Imagens Flashcards
Fisiopatologia da apendicite aguda
Ocorre acúmulo de muco associado ao de material inflamatório, gerando a oclusão do apêndice. A inflamação evolui para isquemia da região, podendo gerar calcificações por necrose
Explique a apresentação clínica clássica da apendicite aguda e no que pode diferir na criança
Classicamente:
- Dor no ponto de McBurney
- Sinal de Blumberg
- Náuseas, vômitos
- Febre
Na criança a dor pode não ser localizada, dificultando a identificação da apendicite
Quando opaciente apresentar dor em fossa ilíaca direita, o que pensar?
- Apendicite > lembrar que atinge crianças maiores, analisar quadro com sinal de Blumberg e imagens (USG ou TC)
- Adenite mesentérica > inflamação na região, gerando espessamento ileocecal visível na imagem (USG)
- Invaginação de alça > avaliar aspecto e estrutura das fezes e imagens (RX, USG ou TC)
Quando preferir USG e quando preferir TC na suspeita de apendicite?
A depender da disponibilidade do serviço e gravidade do caso, mais também de outros fatores como:
Idade:
- A depender da idade da criança: preservar ao máximo de radiação a criança menor
Peso da criança:
- Em crianças mais magras, preferir a USG pela melhor visualização > porque na TC as alças ficam colabadas, dificultando sua visualizção
- Em crianças com maior gordura, pode-se utilizar a TC com maior segurança
Localização:
- Apendice retrocecal não e visualizável pela USG, porque o acúmulo de gás impossibilita a visualização do apêndice
Achados na USG de uma apendicite aguda (6)
- Dilatação do apêndice (>7mm)
- Incompressível > as paredes não colabam ainda com compressão externa, já que estão obstruídas
- Líquido periapendicular livre > não é sinal de perfuração, é o acúmulo de líquido próprio da inflamação
- Aumento do fluxo vascular ao Doppler
- Presença de calcificação > massa hiperecogênica com sombra acústica
- Sinal do alvo > marcando a delaminação da parede, ou seja, sendo possívle visualizar as lâminas que separam as camadas das alças intestinais (porém é um sinal inespecífico)
Achados na TC de apendicite aguda (5)
- Dilatação (ponto de corte maior, pela maior especificidade do exame tridimencional) >8-9mm
- Paredes espessadas
- Aumento da vascularização local com realce parietal
- Presença de líquido periapendicular livre
- Densificação da gordura adjacente
Quais são as principais causas de abdome agudo na pediatria? (4)
- Apendicite
- Invaginação/intussucepção de alça
- Estenose hipertrófica de piloro
- Escroto agudo (torção testicular x orquiepididemite)
Defina intussucepção intestinal e cite achados clínicos da tríade clássica
É a invaginação de uma alça sobre a outra, gerado obstrução do trânsito fecal.
Tríade clássica:
- Dor abdominal
- Fezes em framboesa
- Massa abdominal palpável
Fezes em FRAMBOESA: Com muco e sangue
Achados no RX da intussucepção intestinal
- Sinal do alvo (delaminação do intestino)
- Sinal do menisco > diferença brusca de densidade, hipodensidade marcando a alça obstruída
Defina enema opaco e utilidade em caso de invaginação (intussucepção) intestinal
É a aplicação de contraste via sonda retal para evidenciar local obstruído em caso de invaginação. Ao “topar”, a sonda pode empurrar a obstrução > resolvendo assim a invaginação.
Portanto, é um método dignóstico e de tratamento
Quando preferir bário e quando preferir iodo no enema opaco?
O bário é um contraste bem opaco, gera uma imagem bem marcada porém tem risco de gastrite química, por isso em caso de suspeita de perfuração, nunca utilizar bário, pelo seu risco associado
Quando não for possível utilizar o bário, lançar mão do iodo
Utilidade da USG no caso de invaginação intestinal
É possível visualizar o Sinal do alvo, sendo uma boa opção para aqula criança que já localiza dor, de forma que o radiografista siga o trajeto do trânsito intestinal em direção ao local apontado pela criança
- Não há exposição à radiação
- Não exige contraste ou preparação com sedação
Há também um método diagnóstico que pode se rutilizado como tratamento:
Enema salino guiado por USG > o CIPE ejeta essa solução salina na região guiada pelo USG, de forma a desobstruir a via, sem gerar efeitos adversos
Deve-se utilizar TC na invaginação intestinal?
A USG e o RX trazem benefícios significativos, tato associado ao tratamento, como ao diagnóstico eficiente. Ainda que o RX gere radiação ionizante, a TC emana quase 100x mais.
Por isso, só utilizar TC em caso de dúvida diagnóstica e em caso de suspita de múltiplas invaginações
Defina estenose hipertrófica de piloro e achados clínicos
Hipertrofia e hiperplasia da musculatura da porção distal do estômago (piloro), gerando obstrução e aumento de esforço amplo no estômago para “empurrar” o conteúdo gástrico.
Achados:
- Vômito NÃO BILIOSO > sinal que o conteúdo não vem do intestino, já que ainda não tem bile
- Oliva pilóica > abaulamento marcando o aumento do piloro, presente na região epigástrica
Achados na USG da estenose hipertrófica de piloro
- Sinal do alvo
- Espessamento da região do piloro
Defina Esofago-estômago-duodenografia (EED)
Antigamente se realizava esse exame, quando a USG não era amplamente disponível, porém está em completo desuso.
Motivos:
- Gera ainda mais distenção gástrica pelo acúmulo do contraste na região
- O bebê não aceita com facildade
- Expõe a radiação e ao contraste sem necessidade
Em caso de escroto agudo (dor aguda na região escrotal), quais são os diagnósticos possíveis? (2)
- Orquiepididemite > inlamação do epidídimo que progride para o escroto
- Torção testicular > EMERGÊNCIA CIRÚRGICA, se não operar em 6h, será necessário realizar orquiectomia
Defina fisiopatologia da orquiepididemite
Infecção na bexiga que desce retrogradamente, atinge os vasos eferentes e cordão espermático > progride para epidídimo (epididemite) e testículo (orquiepididemite)
Acomete lactentes ou maiores de 6 anos.
Achados na USGda orquiepididemite
- Aumento do volume do epipidimo em relação ao testículo
- Hidrocele reacional > pela inflamação, ocorre acúmulo de líquido na bolsa escrotal
- Espessamento da parede escrotal
- Hipoecogenicidade no local inflamado
- Aumento da vascularização > visível com doppler
Se o escroto agudo for torção testicular, como mapear?
- Obstrução dos vasos, primeiro venosos, depois arteriais > avaliar com doppler
- Cianose local por processo de isquemia
- Avaliar o PEDÍCULO > localizando o encaracolamento do cordão espermático
Qual a utilidade de um exame de imagem para avaliar AGU?
- Diagnosticar anomalia congênita (JUP, JUV, duplicidade pielocalicial, valvula de uretra posterior)
- Identificar refluxo vesicoureteral
- Avaliar cicatriz renal e dar prognóstico (avaliando função renal)
Quando solicitar exames em caso de ITU entre meninos e meninas?
Meninos: depois da primeira ITU
Meninas: depois da segunda ITU (pela maior frequência)
Quais exames podem ser utilizados para avaliar ITU na imagem?
- USG
- UCM (uretrocistogafia miccional) > contraste ureteral pré e pós miccional
- Urografia > contraste EV para avaliar radiografia
- Cintilografiacom CMSA (avaliar infecção vigente ou cicatriz renal, avaliando também prognóstico) > em caso de pielonefrite ou RVU
- TC com contraste > em caso de pielonefrite
Quais são as patologias estudadas na imagem da ITU? (7)
- Duplicidade pielocalicial
- RVU
- Válvula de uretra posterior
- JUP
- Pielonefrite aguda
- Doenças renais císticas (doença renal policística e rim multicístico displásico)
Defina duplicidade pielocalicial (parcial e completa)
Fisiologicamente, os cálices desaguam na pelve renal, a qual atinge o ureter. O ureter é como um cano, que tem um ponto de inserção definido na bexiga, o qual possui uma tecnologia de esfínter, que não permite que a urina reflua
Duplicidade pielocalicial é a diplicação da pelve renal e do ureter, mas:
- Duplicidade parcial: os dois ureteres confluem para um únco ureter final, com ponto de inserção fisiológico. Sendo assim, gera poucos ou nenhum efeito adverso
- Duplicidade completa: duas pelves que desaguam em dois ureteres, em dois pontos de inserção
Por que a duplicidade pielocalicial parcial não gera alteração importante da fisiologia renal?
Porque confluem para o mesmo ureter, então se insere em um ponto adequado, de forma que não gere refluxo ou congestão
Defina as consequências da duplicidade pielocalcial completa 1- No polo superior 2- No polo inferior
1- A pelve do polo superior se insere no ponto inferior da bexiga, a dificuldade de passagem da urina gera congestão e dilatação desse ureter, podendo causar > hidronefrose e ureterocele
2- O polo inferior da pelve se insere no ponto superior da bexiga, este não congestiona, porém a inserção anatomicamente diferente gera perda da função do esfíncter, podendo causar refluxo vesicoureteral (urina reflui), podendo gerar > pielonefrite (pelo acúmulo bacteriano na pelve renal)
Na duplicidade completa o polo superior pode causar quais patologias (2)? E o polo inferior (1)?
Superior: hidronefrose e ureterocele
Inferior: pielonefrite
Quais os métodos diagnósticos da duplicidade pielocalicial?
- USG > evidencia pontos ecogênicos (marcando a duplicidade da pelve renal) em meio anecoico (que é o córtex renal)
- Urografia > o contraste evidencia toda a via renal, marcando a duplicidade, tanto da pelve quanto do ureter até seu ponto de inserção
Quais são os 5 graus de RVU (refluxo vesicoureteral)
- Reflui apenas para o ureter
- Atinge a pelve renal, porém os cálices mantém seu formato pontudo
- Percebe-se dilatação e inicio de retificação dos cálices renais
- Eversão dos cálices renais e tortuosidade ureteral
- Dilatação importante na pelve, cálices bem esféricos, ureter formando abaulameno
Quais exames de imagem lançar mão para diagnóstico e prognóstico de RVU?
USG > não é tão interessante, pois pode não captar momento de refluxo, por isso resultado não indicativo não exclui RVU
UCM > regstra refluxo pré e pós miccional, já que a urina não deveria refluir nem mesmo da bexiga, pois o esfíncter deveria proteger o retorno
Cintilografia > agravés do DMSA (radionuclídeo) que capta a função renal, evidenciando cicatriz renal
Defina válvula de uretra posterior
É a obstrução da válvula que separa a uretra prostática (posterior) da uretra bulbar. Essa obtrução dificulta a passagem da urina em direção ao pênis e gera dilatação na uretra posterior pelo seu acúmulo
Como diagnosticar válvula de uretra posterior
Na USG pré-natal, se bem feita, pode evidenciar a uretra prostática congestionada
Defina estenose de JUP
Estenose da junção pielocalicial, ou seja, da união do ureter a pelve renal, gerando obstrução e dilatação a pelve renal, porém sem comprometer o ureter (que se encontra afinado)