Hernias Abdominais Flashcards

1
Q

Hérnia

A

a protrusão de um órgão ou do seu revestimento através da parede ou da cavidade que deveria contê-lo;
• Constituem as operações eletivas mais realizadas, tanto em serviços privados, quanto em serviços públicos e são denominadas de acordo com sua região anatômica;

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2
Q

QUAL É A BASE DO APRENDIZADO DAS HÉRNIAS ?

A
  • ANATOMIA HUMANA;
  • ASSOCIAÇÕES DE CONTEÚDO;
  • PRÁTICA CLÍNICA;
  • VÍDEOS EDUCATIVOS.
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3
Q

Canal inguinal

A

A delimitação do canal inguinal é da crista ilíaca até o tubérculo púbico.

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4
Q

ANATOMIA DA REGIÃO INGUINAL

A

• É uma anatomia complexa que exige um entendimento tridimensional da área, apresenta diversas estruturas que utilizam epônimos em sua nomenclatura;
• Os principais músculos da região inguinal são:
- OBLÍQUO EXTERNO
- OBLÍQUO INTERNO
- TRANSVERSO DO ABDOME
• O espessamento inferolateral da aponeurose do músculo oblíquo externo constitui o ligamento inguinal
• O cordão espermático é formado pelo músculo cremáster, canal deferente, vasos deferenciais e cremastéricos e o ramo genital do nervo genitofemoral; Só no homem;
• Os nervos ilio-inguinal (abdominogenital maior) e ilio-hipogástrico estão dentro do canal inguinal, mas fora do cordão espermático.

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5
Q

ESTRUTURAS ANATÔMICAS DO CANAL INGUINAL:

A
  • VASCULARES: plexo pampiniforme e artéria testicular e cremastérica;
  • TESTICULARES: ducto deferente
  • CANAL FEMORAL: se localiza abaixo do ligamento inguinal
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6
Q

O QUE IDENTIFICAR NA VISÃO ANATÔMICA GERAL DO CANAL INGUINAL?

A
  • Parede anterior = aponeuroses músculo oblíquo externo e músculo oblíquo interno;
  • Parede posterior = fáscia transversalis + aponeurose do transverso;
  • Teto = músculo oblíquo interno e músculo transverso;
  • Assoalho = ligamento inguinal (poupart) + ligamento de gimbernat (lacunar);
  • Parede lateral / orifício interno = se localiza na parede posterior;
  • Parede medial / orifício externo = se localiza na parede anterior.
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7
Q

• CONTEÚDO DO CANAL INGUINAL

A
  • Anel inguinal interno
  • Anel inguinal externo
  • HOMEM: cordão espermático
  • MULHER: ligamento redondo do útero
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8
Q

ligamento lacular

A

é uma junção das aponeuroses dos músculos. O cordão espermático esta protegido e passa através do canal inguinal medial e superficialmente.

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9
Q

TRIÂNGULO DE HASSELBACH:

A
  • Vasos epigástricos inferiores; Formam a borda lateral do triangulo.
  • Borda lateral do músculo reto abdominal; Forma a borda medial do triangulo.
  • Ligamento inguinal. Limite inferior do triangulo.
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10
Q

Onde fica o canal inguinal

A

O canal inguinal fica acima do ligamento inguinal e o canal femoral fica a abaixo do ligamento inguinal. O anel inguinal superficial fica dentro do triangulo e dentro dele passa o cordão espermático.
O anel inguinal profundo esta lateral e na parede posterior e o anel inguinal superficial esta medial e na parede anterior.

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11
Q

ANATOMIA EXTERNA

A

-TECIDO SUBCUTÂNEO: aponeurose de Camper (mais superficial – seria a “gordurinha”) e aponeurose ou fáscia de Scarpa (mais profunda – seria o “branco”);
Do anel inguinal profundo sai os vasos testiculares e o ducto deferente.
Nervos não fazem parte do cordão espermático e é necessário ter cuidado na hora da cirurgia.

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12
Q

HÉRNIAS INGUINAIS:

A
  • Constitui o tipo mais comum de hérnia e responde por 75% dos casos;
  • Pode ocorrer na infância ou na vida adulta, com mecanismos etiológicos diferentes;
  • É mais comum à DIREITA (60%), seguida da ESQUERDA (30%) e da BILATERAL (10%);
  • É mais comum em homens do que em mulheres;
  • Anatomicamente divide-se em DIRETA e INDIRETA, sendo esta última a mais comum;
  • Nas crianças é mais comum as INDIRETAS, por persistência do conduto peritôniovaginal.
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13
Q

HÉRNIAS

• DIRETA:

A
  • Surge medialmente aos vasos epigástricos, no triângulo de Hasselbach;
  • Os limites são:
     Medialmente: aponeurose do músculo reto abdominal;
     Lateralmente: ligamento inguinal;
     Superiormente: os vasos epigástricos;
  • Resulta da fraqueza do assoalho da região inguinal especialmente em indivíduos que realizam grandes esforços repetidamente.
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14
Q

HERNIA INDIRETA:

A
  • Surge lateralmente aos vasos epigástricos;

- Ocorre pela passagem de conteúdo abdominal através do anel inguinal interno.

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15
Q

Hérnias recidivas

A

são aquelas que voltam mesmo já tendo operado. A incisional é por uma outra cirurgia que não fechou direito por exemplo uma laparomia. OBS: hérnia direta destrói a parede posterior e a indireta é a parede anterior.

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16
Q

QUADRO CLÍNICO

A

Abaulamento de região inguinal, que pode ou não ser reduzido espontaneamente;

  • Dor local;
  • Quando o conteúdo herniado não é passível de redução espontânea ou manual, diz-se que a HÉRNIA ESTÁ ENCARCERADA; Pouca dor.
  • Quando apresenta sofrimento vascular: ESTRANGULADA. Muita dor  emergência cirúrgica!!!
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17
Q

EXAME FÍSICO

A
  • Procura-se palpar o anel inguinal interno e caracterizar se há ou não dilatação;
  • A manobra de Valsalva é útil na maioria dos casos;
  • A manobra de Landivar se presta ao diagnóstico diferencial para direta ou indireta;
    Detecta-se o anel profundo como uma pequena depressão na pele -> ao colocar o dedo no anel interno/ profundo no momento em que o paciente faz Valsalva, a hérnia não aparecerá, pois a hérnia indireta se exterioriza pelo canal inguinal que se inicia no anel interno, mas este estará fechado devido a manobra;
    Se for direta haverá protrusão durante a manobra de Valsalva, pois destrói a parede posterior e não passa pelo anel interno;
    Resumindo: se abaular é direta, se não abaular é indireta!!!
18
Q

TRATAMENTO

A

HÉRNIA DIAGNOSTICADA, É HÉRNIA TRATADA

  • Não se deve postergar pelo risco de encarceramento e estrangulamento;
  • Visa restabelecer a anatomia da região.
  • Tratamento eletivo, não é urgência!!
19
Q

• BASSINI:

A
  • Sutura do tendão conjunto no ligamento inguinal para “refazer” a deficiência do anel inguinal profundo; mais comum fazer nas hérnias indiretas.
  • É menos utilizada hoje em dia devido a recidiva.
20
Q

• SHOLDICE:

A
  • Fechamento por planos com 4 linhas de sutura contínuas, conhecida como técnica do jaquetão ou embricamento;
  • Considerada a melhor das técnicas sem tela, por possuir menor índice de recidiva.
  • Reforça bastante a parede posterior e conserta o afrouxamento da parede posterior e do anel inguinal
21
Q

• STOPPA:

A
  • Por via extraperitoneal, onde é colocada tela;
  • Vem sendo menos utilizada devido ao advento da videolaparoscopia;
  • Principal indicação dessa técnica: hérnias inguinais bilaterais ou recidivadas.
22
Q

TECNICAS GERAL

A

Essas técnicas são mais utilizadas em adultos, nas crianças a redução seguida do fechamento do conduto peritoneovaginal costuma ser suficiente, isto é, não é necessário reforço da parede posterior na criança (pois na criança é uma hérnia indireta por permanência desse conduto, e não uma doença da parede posterior – necessário só fechar o conduto).

23
Q

• LINCHTENSTEIN:

A
  • Livre de tensão;
  • Utiliza uma tela colocada sobre a parede posterior do canal inguinal, fixada no pube, ligamento inguinal e tendão conjunto, reforçando a musculatura e corrigindo eventuais dilatações do anel inguinal interno;
  • Considerada padrão ouro na correção das hérnias inguinais por apresentar recidiva menor que 1%, a tela faz fibrose. Pode ser feita pras diretas ou indiretas.
24
Q

• HERNIORRAFIA POR VIDEOLAPAROSCOPIA:

A
  • O acesso é extraperitoneal;
  • Principal indicação: hérnias inguinais recidivadas ou bilaterais;
  • As 2 principais técnicas são o TEP (total extraperitoneal repair) e o TAPP (transabdominal preperitoneal);
  • Basicamente consistem na redução retrógrada do conteúdo herniado, seguida da colocação de tela para correção do defeito na parede ou anel inguinal;
  • TEP o acesso é extraperitoneal;
  • TAPP o espaço pré peritoneal é abordado a partir da parte interna da cavidade abdominal
25
Q

• FERIDA OPERATÓRIA: COMPLICACAO

A
  • Hematoma;
  • Seroma;
  • Infecção;
    Lembrar que nas hernioplastias com tela há indicação de antibioticoterapia.
26
Q

• ISQUÊMICA: CONMPLICACAO

A
  • Ocorre pela trombose do plexo venoso testicular (pampiniforme), com atrofia testicular e orquite isquêmica cerca de 2 a 5 dias após a cirurgia;
  • Trata-se da segunda complicação mais comum (a mais comum é o seroma);
27
Q

• NEUROLÓGICA: COMPLICACAO

A
  • Pode ocorrer lesão dos nervos da região inguinal (ramo genital do nervo genitofemoral), causando hiperestesia genital, com algia na face interna da coxa e bolsa escrotal (grandes lábios da mulher);
28
Q

HÉRNIA UMBILICAL

A
  • Ocorre em adultos e crianças, porém diferem-se na história natural;
  • Nas crianças de até 3 anos são consideradas congênitas;
  • São mais frequentes nos recém-nascidos pré-termos, baixo peso, sexo feminino, raça negra e são associadas a algumas doenças (hipotireoidismo congênito, síndrome de Down, dentre outras);
  • Em adultos de até 40 anos podemos encontrar hérnias congênitas não tratadas ou adquiridas;
  • Os principais fatores de risco são obesidade, gravidez, trauma, ascite, dentre outros estados que aumentam a pressão intrabdominal;
  • É mais comum no sexo feminino e em negros.
29
Q

HERNIA UMBILICAL CASO CLINICO

A
  • Abaulamento de cicatriz umbilical que pode ou não ser reduzido espontaneamente;
  • Nos adultos os maiores diagnósticos diferenciais são: lipomas, linfonodos, tumores cutâneos ou metastáticos (nódulo de irmã Maria José presente no câncer gástrico avançado);
  • Podem encarcerar-se e evoluir com sofrimento vascular;
  • Outras complicações: úlceras, eczema, infecção, linfangite.
30
Q

HERNIA UMBILICAL TTO CRIANCAS

A
  • Depende da idade e do tamanho do anel herniário;
  • Anel menor que 1,5 cm: pode fechar espontaneamente (85% dos casos até os 3 anos e 96% até os 6 anos);
  • Hérnias maiores do que 1,5 cm de diâmetro: devem ser operadas (e as que persistem após 6º ano);
  • Concomitância de hérnia umbilical e inguinal: devem ser operadas ao mesmo tempo.
31
Q

HERNIA UMBILICAL TTO ADULTOS

A
  • Hérnias pequenas e assintomáticas, de difícil detecção ao exame físico, podem não necessitar de tratamento cirúrgico;
  • Hérnias maiores, sintomáticas , já encarceradas, com sofrimento de pele ou com ascite incontrolável devem ser operadas;
  • A cirurgia clássica descrita por Mayo consiste na dissecção do saco herniário, na sutura da aponeurose em sentido transversal e na fixação da cicatriz umbilical na aponeurose;
  • O uso de tela é recomendado para defeitos maiores que 2 cm.
32
Q

HÉRNIA EPIGÁSTRICA

A
  • Definida como a presença de saco herniário na região epigástrica (linha alba acima do umbigo);
  • Etiologia por aumento da pressão intra-abdominal, forçando a passagem do tecido adiposo pré-peritoneal;
  • O principal diagnóstico diferencial é a diastase do músculo reto abdominal.
  • Geralmente só abre e faz a correção.
33
Q

HÉRNIA VENTROLATERAL

A
  • Caracteriza-se pela projeção do saco herniário através da linha semilunar ou pararretal externa;
  • Normalmente, a região de Spiegel apresenta resistência menor de modo que o bom desenvolvimento muscular minimiza o aparecimento dessas hérnias.
34
Q

HÉRNIA FEMORAL

A
  • Caracteriza-se pela projeção do saco herniário pelo trígono femoral, abaixo do ligamento inguinal;
  • É mais comum no sexo feminino e 90% são unilaterais, a direita;
  • A principal técnica descrita para o tratamento é a MacVay, pelo qual o tendão conjunto é suturado ao ligamento de Cooper/ inguinal, após a abertura da fáscia transversalis;
35
Q

HÉRNIA INCISIONAL

A
  • Definida como protrusão de conteúdo abdominal por meio de áreas enfraquecidas na parede abdominal em virtude de intervenções cirúrgicas anteriores;
  • Fatores de risco: infecção, desnutrição, estados de imunodepressão, diabetes, corticoterapia, quimioterapia, radioterapia, aumento da pressão intra-abdominal (vômitos, íleo prolongado com distensão, obesidade, ascite, DPOC), técnica cirúrgica adequada;
  • Tratar mais pela estética!
36
Q

HÉRNIA LOMBAR

A

• São hérnias que ocorrem por meio da ampla aponeurose do transverso em 2 aberturas: uma localizada abaixo da 12ª costela (superior – HÉRNIA DE GRYNFELT, mais comum) e a outra acima da crista ilíaca (inferior – HÉRNIA DE PETIT);

37
Q

HÉRNIA DE RICHTER

A

quando há pinçamento da parede lateral antimesentérica da alça, podendo haver estrangulamento e até perfuração da víscera herniada sem obstrução prévia; alta chance de complicações com obstrução ou perfuração.

38
Q

HÉRNIA DE LITTRÉ

A

quando há divertículo de Meckel no conteúdo heniário;

39
Q

HÉRNIA DE AMYAND:

A

quando, na hérnia inguinal, o apêndice cecal faz parte do conteúdo herniário e não há quadro de apendicite aguda;

40
Q

HÉRNIA DE GARANGEOT:

A

semelhante à Amyand, porém ocorre na hérnia femoral.