maioria (quer sejam arriscadas ou não)
* Mais do que uma tendência para o risco existe uma tendência para extremar posições
* A opinião da maioria, e não o risco, é o fator crítico.
* Quando a maioria dos membros do grupo favorecem inicialmente uma determinada perspetiva, a discussão habitualmente move o grupo para uma posição mais extrema.

82
Q

Polarização da interação grupal: Polarização grupal

A

Polarização grupal
* Processo pelo qual uma posição inicial do grupo torna-se mais extrema após a interação (discussão) do grupo.
* O grupo torna-se tanto mais extremo quanto mais extremas forem as posições iniciais.
* No contexto da interação (i.e., discussão) do grupo: “o bom torna-se ótimo e o mau torna-se pior”

83
Q

Polarização da interação grupal: Despolarização

A

Despolarização do grupo (Smith e Mackie, 2000): Quando os membros do grupo se encontram inicialmente muito divididos num dado assunto, a discussão do grupo habitualmente resulta na convergência para uma posição moderada.

84
Q

Produtividade do grupo: Tipologia de Steiner

A

Tipo de tarefas
A produtividade do grupo depende da natureza da tarefa sob execução
Tipologia de Steiner (1972, 1976)
* Produtividade determinada pela interação: Tarefa – Meios – Processo
* Produtividade potencial e produtividade atual (real)
É apropriado dividir as tarefas em subcomponentes? Tarefas unitárias e divisíveis
É mais importante a quantidade ou a qualidade? Tarefas de maximização (quantidade) e de otimização (qualidade)
De que modo se relacionam os contributos individuais em termos do desempenho do grupo?
* Tarefas aditivas
* Tarefas conjuntivas
* Tarefas disjuntivas
* (…)
Tabela (11)

85
Q

Produtividade: Tarefas aditivas

A

Tarefas aditivas
Somatório dos esforços individuais (ex., mover um objeto pesado) → produtividade do grupo
Espera-se que quanto maior o grupo, melhor seja o resultado
Porém, quando se compara o resultado real do grupo com o resultado do somatório das contribuições individuais não se verifica uma relação linear

86
Q

Produtividade: Tarefas aditivas - Experiência de Ringelman e fatores

A

Tabela (11)

87
Q

Produtividade: Tarefas aditivas - Estudo de Latané

A

Tabela (11)

88
Q

Produtividade: Tarefas aditivas - Estudo de Latané - Preguiça Social

A

Preguiça social
É mais provável que ocorra preguiça social quando:
* Não há possibilidade de identificação do desempenho individual
o Anonimato
* A tarefa é pouco desafiadora
* A contribuição do indivíduo para o grupo é dispensável
Possíveis estratégias de redução do efeito
* Enriquecimento da tarefa
* Monitorização do desempenho

89
Q

Produtividade: Tarefas aditivas - Teoria do défice de grupo

A

Teorias do défice do grupo - Steiner (1972)
Produtividade potencial do grupo e produtividade atual/real
Produtividade atual = produtividade potencial – perdas devidas a processos “defeituosos do grupo” (processos de coordenação, de motivação e de influência social)

90
Q

Influência da presença dos outros no desempenho individual (PnD)

A

Qual o efeito da (“mera”) presença de outras pessoas no comportamento do indivíduo?
Influência da presença → desempenho
* Esforço
* Ativação
* Fatores cognitivos
o Distração
o Apreensão da avaliação

91
Q

PnD: Tripllet (1898)

A

Tripllet (1898)
* Constatação de que os ciclistas pedalavam com maior velocidade na presença de outros ciclistas
* Experiência: Quando inseridas em grupos, as crianças enrolavam mais depressa fio de pesca do que quando o faziam sozinhas

92
Q

PnD: Allport (1924)

A

Allport (1924)
Fatores que promovem o aumento de esforço na presença de outros co-atores:
* Rivalidade: Competição
* Facilitação social: Estimulação decorrente do facto de se ver ou ouvir movimentos similares de outras pessoas

93
Q

PnD: Estudos de Latané

A

Estudos de Latané e colaboradores (1979)
* Preguiça social
* Nem sempre o esforço do indivíduo em grupo é superior quando comparado com o seu esforço numa condição individual

94
Q

PnD: Teoria da facilitação social (Zajonc, 1965)

A
  • Formulação teórica que procura explicar quer os efeitos positivos quer os negativos da presença das outras pessoas no desempenho individual
  • A presença de outros aumenta a ativação
    Presença de outras pessoas –> ativação (resposta inata)
    Esquema (12)
95
Q

PnD: Facilitação social - Outras explicações

A

Facilitação social: outras explicações
Porque é que a presença de outros conduz à ativação?
Distração
Apreensão da avaliação

96
Q

PnD: Facilitação social - Outras explicações - Distração

A
  1. Distração
    Estar na presença de outras pessoas distrai: Concentração na tarefa X reação às outras pessoas
    Nas tarefas simples, a distração aumenta a realização: Os sujeitos distraídos aumentam a sua realização para se sobreporem à distração
    Nas tarefas complexas, a distração diminui a realização: A distração torna o trabalho mais pesado, exigindo um esforço aumentado
97
Q

PnD: Facilitação social - Outras explicações - Apreensão da avaliação

A
  1. Apreensão da avaliação
    A investigação tem confirmado que a presença de outras pessoas que estão em posição de julgar produz apreensão da avaliação
    Bond (1982):
    Nas tarefas simples os indivíduos executam melhor a tarefa porque querem dar uma imagem positiva de si
    O empobrecimento da realização em tarefas complexas é consequência do embaraço (falhar na presença de outros)
    * A complexidade da tarefa interage com a apreensão da avaliação
    * Quando as pessoas sentem que a sua realização individual pode ser avaliada, tal pode melhorar a sua realização em tarefas simples e piorar a realização em tarefas complexas
    * Quando as contribuições individuais não podem ser avaliadas a presença de outras pessoas pode piorar a realização de tarefas simples (preguiça social) e melhorar a realização de tarefas complexas (desafio)
98
Q

PnD: Facilitação social - Melhoria ou inibição do desempenho individual

A

Mesmo quando a interdependência é mínima, a mera presença dos outros pode produzir ativação, ou porque as outras pessoas são avaliativas ou porque podem causar distração.
A ativação melhora o desempenho de comportamentos bem aprendidos, fáceis, mas pode interferir com o desempenho de tarefas novas, complexas.
Ilustração de um caso em contexto organizacional (Implementação de um programa de rotação de postos de trabalho
Tabelas (13)

99
Q

Características dos grupos

A

Dimensão
Homogeneidade
Estruturas de grupo

100
Q

Características dos grupos: Estruturas de grupo

A
  • Papéis, estatuto e normas
  • Estruturas de comunicação: redes e modalidades
  • Estrutura sociométrica: coesão do grupo (relações afetivas entre os membros do grupo)
  • Estruturas de poder e influência: liderança
101
Q

Características dos grupos: Estruturas de comunicação

A
  • Estruturas de comunicação: redes e modalidades
    o Redes de comunicação centralizadas: Padrão em Y ou em X (focam-se na comunicação com um “líder”)
    o R.d.C Descentralizadas: Padrão em círculo, vinha ou conexão entre todos (todos comunicação entre si)
102
Q

Características dos grupos: estruturas sociométricas

A
  • Estrutura sociométrica: coesão do grupo (relações afetivas entre os membros do grupo)
    o Coesão: Conjunto de fatores que contribuem para que os membros de um grupo desejem pertencer a esse grupo
    o Exemplos de fatores promotores da coesão de grupo (cf., Neto, 2000)
     Atração dos membros entre si como indivíduos
     Valores e objetivos comuns partilhados
     Sucesso na obtenção de objetivos
     Ameaça comum de um inimigo exterior
    o Media de coesão: escolha sociométrica / sociograma
103
Q

Quadro de referência para o estudo dos grupos (Jesuíno, 2002)

A

Fatores antecedentes: variáveis que influenciam os processos de interação;
* Características dos membros, dos grupos e do contexto (ex., tipo de tarefa)
Processos de interação: trocas que ocorrem entre os membros do grupo
Resultados: consequências dos processos de interação