Hemostasia e Plaquetas Flashcards
Hemostasia Primária
- Principal ator: PLAQUETAS
- Função: Faz PARAR de sangram; “Tampão Plaquetário”
- Locais de Sangramento: SUPERFICIAL
- PELE: Petéquias < Púrpuras < Equimoses
- Mucosas: Gengiva, nasal, menorragia, hematúria, tubo digestivo*
- Modo de Sangramento: NÃO PARA de sangrar
Hemostasia Secundária
*Hematoma = coleção de sangue
- Principal ator: FATORES DE COAGULAÇÃO
- Função: Impede VOLTAR a sangrar; “Rede de Fibrinas”
- Locais de Sangramento: PROFUNDO
- Subcutâeno, SNC
- Hematoma pós- vacina
- Hermatrose
- Hematoma dissecante profundo
- Modo de Sangramento: PARA, mas depois VOLTA a sangrar
Hemostase
- Processo fisiológico encarregado de parar o sangramento, ao mesmo tempo que inicia o reparo dos tecidos
- 1ª e 2ª ocorrem simultaneamente, sendo que a 1ª estanca sangramento e a 2ª evita reesangramento
Hemostasia Primária
*Plaquetas são estimuladas pelos agonistas palquetários: colágeno, epinefrina e trombina
- Adesão: Gliboproteinas = “ganchos” de fixação liberados pelo endotélio
- 1º Glicoproteína VI se liga fragilmente ao colágeno
- 2º Glicoproteína Ib se liga fortemente ao Fator de von Willebrand (tesoura moduladora de tamanho) estabilizando o tampão plaquetário*
- Ativação: plaqueta libera Tromboxane A2 e ADP (que ativam mais plaquetas)
- Trombina (fator III) prepara a plaqueta (ação na hemostasia 2ª)
- Agregação: Glicoproteína IIb/IIIa usa o fibrinogênio para unir as plaquetas
Fator MAIS consumido
- FIBRINOGÊNIO (FATOR I)
Hemostasia Primária - Exame
*TS: teste de Duke (lobo auricular) ou pele do antebraço (Ivy); não deve ser pedido de rotina no pré-operatório
- Problema na quantidade: Trombocitopenia/ plaquetopenia
- Exame: ↓ contagem plaquetária (N: 150.000 a 450.000/mm3)
- Problema na qualidade: Disfunção plaquetária
- Exame: ↑ tempo de sangramento (N: 3 a 7 minutos)
- TS só avalia FUNÇÃO se plaquetometria estiver normal*
Plaquetas
*Hemostasia 1ª
- Múltiplos “buracos”: sistema canalicular aberto
- Grânulos citoplasmaquetário:
- Alfa: proteínas que ↑ adesividade (FvW, fibronectina, fibrinogênio) e cascata coagulação (Fator V), secreta PDGF (fator de crescimento)
- Densos: agonistas da ativação plaquetária (ADP e cálcio)
- Lisossomos
- Fragmentos celulares anucleados dos megacariócitos
- Vida média de 7-10 dias
Hemostasia Secundária
- Via Intrínseca (ou sistema de contato): ativado após exposição do colágeno
- Via Extrínseca (sistema que simula uma lesão tecidual): ativado pelas céls subendoteliais que contêm fator tecidual
- Ambos iniciam e terminam juntos com a formação do fator Xa (protrombinase) nas Via Comum
Fatores Dependentes de VITAMINA K
- Fator II (2)
- Fator VII (7)
- Fator IX (9)
- Fator X (10)
- Proteínas C e S (anticoagulantes)
- Vitamina K é necessária para carboxilação dos resíduos de ácido glutâmico dessa moléculas
Via Intrínseca (hemostasia 2ª)
- Fatores atuantes: VIII (8), IX (9) e XI (11)
- CAPM (carga negativa) ativa fato XII (Hagerman) que converte pré-calicreina (PK) em calicreína (K) que aumenta fator XII que ativa XI em XIa
- Fator XIa converte fator IX em IXa (fator anti-hemofílico B ou de Christimas)
- Com ação do cálcio ionizado e do fator VIIIa, o IXa ativa o fator Xa (fator de Stuart) → Tenase da via intrínseca
Via Extrínseca (hemostasia 2ª)
- Liberação do fator tecidual (FT) das céls subendoteliais (musc. liso, fibroblastos)
- Fator VII (pró-convertina) se liga ao TF na presença de Cálcio ionizado convertendo em VIIa
- VIIa ativa o fator V (Stuart) → Tenase da via extrínseca
Via Extrínseca (hemostasia 2ª)
*Só tem ação do fator VII e do cálcio ionizado
- Liberação do fator tecidual (FT) das céls subendoteliais (musc. liso, fibroblastos)
- Fator VII (pró-convertina) se liga ao TF na presença de Cálcio ionizado convertendo em VIIa
- VIIa ativa o fator Xa (Stuart) → Tenase da via extrínseca
Via Comum
- V, II,X I
- Fatores 1,2,5, 10
- Formada a partir do Fator Xa
- Fator Xa se liga ao fosfolipídeo plaquetário para converter o fator II (protrombina) em IIa (trombina), na presença de Cálcio ionizado e do fator Va → Protrombinase
- Fator IIa (Trombina) transforma fibrinogênio plasmático (fator I) em monômeros de fibrina formando rede de fibrinas
- Fator IIa (Trombina) ativa os fatores V (pró-acelerina), VIII, XIII e plaquetas
- Produzida no fígado, rins e MO é principal envolvido na megacariopoese e regulação plaquetas
- Ligações fibrina-fibrina são estabilizadas pelo fator XIIIa (fator estabilizador de fibrina)
Função do Endotélio
- Mantém a fluidez do sangue
- Inibe a hemostasia primária (adesão, ativação e agregação plaquetário): produz óxido nítrico e “ADPase” prostaciclina e
- Interrompe a cascata da coagulação/ hemostasia secundária
- Estímulo à Fibrinólise: libera tPA (ativador tecidual do plasminogénio) transforma em plasmina (agente fibrinolítico endógeno)
Endotélio Íntegro e bloqueio da Hemostasia Secundária
- Trombomodulina: forma um complexo com trombina que ativa proteína C, que passa a degradar fator VIIIa (intrínseca) e Va (via comum)
- Proteína S: inativa fatores Va, VIIIa e protrombinase (Xa)
- Molécula de heparan-sulfato
- Inibidor da via do fator tecidual: inibe complexo TF-VIIa-Xa
Síndrome de resistência à proteína C ativada
- Trombofilia hereditária mais frequente na população (40-50%)
- Mutações genéticas do Fator V de Leiden que o tornam resistente à hidrólise exercida pela proteína C
Deficiência Hereditária de proteína C
- Tromboembolismo venoso recorrente
- Purpura fulminais neonatal (CIVD)
- Necrose cutânea induzida pelo warfarin
Endotélio Lesado
- Ação pró-coagulante (ao contrário do íntegro que é antitrombogênico)
- Corpúsculo de Weibel-Palade nas artérias da macrovasculatura
Hemostasia Secundária- Exames
- PTTa (tempo de tromboplastina parcial ativado): alargado nas coagulopatias da via intrínseca e comum. (N = 25-35 seg)
- Tempo de Protrombina (TAP/TP e INR): alargado na via extrínseca/fator VII e via comum. (N= 10-13 seg)
- Tempo de Trombina (TT): alargado nos distúrbios do fibrinogênio (N = 5-15 seg)
- Fibrinogênio: (N >100 mg/dl)
- TT só avalia função se fibrinogênio estiver NORMAL***
Trombocitopenia + PTTa e TAP normais
- PTI;
- PTT;
- SHU;
- Anemia aplástica;
- Leucemia;
- Hiperesplenismo
Trombocitopenia + Coagulopatia (PTTA e/ou TAP alargado)
- Insuficiência Hepática com hiperesplenismo
- CIVD
- Uso de Heparina
Plaquetometria normal + TS anormal (>10 min)
- Doença de von Willebrand (TS + PTTa alargados
) - Distúrbios da função plaquetária (raros)
- Adquiridos (uremia)
Problema na Via Intrínseca
Fatores VIII, IX, XI
- PTTa alargado e TAP/INR normal
- Causas hereditária: Hemofilia A (VIII); B (IX) e C (XI); Doença de von Willebrand (redução fator VIII)
- Adquiridas: uso de heparina não fracionada e Anticorpos contra os fator VIII*, IX, XI (Hemofilia Adquirida)
- Deficiência de fator XII, pré-calicreína ou cininogênio de alto peso molecular alargam PTTa mas não se associam a sangramentos
Problema na Via Extrínseca (Fator VII)
*Fator VII é o de meia-vida mais curta e o primeiro a cair
- PTTa normal e TAP/INR alterado
- Hereditária: fator VII (rarissimo)
- Hepatopatia/ Insuficiência Hepática (produz fatores de coagulação exceto VIII)
- Colestase (diminui Vit K)
- Drogas: Cumarínicos (anti-VitK com ação nos dependente Fator II, VII, IX, X)
- Prova da Vit K: dar VitK parenteral por 3 dias se normalizar INR é Colestase, mas se não normalizar é hepatopatia
Problema na Via Comum (V, II, X, I)
- TAP e PTTa alargados
- Deve pedir Fibrinogênio e Tempo de Trombina: se anormais pensar em CIVD
- Fibrinogênio e TT normais: Insuficiência Hepatica; Deficiência de Vit K ou uso de cumarínicos
- Deficiências hereditárias: fibrinogênio; protrombina, fator X ou V
TS, Plaquetometria, TAP e PTTa NORMAIS
- Doença de von Willebrand leve
- Hiperfibrinólise: fazer teste da Lise da euglobulina e aumento dos PDF (produção de degradação de fibrina)
- Deficiência de fator XIII e Disfibrinogenemia; fazer teste da solubilidade do coágulo a ureia 5M (molar)
Trombocitopenia: Mecanismos
- Pseudotrombocitopenia (artefatual): falsa baixa contagem de plaquetas pelo aparelho Coulter (clumps decorrente do anticoagulante EDTA, satelismo, plaquetas gigantes e paraproteínas - IgA,G,M) confirmado pela contagem manual de plaquetas no sangue periférico
- Destruição periférica acelerada: principal causa* (mecanismo imune com PTI, LES,HIV e não imunes SHU,CIVD,PTT)
- Diminuição de sua produção pela MO: mielodisplasias, drogas, leucemia e anemia aplástica
- Trombopoiese ineficaz: anemia megaloblástica
- Distribuição anormal: maior sequestro esplênico (LMC, linfomas, Doença de Gaucher, hipertensão portal) e Diluicional (transfusão de hemácias)
Púrpura Trombocitopênica Imune Idiopática (PTIi)
- Plaquetopenia e mais NADA (sem outra clínica além de sangramento e laboratório)
- Mais comum em crianças (autolimitado)
- Doença autoimune idiopática com produção de autoanticorpos antiplaqueta que opsonizam e aceleram a remoção pelo baço
- QC: sangramento, baço palpável discreto* (10%) e anemia (se muito sangramento)
Púrpura Trombocitopênica Imune Idiopática (PTIi)
- Principal causa de plaquetopenia isolada
- Opsonização por IgG + Lise Esplênica
- Principal alvo: glicoproteínas IIb/IIIa e Ib/IX
- Inibe nova liberação de plaquetas pela MO
- QC: sangramento agudo, autolimitada e assintomático
- Geralmente ocorre 1 mês pós infecção ou vacina
- Pode apresentar artralgias
Púrpura Trombocitopênica Imune Idiopática (PTIi)
- Diagnóstico de exclusão (medicamentos, LES, HIV,HCV,LINFOMAS) mas não é recomendado aspirado de MO
- Plaquetopenia (e mais nada)
- Hemostasia 1a: petéquias, equimoses, epistaxe, menorragia (<20.000/ml) e hemorragia cerebral, bolhas hemorrágicas na mucosa oral e/ou retinias (<5.000/ml)
Púrpura Trombocitopênica Imune Idiopática (PTIi)
- PTI do adulto: doença crônica, predomínio em mulheres com início entre 20-40 anos que requer tto farmacológico
- PTI infantil: entre 2-5 anos, aguda, autolimitada e benigna s/ complicações que requer observação sem tto farmacológico
- PTI é a principal doença hematológica da infância
- Quadro sucede episódio de infecção viral ou vacinação
- Só 10-20% desenvolver PTI crônica (>12 meses)
- 4 80% dos casos resolvem em 3-6 meses independente de tratamento
Preditores de Cronicidade da PTI
- Sexo feminino
- Início após a idade de dez anos
- Presença de outros autoanticorpos
Púrpura Trombocitopênica Imune Idiopática (PTIi) - Tratamento
- Observação: maioria (se plaquetas > 20-30.000/ml e assintomático) e prevenção risco
- Prednisona 1mg/kg/d por 7-10 dias com desmame ± Imunoglobulina IV ± Trombopoetina (e Rituximab) ± Esplenectomia (se muito refratário)
- Reposição de Plaquetas: casos MUITO graves após tratamento acima refratário
4 Após esplenectomia apresenta melhoras na contagem de plaquetas num período de 10 dias após cirurgia
PTI Secundária
- Drogas: sulfonamidas, quinina, ampicilina, fenitoína, procainamida
- Trombocitopenia gestacional e neonatal
- LES e outras autoimunes (tireoidites, miastenia gravis)
- HIV
- LLC
PTI por Heparina (secundária)
- Ocorre em qualquer dose de Heparina
- Mais comum com heparina não fracionada
- Após 5-15 dias do início da droga
- Anticorpos contra heparinas se ligam ao fator 4 plaquetário (PF4)
- Opsonização e lise esplênica
PTI por Heparina (secundária)
- Plaquetopenia e TROMBOSE venosa e TEP (síndrome do trombo branco)
- Conduta: Suspensão da Heparina ± Inibidor de trombina (dabigatran) ou Inibidor do fator Xa (rivaroxaban)
Microangiopatias Trombóticas Difusas
- PTT
- SHU
- CIVD
- Síndrome HELLP
Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT)
- Oclusão trombótica disseminação da microcirculação que leva a anemia hemolítica microangiopática (com esquizócitos na perifería), trombocitopenia, sintomas neurológicos, febre e insuficiência renal
- Mais comum em mulheres entre 20-40 anos
Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT)- Fisiopatologia:
- Deficiência adquirida de ADAMST-13
- Acúmulo de Fator de von Willebrand de tamanho aumentado (maior agregação de plaquetas ao endotélio da microvasculatura)
- Ação dos microtrombos :
- Ativação e aumento do consumo plaquetário: Trombose e Trombocitopenia
- Isquemia de múltiplos órgãos
- Lise de hemácias com formação dos esquizócitos (fragmentos de hemácias)