Anemias Hipoproliferativas Flashcards
Anemia
- Queda da Hb no sangue
- Não é uma doença e sim um sinal de que existe doença
- Valor de Hb varia de homem para mulher
- Em crianças o limite inferior é de 9,5
- Pessoas que moram em altitudes maiores, devido menor O2, tem mais Hb
- Hematócrito: fração volumétrica ocupada pelo eritrócitos no sangue tem um valor em torno de 3x o valor da Hb
Hematopoiese
- Toda linhagem sanguínea vem de uma única célula tronco totipotente (Stem Cell) que se divide em linhagem mieloide e linfoide
- Produzida na medula óssea vermelha
- Até 5 anos de idade todos os ossos produzem hematopoiese que depois é substituida por gordura
- Em adultos só em ossos longos: ilíaco, esterno, crânio, arcos costais, vértebras e epífises femorais e umerais
Hematopoiese - Linhagem Mieloide:
- Linhagem eritroide-megacariocítica (CFU-E) forma eritroblasto (reticulócitos → hemácias com vida média de 120 dias) e magacarioblasto (megacariótico → plaquetas com vida média de 7-10 dias)
- Linhagem granulocítica-monocítica (CFU-G/M
- Mieloblasto →pró-mieloblasto → mielócito → metamielócito → bastão → Granulócitos/PMN (Neu/Eosin/Bas)
- Monoblasto → Monócito/Macrófago
- Possuem vida média de 6-8 horas
- Fator estimulador GM-CSF produzido por macrofagos, fibroblastos e cél. endoteliais.
Linhagem Linfoide
- Pré-T → TIMO → Linfócitos T
- Pré-B → Linfócito B na medula óssea
- Linfócitos T e B maduros irão se concentrar nos tecidos linfoides do organismo (linfonodos, baço e MALT)
- Vida média prolongada de anos
Eritropoiese
- Saco vitelinico: 1as semanas de vida
- Fígado*, baço e linfonodos: 2o T de gestação
- Medula óssea: RN e adultos exclusivamente, todavia o fígado pode voltar a formar em doenças hemolíticas graves e mielofibrose intensa.
Eritropoiese
- É necessário de estimulo renal pela ERITROPOETINA em resposta à hipóxia tecidual
- Ferro para formar Hemoglobina e carrear O2
- Ácido fólico/ Vitamina B12 para síntese de DNA e multiplicação de precursores
- A MO libera o RETICULÓCITO (anuclear) para corrente sanguínea e em 2 dias se transforma em hemácia
- Hemocaterese: no baço ocorre a morte fisiológica/programada da hemácia (120d)
- Hemólise: morte prematura patológica/não programada da hemácia
Formação da Hemoglobina
*Hemácia = pacote de Hb
- HEME + GLOBINA
- Globina: 2 cadeias alfa + 2 cadeias beta (hemoglobina A1)
- Heme: protoporfirina + íon Ferroso (Fe2+)
- Ferro liga com 4 moléculas de O2
Apresentação Clínica das Anemias - Síndrome Anêmica:
*Adaptação fisiológica para amenizar hipóxia tecidual: ↑DC e ↑ 2,3 DPG (glicose) na hemácia
- Dispneia aos esforços
- Palpitações, taquicardia
- Intolerância ao esforço
- Cansaço, indisposição (astenia) e Palidez
- Tontura postural
- Cefaleia
- Descomp. CV (ICC, angina), cerebrovasc. , respiratória
Investigação INICIAL da Anemia
- Contagem de RETICULÓCITOS*
- Reticulocitose (>2%): MO responde (An. Hemolítica, Sg. Agudo)
- S/ Reticulocitose ou hipoproliferativa (≤2%): falta “combustível” para produção (DRC, An. Carenciais, Dç crônica, sideroblástica)
- É feito análise do sangue periférico de sangue precursoras de hemácias
- Morfologia da Hemácia
- 1 VCM: micro/normo/macroCÍTICA
- HCM: hipo/normo/hiperCRÔMICA (significa quantidade e Hb dentro da célula - hemoglobinização normal)
Hemograma
- Hemácias, Hemoglobina e Hematócrito (36-50%) indicam Anemia
- VCM (N:80-100), HCM (N: 28-32)
- CHCM (32-35): Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (similar ao HCM)
- RDW ou índice de anisocitose (N:10-14%): variação de tamanho entre as hemácias (diminuido na betatalassemia minor e aumentado na an. ferropriva)
- Reticulócitos (N: 0,5-2%)
Causas de Anemias Microcíticas Hipocrômicas
- Anemia Ferropriva
- Talassemia
- Anemia de doença crônica de longa duração
- Anemia Sideroblástica
- Anemia do HIPERtireoidismo
Causas de Anemias Macrocíticas
- Anemia Megaloblástica
- Sd Mielodisplásicas
- Etilismo
- Drogas do tipo AZT e MTX
- Anemia da hepatopatia crônica
- Anemia do HIPOtireoidismo (T. Hashimoto associado à anemia perniciosa de B12)
- Anemia hemolíticas (exceto talassemias)
- Anemia da hemorragia aguda
Causas de Anemias Normocíticas Normocrômicas
- Anemia ferropriva de de Doença Crônica
- Hipotireoidismo, hipoaldestoronismo
- Anemia Aplásica
- MIelodisplasia
- Leucemias, infecção medular
- Mielodisplasia e anemias hemolíticas
- Anemia por sangramento agudo
Esfregaço de Sangue Periférico (hematoscopia):
- Microesferócito: esferocitose hereditária e anemia hemolítica autoimune
- Macro-ovalócito: An. Megaloblástica
- Eliptócito: eliptocitose hereditária e anemia ferropriva
- Estomatócito: estomatocitose
- Equinócito (espinhos regularmente distribuídos): artefato, IRC
- Acantócito (espinhos irregularmente distribuídos): Insuf. Hepática, abetalipoproteinemia
- Dacriócito (hemácia em lágrima): mielofibrose e metaplasia mieloide agnogênica
Esfregaço de Sangue Periférico (hematoscopia):
- Leptócito (hemácia em alvo): Talassemia, Hepatopatia, Esplenectomia
- Drepanócito (em foice): anemia falciforme e variantes
- Hemácia em cigarro/lápis: An. ferropriva grave
- Esquizócito (fragmento de hemácia): An. hemolítica microangiopática
- Queratócito: Anemia hemolítica microangiopática
- Hemácia irregularmente contraida: def. de G6PD, hemólise
- Pontilhado basofílico: saturnismo e eritropoiese ineficaz
- Hemácias empilhadas (rouleaux): Mieloma múltiplo
Inclusões Citoplasmáticas
- Corpúsculo de Howll-Jolly: fragmento do núcleo do eritrócito que deveria ter sido expulso antes de deixar a medular. e que é removido ao passar pelo baço então aparece no HIPOESPLENISMO (An. Falciforme, esplenctomia e Dç celíaca)
- Corpúsculo de Pappernheimer: depósitos de ferro como na an sideroblástica e hipoesplenismo
- Corpúsculo de Heinz: Hb precipitada aparece em hemoglobinopatias e def. de G6PD
Doenças que só são diagnosticadas pelo Aspirado de Medula
- Mielodisplaisa
- Mieloma Múltiplo
- Anemia sideroblástica
- Anemia Aplásica
- Leucemia
Anemias Hipoproliferativas
ou seja Reticulócitos <2%
- Anemia ferropriva (pode estar normal ou baixo)
- Anemia Megaloblástica
- Anemia de Doença Crônica/DRC
- Anemia Sideroblástica
Anemia Ferropriva ou Anemia Carencial de Ferro
- Anemia mais comum no mundo
- Relacionada PRINCIPALMENTE a perda de sangue crônica (mulheres na menacme, adenocarcinoma de cólon)
- Relacionada a carência nutricional
- Sangramento agudo geralmente não causa anemia ferropriva devido aos estoques
- Quando leve/moderada é classificada como HIPOPROLIFERATIVA
- Se grave tem padrão ERITROPOIESE INEFICAZ
Metabolismo do Ferro
- Absorção da alimentação no Delgado Proximal (duodeno e jejuno proximal)→ ferro é transportado pela TRANSFERRINA → Medula Óssea → 25% vão para o estoque ou FERRITINA e 75% se tornam hemácias → Baço faz hemocaterese → restante que sobre volta para transferrina
- Compartimentos armazenadores de ferro : células da mucosa intestinal*, macrófagos do baço e medula óssea.
- Ferritina: quando ferro se liga a apoferritina e leva o mesmo para ser armazenado nos tecidos. Sua [] é diretamente proporcional às reservas de ferro no organismo
- A hemossiderina também faz o armazenamento de ferro mas de liberação muito lenta
Absorção de Ferro
- Forma heme: alimentos de origem animal e é a forma melhor absorvida (30%) e é absorvido diretamente como íon Ferroso Fe2+
- Forma não heme: origem vegetal
- Depende o pH gástrico ácido para conversão em íon férrico (Fe3+) para ferroso (Fe2+)
Absorção de Ferro
- Estimulantes da absorção de ferro não heme: ácido ascórbico (Vit C), ác. orgânicos (cítrico, málico), proteínas da carne
- Inibidores: chá preto, café, refri, ovos (albumina), leite (caseína), minerais (Ca,Zn, Cu, Co, Mn)
Metabolismo do Ferro
- Ferro NUNCA é perdido nem eliminado do corpo
- Ferritina pode se elevar na lesão hepática, infecções, neoplasias e dç crônicas (marcador de inflamação)
- Ferritina: quando ferro se liga a apoferritina e leva o mesmo para ser armazenado nos tecidos. Sua [] é diretamente proporcional às reservas de ferro no organismo
- A hemossiderina também faz o armazenamento de ferro mas de liberação muito lenta
- Principal forma de eliminação é a via fecal
- Hepcidina: regulador da entrada de ferro, não deixando ele livre no organismo.
- No baço as hemácias senis liberam ferro (transferrina ou estocadas por ferritina) e biliverdina
Patologias que AUMENTAM absorção intestinal de ferro:
- Talassemias
- Anemia Sideroblástica
- Hemocromatose primária (hereditária)
Cinética de Ferro ou Perfil de Ferro na Anemia Ferropriva (Laboratorial)
- Ferritina ↓: <30 (N: 30-100) é o teste indicador de def. de Ferro e o 1º a cair*
- TIBC ↑: é capacidade de ligação de ferro e varia junto com transferrina, é somatório de ferro sérico e a capacidade latente de fixação de ferro (N:250-300)
- Transferrina ↑: produção no fígado e difícil de avaliar
- Ferro Sérico ↓: <30 (N:60-150)
- Saturação de Transferrina ↓: <10% (N: 30-40%) é a “massa de Fe” que compõe da transferrina
- Protoporfirina e TRP (proteína receptora de transferrina)
Etiologia das Anemias Ferroprivas
- Defeitos de absorção: gastrectomia/bypass, doença celíaca
- Gestação
- Hipermenorreia
- Hemodiálise, exames frequentes e doaão de sangue
- Vermes: Ancislostoma duodenalis, Necatur, Trichuris
- Sangramento crônico (CA, dç péptica ulcerosa, câncer de cólon)
- Raras: hematúria crônica, hemossiderose pulmonar idiopática, hemoglobinúria paroxística noturna e e do machador
Hemograma da Anemia Ferropriva
- Anemia Normocítica e Normocrômica (inicialmente por puca produção reticulocitária)
- Anemia Microcítica e Hipocrómica*
- Aumento de RDW (>2%)
- Aumento de plaquetas: trombocitose (precursor comum que tenta aumentar)
- Hematoscopia: microcitose, anisocitose, hiprocromia, anisopoiquilocitose* (forma de charuto)
- Biópsia: azul de Prússia
- Todo homem com >50 anos e com anemia ferropriva deve ser submetido a uma colonoscopia, mesmo se EDA mostra dç péptica ou se hemorroida
Ferro Sérico
- Quando aumenta: hemocromatose, talassemia, hepatite aguda viral, ACO c/ progesterona
- Reduz: An. ferropriva, Dç Crônica, Sd Nefrótica
Ferritina Sérica
- Aumentada: ingestão excessiva de ferro, hemocromatose, anemia de doença crônica
- Redução: anemia ferropriva
Saturação de Transferrina
- Aumenta: hemocromatose, talassemia, ACO c/ progesterona, ingestão excessiva de ferro
- Reduz: anemia ferropriva, anemia de doença crônica, síndrome urêmica
Capacidade total de ligação de ferro e Transferrina sérica
- Aumenta: deficiência de ferro, gestação, ACO c/ progesterona
- Reduz: anemia de doença crônica e hemocromatose, sd nefrótica, hipertireoidismo, desnutrição
Anemia Ferropriva em Crianças - Causas:
*Não precisa investigar anemia micro/hipo entre 2-4 mês (fisiológica)
- Causa mais comum de anemia em crianças
- RN PIG: menor estoque de ferro e maior velocidade de crescimento
- Entre 3-24 meses: pico de crescimento, esgota estoque do nascimento, desmame s/ suplemento de ferro e s/ fórmulas
- Uso de leite de vaca: sangue oculto nas fezes 30%
- Ancilostomídeos, tricocefalíase
- Prematuridade e desmame precoce
Quadro Clínico da Anemia Ferropriva
*Instalação insidiosa
- Peversão do apetite (pagofagia), esplenomegalia
- Palidez, sopro sistólico de hiperfluxo, fraqueza
- Carencial: glossite (ardência e língua despapilada), queilite angular
- Coiloníquia (unha em colher)
- Disfagia: formação de memb. fibrosa no esôfago (Sd. de Plummer-Vinson ou Paterson-Kelly)
- Aumenta incidência de infecção
- Anorexia e irritabilidade
Resposta ao Tratamento da Anemia Ferropriva
- Ferro sérico: eleva-se imediatamente após reposição
- Ferritina: só após 1 mês se via parenteral (deve ser suspensa 1 sem antes de dosar)
- RESPOSTA ao tto: aumento de reticulócitos (pico em 7-10 dias)
- NORMALIZA o Hb e Ht: 2 meses
- DURAÇÃO do tto: 6-12 meses após normalizar Ht ou até ferritina > 15-50 ng/ml
- Em cças: 3-4 meses p/ reposição ou 2 meses até normalizar Hb
Exame PADRÃO-OURO para diagnóstico de Anemia Ferropriva
- Aspirado/biópsia de medula óssea e coloração para ferro com corante azul da Prússia
- Achado que confirma seu diagnóstico: AUSÊNCIA de ferro nos macrófagos e eritroblastos da medula
Tratamento da Anemia Ferropriva
*Pode iniciar mesmo antes de pedir perfil ferro
- Terapia dietética não tem valor na correção da anemia devido baixa biodisponibilidade do Fe nos alimentos
- É necessário 60 mg de Fe elementar para adultos
- Sulfato Ferroso = a 20% de Fe elementar o
- Adultos: 120 a 200 mg de Fe elementar (ou 300 mg de sulfato ferroso) 3-4x/dia
- Crianças: 5mg/kg/dia de Fe elementar (3-6 mg/kg/d de sulfato ferroso) dividido em 3 tomadas
Tratamento da Anemia Ferropriva
- Absorção de sulfato ferror é melhora com estômago vazio, 1-2 h antes das refeições e associado à vitamina C ou suco de laranja
- Se tomado junto com refeições evita efeitos colaterais: náusea, vômito, dor epigástrica, diarreia (junto c/ refeições só se intolerância)
- Absorção reduzida em pH alcalino
- Tratamento dura de 6-12 meses em adultos em cças de 3-4 meses para terapia de reposião ou 2 meses para normalizar Hb
- Falha tto: sg crônico, dç celíaca, dx errado, multifatorial e má adesão
Indicações do Fe parenteral
- Sd de má absorção duodenal (dç celíaca), intolerância oral, refratária à VO, necessidade de reposição imediata (diálise e IRC)
- IV ou IM (manchar a pele na técnica em Z por anos)
- Ferro-dextrano: principal risco é de dv
Anemia de Doença Crônica
*Anemia inflamatória, anemia citocina-mediada ou anemia hipoferrêmica com siderose reticuloendotelial
- Associada à doenças com componente INFLAMATÓRIO
- Infecção (TB, HIV, DIP, ), inflamatórias (AR,LES, sarcoidose) ou Neoplasias por >20-60 dias
- Principal etiologia em pctes internados
- Tratamento se baseia em tratar dç de base e em casos graves com eritropoetina recombinante + Fe parenteral
Anemia de Doença Crônica - Patogênese
- Doença inflamatória → ↑ Citocinas ativadas por macrófagos (IL-1, IL-6***, TNF-a e IFN-gama) agem no fígado → ↑ Hepcidina → “Aprisionamento” do ferro em seus locais de depósito (principal), ↓ absorção intestinal e inibição da síntese de ferroportina (permite entrar ferro nos enterócitos) → HIPOFERREMIA
- Outros: ↓ vida hemácias p/ 80 dias, ↓ renal de eritropoetina, ↓ respota dos precursores eritroides à eritropoetina
- IL-1 sintetiza lactoferrina (= transferrina) mas mais ávida por Fe e não o libera para MO
Anemia de Doença Crônica - Laboratorial e Cinética do Ferro
- Doença de base (↑ VHS + anemia sem Ht baixo)
- Anemia Normocítica e Normocrômica OU Microcítica-Hipocrômica
- Fe sérico ↓: <50
- Saturação de transferrina ↓
- TIBC e transferrina ↓ ou normal
- Ferritina: ↑ ou normal (> 50-500)
- Protoporfirina levemente ↑ e TRP ↓
Conceitos Importantes sobre Anemia
- Principal causa de Anemia Micro/Hipo: An. Ferropriva
- Principal causa de Anemia Normo/Normo: An. Ferropriva
- Segunda principal causa de anemia Micro/hipo se microcitose <73 fl: An. de Dç Crônica
- Segunda principal causa de anemia N/N: An. Dç Crônica
- Principal causal de anemia em pacientes hospitalizados: An. Dç Crônica
Anemia da IRC
- TFG abaixo de 30-40 ml/min ou Cr>2
- Deficiência de produção de eritropoetina pelo parênquima renal
- Toxinas urêmicas (poliamina espermina) que inibe eritropoiese medular
- Alterações enzimáticas, eletrólicas e de memb. hemácias c/ vida média reduzida p/ 60-70 dias
- PTH inibe eritropoiese e promove mielofibrose
Anemia da IRC
- Anemia normocítica e normocrômica
- Anemia c/ gravidade proporcional ao dano renal
- Equinócitos (hemácias crenadas)
- TTO: manter Hb entre 10-12 (não passar 12 pelo risco CV de tromboembólicos)
- Eritropoetina recombinante: risco de HAS e aplasia eritroide pura
- Reposição de Ferro se: sat. transferrina ≤20% ou ferritina ≤100ng/ml ou ≤200 (em diálise)
- Ác. Fólico 1mg/d
- Intoxição por alumínio da água para hemodiálise pode causar An. microcítica refratária: quelante desferroxamina
Anemia da Hepatopatia Crônica
- Hemodiluição*
- ↓ vida das hemácias para 20-30 dias (hiperesplenismo, alt. metabolismo eritrocitário e alt. da composição memb.)
- ↓ resp. eritropoiética: ação alcoolismo, an. carenciais e sg crônico
- Sd. Zieve: an. hemolítica aguda autolimitada por etilistas crônicos c/ esplenomegalia, icterícia e hiperlipidemia
- An. hemolítica com acantócitos
Anemia da Hepatopatia Crônica
- Anemia normocítica ou MACROcítica (30-50%)
- Macrocítos finos
- Hemácias em avlo
- Acantócitos
Anemia por Ocupação Medular
Mieloftísica
- Leucoeritroblastose (mielócito, metamielócito e bastões jovem “expulso” da MO muito ocupada)
- Hemácias em lágrima (dacriócitos)
- Causas: Neoplasias malignas hematológicas e metastáticas, TB miliar, micoses profundas, LES (mielofibrose), sarcoidose, osteoporose, Dç de Gaucher
Anemia Megaloblástica
- Bloqueio na síntese do DNA, com divisão celular lenta c/ crescimento citoplasmático
- Assincronia da maturação do núcleo em relação citoplasma
- Alteração no corpo todo principalmente MO e mucosa TGI que necessitam de renovação rápida
- Carência de Vit B12 (cianocobalamina) e/ou ácido fólico (folato) e aumento de homocisteína
- Medicamentos que influenciam na síntese de DNA: quimioterápicos/ imunossupressores, MTX*** e anticonvulsivantes
Anemia Megaloblástica
- Deficiência de Vit B12 ou ácido fólico: ↓ precursores da síntese de DNA e ↑ Homocisteína (não é convertida pela vit B12 em metionina)
- Anemia (possível pancitopenia): MACROCÍTICA
- Neutrófilos HIPERSEGMENTADOS (≥ 5 núcleos): patognomônico***
- Destrói precursor da hemácia: LEMBRA hemólise (↑ LDH, BI
- Megaloblastose: alteração no núcleo dos precursores eritroides na MO
Metabolismo do Ácido Fólico
*Depende de Vit B12 e consome homocisteína
- Fonte de vegetais verdes*
- Absorção pelo duodeno e jejuno proximal (= do Fe) → forma inativa de ác. fólico (MHTF) → Vit 12 retira grupamento metil → forma ativa (THF)
- Reservatório de folato é o fígado (pouca duração), é secretado pela bile, reabsorvido pelo jejuno (ciclo êntero-hepático) e excretado pela urina.
Causas de Deficiência de Folato
- Má nutrição: alcoolismo
- ↑ necessidade: gestantes, hemodiálise, anemia hemolítica crônica
- ↓ absorção: dç celíaca, espru tropical, fenitoína (anticonvulsivantes e sulfassalazina) e barbitúricos
- ↓ regeneração: Metotrexato*, pirimetamina, trimetoprim
Metabolismo da Vitamina B12 (cobalamina)
- Origem animal (carne, ovos e laticínios), apenas vem da dieta (não sintetizada pelo corpo)
- Reserva no fígado, estoque duradouro (10-15 anos)
- Deficiência de B12 impede a formação ativa de folato devido falta de conversão da homocisteína em metionina sintase
- Hiper-homocisteína é lesiva ao endotélio aumentando risco de aterosclerose
Metabolismo da Vitamina B12 (cobalamina)
Dieta → acidez no Estômago (cél. parietais) liberam Vitamina B12 → se liga ao ligante R (saliva e mucosa) → ação das enzimas pancreática no Duodeno libera ligante R → Vit B12 se junta ao Fator Intrínseco (produzida pelas cél. parietais gástricas) → íleo distal reconhece FI e absorve B12 → transportada no interior da mucosa pela transcobalamina I e III após a II ser degradada
Quadro Neurológico da Anemia Megaloblástica
- Depende da falta de Vit B12
- Não converte metilmalonil Coa em succinil CoA
- Aumenta nível de metilmalonil CoA → síntese de ácidos graxos não fisiológicos → lipídios neuronais (toxicidade neural)
- Metionina quando não formada → diminuição de fosfolipídeos colina → bainha de mielina
Causas de Deficiência de Vitamina B12
- Mais comum: ANEMIA PERNICIOSA
- Vegetariano Estrito e ingesta inadequada
- Gastrecotmia, acloridria
- Pancreatite Crônica
- Dça Ileal: Dç Crohn, TB,
- Diphylobothrum latium (verm/ parasita presente no feixe cru)
- Má absorção no íleo induzida por Metformina
Causas MAIS COMUM de Deficiência de Vitamina B12 e de Folato
- Vit B12: ANEMIA PERNICIOSA (anti-celulas parietais e FI)
2. Folato: ALCOOLISMO
Anemia Megaloblástica - Manifestações Clínicas
Apenas B12 está relacionado com alterações neurológicas
- Palpitações, fraqueza, cefaleia, irritabilidade
- Sensação dolorosa na língua
- Glossite + queilite angular + DIARREIA
- Neurológicos: parestesia em extremidades (polineuropatia), ↓ sensib. profunda (proprioceptiva e vibratória - cordão posterior)
- Sinal de Babinski, Romberg, hiper-reflexia profunda, fraqueza, espasticidade em mmii, desequilíbrio, marcha atáxica
- Déficit cognitivo, demência, ↓ memória e psicoses
- Tratamento deve ser iniciado nos 1os 6 meses desses sintomas, se tardio pode ter resposta parcial ou ausente, mas deve ser dado para evitar progressão
Anemia Perniciosa
- Autoanticorpos que atacam células gástricas parietais ↓ produção de ácido, pepsia e FI
- Hipocloridria e atrofia do estômago com anemia megaloblástica (causa mais comum dessa)
- Mais em mulheres brancas entre 45-65 anos
- Fator de risco para Adenocarcinoma gástrico
- Anticélulas parietais (90%) e anti-fator intríseco (60%)
- Associada a outras doenças autoimunes: Hashimoto, vitiligo, Dç Addison, Dç de Grave, hipoparatireoidismo
- Deve ser rastreado se anemia por deficiência de B12*** com anticorpos.
Anemia Megaloblástica - Laboratório
*Pode ocorrer anemia normocítica caso tiver anemia ferropriva associada.
- VCM > 110-120 (megaloblastose)
- Sg periférico: neutrófilos plurissegmentados (patognomonico)***, anisocitose, macro-ovalócitos
- Manifestação TGI ou SNC
- Leucopenia, trombocitopenia (pancitopenia)
- Elevação LDH e BI (eritropoiese ineficaz)
- Ácido metilmaônico está elevado SÓ na deficiência de cobalamina (Vit B12)
- Homocisteína está elevada na deficiência de cobalamina e folato
- MO: hipercelular
- ↓ vit B12 (<200) E/OU folato (<2), def. B12 pode aumentar folato
Anemia Megaloblástica - Tratamento
- Deficiêncai de Vit B12: preferir via parenteral cianocobalamina ou hidroxicobalamina IM 1000ug, 1x/d por 7 dias, 1x/sem por 4 sem e dose mensal resto da vida
- Fazer rastreio para anemia perniciosa com anticorpos e se + acompanhar com EDA pelo risco de CA
- Def. Folato: 1-5 mg/dia VO com melhora da dieta
- Reposição de ácido fólico pode mascarar deficiência de B12 (melhora anemia mas não quadro neurológico)
Anemia Megaloblástica - Resposta ao Tratamento
- Acompanhamento pelo: Pico de reticulócitos em 5-7 dias
- Anemia melhora em 2 meses
- Ác. metilmalônico e homocisteína: 5-10 dias
- PRINCIPAL COMPLICAÇÃO DO TTO: HIPOCALEMIA (K+) devido multiplicação exagerada de células (tira do sangue e fica nas células intracelular) e deve ser monitorado no incio do tto.
- Pode reter Na e descompensar um cardiopata
- Congestão volêmica
Prova Terapêutica da Anemia Megaloblástica
- É feito com B12 em BAIXAS DOSES (10 ug/d IM), se altas doses pode corrigir parcialmente o folato
- Se não tiver resposta a carência deve ser por folato e ser feito prova terapêutica com esse em seguida para ver se não possui dupla deficiência (25%)
- Nunca inciar com Folato pelo risco irreversível neurológico
Profilaxia de Vitamina B12
- Em todos vegetariano em baixa dose (5-10ug/d)
- RN e lactentes filhos de mães com deficiência em cobalamina
- Pacientes com disabsorção crônica de Vit B12 (gastrectomizados, anemia perniciosa, acloridria, insuf pancreatica) com dose maiores 2.000ug/d
- Reposição de ácido fólico é recomendado em gestantes (400ug/d) e mulheres em idade reprodutiva que usa anticonvulsivante (4g/d), em uso de MTX, pirimetamina ou trimetopim 1mg/d e c/ hemólise crônica e dçs mieloproliferativas 1mg/
Anemia Sideroblástica
*Anemia hipocrômica e microcítica
- Deficiência de protoporfirina (essencial para se ligar ao ferro e forma HEME)
- Depósito de ferro nas mitocôndrias dos eritroblastos com sideroblastos em anel (pois não se liga à protoporfirina)
- O Fe acumulado é lesivo ao eritroblasto levando à destruição medular: Eritropoiese ineficaz
- Hemocromatose eritropoiética: sobrecarga corporal de ferro
Causas de Eritropoiese Ineficaz
- Anemia Megaloblástica
- Anemia Sideroblástica
- Talassemias
Causas de Anemia Sideroblástica
- Herditária: herança ligada ao X, autossômica dominante e Congênita (Sd de Pearson)
- Mais em homens
- Adquirida (mais comum): idiopática pura, mielodisplasia/proliferativa e quimioterapia, ALCOOLISMO, Deficiência de B6 (piridoxidina), aumento de Chumbo, isoniazida, pirazinamida e cloranfenicol
Anemia Sideroblástica - Laboratorial
*Hipocromica com ferro sérico alto
- Dimorfismo eritrocitário com RDW ↑
- Anemia hipocrômica e microcítica (herdade) ou macrocítica (adquirida)
- Ferro sérico ↑
- Ferritina ↑
- Sat. de tranferrina ↑
- TIBC normal
- Sangue periférico (hematoscopia): CORPÚSCULO DE PAPPENHEIMER (precipitados de ferro)
Anemia Sideroblástica - Diagnóstico
- Aspirado de Medula Óssea (mielograma): Sideroblasto em anel (>15%)
Anemia Sideroblástica - Tratamento
- Hereditária: Piridoxidina B6
- Adquirida: difícil tratamento, resposta aos androgênios, hemotransfusão e Eritropoetina recombinante
- Redução do risco de HEMOCROMATOSE:
- Se ferritina sérica >500ng/ml e Hb>9 fazer flebotomia repetida
- Se casos graves c/ anemia <9 quelante de ferro: Desferroxamina parenteral 40mg/kg/d
- Contraindicado esplenectomia pelo risco tromboembólico alto
Anemia Aplásica
- Surgimento de PANCITOPENIA associada a uma biópsia de MO acelular ou hipocelular (<30% ocupado por cel. hematopoiéticas e o restante células adiposa/amarela)
- Causa mais comum de pancitopenia (redução de hemácias, leucócitos e plaquetas)
- Maior pico entre a 2ª e 3ª décadas de vida e o segundo pico em idosos
- Maior incidência em asiáticos
- FR: baixa renda e contato com sulfonamida
Anemia Aplásica - Etiologia
- Adquirida: idiopática (50%), radiação ionizante, benzeno, Cloranfenicol, quimioterapicos citotóxicos, hepatite viral aguda, vírus Epstein-Barr, HIV, reação transfusional, hemoglobinúria Paroxística Noturna
- Hereditária: Síndrome de Fanconi e Disceratose congenita
Anemia Aplásica - Patogênese
- Lesão da célula-tronco: injúria tipo 1 (idiopática, Fanconi, radiação, benzeno, cloranfenicol)
- Progenitores mais tardios que já teve algum grau de maturação: injúria tipo 2 (infecção viral)
- Ambos natureza autoimune, dependente de linfócitos T ricos em INF-gama (apoptose de células progenitoras)
Anemia de Fanconi
- Instabilidade genômica, DNA suscetível a quebras e translocações
- Anemia aplásica aos 7 anos de idade + baixa estatura (nanismo) + manchas café com leite
- polegares anômalos, anomalias renais, microcefalia, retardo mental.
- Maior risco de CA (cabeça, pescoço e leucemia)
- TTO: transplante de cél. tronco
Anemia Aplásica - Manifestações Clínicas
- Tríade: ASTENIA + HEMORRAGIA + FEBRE
- Sangramento pela plaquetopenia, gengival, epistaxe
- Febre devido neutropenia (Pseudomonas, Candida, Aspergillus, S. aureus)
- Palidez cutâneo-mucosa, petéquias na pele ou conjuntivas, equimoses.
Anemia Aplásica - Laboratório
- Anemia Normocítica ou macrocítica (VCM<115)
- Plaquetopenia
- Predomínio de linfócitos e queda de neutrófilos (<1000)
- Confirmação dx: biópsia de MO* com <30% celulas vermelhas
Anemia Aplásica - Tratamento
- 10% tem evolução favorável
- Muito Grave quando neutropenia <200/mm3
- Transplante de células-tronco (<40 anos com HLA compatível: e suspensão do causador
- Suporte: transfusão se muito grave e tratar sd neutropênica febril
- Imunossupressão: globulina antitimócito (ATG) + ciclosporina
Aplasia Eritroide Isolada
- Apenas série eritrocítica está depletada
- Infecção pelo parvovírus B19 geralmente com curso autolimitado
- Crise aplásica: queda súbita do Ht + reticulocitopenia**
- Outros: Timoma, LES, Sd. Diamond-Blackfan, anticorpos antieritropoetina
Síndrome de Shwachman-Diamond
- Distúrbio autossômico recessivo
- Tríade: baixa estatura + Insuf. pancreática + neutropenia
- Risco de evoluir: anemia aplásica, mielodisplais ou LMA
- TTO: G-CSF ou transplante
CAUSAS DE PANCITOPENIA
- Dç 1ª da MO: anemia aplásica, disceratose congênita, mielodisplaisas, mieloma múltiplo, hemoglobinúria paroxística noturna, mielofibrose
- Aplasia 2ª a dç sistêmicas: ocupação medula/mieloftísica (linfomas,sarcoidose), an. megaloblásticas, LES, hiperesplenismo, HIV.
Estágios da deficiência de ferro
- Redução dos estoques de ferritina
- Diminuição do ferro sérico
- Anemia ferropriva
Hemotransfusão de urgência nas ANEMIAS
- Indicada se Hb < 7g/dl